domingo, 25 de outubro de 2015

Acordo Ortográfico – Um grave crime de lesa língua!

ENTREVISTA-DENÚNCIA com o Lexicógrafo-Chefe da Academia Brasileira de Letras (ABL) na época da reforma ortográfica da língua portuguesa: Sergio De Carvalho Pachá.

O excerto desta entrevista, abaixo reproduzido, é bem significativo dos objectivos e consequências da imposição deste acordo:

O chamado ACORDO ORTOGRÁFICO foi, na prática, a mudança de um idioma por decreto, decreto político e não consenso entre os especialistas. Algo inédito na história das civilizações. Noutras palavras, um atentado contra o povo, pois o que distingues qualquer nação é, antes de tudo, o idioma comum dos seus falantes.

Instrumento básico da comunicação histórica, cultural, literária, de pensamento, etc. Portanto, preparem-se! A partir de agora vocês testemunharam de perto um grave crime de lesa língua, por razões de lesa política.
Não dispensa, no entanto, a audição de toda a entrevista, cujo link abaixo se reproduz:



sexta-feira, 23 de outubro de 2015

PAN - O neófito de uma coligação em situação "post-mortem"!

Foi por 120 votos a favor contra 108 que foi eleito Ferro Rodrigues, do PS, para Presidente da Assembleia da República, nesta sua 13ª Legislatura. Um breve exercício de aritmética básica diz-nos que, se a chamada maioria de esquerda detém 122 mandatos contra 107 da coligação de direita e extrema direita, os 2 votos em branco terão de ser, necessariamente, de transfugas do Partido Socialista, que já revelou publicamente a sua preferência por uma coligação PàF, alargada ao seu partido.
Um coelho radioactivo
Do mesmo modo, possuindo a coligação de direita 107 mandatos, tendo o seu candidato obtido 108 votos, estamos perante uma situação de ...branco é galinha o põe! Que se registe. Na eleição para Presidente da Assembleia da República, o PAN votou no candidato apresentado pela direita e pela extrema direita - isto é, PSD e CDS/PP - Fernando Negrão.
Ou seja, razão tem Arnaldo Matos, dirigente do PCTP/MRPP quando, no seu editorial de 11 de Outubro - A Classe Operária e o Momento Político Actual -, a propósito desta gente afirmava que "...não se deve dar qualquer crédito ao partido que, num país de fome e de miséria, logrou eleger um deputado para representar, em São Bento, os hipocondríacos proprietários citadinos de gatos e de cachorros".
Fica pois claro que gatos, cães, pardais e outra bicharada são alegadamente a nova tropa de choque da direita e da extrema-direita em Portugal se dermos por adquirido que o PAN, como o reclama, de facto os representa.

Que putedo!

domingo, 11 de outubro de 2015

Caminhos fáceis resultam sempre em becos sem saída!

O politólogo e comentador de baixa estatura moral, política e física, Marques Mendes, afirmou este fim de semana que são três os problemas que uma coligação à esquerda, entre PS, BE e PCP, colocam: a permanência no euro, o tratado orçamental e a dívida, isto para além de outros tratados internacionais como é aquele que impõe a permanência de Portugal num pacto de agressão imperialista como é a NATO

Considero que são apenas formais as divergências entre quem votou o tratado da união bancária ou o tratado orçamental - PS, PSD e CDS/PP - e quem se absteve no primeiro daqueles tratados - como foi o caso de Marisa Matias, Alda Sousa e Rui Tavares, na altura todos em representação do BE -, entre quem acha que se deve pagar a dívida e quem considera mais justo apelar à sua reestruturação, escamoteando que esta resultou da transformação em dívida pública de uma dívida que é dos bancos.   Facto é que não são apenas três os problemas que a coligação de esquerda promove. São muitos mais, incluindo quem paga a dívida e como, que programa se defende para romper com o garrote do euro e a perda de soberania nacional, assegurando que é restaurado o tecido produtivo destruído por mais de 4 décadas de política de bloco central. Caminhos fáceis resultam sempre em becos sem saída!

Mas, se isso é verdade, a coligação de direita à qual o politólogo considera natural o PS se associar, como se não fosse farinha do mesmo saco há mais de quarenta anos, seria mais do mesmo, e mais alargado e violento, do que aquilo que o povo teve de sofrer nos últimos 4 anos. Ou seja, também não será flor que se cheire!

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Derrota em toda a linha ou “vitória” de Pirro?!

Se é certo que ainda só estão apurados pouco mais de 99% dos votos expressos, faltando apurar os resultados da emigração, não menos certo é que o grande derrotado da noite foi a coligação PÀF (PSD/CDS-PP), liderada pelos traidores nacionais Passos e Portas e pelo patrono de ambos, Cavaco Silva.
Apesar do branqueamento que foi feito esta noite por António Costa, na sua declaração de derrota, na sede da candidatura do PS, sitiada no Hotel Altis, em Lisboa, a coligação PÀF, em relação aos resultados de 2011, perdeu 25 deputados e mais de 700 mil eleitores!

E isto sem ter em conta que, apesar de ter expulsado cerca de 500 mil portugueses do seu país, forçando-os à emigração e roubando, assim, esses votos que, potencialmente, se manifestariam contra as políticas que criaram as condições para tal, a PÀF não conseguiu vencer estas eleições legislativas, como agora quer fazer crer.

A coligação PÀF está inebriada com os resultados e pretende com essa atitude de vã vaidade escamotear que perdeu em todas as frentes que quisermos considerar. Esperem até ver como se "sub-dividem" os deputados eleitos quando, no parlamento agora eleito, surgirem os "grupos parlamentares" de PSD e CDS separados, como sempre, no hemiciclo.

Uma simples operação aritmética, tendo em conta o somatório dos resultados que aqueles partidos - PSD e CDS - tiveram em 2011 e a percentagem de cada um em relação a essa soma, traduzir-se-ia (quando ainda faltam apurar os votos da "emigração") numa projecção para 2015 em 86 deputados para o PSD e 18 para o CDS!
Aí sim, é que se terá a verdadeira dimensão do rombo eleitoral que sofreram e se verá a lata que o palerma de Boliqueime terá em solicitar à coligação "vencedora" que forme governo!

Só terá, pois, “legitimidade” para governar se o PS de António Costa – que já afirmou não se demitir – lhe der cobertura, em nome de uma imbecil e oportunista definição de “responsabilidade” em viabilizar uma “solução governativa”, mesmo quando, como é o caso, o povo e quem trabalha a tenha rejeitado maioritariamente.

Podem ter conseguido impor que eram tabu temas como a dívida – ou o que têm a propor quanto a quem e como a paga. Podem ter silenciado outro tema, a saída do euro, uma moeda que funciona como garrote para a nossa economia e independência, assim como a emergência da saída de Portugal de uma “União” Europeia que tem imposto a venda a desbarato de todos os activos estratégicos que o país possui – e se prepara, ao abrigo da filosofia de um “mar europeu” ou mar azul, para açambarcar todos os recursos e dominar a nossa Zona Territorial Exclusiva.

Podem ainda silenciar os que exigem discutir temáticas como o Tratado Orçamental , que nos retira a soberania para realizar e apresentar  leis gerais do orçamento que não sejam previamente escritos e aprovados por Bruxelas, isto é, por Berlim e pela chancelerina Merkel.

Podem ter imposto como tabu que não se tenha discutido, durante a campanha eleitoral, temas como a perda de soberania cambial, monetária e financeira, que a pertença ao euro e à UE implicaram.

Mas, de uma coisa podem estar certos. Apesar de dura e prolongada, a luta vai continuar. E com tanto mais força quando as políticas de austeridade que levaram a um dramático empobrecimento do povo e a uma mais pronunciada perda da soberania nacional, ficaram, como fica demonstrado pelos resultados eleitorais expressos, cada vez mais isoladas.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

O Voto Útil é nos que defendem a saída do euro e o repúdio da dívida!

Na véspera do dia de reflexão que a lei impõe, antes do acto eleitoral de dia 4 de Outubro, não poderei deixar de propor à reflexão quais os temas que nesta campanha todos – e quero mesmo dizer TODOS – os partidos, quer os do chamado arco parlamentar, quer os que não têm assento no parlamento, consideraram tabu sequer aflorar, quanto mais debater ou propor saídas.

Ora, é sabido que o autêntico genocídio fiscal a que o povo português está a ser sujeito tem origem numa dívida que não foi contraída por ele, nem dela retirou qualquer benefício, mas que o directório europeu dominado pelo imperialismo germânico impôs, levando vários dos governos fantoche que controla na Europa, entre os quais se destaca o dos traidores Passos e Portas e seu patrono Cavaco, a transformar dívida dos bancos em dívida soberana. Pois bem, este foi um dos temas tabu nesta campanha.

Outro dos temas proscritos desta autêntica farsa eleitoral foi a discussão em torno da inevitabilidade da saída de Portugal do euro e da União Europeia. Ninguém quis sequer discutir a evidência de que o euro, para além de ser um garrote financeiro porque é uma moeda extremamente forte para uma economia incipiente como a portuguesa, devido à destruição do seu tecido produtivo – moeda de troca que os vendilhões do PS, PSD e CDS aceitaram para a adesão de Portugal à então CEE -, se traduz na total perda de soberania do nosso país em matérias cruciais para o seu desenvolvimento soberano e independente, como sejam as políticas orçamentais, fiscais, cambiais, financeiras, económicas e outras.

Só o PCTP/MRPP denunciou que esta dívida é impagável e que, se Portugal não sair rapidamente do euro, só no que concerne o pagamento do serviço da dívida – isto é, os juros sobre os empréstimos a que o governo recorreu junto da tróica de rapina –,  em 2015 o povo foi obrigado, através de cortes nos salários, aumento da carga de trabalho, roubo das pensões e reformas, degradação dramática do acesso à saúde e educação, aumento exponencial da pobreza e do desemprego, a pagar 7,5 mil milhões de euros de juros.

Juros que aumentarão progressivamente cada ano, sendo que em 2016 a carga será de 9 mil milhões e em 2020 atingirá a cifra astronómica de 17,5 mil milhões de euros, isto é, mais de 10% do PIB, sem que, contudo, a dívida seja diminuída. Neste contexto, falar de qualquer investimento estrutural ou conjuntural, importante para o desenvolvimento nacional, regional ou local, torna-se um puro exercício de estilo. Claro que, se os fundos decorrentes da capitalização fiscal forem desviados para o pagamento da dívida, deixam de poder de ser destinados a servir os interesses e necessidades do povo e de quem trabalha. Diz o povo que, quando a manta é curta, ou bem que se tapa a cabeça ou bem que se cobrem os pés.

É por isso um exercício de puro oportunismo, quer por parte dos partidos germanófilos – PS, PSD e CDS -, quer por parte da chamada esquerda parlamentar e não parlamentar, fugir à discussão destes temas. Escamoteiam que, não saindo Portugal do euro – impondo uma nova moeda, o escudo novo - , nem repudiando esta dívida ilegítima, os anos que se seguem traduzir-se-ão em mais do mesmo.

Como se pode esperar que seja diferente quando todos os recursos financeiros são alocados ao pagamento, apenas dos juros da dívida, os fundos absolutamente necessários para a consolidação de um SNS, uma política de educação, de assistência social e de combate ao desemprego, que respeitem a dignidade humana, para além da implementação de um plano económico justo, soberano, moderno que aporte bem estar e riqueza ao povo e faça com que Portugal assuma o seu papel de actor principal na nova centralidade europeia que passa pelo Atlântico e renegue de uma vez por todas o papel de periferia com que o imperialismo alemão e outras potências europeias e não só nos quiseram impôr.



É nisto que, antes de colocar o voto na urna, o povo e quem trabalha deve ponderar. E, se ponderar de forma avisada e objectiva, apelando à memória das causas do seu sofrimento actual, só poderá votar no único partido que propôs a debate os temas que, de facto, são responsáveis pela situação actual a que partidos como o PS e o PSD e CDS, que governam o país há mais de 40 anos nos trouxeram.