Uma política para a habitação ao serviço do povo de Lisboa
No próximo dia 29 de Setembro, vai realizar-se o sufrágio
para escolha dos novos titulares dos cargos políticos de governação das
autarquias locais, concelhos e freguesias. Votar nos partidos que, a sós ou
coligados, têm sido responsáveis pelos destinos de Lisboa há mais de três
décadas, é votar em mais do mesmo.
Uma das consequências mais gravosas para o povo de Lisboa
desta gestão, tem sido a política para a habitação que os sucessivos executivos
camarários têm prosseguido e que foi um dos principais factores que levou à
expulsão de mais de metade da população de Lisboa. A capital tem hoje um índice
demográfico igual ao de 1930!
O problema da habitação em Lisboa atingiu um tal grau de
gravidade que se torna absolutamente imperioso e urgente ter coragem para
cortar o nó górdio de toda a questão, ou seja, acabar com a especulação
imobiliária, a qual tomou conta do mercado, o distorceu por completo, impedindo
que ele funcione, seja com que Lei das Rendas for.
Esse corte só pode ser efectuado aplicando de imediato duas
medidas essenciais que só o PCTP/MRPP e os seus candidatos estão dispostos a
adoptar:
A primeira é a
aprovação de uma nova Lei dos Solos, que permita ao município deitar mão e
tomar posse de todos os solos urbanos que estejam a ser alvo e objecto de
especulação. É que, a municipalização dos solos urbanos, para além de um meio
de combate à especulação imobiliária, permite a elaboração de PLANOS MUNICIPAIS
transparentes e que sirvam as populações, planos que tem que ter como objectivo
servir as populações e permitir a construção, preservação, reabilitação e
disponibilização de habitações condignas a preços acessíveis para todos os
habitantes.
A segunda é a
fixação de um prazo máximo – por exemplo 6 meses – para que os senhorios e
proprietários de todas as casas actualmente DEVOLUTAS, as façam entrar, por
venda ou arrendamento, no mercado da habitação e, caso tal não se verifique, se
proceda à colocação de tais casas numa BOLSA DE ARRENDAMENTO criada pela Câmara
e subsequente atribuição, mediante concurso, do arrendamento das mesmas, com
rendas limitadas, a jovens e famílias carenciadas.
Estas são as únicas medidas capazes de resolverem a
contradição actualmente existente que é a de que Lisboa cresce em número de
casas, mas diminui em habitações, já que os cidadãos não têm dinheiro para as
pagar e os verdadeiros donos da cidade são os patos bravos da construção civil,
os especuladores imobiliários e os famigerados Fundos de Investimento
Imobiliário que, por causa de uma Lei proposta e aprovada pelo PS ainda durante
o mandato de Sócrates, beneficiam de isenções fiscais.
Lei que foi impulsionadora da actual Lei dos Despejos – a
íniqua lei nº 31/2012 (NRAU) – e que, a não ser travada e revogada, promoverá o
despejo de dezenas de milhar de inquilinos residenciais e não residenciais, a
falência de milhares de pequenas empresas, com o correspondente aumento do
desemprego e miséria.
Uma lei que, não
havendo nenhum impedimento político ou jurídico para que partidos como o PS, o
PCP, o BE e “Os Verdes”, partidos que se arvoram em defensores da revogação da
lei, mal se compreende que não tenham ainda suscitado junto do Tribunal
Constitucional a fiscalização sucessiva da supracitada lei, única saída, num
quadro parlamentar em que a maioria dos deputados está afecta aos partidos que
formam a actual coligação de governo e que aprovaram esta lei. O que leva a
crer que só se pode entender esta sua inacção como uma anuência tácita a que a
lei seja aplicada.
A aplicação deste modelo deve ser para a região de Lisboa de que deve ir de Torres Vedras a Setúbal!!!
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