terça-feira, 19 de agosto de 2025

A crise do capitalismo financeiro é estrutural e só pode ser adiada pela submissão das colónias ao Império.

 


A crise do capitalismo financeiro é estrutural e só pode ser adiada pela submissão das colónias ao Império.

19 de Agosto de 2025 Robert Bibeau

Por  Alessandro Volpi. Fonte: A crise do capitalismo financeiro americano é estrutural e só pode ser adiada pela submissão das colónias ao Império – Réseau International

A crise do capitalismo financeiro nos Estados Unidos é estrutural e só pode ser adiada pela submissão total das colónias ao Império. Deixem-me explicar. As últimas declarações de Trump dirigidas à União Europeia esclarecem bem o significado das dificuldades americanas. O presidente americano afirmou que os direitos aduaneiros seriam reduzidos para 15%, sem especificar em que consistiria essa redução, desde que os europeus transferissem para os Estados Unidos uma montanha de dinheiro: se somarmos todos os números apresentados, chegamos a pouco menos de 2 mil milhões de dólares em três anos, entre energia, armas e vários outros itens. Trump solicitou vigorosamente transferências semelhantes, embora menos significativas, ao Japão, à Indonésia e à Coreia do Sul, às quais se somam os pedidos dirigidos às petromonarquias.


Em resumo, Trump precisa desesperadamente de dinheiro. A razão é muito clara. A dívida externa total dos Estados Unidos atingiu o nível recorde de 28,1 biliões de dólares no primeiro trimestre deste ano e continua a subir vertiginosamente. De país credor do resto do mundo, os Estados Unidos acumulam uma dívida externa colossal que já não é viável por pelo menos três razões óbvias. A primeira é a comprovada perda de capacidade produtiva, que faz com que os Estados Unidos, sem as finanças, não sejam mais a primeira potência mundial. A segunda razão está relacionada à primeira, pois essa perda de supremacia não permite mais que o Federal Reserve produza dólares para cobrir a dívida americana.

A terceira razão reside na enorme massa de dívida federal incluída no total das despesas com empréstimos: a dívida pública americana, como Jerome Powell declarou candidamente, já não é viável. Além disso, os números são muito explícitos. A dívida externa dos Estados Unidos equivale a 100% do PIB americano, num contexto em que a dívida pública e privada total dos Estados Unidos é superior a 250% do mesmo PIB e em que as receitas totais (federais, estaduais e locais) que Trump gostaria de reduzir ainda mais não chegam a 5000 mil milhões de dólares.

O capitalismo financeiro americano está, portanto, esmagado pela sua dependência do capital e das poupanças estrangeiras de que necessita, não só para evitar a insolvência do Estado federal, mas também para manter uma bolha bolsista que atingiu cerca de 50 000 mil milhões de dólares, graças à qual se mantém a riqueza colossal das camadas mais altas da população, mas também o sistema agora muito extenso de apólices de seguro, fundos de pensões, seguros e produtos financeiros disseminados pelo mundo ocidental como instrumentos «substitutos» da retirada do Estado social.


À luz de tudo isso, Trump usa os direitos aduaneiros não apenas como meio de arrecadação, mas também como arma de pressão sobre as colónias, «obrigadas» a transferir todos os seus recursos para a capital do império, acentuando ainda mais a situação paradoxal em que cerca de 60% das economias mundiais são direccionadas para os Estados Unidos.

O neo-liberalismo construiu um modelo que prevê a submissão «livre» ao capitalismo financeiro, com uma centralidade americana absoluta, e agora que o império vacila, precisamente porque levou a cabo os excessos inevitáveis da subordinação, o próprio neo-liberalismo tem de encontrar justificações para explicar às populações empobrecidas a necessidade de continuar a aceitar a submissão. Nessa acção, o discurso neo-liberal encontra defensores tanto na direita quanto no progressismo de esquerda, prontos a sustentar que não há alternativa. De facto, para os neo-liberais de direita e de esquerda, os ricos e os pobres devem permanecer como estão.

fonte:  Ariana Editrice  via  Euro-Sinergias

 



Fonte: La crise du capitalisme financier est structurelle et ne peut être retardée que par la soumission des colonies à l’Empire – les 7 du quebec

Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice




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