O déficite, a dívida e o documento do
consenso!
O Documento de
Estratégia Orçamental, hoje discutido e aprovado no Conselho de Ministros
deste governo de traição nacional, é o instrumento que, em tempo de memorando e
programa de estabilização a que
Portugal foi sujeito por PS, PSD e CDS, quando assinaram com a tróica
germano-imperialista a sujeição do país à condição de colónia dos grandes
grupos financeiros e bancários, sobretudo alemães, substitui os famigerados
PEC’s.
Basicamente, o que sucede é que a tríade assassina e rapace
entrega nas mãos da vítima o fabrico da corda com a qual se enforcará, mas o
carrasco faculta-lhe o manual de instruções e os técnicos que supervisionarão o
enforcamento.
Tal como sempre o dissemos, esta dívida é impagável porque,
destruído o tecido produtivo, sujeitos a ter de importar mais de 80% do que
necessitamos para alimentar o povo e gerar economia, com uma recessão sem
precedentes e uma taxa de desemprego e níveis de pobreza que nos remetem para
os tempos mais negros da nossa história, a ter de pagar juros faraónicos e agiotas,
a dívida, tal como se tem visto, aumenta exponencialmente.
E isto porque a dívida não é mais do que um instrumento de
chantagem sobre os povos e nações e destina-se, apenas e tão só, a trazer os países bafejados
com a sorte de serem sujeitos a programas de estabilização orçamental amarrados a uma dívida que, claro está, os
credores desejam que cresça, pois é nesse crescimento que assenta a virtualidade
do negócio e aumenta a capacidade de influenciar e impor políticas de empobrecimento
a quem vive do seu trabalho, ao mesmo tempo que promove o sequestro dos activos
e empresas estratégicas a preços de saldo para exponenciar a sacrossanta
acumulação capitalista.
Ora se isto é cada vez mais claro para nós e para o
trabalhadores e os elementos do povo conscientes, para os iluminados da direcção do PS, com Seguro no leme, deveria ser ainda
mais. Mas, pelos vistos, preferem comportar-se como aquela virgem ingénua e
tola, que não percebeu ainda que lhe estão a cantar a canção do bandido para
lhe roubar a virgindade. Claro que já
ninguém acredita que o PS é ingénuo nem a sua política virgem e imaculada de
corrupção e compadrio.
O oportunismo sem limites desta gente é um dado adquirido
pelo movimento popular, democrático e patriótico. A suposta deriva programática, que leva o PS, num
dia, a exigir a demissão do governo, e noutro dia, a silenciar por completo
essa reclamação, é bem indicativa de
que se quer prestar ao papel do senhor
que se segue como serventuário de serviço e ao serviço da tróica
germano-imperialista.
E, para tal, deseja utilizar o povo e quem trabalha como
tropa de choque do seu tacticismo oportunista que mais não visa do que
demonstrar aos patrões que pode mudar de serventia com a vantagem de passar a
ter serventes que, por invocarem o seu desbotado e rosa socialismo, crêem
poder, com maior eficácia do que os actuais traidores Coelho e Portas,
desmantelar o movimento popular que exige o derrube deste governo e a demissão
do indigente de Belém para constituir um governo democrático patriótico que
leve, no mínimo, à suspensão do pagamento da dívida e à preparação do país para
a saída do euro.
Convém relembrar que PS, PSD e CDS estiveram, quer na génese
da destruição do tecido produtivo português, quer na implementação das PPP’s –
a maior fonte de corrupção geradora da maior fatia da dívida e do déficite - ,
assim como na traição aos interesses do povo e da independência nacional, que
constituiu a assinatura do memorando com a tróica germano-imperialista.
Debater, como vai acontecer hoje no parlamento, o DEO do
agravar das condições miseráveis de vida a que o povo está a ser sujeito vais
ser mais um daqueles exercícios a que PS, PSD e CDS nos vêm habituando para
iludir o essencial, que é que, no fundamental, estão unidos no que respeita ao
descabelado ataque aos interesses do povo e de quem trabalha e à liquidação da
soberania nacional.
Se os trabalhadores e o povo não se dispuserem a mobilizar,
a organizar-se e a empenhar-se no derrube deste governo e na constituição de um
governo democrático patriótico, terão de acrescentar uma factura de muito mais
do que os 6 mil milhões de euros que agora são anunciados no DEO, com o agravar
do corolário de mais desemprego, mais fome, menos saúde e educação, à sua
condição de pagantes à força de uma dívida que não contraíram, nem dela
retiraram qualquer benefício.