sábado, 13 de abril de 2013

O Negócio da Renegociação da Dívida consagrado em Dublin


Dinheiro de sangue!


O dia de ontem amanheceu solarengo e brilhante para as praças financeiras europeias que aguardavam os resultados mais do que esperados da cimeira que decorre em Dublin, na Irlanda, e na qual a anunciada decisão de alargar as maturidades do pagamento das dívidas soberanas – sobretudo de Portugal e da Irlanda que afirmaram desde logo estarem unidos quanto a esse propósito – foi, finalmente, tomada.

De um programa de resgate que previa o pagamento dos empréstimos a 13 anos, o ECOFIN (uma superestrutura onde estão representados os ministros das finanças dos governos dos países que integram o euro) deliberou o alívio do pagamento da dívida, contemplando prazos mais dilatados para que os governos vende pátrias fizessem os respectivos povos pagar dívidas que não contraíram e das quais, seguramente, não retiraram qualquer benefício.

Foi, por isso, um dia cinzento para os trabalhadores e o povos dos países bafejados pela sorte de verem a sua dívida reestruturada! Em vez dos 63 mil milhões de euros que os trabalhadores e o povo português seriam obrigados a pagar nos próximos 13 anos, passam a ter de pagar 70 mil milhões nos próximos…20 anos!

Oportunidade para os arautos da renegociação e da reestruturação da dívida virem explicar porque é que isto foi um bom negócio para os povos! Será difícil, é certo, porque os trabalhadores e os povos dos países sujeitos ao resgate da tróica germano-imperialista já perceberam que neste negócio os únicos beneficiados são os grandes grupos financeiros e bancários, sobretudo os alemães.

É  que, à custa dos fabulosos lucros que arrecadam, verão os seus cofres abarrotar com o dinheiro de sangue sugado a quem trabalha, através de mecanismos tão maquiavélicos como o roubo dos salários e do trabalho, o embaretecimento dos despedimentos, a dificultação do acesso à educação, à saúde e às prestações sociais e o esbulho, a preços de saldo, dos activos e empresas públicas vitais à prossecução de uma economia independente.

Num quadro de recessão como o que se vive, de uma cada vez maior dependência de Portugal do exterior – importamos mais de 80% daquilo que necessitamos para a nossa subsistência e para gerar economia – o que gera ainda maior e permanente endividamento, claro está que esta dívida proporciona aos credores a oportunidade de agrilhoar o povo português a uma condição de protectorado ou colónia, sendo condição para prolongar esta situação que a mesma seja … IMPAGÁVEL!

Sempre o dissemos e é cada vez mais claro para um cada vez maior número de elementos do povo: Renegociar e reestruturar a dívida é, para além de uma traição aos interesses do povo e de quem trabalha, visto que não foram os responsáveis pela dívida, uma falácia destinada a manipular o facto de esse ser um mecanismo que interessa aos credores.

Basta verificar a resistência que qualquer banco faz à possibilidade de um adquirente de crédito à habitação pretender antecipar o pagamento da sua dívida. O banco, claro está, vê o seu negócio – que se baseia nos juros que saca – comprometido e tudo fará para impedir que tal aconteça, sendo normal cobrar taxas adicionais que compensem as consequências para o seu negócio dessa rebeldia por parte do devedor.

Para quem, como nós e um cada vez maior número de elementos conscientes entre os trabalhadores e o povo, compreende que as dívidas soberanas são mecanismos de subjugação e domínio de potências imperiais sobre países mais fragilizados do ponto de vista económico mercê, como foi o caso de Portugal, de uma estratégia vende pátrias e traidora dos interesses do povo, de destruição sistemática do seu tecido produtivo para favorecer potências económicas como a Alemanha e a França, entre outras, só existe um caminho quanto à posição em relação à dívida: NÃO PAGAMOS!

Mas, tal desiderato só será possível de alcançar com o derrube deste governo vende-pátrias liderado pela dupla Coelho/Portas e a constituição de um governo democrático patriótico que suspenda de imediato o pagamento deste dívida ilegal, ilegítima e odiosa e prepare o país para a saída do euro.

Sem comentários:

Enviar um comentário