quinta-feira, 4 de abril de 2024

VOTO: UM BEIJA-MÃO ENVENENADO!


 

Região Autónoma dos Açores, Abril 2024  

Do comité de luta pela reconquista do Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses (PCTP/MRPP), e assinado pelos meus camaradas - comunistas revolucionários -  Pedro Pacheco, José Lourdes e António Vital -, recebi o texto que agora vos submeto, e que vai ser distribuído naquele Arquipélago. A justeza dos pontos de vista marxistas nele contidos falam por si.


As eleições burguesas são um beija-mão aos assalariados e uma mudança estratégica perante a luta operária que tem ficado agigantada ao contrário de ficar eliminada quando atacada a tiro e à bastonada.

Beija-mão envenenado, deve dizer-se, com que sofre tanto quem acredita como quem não acredita no teatro parlamentar.

Com os olhos nos eleitores e navegando aos ventos dos resultados eleitorais, os partidos e os dirigentes burgueses tudo fazem por levar a água ao seu moinho, isto é, dourar a pílula ou iludir quanto baste os seus fanáticos para fazê-los acreditar serem servidos por quem se serve com o seu ludíbrio.

A preocupação principal por que tanto se batem é a de fazer crer aos milhões de trabalhadores que o exíguo parlamento é-lhes suprema expressão e legítimo corpo. Mas na realidade a Assembleia da República é antes de mais e acima de tudo um órgão para exclusão e corrupção da classe operária, pensado e criado para garantir a exigida mais-valia do trabalho assalariado nas indústrias de transformação fabril, nas produções primárias da agricultura, agropecuária ou pescas, ou no sector terciário como o turismo, transportes, construção civil, comércio ou funcionalismo público: mais-valia que o Estado gere cuidadosamente e de que superiormente beneficia.

Mais-valia é um termo enganoso, senão mesmo provocatório, tal como lucro o é também, pois, ao contrário do que quase toda a gente julga saber, tanto um como o outro significa tão só ocultada quantificação monetária das horas trabalhadas não pagas pelo salário. Mais-valia – ou sobre-produto - na prática burguesa capitalista não é só acumulação de valor para o capital investido é também e em simultâneo uma perda relativa de valor ou mesmo absoluta perda de valor para quem é espoliado, como se prova pela angustiante nuvem da precariedade económica, pela má nutrição e pela fome, pelos cada vez mais sem abrigo, pelas dramáticas migrações forçadas de populações por todo o mundo e pela brutal destruição de habitações, serviços e culturas a acontecer em grande escala na Ucrânia, Faixa de Gaza, Síria, Sudão, etc., com dezenas, centenas e milhares de milhares de mortes nessas populações atormentadas pela guerra.

Nada disto nos é alheio apesar das bombas e das balas não estarem por ora entre nós. Mas sofremos já consequências da guerra uma das quais tem a ver com o roubo que nos é feito em recursos dirigidos para o financiamento das assassinas guerras imperiais em multiplicação: o dinheiro como produto é pão, mas o dinheiro como sobre-produto é guerra com pão a servir de engodo.

Clareza operária contra ocultação burguesa!

Pelo controlo operário!

Viva quem bem produz!

Viva quem bem trabalha!

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