sábado, 24 de maio de 2014

Seguro no discurso de encerramento da Convenção Novo Rumo:

O anúncio das 80 medidas que não aliviam garrote que sufoca o povo!

No discurso de encerramento da Convenção Novo Rumo, o líder do PS, António Seguro, anunciou que 80 eram as medidas do seu programa de governo caso viesse a ganhar futuras eleições legislativas, quer estas se realizassem em 2015, quer elas tivessem lugar agora.

Esclarecedor do que sempre denunciámos em relação ao PS e ao facto deste partido ter assinado o Memorando de Entendimento com a tróica germano-imperialista, conjuntamente com PSD e CDS e, por isso , não ser uma alternativa àqueles partidos traidores, não é tanto o conteúdo de algumas dessas medidas – apenas 15 das 80 anunciadas -, mas o facto de nenhuma delas contemplar a revogação ou anulação dos efeitos do essencial das medidas terroristas e fascistas que o governo dos serventuários Coelho e Portas foram impondo aos trabalhadores e ao povo português.

Se não, vejamos! Um silêncio ensurdecedor sobre que medidas tomariam para retornar os salários e o trabalho roubados, sobre a revogação do código de trabalho, sobre a anulação dos ruínosos  negócios que levaram à venda de activos e empresas estratégicas, que vão dos CTT à EDP, passando, entre muitos outros, pela actividade seguradora da Caixa Geral de Depósitos.

Como é ensurdecedor o silêncio em torno da TSU ou do IVA em contraste gritante com o acordo que o PS estabeleceu com PSD e CDS sobre a redução do IRC, um imposto que incide sobre os rendimentos do capital.

Claro, clarinho, é a sua intenção de proceder à reforma de estado! Agora se percebe melhor porque anunciou Seguro que, caso o PS vencesse as próximas eleições legislativas, e mesmo que tivesse a maioria dos votos, faria alianças com o PSD. Precisamente para liquidar alguns dos escolhos constitucionais que impedem o novo rumo que desejam – PS e PSD – para assegurar a maior exploração sobre os trabalhadores e  o povo, a par do agravar da dependência face às grandes potências europeias que tanto têm beneficiado com o negócio da dívida, com a Alemanha à cabeça.

Cada vez melhor se entende que a única coisa que o PS tem para oferecer ao povo e a quem trabalha, é a colonização a que Portugal está sujeito, já que defende a manutenção do Tratado Orçamental que sequestra a possibilidade de Portugal decidir sobre os seus destinos e os interesses do povo português. Quando Seguro afirma defender uma Nova Agenda para a Europa o que ele está a defender, de facto, é que Portugal continue amarrado a uma moeda forte que prejudica a sua frágil e aberta economia e agrava a dívida soberana!

O que Seguro e a actual direcção do PS vêm defender com estas 80 medidas é a continuidade, não a mudança. Por isso, a onda de entusiasmo que esperavam obter com este anúncio não se veio a produzir. Os trabalhadores e o povo português estão a votar este plano de governo do PS ao maior dos desprezos, pois sabem que ele representa mais do mesmo e por mais tempo.

É que a sua memória, ao contrário do que acontece com a direcção de Seguro, não é curta e já ganharam consciência de que tão ladrão é o que rouba a vinha como aquele que fica à espreita! Os trabalhadores e o povo português jamais esquecerão que as consequências do genocídio fiscal a que estão a ser sujeitos  foram fruto das medidas ditadas por um Memorando de Entendimento imposto pela tróica germano-imperialista que PS, PSD e CDS subscreveram e assinaram.


E, os trabalhadores e o povo português têm de opôr a um tal plano uma ampla frente que leve ao derrube do governo de traição nacional Coelho/Portas/Cavaco e à constituição de um governo democrático e patriótico cuja primeira medida seria fazer com que Portugal saísse do euro e adoptasse uma moeda própria – o novo escudo -, recusando simultâneamente o pagamento de uma dívida ilegítima, ilegal e odiosa.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Exportações:

De motor da economia a indicador do seu colapso!

Tendo por objectivo escamotear que é o euro a principal causa da crise da dívida e do déficite, o governo Coelho/Portas/Cavaco, a tróica germano-imperialista que tão caninamente tem servido e toda a sorte de economistas, politólogos e opinadores ao seu serviço, começaram por tentar transferir a responsabilidade dessa situação para os trabalhadores e o povo, acusando-os de terem querido viver acima das suas possibilidades!

Não há reforma do estado, corte de gorduras ou programa de estabilização que resista, no entanto, a um facto cada vez mais iniludível. É que é o euro que está, de facto, na origem da dívida e da sua galopante progressão – desde 1999, data da adesão ao euro, que a dívida progrediu de 50% do PIB para os actuais 130%, estimando-se que no final de 2014 se situe nos 140%!

Se a adesão de Portugal à CEE – hoje União Europeia – promoveu a destruição do seu tecido produtivo e levou a uma cada ve maior dependência do país do exterior, visto que passou a ter de importar mais de 80% daquilo de que o país necessita para alimentar o seu povo e gerar economia, não menos certo é que o euro, uma moeda propositadamente valorizada para manter o valor do marco e os interesses da Alemanha provocou desequilíbrios externos gravíssimos a Portugal e à sua frágil economia.

Desequilíbrios para os quais os partidos do Bloco Central – PS e PSD, com o CDS por vezes pela trela – só encontraram uma solução: baixa contínua de salários, constante subida de impostos, aumento da carga horária de trabalho sem aumento da remuneração, redução drástica do número de trabalhadores empregados e eliminando por completo os direitos laborais e sociais.

Ou seja, a entrada de Portugal no euro apresenta semelhanças com os do comportamento do incendiário que lança gasolina ao incêndio que ateou, afirmando que o seu propósito é o de combater o incêndio que ateou!

Os arautos da saída limpa do programa cautelar imposto pelo Memorando que PS, PSD e CDS subscreveram com o ocupante e colonizador representado na tróica germano-imperialista, têm vindo a referir-se a um autêntico milagre económico, fixando-se particularmente num parâmetro – o das exportações – que consideram paradigmático da boa performance do governo de traição nacional e que confirmaria que estarão no bom caminho para a recuperação, a retoma da economia e do emprego, enfim para a saída da crise.

Mas eis quando senão, é o próprio Instituto Nacional de Estatística (INE) que vem agora revelar que as perspectivas para as exportações totais de bens – apresentadas até agora como muito promissoras – dão conta de uma travagem abrupta que se reflecte na quebra de vendas ao exterior e, pior do que isso, de uma retoma forte das importações no início do corrente ano de 2014.

O que revelam os dados do 1º trimestre de 2014 é que se Portugal exportou 11,7 mil milhões de euros e fez aquisições ao estrangeiro superiores a 14,4 mil milhões, sendo que o déficite comercial – a diferença entre compras e vendas – aumentou 31,4%, num total de 2,6 mil milhões de euros!

As exportações, que eram – e são ainda – a principal bandeira deste governo para o anunciado milagre económico e para demonstrar a fiabilidade do seu projecto – que mais não é do que aquele que lhe é imposto pela Alemanha e pelo directório europeu, pelo BCE e pelo FMI, que aquela potência controla -, face aos sinais de uma cada vez maior fragilidade nas compras que a Europa vem assinalando, face ao cada vez mais inferior valor das matérias-primas, mormente o petróleo, deixa de ser o tão anunciado motor da economia.

No auge do anúncio do milagre económico, durante o qual as exportações eram anunciadas como a salvação nacional, o governo de Coelho/Portas/Cavaco, escamoteou propositadamente que grande parte da performance exportadora de Portugal estava a assentar na venda de excedentes de combustíveis – devidos à enorme quebra do consumo interno – ao estrangeiro. Pois bem, agora é o próprio INE a afirmar que o acréscimo nos bens de consumo (+ 11,3%) e o decréscimo acentuado nos combustíveis e lubrificantes (-30,3%), contribuíram para o aumento do déficite entre exportações e importações revelado.
No que se refere às importações é de salientar o que revela o relatório ontem divulgado pelo INE, isto é,  o aumento na quase totalidade das categorias, mas sobretudo no material de transporte (+ 28,7%) e nas máquinas e outros bens de capital (+ 10,6%), enquanto os combustíveis e lubrificantes registaram um decréscimo de 4,1%, em resultado da evolução dos produtos primários (- 12,2%), dado que os produtos transformados aumentaram ( 26,6%).

A importância desde último dado é tanto maior quando se sabe agora que foi a flutuação do valor nas vendas de combustíveis que fez a diferença, já que em 2013, as vendas destes produtos – tal como sempre o denunciámos – tinham impulsionado sobremaneira as exportações estando, agora, pelas razões acima descritas, a prejudicar os indicadores do comércio externo, agravando os desequilíbrios.

Outra coisa não seria de esperar num país que, após a destruição do tecido produtivo imposta pelos grandes grupos financeiros, bancários e industriais europeus – liderados e representados pelo novo imperialismo alemão -, desde que aderiu ao euro em 1999 e até ao final de 2013, foi confrontado com uma quebra brutal de mais de 50% do investimento produtivo, o que se reflectiu sobretudo na produção industrial, a qual representa hoje apenas 13% do PIB, quando chegou a atingir, antes da entrada de Portugal na CEE, uma percentagem de cerca de 40%!






segunda-feira, 5 de maio de 2014

A Inutilidade do voto útil!

Cada vez que se aproximam actos eleitorais, sejam para os órgãos autárquicos, seja para o parlamento europeu, seja para eleger deputados para a Assembleia da República, lá vem o PS com a cantilena do voto útil face ao papão da direita, onde há propostas mas não há preocupações sociais, sempre com aquele tom displicente e arrogante de quem aceita esse voto, não porque seja útil para o PS mas porque é útil para os portugueses que mais necessitam.

Qualquer acção política, nomeadamente a que resulta do voto, tem de ter um destinatário e defender interesses de classe. Cerca de quatro décadas de rotatividade entre voto na direita e voto útil na esquerda de que o PS se reclama, o que trouxeram que tenha beneficiado o povo e quem trabalha?  Vejamos:

·         Em nome da adesão à CEE , mais tarde União Europeia - quando denunciámos que não seria Portugal a entrar na CEE, mas a CEE a entrar em Portugal -, em nome de um projecto de solidariedade europeia do qual, se a ele aderisse, Portugal beneficiaria de fundos que colocariam o país e o povo no mesmo patamar dos países mais desenvolvidos da Europa, o que aconteceu, no entanto, foi uma destruição maciça do tecido produtivo – desde a siderurgia, metalomecânica/metalurgia, indústria mineira, às pescas, passando pela agricultura – e esta foi a inutilidade do voto útil;
·         Em cerca de 4 décadas, a indústria que representava cerca de 40% do PIB, passou a representar 13% e a agricultura e as pescas que asseguravam 30% de toda a riqueza produzida no país, passou a representar cerca de 2%! E esta foi mais uma inutilidade do voto útil;
·         A destruição que se registou, profunda e progressiva, da nossa economia, a escandalosa bancarrota financeira – com a falência dos chamados bancos de referência – o empobrecimento acelerado do povo português, acompanhado da desvalorização do trabalho, da liquidação da classe média, da destruição da soberania e da independência nacional, do desaparecimento das conquistas e liberdades democráticas e da crescente fascização da vida política, não aconteceram por geração espontânea, são antes consequências óbvias – directas ou indirectas – da introdução forçada de uma moeda única forte numa economia débil como era, à época, a economia portuguesa. E esta foi, uma vez mais, uma inutilidade do voto útil.

Em todas as circunstâncias em que o povo português se deixou embalar por esta cantilena do voto útil , bramida pelo PS, novas consequências para o seu direito ao trabalho, à saúde e à educação tiveram lugar. De cada vez que se deixou iludir por esta patranha, o povo português e quem trabalha viu diminuída ou restringida a sua capacidade negocial, o retirar de direitos e garantias, o resvalar para políticas que beneficiaram despedimentos colectivos, fecho de escolas e maternidades e outros serviços vitais para assegurar quer direitos, quer comodidade e eficácia para as populações.

Face a todo um fervor com que o imperialismo germânico impõe às outras nações europeias – sobretudo àquelas que aderiram à zona euro e, dentro destas, as que se sujeitaram a programas cautelares – os seus ditames, a direcção de Seguro e o PS, quiseram convencer o povo português da utilidade para os povos da Europa de o PSF de François Hollande vencer as eleições presidenciais em França. E a inutilidade do voto útil naquele país está à vista de todos! O que se passa hoje na França dirigida por Hollande é, aliás, um vislumbre do que será Portugal se governado por Seguro!

Depois, e certamente que acreditando que assim descola a sua da imagem de Sócrates, que em boa hora foi corrido pelo povo português, vem Seguro afirmar que à esquerda há preocupações sociais mas não há propostas realistas, prometendo rectificar este passado para que se consolide a obra feita que tem sido uma marca distintiva face aos governos de direita.

Mais uma vez escamoteando que foi Seguro e o PS que permitiram, o ano passado, que um dos principais objectivos dos trabalhadores e do povo português – o derrube do governo de traição nacional de Coelho, Portas e Cavaco – não fosse concretizado, ao aceitar fazer um pacto com o diabo, no âmbito da convergência tão solicitada pelo indigente de Belém. Pacto do qual resultou a redução de um imposto que beneficia ainda mais os grandes capitalistas – o IRC! Como foi Seguro que instruiu, primeiro o traidor Proença e, depois, o traidor Carlos Silva, a aceitar que na concertação social toda a sorte de medidas terroristas e fascistas, promotoras do roubo dos salários e do trabalho, tivessem acolhimento.

Mais uma vez escamoteando que os únicos beneficiários da utilidade do voto no PS têm sido os grandes grupos económicos e financeiros, os interesses de países como a Alemanha e a França que beneficiaram da destruição do tecido produtivo português e da crescente dependência do país aos produtos originários daqueles.


Voto útil, quer nas eleições para o parlamento europeu, quer em futuros actos eleitorais, nomeadamente para as legislativas, é o voto naqueles que defendem o derrube deste governo de traição nacional, a constituição de um governo democrático e patriótico, o não pagamento da dívida e a saída do euro.

Saída só há uma

A saída de Portugal do euro e o derrube do governo Coelho/Portas


Ao contrário do que o aldrabão do primeiro-ministro apregoou há pouco, o termo do chamado programa de ajustamento selado pelos traidores do PSD/CDS e PS e Cavaco Silva em 2011, formalmente previsto para o próximo dia 17 de Maio, constituirá sempre uma data para esquecer e que assinalará uma etapa da liquidação da nossa soberania e a mais sinistra página de destruição da nossa independência nacional e autonomia económica e financeira iniciada com a entrada de Portugal para a Zona Euro.
Aquilo de que o governo de traição nacional Coelho/Portas se ufana quando diz ter optado pela chamada saída limpa não passa de uma gigantesca encenação e demagogia com que se pretende mascarar a instituição como perpétuos de um estado inaudito de empobrecimento, de taxas incontroláveis de desemprego, do roubo dos salários, do trabalho e das pensões, das reduções das prestações sociais, da liquidação dos serviços públicos básicos, como a saúde e a educação.
Não há nem saída nem muito menos limpa, decorridos que são três anos de uma política terrorista de genocídio fiscal e de miséria e sofrimento dos trabalhadores e do povo.
A coligação fascista no poder sabe bem que o resultado de todos os sacrifícios que impuseram ao povo português não tiveram nem têm outro destino que não seja ir directamente para o bolso dos capitalistas e do capital financeiro, através do pagamento de uma dívida e respectivos juros que cresceu e crescerá exponencialmente e que, aliás, é impagável, e para satisfazer as exigências e ditames do imperialismo germânico.
Não passa pois de uma sórdida provocação que Coelho tenha o desplante de vir homenagear os portugueses vítimas da sua política de miséria e fome, política essa que, se o actual governo de traição nacional se mantiver no poder, prosseguirá perpétuamente.
A única saída e solução para actual situação passa exclusivamente pela saída de Portugal do Euro e pelo consequente não pagamento da dívida.
Este governo de falsários e traidores sabe perfeitamente que mente, quando pretende passar a ideia de que a liberdade de decisão do país ressurgiria no dia 17 de Maio.
E isto porque a nossa autonomia política, financeira, monetária e cambial e a possibilidade de definir um plano de desenvolvimento económico que sirva os interesses do país e do povo português só ressurgirá com a saída do Euro e a reintrodução do novo Escudo.
E esta saída só pode ser alcançada com outra saída – o derrube deste governo de traição nacional e a formação de um governo democrático e patriótico!

Retirado de:
http://lutapopularonline.org/index.php/pais/104-politica-geral/1095-saida-so-ha-uma-a-saida-de-portugal-do-euro-e-o-derrube-do-governo-coelho-portas

sábado, 3 de maio de 2014

Estudo da empresa GALLUP

Governo Coelho/Portas um dos mais corruptos do mundo


É do conhecimento e comum senso que a corrupção é uma das recorrências de um sistema em que se admite como aceitável a troca de favores, o compadrio e o caciquismo, onde se admite como sendo normal vender os interesses nacionais e a soberania do país por 30 dinheiros e sacrificando para tal o direito ao trabalho, à decência e dignidade, de todo um povo, dos reformados e de quem trabalha.
Sempre fomos acusados de exagerar quanto à adjectivação de toda a sorte de governantes do bloco central – do PS ao PSD, com o CDS por vezes a servir de valet de chambre – que há mais de 3 décadas tem levado Portugal à destruição do seu tecido produtivo, a uma crescente dependência do exterior e ao aumento da dívida pública, à custa de toda a sorte de engenharias político-financeiras, das quais se destacam as PPP’s, os SWAP’s, o BPN/BANIF/BPP e a venda a preços de saldo de importantes e estratégicos activos e empresas públicas.
Mas, um insuspeito instituto de sondagens americano – certamente que com intenções e objectivos muito distintos e diferenciados dos nossos – tornou agora públicos os resultados de uma sondagem realizada em vários países durante o ano de 2013, e em que o governo português aparece classificado num dos primeiros lugares no que concerne à corrupção e compadrio em que os seus membros estão envolvidos.
De facto, o governo de traição nacional Coelho/Portas, tutelado por Cavaco, com 88% dos inquiridos a classificá-lo de corrupto, só é ultrapassado pelos índices de percepção de corrupção que se registam em países como a República Checa – 94% - e Lituânia – 90%, em relação aos executivos actualmente no poder nesses países.
Índices que revelam estar muito longe dos registados em países que estão a retirar benefícios do negócio da dívida, ao arrecadarem milhares de milhões de euros de juros cobrados aos países que, como Portugal, fizeram – sob a direcção da imperialista Alemanha – cair na armadilha do euro e da bandeira da solidariedade prometida pela União Europeia, como são os casos da Suécia, com 14% dos inquiridos a considerar haver práticas de corrupção no governo, a Dinamarca com 15% e a Suíça com 23%.
Estes dados confirmam, aliás, o que a Transparency International (transparência internacional), denunciava há alguns meses atrás. Isto é, que para além da corrupção a nível governamental, são elevados os índices de corrupção na imprensa portuguesa, nas forças policiais, na justiça e na comunidade de negócios. O que revela que o fenómeno, como seria de esperar, infecta quer a infraestrutura económica, quer a superestrutura ideológica de um regime assente na exploração desenfreada e impiedosa da classe operária, dos trabalhadores e do povo em geral.
Claro que, se é um facto que um programa como o que defendemos e que passa pelo derrube deste governo e a constituição de um governo democrático patriótico, um programa que passa pela saída do euro e o não pagamento da dívida, não acabará automaticamente com a corrupção, também é uma realidade que, tal como a chama se extingue quando se lhe corta o oxigénio, também a corrupção só pode ser enterrada se, antes dela, se enterrarem as condições para que ela tenha progredido e se tenha instalado com a extensão e profundidade que se reconhece.

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Documento de Estratégia Orçamental (DEO)

A instituição definitiva da política do roubo do salário, do trabalho e das reformas

Tendo por fundo um tronitroante rufar de tambores, vários membros do governo de traição nacional, desde o saltapocinhas Portas, até à inefável ministra das finanças, passando por Passos Coelho, repartiram entre si a tarefa de anunciar as boas novas contidas no Documento de Estratégia Orçamental (DEO), documento pelo qual o governo define a política e medidas orçamentais para os próximos cinco anos.

E o que anunciaram estes lacaios? Que as medidas temporárias às quais o Tribunal Constitucional tinha feito vista grossa, aceitanto esse argumento de temporalidade da sua execução, serão transformadas em definitivas. Isto é, confirmando o que sempre denunciámos, o directório europeu, a mando dos interesses do imperialismo germânico que, desde a aprovação do Tratado de Lisboa, supervisiona a política orçamental de todos os países membros da zona euro, garantiu que o negócio da dívida em Portugal, que tem engordado os cofres dos países mais ricos da Europa, não sofra qualquer percalço.

Assim, baseado naquela teoria de que, depois de dar uma martelada num dedo se segue o alívio da dor, o governo vem demagogicamente anunciar uma redução de 3,5% para 2% de uma contribuição supostamente temporária e excepcional  - a CES (Contribuição Extraordinária de Solidariedade) - , mas que é agora instituída como permanente com o nome de  Contribuição de Sustentabilidade, com que todos os reformados, com reformas acima dos mil euros, passam a ver roubados 2% das suas pensões.

Para além disso, este governo de falsários e traidores, anuncia, como se tratasse de um acto de generosidade, que irá restituir uma parte do roubo que fez aos salários dos trabalhadores da função publica.
Isto é, não pondo termo imediatamente aos cortes, promete (em período eleitoral) – o que ninguém acredita – uma redução desses roubos às prestações, que terminaria dentro dos próximos 5 anos!

Acresce que, ainda não satisfeito com o genocídio fiscal de Gaspar de má memória, o governo de salafrários Coelho/Portas – o mesmo que prometera não aumentar um cêntimo de impostos – decidiu agora com a desfaçatez dos aldrabões aumentar o IVA de 23% para 23,25% e, ao contrário da redução de impostos que o cervejeiro ministro da economia do CDS defendia, aumentar a TSU a pagar pelos trabalhadores de 11% para 11,2%.

No palavreado nauseabundo da coligação PSD/CDS este aumento de impostos não é aumento porque é um pequeno aumento equilibrado e justo.

Por outro lado, no mesmo documento, este governo de traição nacional, reconhecendo o seu papel de vende-pátrias, não tem qualquer rebuço em declarar que, apesar de ter ultrapassado em 3,5 milhões de euros o valor imposto pela Tróica pelas privatizações realizadas (EDP, REN, GALP, Caixa Saúde, ANA, CTT), não deixará de prosseguir com mais privatizações.

Em suma, uma estratégia orçamental que materializa uma política terrorista de saque e roubo do salário, do trabalho e das pensões e reformas, tudo exclusivamente para assegurar o pagamento de uma dívida que não pára nem deixará de crescer exponencialmente.

E é isto o que esta gente entende por saída limpa de um programa cautelar ao qual, convém relembrar, PS, PSD e CDS amarraram os trabalhadores e o povo português, ao assinarem, à traição e nas suas costas, o Memorando de Entendimento com a tróica germano-imperialista.

Perante mais esta declaração de guerra e de um assumido empobrecimento contínuo e permanente dos trabalhadores, não basta anunciar, como fez hoje o secretário-geral da UGT – Carlos Silva – a cogitação de vir a convocar, na base de um entendimento com a CGTP, uma nova Greve Geral Nacional.

É absolutamente vital que sejam organizadas, convocadas e mobilizadas todas as greves gerais necessárias, pelo tempo que for necessário, até ao derrube deste governo de traição nacional e tendo como ponto assente e de unidade de todas as forças democráticas e patrióticas que sem a saída de Portugal do Euro o sofrimento e sacrifício desta e das futuras gerações de quem trabalha serão incomensuravelmente maiores.




quinta-feira, 1 de maio de 2014

mulheres

mulheres

há mulheres que se atiram das varandas com os filhos
há mulheres que se envenenam e aos filhos
e há mulheres que ainda beijam os filhos.


há mulheres que se incendeiam em recepções bancárias
há mulheres que se mutilam de raiva
e há mulheres violadas que ainda abraçam os filhos.


há mulheres que martelam
há mulheres que soldam
há mulheres a cerzir palavras
há mulheres que não consentem.


há mulheres com cartazes na rua
há mulheres chamando crime ao crime
criminosos aos criminosos
e que ainda beijam e abraçam os filhos.


Orlando Alves