terça-feira, 17 de setembro de 2024

A Guerra Nacionalista e Colonial Assimétrica Israelo-Palestiniana

 


 17 de Setembro de 2024  Robert Bibeau 

As 7 verdades que revelam a realidade do conflito israelo-palestiniano

Por Mustapha STAMBOULI


Este artigo explora a complexidade do conflito israelo-palestiniano através de sete pontos, cada um revelando verdades fundamentais. Discute a dependência estratégica de Israel em relação aos Estados Unidos, bem como as violações das normas internacionais e as suas consequências humanitárias. O imperialismo americano é apresentado, destacando Israel como um peão num jogo geopolítico mais vasto. A falta de apoio dos países árabes à causa palestiniana e a ineficácia do sistema de governação mundial são também analisadas, assim como a hipocrisia das potências ocidentais. Por último, é analisado o silêncio da China sobre esta questão, apelando a uma acção colectiva para garantir um futuro de paz e justiça para o povo palestiniano.

 (Veja a posição da resistência libanesa sobre este assuntohttps://les7duquebec.net/archives/294042


O ataque preventivo da Resistência Palestiniana em Gaza marcou um ponto de viragem significativo no panorama geopolítico do Médio Oriente, mergulhando a região num ciclo sem precedentes de violência e destruição. Esta guerra, para além do seu carácter militar, trouxe à luz verdades profundas e perturbadoras sobre as dinâmicas de poder regionais e internacionais, a dependência estratégica de Israel em relação aos Estados Unidos e o impacto desastroso na população civil de Gaza. A interacção entre actores regionais, a mobilização das forças da Resistência Libanesa e o envolvimento de outras potências, como o Iémen, sublinham a complexidade desta crise. No momento em que o mundo assiste a uma crise humanitária de proporções alarmantes, torna-se crucial questionar as responsabilidades dos actores envolvidos e as reformas urgentes necessárias para restaurar uma paz justa e duradoura.

11 meses após o lançamento do ataque surpresa da Resistência Palestiniana em Gaza, que levou à captura de centenas de soldados israelitas, teve lugar uma ofensiva que mergulhou a população civil no horror e destruiu mais de metade de Gaza. Desde o início, a Resistência Libanesa esteve comprometida ao lado da Resistência Palestiniana, lançando uma guerra de desgaste contra Israel e mobilizando uma parte significativa do exército israelita no norte da Palestina ocupada. O Iêmen também desempenhou um papel crucial no bloqueio de qualquer aproximação marítima à entidade sionista com uma frota naval eficaz.

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EX-PRIMEIRO-MINISTRO FRANCÊS Dominique de Villepin expõe posição do governo francês no conflito nacional-anticolonial palestino: https://www.mondialisation.ca/gaza-lancien-premier-ministre-francais-m-de-villepin-denonce-le-plus-grand-scandale-historique/5692330?doing_wp_cron=1726339400.0085721015930175781250

Esta guerra revelou verdades importantes que moldarão o futuro do Médio Oriente e não só:

1. Israel demonstrou claramente as suas limitações ao depender fortemente da intervenção dos Estados Unidos e de alguns membros da NATO para assegurar a sua defesa, através do fornecimento de tropas, equipamento ofensivo e munições. Sem este apoio externo fundamental, dificilmente esta entidade teria conseguido resistir mais de um mês perante a determinação da resistência palestiniana e libanesa. Esta dependência põe em causa a sua capacidade de travar conflitos na região de forma autónoma e levanta dúvidas sobre a sua viabilidade a longo prazo. De facto, ao depender excessivamente destas alianças para a sua sobrevivência, a entidade sionista corre o risco de se tornar cada vez mais vulnerável e de perder o seu papel de guardiã dos interesses dos EUA e a sua legitimidade aos olhos da comunidade internacional.

2. A recente escalada do conflito em Gaza expôs claramente ao mundo o carácter agressivo e ilegal da entidade sionista, pondo em evidência a sua flagrante violação das normas internacionais. Os bombardeamentos indiscriminados e a utilização de bombas proibidas causaram dezenas de milhares de vítimas civis, a destruição total de infra-estruturas vitais (água, electricidade, estradas, hospitais, escolas e universidades, locais de culto, etc.), a devastação de terras agrícolas e o massacre de gado. Para além disso, Gaza enfrenta um bloqueio que dificulta o fornecimento de bens essenciais à sua população, já de si em dificuldades. Este conflito armado não é apenas um confronto militar, tornou-se uma guerra de angústia humanitária, na qual a população de Gaza está a ser deliberadamente visada, com o objectivo de a privar de recursos vitais e de a condenar a uma morte lenta por inanição. Estes actos desumanos têm de ser denunciados e os responsáveis têm de responder pelos seus actos. É imperativo que a comunidade internacional actue urgentemente para pôr termo a esta tragédia humanitária e para assegurar a protecção dos civis inocentes apanhados neste conflito devastador. É tempo de a paz e a justiça prevalecerem nesta região conturbada e de os direitos fundamentais de todos os seres humanos serem respeitados.

3. Esta guerra revelou o verdadeiro papel dos Estados Unidos. Tornou-se claro que a entidade sionista é apenas um peão no jogo do imperialismo americano, que continua a actuar como o principal inimigo dos palestinianos. Esta constatação deve agora ser tida em conta na elaboração da futura estratégia do Eixo da Resistência. É imperativo que os actores envolvidos compreendam plenamente esta realidade, a fim de avançarem de forma eficaz e coerente na luta pela liberdade e pela justiça para o povo palestiniano.

4. Fora do eixo xiita, os países árabes têm-se mostrado mais solidários com Israel do que com a própria entidade, prestando serviços e fornecimentos para contornar o bloqueio imposto pelo Iémen, a fim de apoiar a entidade sionista. Esta constatação leva-nos a tirar conclusões sobre a obediência destes países às directivas dos EUA, tornando-os potenciais alvos no futuro.

5. No rescaldo da Segunda Guerra Mundial, o sistema de governação mundial estabelecido revelou-se inadequado e ineficaz para lidar com a crise na região de Gaza. O Conselho de Segurança ficou paralisado devido ao abuso do veto por parte dos Estados Unidos, deixando o mundo sem qualquer recurso efectivo para resolver o conflito. Até mesmo as decisões da justiça internacional foram bloqueadas, ameaçadas pela influência dos Estados Unidos e pela recusa da entidade sionista em implementá-las.

Esta situação suscitou sérias preocupações quanto à capacidade das nações do mundo para chegarem a uma resolução pacífica e justa da situação em Gaza. Interesses geopolíticos e lealdades políticas conflituantes têm dificultado os esforços para fazer cumprir as decisões dos organismos internacionais, criando um clima de impunidade para os envolvidos.

Tornou-se evidente a necessidade de reformas para garantir uma governação mundial mais equitativa e eficaz, em que os interesses de todas as partes interessadas sejam tidos em conta de forma justa. É imperativo promover um diálogo aberto e construtivo entre todas as partes interessadas, a fim de encontrar soluções duradouras e pacíficas para os conflitos mundiais.

6. A guerra de extermínio dos palestinianos levada a cabo pela entidade sionista não só pôs a nu a hipocrisia do Ocidente, que se orgulha de promover a democracia, os direitos humanos e a paz mundial, como também pôs em evidência o seu apoio incondicional a esta barbárie. Esta situação levanta questões fundamentais sobre a coerência entre os valores proclamados e as acções concretas. Ao recusarem-se a condenar estas atrocidades, as potências ocidentais são cúmplices de crimes contra a humanidade, pondo em causa a sua própria credibilidade na cena internacional. É imperativo que a comunidade internacional actue de forma decisiva para pôr termo a esta violência e reafirmar o seu empenhamento nos princípios fundamentais da justiça e do respeito pelos direitos humanos.

7. O papel de espectador da China neste conflito contra a existência dos palestinianos é profundamente decepcionante. É inegável que a China possui os recursos e a capacidade para parar esta máquina de destruição e impedir a aniquilação do povo palestiniano. O silêncio da China sobre esta questão põe em causa a sua posição enquanto actor mundial responsável e empenhado na justiça e nos direitos humanos. Esta falta de acção levanta dúvidas sobre a fiabilidade e a credibilidade da China como parceiro nos assuntos internacionais e na preservação da paz mundial. É fundamental que a China reconsidere a sua atitude passiva e tome medidas concretas para promover a paz e a justiça na região.

Em conclusão, a actual situação no Médio Oriente, exacerbada pela aniquilação de Gaza e da sua população pelo eixo sionista do mal, põe em evidência questões complexas e interligadas que transcendem as fronteiras nacionais e envolvem uma multiplicidade de intervenientes. Tornou-se claro que as dimensões histórica, geopolítica, humanitária e ética do conflito criam uma imagem perturbadora mas reveladora dos desafios persistentes que a região enfrenta.

No seu conjunto, estes desafios sublinham a necessidade de uma consciência colectiva e de uma acção coordenada por parte da comunidade internacional. O silêncio prolongado perante as violações dos direitos humanos e as crises humanitárias não só está moralmente falido, como também constitui um obstáculo a uma paz duradoura. O empenhamento das potências ocidentais, muitas vezes ambíguo, exige uma reavaliação dos valores que proclamam, nomeadamente em termos de justiça e de equidade.

No início de um novo capítulo da história da resistência palestiniana e das relações no Médio Oriente, resta a esperança de um futuro em que a dignidade humana e a justiça prevaleçam. Para que isso aconteça, é essencial que os poderosos do mundo se unam para promover a paz, evitar uma escalada do conflito e apoiar reformas abrangentes que tenham em conta as legítimas aspirações de todas as partes envolvidas, em particular as do povo palestiniano. Este caminho para uma co-existência pacífica que respeite os direitos de todos exige não só uma acção imediata, mas também um compromisso a longo prazo para um futuro melhor para toda a região.

Para encerrar este texto, ofereço este poema, que traz um toque de esperança e resiliência:

Na sombra de Gaza,

Os gritos de uma história silenciosa,

Esperanças feridas,

Sob céus atormentados,

A dignidade vacila,

Os muros erguem-se,

Mas a humanidade anseia.

 

Perante a injustiça,

O silêncio pesa,

Uma falência moral,

Vozes abafadas,

Ecos de um apelo à unidade,

Para uma paz há muito esperada,

E a justiça restaurada.

 

No coração desta luta,

Os sonhos tomam forma,

Um futuro a construir,

Unidos na resistência,

As pessoas estão à procura,

Um caminho de luz,

Para quebrar as correntes,

E restaurar a esperança.

 

Escutai, ó poderosos,

O grito da Terra,

Das paixões legítimas,

Unam as nossas forças,

Para curar as feridas,

Evitar a escalada,

Cultivar um futuro,

Onde os direitos são protegidos,

Onde cada vida conta.

 

Numa busca pela paz,

A sua resistência ergue-se,

Uma canção pela dignidade,

Para cada ser humano,

A esperança persiste,

Determinados,

Por um mundo de justiça,

E convivência sustentável.

 

Texto protegido

 

Mustapha STAMBOULI

 

»» https://mustapha-stambouli.blogspot...

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https://www.legrandsoir.info/les-7-verites-qui-devoilent-la-realite-du-conflit-israelo-palestinien.html

 

Fonte: La guerre nationaliste et coloniale asymétrique israélo-palestinienne – les 7 du quebec

Este artigo foi traduzido para Língua Portuguesa por Luis Júdice




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