Dinheiro de sangue!
O dia de ontem amanheceu solarengo e brilhante para as praças
financeiras europeias que aguardavam os resultados mais do que esperados da
cimeira que decorre em Dublin, na Irlanda, e na qual a anunciada decisão de
alargar as maturidades do pagamento
das dívidas soberanas – sobretudo de
Portugal e da Irlanda que afirmaram desde logo estarem unidos quanto a esse
propósito – foi, finalmente, tomada.
De um programa de resgate
que previa o pagamento dos empréstimos a
13 anos, o ECOFIN (uma superestrutura onde estão representados os ministros das
finanças dos governos dos países que integram o euro) deliberou o alívio do pagamento da dívida,
contemplando prazos mais dilatados para que os governos vende pátrias fizessem
os respectivos povos pagar dívidas que não contraíram e das quais, seguramente,
não retiraram qualquer benefício.
Foi, por isso, um dia cinzento para os trabalhadores e o
povos dos países bafejados pela sorte
de verem a sua dívida reestruturada! Em vez dos 63 mil milhões
de euros que os trabalhadores e o povo português seriam obrigados a pagar nos
próximos 13 anos, passam a ter de pagar 70 mil milhões nos próximos…20 anos!
Oportunidade para os arautos da renegociação e da reestruturação
da dívida virem explicar porque é que isto foi um bom negócio para os povos!
Será difícil, é certo, porque os trabalhadores e os povos dos países sujeitos
ao resgate da tróica
germano-imperialista já perceberam que neste negócio os únicos beneficiados são
os grandes grupos financeiros e bancários, sobretudo os alemães.
É que, à custa dos
fabulosos lucros que arrecadam, verão os seus cofres abarrotar com o dinheiro
de sangue sugado a quem trabalha, através de mecanismos tão
maquiavélicos como o roubo dos salários e do trabalho, o embaretecimento dos
despedimentos, a dificultação do acesso à educação, à saúde e às prestações sociais e o esbulho, a preços
de saldo, dos activos e empresas públicas vitais à prossecução de uma economia independente.
Num quadro de recessão como o que se vive, de uma cada vez
maior dependência de Portugal do exterior – importamos mais de 80% daquilo que
necessitamos para a nossa subsistência e para gerar economia – o que gera ainda
maior e permanente endividamento, claro está que esta dívida proporciona aos credores a oportunidade de agrilhoar o povo
português a uma condição de protectorado ou colónia, sendo condição para
prolongar esta situação que a mesma seja … IMPAGÁVEL!
Sempre o dissemos e é cada vez mais claro para um cada vez
maior número de elementos do povo: Renegociar
e reestruturar a dívida é, para além
de uma traição aos interesses do povo e de quem trabalha, visto que não foram
os responsáveis pela dívida, uma falácia destinada a manipular o facto de esse
ser um mecanismo que interessa aos credores.
Basta verificar a resistência que qualquer banco faz à
possibilidade de um adquirente de crédito à habitação pretender antecipar o
pagamento da sua dívida. O banco, claro está, vê o seu negócio – que se baseia
nos juros que saca – comprometido e tudo fará para impedir que tal aconteça,
sendo normal cobrar taxas adicionais
que compensem as consequências para o
seu negócio dessa rebeldia por parte
do devedor.
Para quem, como nós e um cada vez maior número de elementos
conscientes entre os trabalhadores e o povo, compreende que as dívidas soberanas são mecanismos de
subjugação e domínio de potências imperiais sobre países mais fragilizados do
ponto de vista económico mercê, como foi o caso de Portugal, de uma estratégia
vende pátrias e traidora dos interesses do povo, de destruição sistemática do
seu tecido produtivo para favorecer potências económicas como a Alemanha e a
França, entre outras, só existe um caminho quanto à posição em relação à
dívida: NÃO PAGAMOS!
Mas, tal desiderato só será possível de alcançar com o
derrube deste governo vende-pátrias liderado pela dupla Coelho/Portas e a
constituição de um governo democrático patriótico que suspenda de imediato o
pagamento deste dívida ilegal, ilegítima e odiosa e prepare o país para a saída
do euro.
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