sábado, 20 de abril de 2013

Estaleiros Navais de Viana do Castelo:


O anúncio de uma prenda envenenada!

Quando, após uma maratona ministerial para cozinhar mais medidas terroristas e fascistas contra os trabalhadores e o povo português, o ministro da defesa do governo de traição nacional, Aguiar Branco, anunciou com pompa e circunstância que dessa reunião tinha saído, entra outras, a decisão de anular o processo de privatização dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, a nossa primeira reacção foi a mesma que o comum dos elementos do povo tem quando a esmola é muita…desconfiar!
Nem vinte e quatro horas foram volvidas para nos apercebermos que tal anúncio era como o gato escondido com o rabo de fora. Afinal, o processo que visava reprivatizar os ENVC tinha sido anulado, não porque os partidos serventuários que o compõem, PSD e CDS, após terem colaborado nas últimas décadas na destruição do tecido produtivo português, tivessem agora, num assomo patriótico, tomado consciência do facto de que aqueles estaleiros são um activo estratégico para um país que se quer independente, mas porque decorre uma “averiguação que foi feita pela Direcção-Geral da Concorrência da União Europeia”, averiguação que terá concluído que a empresa terá beneficiado de ajudas estatais ilegais.
A chantagem, agora, assenta na ameaça de que, se não se vender o navio Atlântida e não se operar a “subconcessão dos terrenos que actualmente são ocupados pelos estaleiros” – o que, na prática, corresponde ao desmantelamento deste activo – não será possível devolver o dinheiro ilegalmente recebido à Comissão Europeia que o atribuiu indevidamente e, portanto, os estaleiros encerram e os operários e trabalhadores serão lançados, sem apelo nem agravo, para o desemprego, pois não poderão aceder a qualquer tipo de financiamento sem ser no quadro, precisamente, dessa organização ao serviço dos interesses imperialistas germânicos, a Comissão Europeia.
O que o governo pretende com esta manobra é levar a cabo a sua agenda de privatização dos ENVC, mas sob a forma insidiosa da subconcessão, cenário bem pior do que a privatização, pois o vínculo dos operários e dos trabalhadores aos novos concessionários seriam ainda mais precários do que os actuais.
Os operários e restantes trabalhadores dos ENVC devem unir-se aos elementos do povo de todo o distrito de Viana do Castelo, que será negativamente afectado, também, com o eventual encerramento e desmantelamento da empresa e, de forma firme e decidida fazerem frente a mais este ataque insidioso de que estão a ser alvo.
Reforçando a sua organização, a Comissão de Trabalhadores, e exigindo maior empenho por parte das direcções sindicais a que os trabalhadores estão associados, devem implementar todas as formas de luta – incluindo a greve – para fazer valer os seus interesses de classe e defender, simultâneamente, o interesse democrático e patriótico de preservar este activo de importância estratégica vital.

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