sábado, 6 de abril de 2013

Conselho de Ministros Extraordinário:


Coelho e Portas agarrados ao poder que nem lapa à rocha!

Apesar de parcial e manifestamente insuficiente para as pretensões do povo e de quem trabalha, o chumbo de quatro normas do OE 2013 por parte do Tribunal Constitucional, o crescendo da luta popular que, todos os dias, clama pelo derrube deste governo de traição nacional, a evidência de uma generalizada ebulição no seio dos partidos da coligação, protagonizada sobretudo pelos sectores autárquicos de ambos os partidos, as declarações do parceiro de traição na assinatura do memorando com a tróica germano-imperialista, o PS de Seguro, que já veio esclarecer que não estaria disposto a uma solução do tipo governo de salvação nacional, mas sim na convocação de eleições antecipadas, levarão o leitor a questionar-se sobre as razões que justificarão o agarrar-se ao poder que nem lapa à rocha que Coelho e Portas estão a evidenciar.

Não será certamente por razões pecuniárias como alguns ingénuos da política pretendem fazer passar. Se não são portanto razões comezinhas como esta, quais serão?! O enquadramento, apesar de parecer complexo, é muito fácil de explicar. O processo de integração de Portugal na União Europeia e, sobretudo, o Tratado de Lisboa que, recorde-se, tanto elogios provoca a Sócrates, que não se faz rogado em fazer passar a ideia de ter sido o pai de parte do seu articulado, levou o país – e outros países da chamada zona euro – a, mercê da traição dos seus governantes, aceitar a perda total de soberania a favor de plataformas supranacionais, não eleitas, como a Comissão Europeia, o BCE, o FEEF e, até, o FMI, tudo organizações que pautam a sua acção por um manifesto apoio e representação dos interesses dos grandes grupos financeiros e bancários, sobretudo alemães.

É por isso que, no final do conselho de ministros extraordinário, os traidores Coelho e Portas encarregaram o seu servil porta-voz Marques Guedes de anunciar à comunicação social que, dessa magna reunião saíra o profundo desacordo do executivo com a interpretação que o Tribunal Constitucional havia expendido quanto às normas do OE 2013 que havia chumbado. O que objectivamente este desacordo manifesta é que este governo considera que só deve vassalagem aos seus patrões da tróica germano-imperialista, aqueles que têm a capacidade, segundo estes traidores, de indicar o que o seu governo deve fazer, no seu protectorado ou colónia, ameaçando, mesmo, com as consequências que a tropa imperial pode fazer recair sobre a rebeldia manifestada pelos seus colonos.

Esta é a única interpretação que se pode extrair da ameaça de sérias dificuldades que esperam o povo e os trabalhadores portugueses quanto a esta irresponsável interpretação da constituição, ainda por cima nas vésperas da reunião de Dublin onde os parceiros europeus, leia-se os credores que tentam exaurir de recursos o nosso país e lançar na fome e na miséria a vasta maioria do povo, vão decidir sobre as melhores formas de gerar ainda mais renda e lucro à custa do negócio da dívida.

Uma ameaça que passa, também, pela insinuação da necessidade de recorrer a um segundo programa de resgate, o que significaria maior endividamento e, consequentemente,  mais tempo de austeridade, um aprofundar da fome e miséria a que o povo tem estado a ser sujeito e o agravar da condição de protectorado a que este governo de serventuários está a sujeitar Portugal.

Claro está que o anúncio da solicitação por parte de Passos Coelho de uma audiência urgente com Cavaco Silva pode ter várias interpretações, mas apenas uma consequência. A de que os serventuários dos grandes grupos financeiros e bancários, da tróica germano-imperialista, estão a preparar uma manobra que lhes permita, a sós ou com os préstimos do seu parceiro de sempre na assinatura de um memorando que tem vindo a empobrecer o país, o PS de Seguro, arranjar uma solução que mudando alguma coisa, no entanto, mantenha o essencial na mesma!

Cabe aos trabalhadores portugueses, ao povo, a todos as forças democráticas e patrióticas, dizer a esta gente duas coisas: que este orçamento é para ir para o lixo e que este governo de traição e todos os que com ele compactuam é para irem para o olho da rua!

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