quarta-feira, 12 de julho de 2017

António Costa:

O legado de um patife!


Ora bem, o legado de um patife só pode ser...uma patifaria!


E é disso mesmo que se trata quando verificamos o que se passa na Vila Dias. Há mais de 5 anos que os moradores desta antiga vila operária, um bairro popular em pleno coração de Lisboa, ali na zona de Xabregas/Beato iniciaram uma luta contra as senhorias – que haviam tomado posse da vila por um muito nebuloso processo de usucapião - e o seu procurador, que instalaram um clima de terror e perseguição que tinha como único objectivo a expulsão dos moradores pobres daquela vila para alimentar a ganância e a especulação imobiliária.

Tão gritantes e evidentes eram as condições degradantes e humilhantes a que senhorias e seu procurador sujeitaram os moradores da Vila Dias, que estes impuseram, pela sua luta, que o executivo camarário, quando à sua frente estava o actual primeiro-ministro António Costa, estabelecesse um compromisso que deveria passar pela posse administrativa, por parte da Câmara Municipal de Lisboa, daquele bairro, afirmando o Costa que se poderia ponderar, mesmo, a expropriação!

Para que não se julgue que estamos a manipular a opinião pública, inserimos aqui o video e identificamos os momentos em que António Costa fez, a propósito da Vila Dias– em tempo de despedida da Câmara Municipal de Lisboa –, uma intervenção no Teatro Ibérico, em Lisboa, no dia 1 de Outubro de 2014!

Identifico, igualmente, os momentos em que se produziram as intervenções de José Carlos Dias – em representação da Associação de Moradores da Vila Dias -, a vereadora Paula Marques e o vereador Carlos Mourão.

Como poderão inferir deste registo, António Costa reafirma o compromisso que a CML havia firmado com os moradores daquele bairro popular. É este o legado de que se afirma tão orgulhoso. Um legado de patifarias! Para aliviar a pressão de quem se lhe opõe promete este mundo e o outro, sabendo que nunca cumprirá os ditos compromissos. Registe-se, então, a sequência de intervenções:

·          Minuto 28:16 - Intervenção do José Carlos Dias
·          Minuto 30:04: questão colocada pelo António Costa ao José Dias
·          Minuto 37:45 Intervenção da Paula Marques
·          Minuto 39:35 Intervenção do António Costa
·          Minuto 41:45 Interpelação do vereador Carlos Mourão

                    https://www.youtube.com/watch?v=6EuymAJ7doA


Esta é a prática dos patifes! É nesta gente que a esquerda parlamentar – as muletas do PCP, BE, Os Verdes, etc. – quer que o povo acredite. É em gente desta natureza, que está sempre disposta a vender os interesses do povo por 30 dinheiros, que as ditas muletas querem que o povo confie!

Claro que esta manobra de Costa e seus apaniguados, não tendo servido os moradores da Vila Dias, serviu os especuladores que há muito salivam com a hipótese de correr com os mesmos daquele bairro popular. Valendo-se de uma manobra aparentemente legal, os procuradores patrocinam uma acção por incumprimento de contrato de promessa de compra e venda que, alegadamente, as rés e antigas senhorias teriam praticado.

Uma encenação que serviu para que o actual executivo camarário viesse lamentar-se junto dos moradores da Vila Dias de que estaria manietada nas opções! Mentira! A CML pode sempre optar por uma de 3 saídas, a saber:

1.             Invocar o Direito de Preferência, já que as partes – senhorias e novos proprietários não colocaram à consideração da CML a possibilidade de esta estar interessada no negócio;
2.             Estando a Vila Dias classificada como ARUS (Área de Reabilitação Urbana Sistemática), pode a CML proceder de imediato à posse administrativa – no todo ou na parte -  para assegurar que as obras de requalificação e a segurança dos moradores seja uma realidade.
3.             Uma acção de expropriação também poderá ser accionada, invocando razões estratégicas ponderáveis, assentes na primazia da satisfação do interesse publico sobre os interesses privados.

Os moradores da Vila Dias não devem mais deixar-se iludir pelos cantos da sereia de António Costa e seus seguidores. Devem reforçar a sua unidade e organização e aproveitar o calendário eleitoral autárquico que se avizinha para, em todos os eventos que o PS venha a agendar – sobretudo no Concelho de Lisboa – denunciar os patifes e as suas patifarias.

Para além de um serviço à sua causa – uma habitação digna, segura e com uma renda conforme aos seus rendimentos – estarão a prestar um grande serviço ao povo, à classe operária e a todos os trabalhadores, ao descobrir a careca daqueles que fazem da mentira e da manipulação uma constante da sua acção política.