A raposa pode ser
matreira, mas deixou a cauda de fora a denunciar as suas intenções!
“Tão bom é o
consenso como a alternativa” diz o serôdio Seguro no seu discurso de abertura
do congresso do PS que este fim de semana se realiza em Santa Maria da Feira,
depois de ter desancado o indigente
Cavaco por ter, na sua intervenção na Assembleia da República para assinalar os
39 anos do golpe militar de 25 de Abril, de uma vez por todas, sem quaisquer
peias, tirado a máscara do presidente de todos
os portugueses e, de forma clara e meridiana, ter anunciado que este
governo de traição nacional, encabeçado por Coelho e Portas, é, de facto, como
sempre o foi… o seu governo!
Se é certo
que se exige uma alternativa à política terrorista e fascista prosseguida pelo
governo e apadrinhado pelo presidente da república, não menos certo é que essa
alternativa só poderá sair do seio das forças que, nas sociedade portuguesa, se
opõem ao pagamento de uma dívida ilegítima, ilegal e odiosa, uma dívida e um
déficite que, apesar das milagrosas
receitas impostas pela tróica germano-imperialista, tão servilmente aplicadas
por Coelho, Portas e Gaspar, não cessam de aumentar e agravar-se. Uma
alternativa que passe por preparar o país para a saída do euro.
Ora, um
partido como o PS, um dirigente como Seguro, não se podem arrogar ser essa
alternativa. Tanto mais quanto estão atascados até aos gorgomilhos com um
compromisso, um memorando que, conjuntamente com PSD e CDS, assinaram com a
tróica. Tanto mais quando perfilham com aqueles que agora fingem atacar a tese
de que o povo esteve a viver acima das
suas possibilidades, devendo, portanto, ser chamado a pagar uma dívida que
não contraiu, nem dela beneficiou.
Então, o que
diferencia PS de PSD e CDS, com o patrocínio de Cavaco? Enquanto estes últimos,
pela voz do residente - de saída - de Belém, afirmam que face à dívida e ao
déficite, face aos compromissos
assumidos com a tróica serão necessários 3 passos: a austeridade, a consolidação das contas e, por fim, as
políticas de crescimento e emprego, PS e Seguro, afirmam que o povo
disse BASTA à austeridade e é tempo, JÁ, para implementar um programa que leve
ao crescimento e ao emprego.
A raposa
pode ser matreira, mas esta deixou a cauda de fora a denunciar as suas
intenções. E quais foram elas? Estão bem expressas na declaração de intenções
endereçada pelo PS e Seguro em carta que fez chegar aos senhores da tróica,
assegurando-lhes que o seu partido respeitaria escrupulosamente os compromissos internacionais de Portugal.
Compromissos que ditam que o povo tem de pagar – custe o que custar – o negócio da dívida e, mais do que isso,
sujeitar-se ao empobrecimento que assegurará às potências económicas da Europa,
com a Alemanha à cabeça, uma reserva de mão de obra intensiva, pouco qualificada
e baratinha, isto é, uma espécie de Malásia europeia a contento dos grandes
grupos financeiros e bancários e da acumulação capitalista.
Compromissos que têm passado, quer no governo de
Sócrates, quer no dos traidores Coelho e Portas, pela venda do país a retalho,
tornando-o numa sub-colónia ou protectorado, ao mesmo tempo que, com frequência
inaudita, suspendem a democracia, suspendem a Constituição, manipulam a comunicação social de forma a abafar
toda e qualquer voz que denuncie esta política de traição que PS, PSD e CDS,
com o beneplácito de Cavaco, têm levado a cabo nas últimas quase quatro
décadas.
O que Seguro
e o PS tentam agora fazer, uma vez mais, é colocar os seus préstimos de
bombeiros ao serviço do capital para apagar o fogo da revolta popular cujo
objectivo é, no imediato, o derrube deste governo e do seu presidente da
república. A cenoura que agita, julgando que assim se diferencia de PSD e CDS,
é a do crescimento e do emprego. Mas, quanto à dívida, essa, é
pagá-la! E, claro está, a factura será sempre apresentada, apenas e tão só, a
quem vive do rendimento do seu trabalho.
E não pode
deixar de ser esse o propósito que se esconde por detrás da proposta
apresentada por Seguro de um Pacto para o
emprego, iniciativa que já se vê em que é que se traduzirá: renunciem a
aumentos salariais e a greves e terão em troca mais uns quantos postos de
trabalho.
A fórmula da
renegociação da dívida, do reescalonamento dos prazos e maturidades da dívida, é uma fórmula esgotada. Basta observar o que
se espera da recente decisão do ECOFIN, reunido há poucas semanas em Dublin, na
Irlanda, que determinou um adiamento do prazo de pagamento de 13 para 20 anos!
Resultado…mais sete mil milhões de endividamento, sempre e sempre, a serem
pagos pelos suspeitos do costume – os
trabalhadores e o povo português!
Seguro e o
PS não fazem parte da solução, do ponto de vista de quem trabalha. Eles são,
como sempre o foram, desde os tempos em que amarraram Portugal e o povo
português a acordos com a CEE – mais tarde União Europeia – que levaram à
destruição massiva do nosso tecido produtivo, a uma dependência que implica que
tenhamos de importar, hoje, mais de 80% daquilo que necessitamos para
sobreviver e gerar economia, o que provoca um ciclo de endividamento crescente
e impagável, eles são, como dizíamos, parte do problema conjuntamente com os
seus cúmplices de sempre… PSD e CDS!
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