Isto já não é tango…é tanga!
O comportamento da pequena burguesia ao longo da história
tem-se pautado pela cobardia, pela hesitação e, não poucas vezes, por servir de
tropa de choque aos regimes capitalistas mais repressivos e trauliteiros.
Tal comportamento deve-se ao facto de a aterrorizar a
perspectiva de proletarização a que o sistema capitalista e as suas crises
endémicas permanentemente a votam. Empenhada em sentar-se à mesa do orçamento
burguês e abocanhar uma fatia, pequena que seja – ou até algumas migalhas –, do
bolo da exploração capitalista a que julga ter direito pelo bom comportamento que revela, rende-se
muito facilmente à pressão que o grande capital sobre ela exerce.
Vem esta introdução a propósito da recente encenação teatral
com que Coelho e Seguro brindaram os trabalhadores e o povo português.
Confirmado que está que esta dívida é impagável, facto que se tem traduzido,
por um lado, no agravar do déficite e da dívida e, por outro, na imposição de
medidas cada vez mais terroristas e fascistas que visam o empobrecimento do
povo e de quem trabalha, o governo de traição nacional PSD/CDS recorre à
manobra de lançar, uma vez mais, a escada à colaboração com o PS e a camarilha
de Seguro.
E Seguro não se faz rogado! Num remake da sua oposição
violenta…mas construtiva, lá vem o líder do PS, lídimo representante dessa
pequena burguesia cobarde e poltrona, ao mesmo tempo que verbera o governo de
Coelho e Portas por não apresentar nada de novo aquando do seu encontro com o senhor Passos, ao mesmo tempo que
condena o facto de a sua reunião com os
elementos da tróica germano-imperialista ter parido a mesma fórmula
austeritária que finge combater, lá vem ele predispor-se a escrever uma carta
aos representantes do ocupante, aos novos senhores coloniais, cuja sede
imperial está em Berlim, pedindo-lhes para que nada temam, pois esta oposição é de pacotilha e só serve para
enganar os tolos.
Na supracitada carta, endereçada por Seguro à tróica
germano-imperialista, este vem solicitamente reafirmar que o PS não deixará de
cumprir as obrigações internacionais de
Portugal.
Isto é, como a fórmula para o pagamento desta dívida ilegal, ilegítima e odiosa, passa, desde a assinatura original do Memorando que PS, PSD e CDS subscreveram, por obrigar os trabalhadores e o povo português, precisamente aqueles que não foram responsáveis por ela, nem dela retiraram qualquer benefício, a pagá-la, do que se trata agora é de acertos no bloco central para dirimir e resolver pequenas contradições formais.
Isto é, como a fórmula para o pagamento desta dívida ilegal, ilegítima e odiosa, passa, desde a assinatura original do Memorando que PS, PSD e CDS subscreveram, por obrigar os trabalhadores e o povo português, precisamente aqueles que não foram responsáveis por ela, nem dela retiraram qualquer benefício, a pagá-la, do que se trata agora é de acertos no bloco central para dirimir e resolver pequenas contradições formais.
E que contradições são essas? Certamente que não existe
contradição entre PS e PSD/CDS sobre quem deve pagar a dívida – os
trabalhadores e o povo português! Então, que outro tipo de contradições poderá estar em causa? Contradições de tempo e de modo. Enquanto o governo de traição
nacional pretende impor uma agenda que leve a que estes paguem a dívida de
forma rápida, não lhes possibilitando capacidade de reacção, o PS, temeroso de
que a prossecução de tal agenda possa fazer cair
o poder na rua, provocando o caos
revolucionário que alimenta os pesadelos mais profundos e fantasiosos dessa
pequena burguesia, prefere uma agenda de crescimento,
acompanhada de uma renegociação dos prazos de pagamento da dívida e de redução
das taxas de juro.
Ou seja, em vez de se juntar às forças anti-capitalistas e
anti-imperialistas que, conscientes de que, em sistema capitalista, as chamadas
dívidas soberanas constituem, apenas
e tão só, um instrumento de chantagem e subjugação utilizado pelas potências
imperiais sobre os países considerados mais fracos – do ponto de vista
económico e financeiro -, o PS prefere o guarda-chuvas protector da burguesia e
do grande capital, sempre na esperança de que este seu afã conciliador venha a ser premiado pelos grandes grupos financeiros e
bancários.
Será sempre útil relembrar figuras gradas que foram
ministros e secretários de estado em governos liderados pelo PS que, depois de saírem do governo foram convidados para altos cargos em empresas privadas que
eram tuteladas, precisamente, pelos ministérios onde haviam pontificado esses
personagens (todos se lembrarão do caso de Jorge Coelho, o mais emblemático,
que transitou directamente do Ministério das Obras Públicas para a direcção do
Grupo Mota-Engil).
Estas manobras, que merecem já o vivo repúdio de todas as
personalidades, forças e partidos democráticos e patrióticos devem ser desmascaradas,
isoladas e combatidas com grande firmeza. E esse combate passa, cada vez mais,
pela organização, convocatória e mobilização, por parte das centrais sindicais,
dos trabalhadores para todas as greves gerais nacionais que sejam necessárias
para derrubar este governo de traição nacional, condição incontornável para que
um novo governo, democrático patriótico, assuma o poder e, no imediato,
suspenda o pagamento da dívida e dos juros, implementando um programa que leve
à recuperação do nosso tecido produtivo e prepare a saída de Portugal da zona
euro.
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