domingo, 30 de setembro de 2012

Dados do INE sobre o crescimento da dívida


São mais uma razão para a emergência da
convocatória da Greve Geral Nacional!

 
Segundo dados hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a dívida pública pode ultrapassar, ainda durante o ano de 2012, os 198 mil milhões de euros, o que, segundo a mesma fonte, representa um aumento de 13,4 mil milhões de euros de aumento comparativamente a 2011.

Isto é, enquanto as projecções realizadas por Gaspar Dixit e o seu ministério das finanças indicavam que terminaríamos 2012 com a dívida a representar 119,1% do PIB, os dados do INE apontam para que esse valor se fixe em mais de 130% do PIB (Produto Interno Bruto).

E claro está que, com as taxas de juro a que somos obrigados a contrair os “empréstimos” que, dizem, salvaguardarão o resgate da dívida, mas, sabemos nós, ditarão um maior agravamento do deficit e da dívida, já existem projecções que indicam que 2013 terminará com a dívida pública a representar mais de 140% do PIB. Ou seja, precisamente o ano que, segundo os traidores Passos e Portas, representaria o ano da viragem, o ano 0 do “fim da crise”!

Outra coisa não seria de esperar. E não se venha agora dizer que foi por falta de aviso. Ainda no período da campanha eleitoral que terminaria com a estrondosa derrota de Sócrates e a eleição da dupla Passos/Portas que, com aquele, tinham assinado o primeiro de muitos memorandos que viriam a chancelar o roubo do salários e do trabalho, o confisco dos subsídios de férias e de natal de trabalhadores da função pública, reformados e pensionistas, o embaretecimento e facilitação dos despedimentos, o corte de várias prestações sociais, a dificultação do acesso do povo aos serviços de saúde e educação, etc., que dissemos, apesar de nos ter sido vedado o acesso aos tempos de antena e ao debate com os partidos do “arco parlamentar”,  que isto iria acontecer.

Com o tecido produtivo destruído pela acção de mais de 3 décadas de governos PS e PSD, acolitados pelo CDS, que levaram o país a ter de importar mais de 80% daquilo que consome e de que necessita para gerar economia, fácil era compreender que o ciclo de endividamento seria perpétuo e, a manter-se o actual paradigma de economia e de política, a dívida era IMPAGÁVEL!

E ela é de facto impagável! Não só pelo que atrás se afirma, como pelo facto de, pagando 5 e 6% de juros, mesmo do ponto de vista da “gestão capitalista”, ser absolutamente necessário que, para pagar a dívida e, sobretudo, fazer face ao oneroso “serviço da dívida”, a economia crescesse, no mínimo, a taxa idêntica aos juros que os grandes grupos financeiros e bancários, ao serviço de quem está o BCE, o directório europeu e o FMI, a tróica que dita o que o governo dos traidores Passos e Portas devem fazer na sua colónia portuguesa, nos impõem.

E, como seria de esperar, todas essas medidas terroristas e fascistas, provocaram o maior número de falências de que há memória, despedimentos massivos – só na área da construção civil estima-se que mais de 100 mil operários foram atirados para o desemprego – provocaram uma destruição massiva das forças produtivas, ao mesmo tempo que tiveram um efeito dramático sobre o consumo interno e a brutal quebra nas receitas fiscais.

Para além de defendermos que o povo e os trabalhadores não devem pagar esta dívida porque não foram eles que a contraíram, nem dela beneficiaram, nós defendemos que ela deve ser repudiada, pois constitui um instrumento de chantagem que visa destruir o que resta do nosso tecido produtivo, transformar Portugal num país de mão-de-obra não qualificada, intensiva e baratinha, numa espécie de protectorado ou de colónia dos interesses do imperialismo germânico.

É essa a razão, também, porque não aceitamos a tese da “austeridade inteligente” ou as teses dos que defendem que seria mais “inteligente” uma “renegociação” ou “reestruturação” da dívida, escamoteando que essa receita representa mais do mesmo, por mais tempo, mas sempre com os mesmos “suspeitos” a pagar: os trabalhadores e o povo. São teses que se propõem gerir o sistema capitalista emprestando-lhe uma fachada de “esquerda”, que sugerem “mudar as políticas”, sem tocar no sistema que lhes está na génese.

É essa a razão por que consideramos um recuo táctico absolutamente condenável e inaceitável, aquele que levou a direcção da CGTP a fazer depender da convocação da manifestação que hoje confluiu para o Terreiro do Paço, em Lisboa, e, posteriormente, para uma Convenção Extraordinária da direcção da CGTP, a realizar no próximo dia 3 de Outubro, a marcação de uma Greve Geral Nacional, a sério.

É que, sendo a greve geral um instrumento de luta a que todos os trabalhadores devem recorrer, as vezes que forem necessárias, para derrubar este governo e impor um governo democrático patriótico, o recurso a ela foi mais do que nunca legitimado, acarinhado e apoiado pelo povo na manifestação do passado dia 15 de Setembro, que reagia a mais uma tentativa de ataque terrorista e fascista que representaram as declarações produzidas por Passos Coelho, na RTP1, a 7 de Setembro, sobre a TSU (Taxa Social Única), taxa que a ser aplicada nos moldes anunciados, agravaria ainda mais as condições de vida de quem trabalha.

Não há volta a dar. Sem que se repudie esta dívida, sem que, pelo menos, se exija a suspensão do pagamento da dita até que uma auditoria independente e cidadã séria responda a questões tão básicas como quanto devemos, a quem devemos e porque é que devemos? As medidas terroristas e fascistas suceder-se-ão, frontalmente ou com alguma subtileza maquiavélica, agravar-se-ão as condições de miséria e fome, desemprego e precariedade, o roubo dos salários e do trabalho e a perda da nossa soberania nacional

sábado, 29 de setembro de 2012

A propósito da unidade da esquerda


As alianças são para ser respeitadas, não manipuladas!

 
São várias as origens dos clamores daqueles que, reclamando-se de esquerda, com ou sem partido, exigem que, face à unidade que a burguesia exibe para explorar os trabalhadores e salvaguardar o seu sacrossanto sistema da propriedade privada e da ganância sem limites, exigem que a esquerda – TODA! – se una.

A nós, marxistas-leninistas não nos choca a unidade nem as alianças, antes pelo contrário, achamos que ela é necessária e acarinhamo-la. Mas, é verdade, somo muito exigentes quanto a com quem construímos essa unidade e estabelecemos alianças, com que objectivos concretos, baseadas em que princípios, e que acções se espera dessa frente unitária para, na base de um programa mínimo, os trabalhadores e o povo poderem vislumbrar uma saída que realmente lhes permita libertarem-se do jugo do capital sobre o trabalho, do jugo do imperialismo que nos impõe a perda de soberania.

Na situação política actual, em que o governo vende-pátrias do PSD/CDS declarou guerra aos trabalhadores e ao povo português e, todos os dias, se entretém a lançar medidas terroristas e fascistas sobre eles, a mando da tróica germano-imperialista e dos grandes grupos financeiros e bancários, sobretudo alemães, é sincero o nosso desejo de que essa plataforma de unidade se construa, claro que na base de princípios a ser discutidos com franqueza e lealdade pelas partes interessadas em se envolver nesse processo e sem tentativas confinadoras ou manipuladoras que, claro está, como várias experiências recentes demonstram, pouco ou nada contribuem para que a tão propalada unidade da esquerda se produza.

Não se pode esperar que quem defende o não pagamento da dívida se sinta “confortável” com quem, defendendo legitimamente a opinião de que a dívida deve ser auditada e a parte legítima da mesma paga, organize Iniciativas, Congressos ou outros eventos que têm como objectivo, segundo os seus promotores, essa unidade,  iniciando os mesmos tentando apresentar, através de um “show” de media, apresentações “power point”, prolongadas intervenções de oradores que defendem as ideias no formato que estão “dispostos”  a discutir, venham depois responsabilizar os primeiros de não querer a unidade, por denunciarem a tentativa de manipulação.

Podemos e devemos discutir tudo. Desde as teses da “alternativa inteligente”, às teses dos que defendem que a esquerda responsável deve defender a “reestruturação” ou a “renegociação” da dívida, passando pelas teses que nós defendemos de que, responsável, do ponto de vista dos trabalhadores é não aceitar a chantagem da dívida, uma dívida que não foi contraída pelo povo, responsável é não pagar uma dívida impagável, como a realidade tem vindo a demonstrar. Mas, nessa discussão, desde a génese, a organização dos debates deve ser feita com o concurso das ideias de todos os que se deseja unir e não, apenas, com o “círculo restrito”. É que, senão, esta é uma unidade viciada à nascença e condenada ao insucesso…uma vez mais!

Estamos convencidos de que todos aqueles que se reclamam da esquerda ou que afirmam defender o povo e quem trabalha, têm, hoje, a percepção de que, do ponto de vista demográfico e sociológico, a esmagadora maioria do povo se revê no projecto da esquerda. Se ainda subsistissem dúvidas de que, após as greves gerais nacionais de 24 de Novembro de 2011 e de 22 de Março de 2012, tal era assim, e que a pretensa legitimidade eleitoral do governo Passos/Portas tinha ficado completamente esfrangalhada, a manifestação do passado dia 15 de Setembro, apesar de ter uma composição de classes muito diversificada, desvaneceu qualquer dúvida que ainda pudesse subsistir.

Mas, tudo isto tem de ser, aberta e francamente, discutido. Existe ou não, como defendemos, um mandato popular para que seja marcada, com a máxima urgência, uma Greve Geral Nacional, a sério, e que o objectivo político central da mesma seja o derrube do governo dos traidores Passos e Portas? Foi ou não evidente a consciência dos que se manifestaram a 15 de Setembro de que nenhuma oposição às medidas terroristas e fascistas de que os trabalhadores e o povo estão a ser alvo por parte deste governo de serventuários, seria eficaz sem a expulsão dos patrões que servem, isto é, o FMI e restante tróica, do nosso país?

Se não é assim, quais as alternativas? Sugerir mudança de políticas não será sugerir ao sistema que as aplica modelos de gestão do sistema capitalista que promovam uma “austeridade inteligente”? E, a renegociar ou a reestruturar a dívida, como responder à questão: a ser assim, quem paga? Quanto se tem de pagar? Porque é que se tem de pagar? Os “suspeitos” do costume? O povo, os trabalhadores?

Se a alternativa, que deve ser ponderada e discutida de forma profunda e séria – sem tentações manipuladoras – for o derrube deste governo, que governo, com que programa e objectivos deveria surgir no seu lugar? E por iniciativa de quem? Do presidente Cavaco, que sempre caucionou as medidas que Passos e Portas lhe levaram para promulgar e ele, ainda que essas medidas estivessem feridas de inconstitucionalidade, as promulgou? Ou deveria passar pela exigência da convocação de eleições democráticas onde todas as forças que se apresentassem ao escrutínio do povo tivessem, realmente, as mesmas oportunidades de levar ao conhecimento dos eleitores as suas propostas? Ou outra alternativa qualquer?

Para os que, eventualmente, estiveram desatentos quanto ao que os marxistas-leninistas sempre defenderam, relativamente à unidade, à necessidade de uma auditoria cidadã séria, à questão da dívida, lembraremos que no ano passado, precisamente no âmbito da Convenção da IAC, questionámos a audiência, se não seria mais avisado, antes de nos dispormos a “renegociar”, “reestruturar” ou, sequer, pagar em prestações mais suaves e com juros mais baixos esta dívida que agora nos apresentam como tendo de ser, mandatóriamente, paga, pelo povo, claro está, exigirmos que se saiba, através de uma auditoria independente e não manipulada, quanto devemos, a quem devemos e porque é que devemos? Sugerindo, na mesma ocasião que, enquanto não nos fossem dadas estas respostas, deveríamos exigir a imediata suspensão do pagamento da mesma.

Para nós, a unidade é baseada na responsabilidade de respeitarmos aqueles com quem achamos existirem condições para debatermos, de forma seria e objectiva, democrática e em igualdade de circunstâncias, os pontos de acção comuns, o programa que deve nortear essa acção e a organização e mobilização do povo para as levar à prática. As alianças são para ser respeitadas, não manipuladas. A manipulação é o caminho para os que, embora manifestem grandiloquentes intenções de se unirem, de facto o que pretendem é utilizar-se dessas plataformas, congressos ou associações unitárias para impor os seus pontos de vista e, em última análise, contribuir para a cisão!

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Para derrubar o governo e derrotar a contra-revolução - Greve Geral!

Vive-se hoje em Portugal a ameaça contra-revolucionária mais grave desde o golpe militar de 28 de Maio de 1926.
 
Actuando a soldo do imperialismo internacional e defendendo interesses que lhe são próprios, a grande burguesia portuguesa está a executar um plano de esmagamento total dos direitos dos trabalhadores e de degradação extrema das condições de vida e de trabalho do povo.
 
Pretende-se reduzir a remuneração do operário português até ao nível da do operário chinês, colocar toda a população trabalhadora num regime mínimo de subsistência, abreviar o tempo de existência dos idosos e doentes e expulsar do país essa força de futuro que é a juventude trabalhadora e estudantil.
 
A liquidação de Portugal como país soberano e independente está a concretizar-se rapidamente em cada dia que passa e poderá tornar-se uma realidade dificilmente reversível se não houver uma oposição de massas, democrática e patriótica, que ponha rapidamente cobro a tais planos.
 
Para tentar vencer a resistência firme e generalizada do povo português à política de traição nacional do governo PSD/CDS e da Tróica germano-imperialista, foram já confiscados todos os direitos e preceitos constitucionais e estão a ser preparadas toda a espécie de medidas de carácter fascista para eliminar a democracia e instituir um regime de ditadura terrorista sobre os trabalhadores e o povo.
 
A gravidade da situação presente exige o derrube imediato do governo Coelho/Portas. Não pode haver a este respeito qualquer tipo de hesitação por parte dos trabalhadores e das suas organizações e por parte de todos os partidos e forças políticas que se reclamam da democracia e da independência nacional.
 
A única força que pode derrubar o governo PSD/CDS e expulsar a Tróica imperialista é a força organizada dos operários e trabalhadores portugueses. O meio de luta mais importante e decisivo para alcançar este objectivo é a greve geral nacional que paralise totalmente o país e una firmemente os trabalhadores e os seus aliados.
 
Na situação presente, a greve geral não é o último mas sim o primeiro meio de luta a que se deve recorrer para derrotar os planos da contra-revolução e impor os direitos dos trabalhadores e dos cidadãos. Todas as formas de luta específicas e sectoriais devem ser feitas confluir para este objectivo.
 
É preciso fazer todas as greves gerais que forem necessárias até o governo ser derrubado. Neste movimento é preciso estabelecer uma aliança indestrutível entre os operários, os trabalhadores dos serviços, os pequenos e médios empresários esmagados pela crise, os estudantes, os pensionistas e idosos e todos os sectores democráticos e patrióticos.
 
A condição fundamental para conduzir o presente combate político à vitória é a existência de um programa de governo que substitua o actual, que retire o país da crise e que suscite o apoio da grande maioria do povo português.
 
A base primeira de um programa de governo alternativo para Portugal tem de ser a defesa da democracia e da independência nacional. Não aos “salvadores da pátria”! Fora com a Tróica! Só pelo exercício dos direitos democráticos de luta, de organização, de debate e de decisão política podem ser prosseguidos os interesses dos trabalhadores e a defesa do país.
 
Um novo governo democrático patriótico só pode formar-se e subsistir se enfrentar com firmeza e determinação o problema da dívida pública. A dívida é o instrumento principal do imperialismo e do grande capital para colonizar Portugal e para explorar e roubar os trabalhadores e o povo. Nestas condições, é com base na atitude das forças democráticas e patrióticas face à dívida que se vai decidir a vitória ou a derrota do combate político actual.
 
Qualquer partido, força política ou personalidade que queira ter o apoio dos trabalhadores e do povo português para participar no futuro governo democrático de Portugal tem de assumir, como posição mínima, a suspensão imediata do pagamento da dívida. Esta dívida e os respectivos serviços estão permanentemente a aumentar. Toda a gente já percebeu que a dívida não só não deve como não pode ser paga. Sem que o pagamento da dívida seja no mínimo suspenso não se pode tomar nenhuma medida de reorganização e desenvolvimento económico e social no país.
 
No programa do novo governo democrático patriótico têm de estar também inscritas medidas que garantam o controlo do sistema bancário por parte de entidades públicas e das organizações representativas dos trabalhadores do sector. Só assim será possível impedir a fuga de capitais, salvaguardar os depósitos dos pequenos e médios aforradores e garantir as remunerações dos trabalhadores.
 
A formação de um governo democrático patriótico que substitua o actual governo de traição nacional nunca poderá ser concretizada com base em qualquer arranjo entre os partidos que integram o actual parlamento. O PS de Seguro é um partido da Tróica. Não há por isso que contar com ele. O PCP e o BE têm que alterar substancialmente as suas posições políticas face ao derrube do governo PSD/CDS, face à dívida e face à construção de uma alternativa de desenvolvimento para o país, de forma a poderem fazer parte da solução e não perderem por completo o apoio do seu eleitorado.
 
Existe hoje uma ampla maioria política e sociológica para derrubar o governo Coelho/Portas e para apoiar um governo de alternativa, democrático patriótico. Há por isso que construir urgentemente a plataforma programática, as estruturas organizativas e os acordos políticos que são necessários para dar forma a essa alternativa e unir à sua volta todos os sectores dos trabalhadores e do povo dispostos a lutar e a apoiar o novo governo.
 
Aos partidos políticos que combatem a Tróica e a sua política, aos sindicatos e centrais sindicais, às comissões de trabalhadores, a todos os órgãos de luta que já existem ou que venham a ser formados contra o roubo do trabalho e dos salários, contra o pagamento da dívida e pela defesa da democracia e da independência nacional, a todas estas estruturas cabe um papel decisivo na actual emergência.
 
Mais do que manifestações de protesto e descontentamento, o que hoje se exige é uma acção política firme, ousada e clarividente para derrubar o governo, derrotar os intentos do grande capital financeiro e do imperialismo germânico e pôr de pé um governo democrático patriótico.
 
Vamos pois à luta com força e determinação redobradas. A história não perdoará aos que hesitarem ou vacilarem neste combate que, sendo difícil, será certamente vitorioso.
 
 
Retirado de:

SEMINÁRIO SOBRE A EUROPA

 
 
 
A UE e o Movimento Operário e Popular na Europa

 
No âmbito das comemorações dos 30 anos do MPLD – Partido Marxista-Leninista da Alemanha -, e com o apoio da ICOR Europa – Coordenação Internacional de Organizações e Partidos Revolucionários -, vai realizar-se em Dortmund, na Alemanha, o “Seminário da Europa”, onde se pretende discutir, debater e dar resposta a vários temas com os quais o movimento operário e popular mundial, e em particular na Europa, se vê confrontado.

Por se tratar de um evento de relevante importância para o debate que se trava no movimento operário e popular, confrontado com uma crise sem precedentes em todo o mundo, mas sobretudo na Europa, achámos importante trazer ao conhecimento de todos aqueles que acreditam ser necessária uma transformação revolucionária da sociedade, a realização deste Seminário, bem como das questões que no seu decurso se pretendem ver discutidas e respondidas:

1. A União Europeia e a sua evolução para um bloco económico do poder imperialista

2. A Europa no contexto da crise económica e financeira mundial

3. A evolução da mudança de ânimo na Europa e o auge das lutas de massas.

Do panfleto a convocar o supracitado Seminário, destacamos o seguinte texto:

“Na Europa produzem-se crises uma após outra Faz tempo que a crise do euro se converteu numa crise da EU e no foco da crise económica e financeira mundial, a qual se agudiza e aprofunda cada vez mais.

Quebrar-se-á a unidade europeia por causa do fracasso da gestão da crise e da agudização das contradições entre os Estados da EU? Ou lograrão as potências imperialistas mais fortes da Europa subjugar ainda mais os países mais débeis da Europa?

Será possível a formação de um Estado federal da EU que tão pouco retroceda perante uma guerra pela nova partilha dos mercados de venda e pelas esferas de influência? É realista a ideia de uma mudança de política para uma “Europa social, pacífica, respeitadora do meio ambiente” ou, será que não é necessário reflectir melhor sobre uma mudança revolucionária da ordem social?

Como se pode conseguir que o movimento operário e popular nos diferentes países da Europa coordene e dirija as suas lutas contra os programas das crises dos que dominam, muito para além dos consórcios e das fronteiras nacionais, com o objectivo de construir uma força superior contra o capital financeiro internacional, o único que domina?

Os preconceitos, as difamações e as proibições de pensamento por parte do anticomunismo moderno contra a perspectva de uma sociedade sem exploração e opressão capitalista, sem destruição das bases da vida humana e sem as guerras imperialistas, serão tão insuperáveis como parecem? Ou por acaso, o que se esconde por detrás da sua fachada intimidatória, é

uma declaração de bancarrota ideológica da ordem do explorador imperialista cujo tempo começa a chegar ao fim?

Por acaso estão a crescer as hipóteses de um novo alento à escala mundial da luta por uma perspectiva socialista? Que fazer para ajudar a que esta se imponha?”

 
 

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Não pagar a dívida e rejeitar a política da tróica

Congresso Democrático das Alternativas

 

Não pagar a dívida e rejeitar a política da tróica


por António Garcia Pereira

A dívida não é – ao contrário do que todos os dias pregam os ideólogos e propagandistas oficiais – nem uma fatalidade do destino, nem uma consequência de factores imprevisíveis e imponderáveis, nem, muito menos, resultado de os trabalhadores portugueses terem supostamente “vivido acima das suas possibilidades”. Ela é a consequência da diferença de produtividade entre a economia portuguesa e as economias capitalistas mais avançadas, em particular a alemã, imposta na lógica da divisão internacional do Trabalho no quadro da União Europeia e do papel de sub-colónia que aí foi reservado a Portugal e que decorre do processo de destruição das moedas nacionais, sob o pretexto da criação do euro (que outra coisa não é que o marco travestido), da desindustrialização do essencial dos países europeus e da colocação de Portugal na situação de ser um País que quase nada produz e tem de importar praticamente tudo o que tem de consumir e, logo, a endividar-se permanentemente. Num processo mais agravado com a “nacionalização” dos buracos das gestões financeiras fraudulentas (BPN) e das trafulhices como as PPP’s.

As políticas de austeridade decretadas sob o pretexto do combate à dívida obedecem sempre à mesma receita: cortes brutais nos salários e pensões e nas despesas sociais como as da Saúde, Educação e Segurança Social; aumento drástico dos impostos sobre quem vive do seu trabalho; e entrega, ao preço da “uva mijona”, dos principais activos do País aos grandes capitalistas estrangeiros.

Os resultados dessas políticas suicidárias de austeridade a todo o custo, levadas a cabo pelo Governo PSD/CDS, são o lançamento de sectores crescentes da população no desemprego, na miséria, na doença e na fome e a venda do País a retalho, enquanto a dívida não só não diminui como até aumenta progressivamente, para gozo e enriquecimento dos credores, em particular da Banca alemã. E perante esses desastres anunciados o que o Governo de traição nacional Coelho/Portas faz é – como acabou de fazer – aplicar mais do mesmo.

Ora o Povo português não tem que pagar esta dívida, que não foi ele que contraiu nem foi contraída em seu benefício !

Devemos também dizer com toda a clareza que nós não temos medo de sair (ou de nos fazerem sair) do euro e que não estamos é dispostos a alimentar o euro. E que se tivermos de sair do euro decerto suportaremos alguns sacrifícios, mas não maiores do que aqueles que estão a ser impostos, e que serão o preço da recuperação da nossa liberdade.

Temos já experiência mais do que suficiente de que esta política e estas medidas de austeridade não vão resolver coisa alguma e que, dentro de muito pouco tempo, teremos os mesmos algozes a virem de novo dizer que afinal os enormes sacrifícios já impostos não chegaram e que vão impôr ainda mais!
Ora, a única forma de derrotar essa austeridade e impedir a condenação à fome de milhões de portugueses é derrubar este Governo de Vende-pátrias, que não dispõe já de qualquer pingo de legitimidade, seja ela político-eleitoral, sociológica ou outra e construir um Governo democrático patriótico que rejeite esta política e o pagamento da dívida.
 
 
 
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Trabalhadores paralisam Metropolitano de Lisboa

Exercitar as forças para a greve geral e para o derrube do governo

Os operários e trabalhadores do Metropolitano de Lisboa iniciaram com êxito a primeira de duas greves parciais decididas no último Plenário, paralisando totalmente a circulação de comboios até cerca das 10H30.

Com uma forte presença de dirigentes e delegados sindicais do SINDEM no piquete de greve nas instalações da Sidónio Pais, os trabalhadores do Metropolitano revelaram mais uma vez a sua disposição combativa para prosseguir a luta contra o roubo do seu salário e do trabalho, cada vez mais conscientes também de que essa guerra só será vitoriosa se derrubarem o governo, utilizando para isso a arma mais poderosa que é a greve geral.
 
 
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quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Garcia Pereira no Em Foco

Estamos perante uma situação de emergência, com uma contra-revolução em marcha, que impõe que este governo seja afastado

Para além de caracterizar o recuo do governo relativamente ao roubo dos trabalhadores com o aumento da TSU como uma derrota, mas simultaneamente um recuo táctico, por detrás do qual o governo se prepara para endurecer ainda mais as medidas de austeridade contra o povo, Garcia Pereira advertiu para a gravidade da situação decorrente do desenvolvimento de uma contra-revolução que procura levar até ao fim as medidas terroristas de aniquilamento dos trabalhadores, contra-revolução que só poderá ser travada com o derrube deste governo.

Taxa Tobin – não passa de folclore – a natureza da dívida, que faz dela uma dívida impagável e que não deve ser paga, e a atitude da CGTP de, na concertação social, deitar a mão ao governo em lugar de o enterrar, foram outros dos temas abordados por Garcia Pereira.
 
 
 
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domingo, 23 de setembro de 2012

Novos Contos de La Fontaine



A Cigarra e a Formiga


Perante um coro de apupos que muitos elementos do povo lhe dirigiram (alguns fazendo parte da comissão de luta contra as portagens nas auto-estradas A23, A 24 e A25), como vai sendo recorrente nas deslocações de ministros e responsáveis deste governo de traidores, seja aonde quer que se desloquem, o ministro da administração interna – que tutela as polícias e as forças de repressão – que se deslocou a Campia, em Vouzela, para inaugurar o novo edifício do destacamento local dos bombeiros, citou uma popular fábula de La Fontaine sobre a cigarra e a formiga e a diferença de atitude perante a vida e o trabalho que cada uma exibia.
Mas, como em tudo na vida, as situações evoluiem e transformam-se, sendo que, à época em que La Fontaine escreveu a citada fábula, as formigas, obreiras, pouca consciência tinham da exploração a que estavam sujeitas e as cigarras não passavam de umas diletantes preguiçosas.

Por isso, atrevemo-nos hoje a reescrever a fábula de La Fontaine, adaptando-a às novas realidades e à situação política com que somos confrontados. Assim sendo a história poderia ser contada desta forma:

Estava a formiga, obreira e trabalhadora, a varrer o pátio em frente a sua casa quando uma luminosa e alva limusine parou, dela saiu um garboso “chauffeur” que solicitamente abriu a porta traseira da mesma e ajudou a sair uma esplendorosa cigarra.

A cigarra, com um fabuloso vestido “haut couture” parisiense, joias caríssimas, um espampanante chapéu, luvas de carmim e estola de vison, dirigiu-se à esfarrapada formiga e cumprimentou-a:
    - Olá amiga formiguinha, como é que estás?

A formiga, estupefacta por tão ilustre figura sequer lhe dirigir palavra, balbuciou:
   - Desculpe Dª Cigarra, mas não a estou a reconhecer! Deveria reconhece-la de algum lado?

Ao que lhe responde a cigarra:
    - Então não te lembras de me ter salvado a vida, à dois invernos atrás, quando eu, quase moribunda, andrajosa e esfomeada, te bati à porta e tu me deste guarida, me agasalhaste e alimentaste?

Boquiaberta, respondeu a formiga:
    - O quê? Então o que se passou entretanto para agora me apareceres assim toda produzida à minha porta?

Responde a cigarra:
   - Quando a primavera regressou, voei para Paris onde conheci um grande banqueiro que se apaixonou por mim, montou-me casa e outras coisas que não vale a pena mencionar, patrocinou-me todas as fantasias e fez-me chegar ao estilo de vida que hoje podes observar.

A formiga continuava atónita. Mas, passado aquele momento de surpresa, virou-se para a cigarra e perguntou-lhe:
    - Disseste que vivias actualmente em Paris, não foi?

    - Sim! Confirmou a cigarra.

   - Vais para lá agora? Torna a perguntar a formiga.
   - Sim! Confirma a cigarra.

E é então que a formiga lhe pede um favor:
    - Se não te importas, assim que chegares a Paris, tenta um encontro com um tal de La Fontaine e se o vires dá-lhe um recado meu : que vá para a puta que o pariu!

A moral que poderemos retirar desta nova versão da fábula de La Fontaine é a de que, tudo o que a formiga tem produzido tem servido para alimentar um bando de cigarras que, à custa da corrupção, do compadrio e do roubo do produto desse trabalho vai enriquecendo e engordando. Será que o ministro Miguel Macedo, quando aludiu a fábula de La Fontaine julgava que fazia parte do exército das formigas?
Haja alguém que tenha a piedade de desenganar o homem!

Estes riachos de greves sectoriais devem confluir para o rio da Greve Geral!

Os trabalhadores da Rodoviária do Alentejo pela primeira vez em greve!


Realizou-se, no passado dia 19 de Setembro a primeira greve dos trabalhadores da Rodoviária do Alentejo que contou, também, com a adesão dos trabalhadores da empresa de transportes públicos de Évora – a TREVO -, greve de 24 horas, que se iniciou às 03h00 desse dia.

De acordo com dirigentes sindicais, a greve obteve uma adesão de 85 por cento.
 
Os trabalhadores da Rodoviária do Alentejo e da empresa de transportes públicos de Évora cumpriram assim uma greve de 24 horas contra os seus baixíssimos salários – uma autêntica provocação, quando comparado com o “salário” do presidente desta empresa que é de 23 mil euros brutos, mensais, e, sobretudo, contra os sistemáticos ataques ao Acordo de Empresa.
 
Este combate tem de se inserir na luta mais geral, que deve ser a imposição de uma Greve Geral a sério, tendo como objectivo primacial, o derrube deste governo e pela formação de um governo de ampla unidade popular democrático patriótico em torno de um programa democrático, cuja primeira decisão seja a da suspensão imediata do pagamento da dívida. O tempo urge!
 
 
 
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sábado, 22 de setembro de 2012

O que a reunião do Conselho de Estado revelou é que :



Conselheiros Acácios há muitos e o povo tem de
os expulsar a todos!


E a montanha pariu um rato! Foi o que de facto aconteceu no termino de uma longa reunião do Conselho de Estado onde estiveram presentes todos os “conselheiros” e ainda um “convidado especial”, o Gaspar Dixit que, utilizando as novas tecnologias, mas a velha fórmula de fazer o povo pagar uma dívida que não contraiu, nem dela beneficiou, se entreteve a “demonstrar” aos basbaques presentes, em “power point”, a versão governamental da estratégia do governo de traição do seu patrão Passos e do seu cúmplice Portas ao tema "Resposta europeia à crise da Zona Euro e a situação portuguesa".

Gente sem escrúpulos estes “conselheiros”. Então eles não sabem, nem sonham, parafraseando o poeta e a canção, que na mesa estavam sentados os responsáveis – Mário Soares e Cavaco, o “rei do betão”-  pela submissão do nosso país a uma estratégia sagazmente montada pelo imperialismo germânico de destruição do tecido produtivo – já à época frágil -, em nome de uma “solidariedade” europeia que visava, de facto tornar os “elos mais fracos do sistema” europeu – aqueles países que hoje se debatem com a chamada “crise da dívida” – absolutamente dependentes dos superavits industriais da Alemanha, docilizados à custa da chantagem da dívida e do euro – o marco travestido de euro, diga-se – e transformados em reserva – à mão de semear – de mão de obra intensiva, pouco qualificada e baratinha (uma espécie de “Malásia da Europa”)?

Estes “conselheiros” de pacotilha sabem perfeitamente que, por acção ou omissão, são o responsáveis por se ter criado um clima de que o povo português “viveu acima das suas possibilidades” e que, agora, nada mais lhe resta do que alencar, albardar, com a “responsabilidade” de pagar a factura de uma dívida que de forma insidiosa e mentirosa escamoteiam, todos os dias, a sua verdadeira natureza – e por isso escondem habilmente qual o seu montante, a quem realmente se deve e porque é que se deve – e, sobretudo, que ela é IMPGÁVEL, porque, tratando-se de um negócio, os seus titulares, os grandes grupos financeiros e bancários, sobretudo alemães, desejam que ela se perpetue para que os seus cofres se encham dos lucros obtidos à custa da fome, da miséria, da morte, do desemprego e da precariedade de milhões de trabalhadores e de elementos do povo.

Bem que pode este Conselho de Miguéis de Vasconcelos debruçar-se “ sobre as medidas já tomadas pelas instituições europeias visando combater a crise da Zona Euro e a suas implicações para Portugal”, manifestando “o desejo de que a criação da União Bancária Europeia, a disponibilidade do BCE para intervir no mercado secundário da dívida soberana de países sujeitos a estrita condicionalidade e as políticas europeias para o crescimento e o emprego sejam concretizadas tão rapidamente quanto possível”, que os trabalhadores e o povo, aqueles mesmo que se manifestaram a 15 de Setembro e os milhares que ontem, à porta do Palácio de Belém, enquanto decorria mais um Conselho da traição, se manifestavam, já ganharam consciência da necessidade da criação de uma ampla frente popular que derrube este governo e todos os “conselheiros” Acácios que o formam, expulse o FMI e restante tróica germano-imperialista do nosso país e, quanto à dívida diga a essas instituições com que os “conselheiros” tão bem se dão e servem: NÃO PAGAMOS!

A reunião do Conselho de Estado revelou, ainda, que apesar de algumas divergências, todos os conselheiros – e é bom lembrar que entre eles, para além de Passos e Portas, estava Seguro, o líder do PS, o tal que nos brindou com a famosa tirada táctica de que faria uma “oposição violenta…mas construtiva” – estão de acordo quanto ao essencial, o de que é crucial o “diálogo político e social” e a “…procura de consensos de modo a encontrar soluções que, tendo em conta a necessidade de cumprir os compromissos assumidos perante as instâncias internacionais” se conjuguem num sentido único: o de que, com maior ou menor “equidade” sejam os trabalhadores e o povo a pagar essa dívida de que todos eles foram responsáveis, e que foi contraída de forma ilícita e ilegal, tendo-se transformado em odiosa, pois, para a pagar, propõem-se entregar os parcos rendimentos de quem trabalha – através do sistemático roubo que efectuam aos salários e ao trabalho – e a vender, a preços de saldo, as empresas e sectores estratégicos que podem assegurar um novo paradigma e uma nova estratégia para a economia, virada para a satisfação das necessidades do povo e controlada pelos trabalhadores.

Os trabalhadores e o povo já não possuem ilusões quanto aos esforços que os “conselheiros” consideram “positivos” e que estão a ser envidados por este governo de traição, no sentido de “preservar a credibilidade externa do País e garantir avaliações positivas do esforço de ajustamento visando a correcção dos desequilíbrios económicos e financeiros”. Bem pelo contrário, sentindo na carne que o que tem representado este “esforço” de proceder ao “saneamento das finanças públicas e a transformação estrutural da economia” é o desmesurado aumento do desemprego, da fome e da miséria, a par do agravamento incontrolável da dívida e do deficit, reconhecem rapidamente o embuste que é os “conselheiros” virem afirmar no comunicado que bolsaram no final da sua reunião que a intenção é a de que estas medidas “melhorem as condições para a criação de emprego e preservem a coesão nacional”.

Desenganem-se os “conselheiros”, desengane-se Cavaco e os traidores Passos e Portas, se julgam que a sua “disponibilidade para, no quadro da concertação social…estudar alternativas à alteração da Taxa Social Única (TSU) ”, irá aplacar a mobilização e a disponibilidade para a luta que os trabalhadores e o povo português estão a demonstrar. Se julgam que “foram ultrapassadas as dificuldades que poderiam afectar a solidez da coligação partidária que apoia o governo”, é porque não vieram à janela do Palácio de Belém medir o pulso à contestação e à revolta popular que se agiganta.

E que Arménio Carlos não se atreva em fazer depender do que o governo vai decidir quanto à TSU, para levar a direcção da CGTP a convocar uma Greve Geral Nacional, a sério. O mandato popular é cada vez mais claro. Uma Greve Geral Nacional deve ser imediatamente convocada e ter inscrita no seu programa de luta o derrube deste governo de traição, do presidente que acolhe todas as medidas terroristas e fascistas que ele submete à sua aprovação e a expulsão da tróica germano-imperialista que dita a Passos e a Portas que medidas quer ver aplicadas. Esta é, portanto, uma jornada de luta que não depende de uma medida isolada, terrorista e fascista, como seja o caso da Taxa Social Única.

E da frente de todas as camadas populares, da qual emanou esse mandato popular, sairá o governo democrático patriótico que, para além de REPUDIAR a dívida, levará a cabo um programa de recuperação do tecido produtivo destruído por sucessivos governos de traição do PS e do PSD, com o beneplácito do CDS, procederá à imediata nacionalização da banca e de todos os sectores e empresas estratégicas para a prossecução de uma economia ao serviço do povo e controlada pelos trabalhadores e implementará um plano de investimentos criteriosos que assegure o aproveitamento da posição geoestratégica única de Portugal no contexto do continente europeu.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

O mandato popular de 15 de Setembro exige:


O derrube do governo e não “mudanças de política”!

 

Para os que tinham dúvidas de que o que neste momento se passa é o agudizar da luta de classes, da luta entre os trabalhadores e o povo português contra o sistema capitalista e o governo de traição Passos/Portas que defende os interesses dos grandes grupos financeiros e bancários, os interesses da tróica germano-imperialista, está aí a grandiosa manifestação do passado dia 15 de Setembro para o demonstrar.

Esta é uma luta prolongada, que tem registado avanços e recuos, uma luta em que a relação de forças nem sempre tem sido favorável à classe operária, aos trabalhadores e às diferentes camadas populares, muito por virtude da política de conciliação e de capitulação das direcções de muitos dos sindicatos, centrais sindicais e, sobretudo, dos chamados partidos da “esquerda parlamentar”.

Mas, mesmo tendo de manter um combate em duas frentes:

 ·         A frente de luta contra o capitalismo que impõe, através do governo PSD/CDS, medidas terroristas e fascistas que promovem o roubo dos salários e do trabalho e lançam para a fome e o limiar da fome, a miséria, o desemprego e a precariedade, mais de 3 milhões de trabalhadores e elementos do povo;

·         E a frente de luta contra o oportunismo que, no seio do movimento operário e popular, lança constantes apelos à conciliação e à capitulação, como as que se traduzem pelas propostas de “saídas” como “renegociação” ou “reestruturação” da dívida e para que Cavaco lidere a “exigência” ao governo de “mudanças de políticas”,


O que é certo é que o dia 15 de Setembro reflecte, ainda assim, uma significativa viragem na relação de forças a favor do mundo do trabalho e uma vitória retumbante para todas as camadas populares.

E, como não poderia deixar de ser, se a relação de forças é mais poderosa para quem trabalha e para o povo, torna-se cada vez mais fragilizada para quem explora. O primeiro efeito do rombo na nau da exploração capitalista traduz-se nas contradições que começam a implodir no seio da coligação da traição aos interesses nacionais, com Portas, a ratazana-mor, a querer retirar dividendos da crise que ele julga, mal, ter sido despoletada pelo “dossier” TSU desolidarizando-se com o até agora “parceiro para a vida e para a morte” Passos Coelho!

Agora que a nau ameaça afundar-se é ver as ratazanas a correr pelas suas amuradas procurando salvar o coiro do naufrágio eminente. Mas, esse naufrágio só se concretizará se uma frente de todas as camadas populares, de forma firme e decidida, não se deixar iludir, tanto mais que agora a relação de forças lhe é favorável, pelas ilusões espalhadas por aqueles que insistem em “exigir” a Cavaco que obrigue o governo que ele cauciona a “mudar de políticas”!

Ora, não cabe aos trabalhadores e ao povo salvar as ratazanas do afogamento eminente nem a nau do capitalismo do naufrágio. Não! Existe um programa mínimo, com um mandato popular claramente dado no passado dia 15 de Setembro por mais de 1 milhão de trabalhadores e elementos do povo, que consideraram ser urgente e necessário, para a defesa dos seus interesses, levar à prática o seguinte:

·         Derrube do governo dos traidores Passos e Portas
·         Expulsão do FMI e restante tróica de Portugal
·         Repúdio de uma dívida que não foi contraída pelo povo, nem foi contraída para seu benefício
·         Nacionalização da banca e de todas as empresas e sectores com importância estratégica para o desenvolvimento de uma economia ao serviço do povo e de quem trabalha e controlada pelos trabalhadores e suas organizações de classe
·         Desenvolvimento económico gerador de emprego, baseado num criterioso plano de investimentos e que aproveite a posição geoestratégica única do nosso país, como porta de entrada e saída do essencial das mercadorias na Europa.

E não há tempo a perder! As manifestações de sábado passado foram sem dúvida um acontecimento marcante pelo que representam de ampla mobilização popular contra a tróica e contra o governo. No entanto, o verdadeiro teste ao estado de mobilização e de consciência política das massas trabalhadoras e dos seus dirigentes ainda está por vir e diz respeito ao movimento organizado, de classe, dos operários, dos trabalhadores e do povo, à sua capacidade de apontar com clareza o alvo fundamental da sua luta, de se fazer ouvir de uma forma autónoma e revolucionária e ainda de mobilizar os sectores democráticos e pequeno-burgueses que é preciso trazer para a luta pelo derrubamento do governo PSD/CDS e pela constituição de um governo democrático patriótico.

Esse teste terá um marco decisivo na próxima greve geral nacional. Torna-se fundamental exigir e forçar a sua convocatória imediata, apontando como objectivos políticos para a sua realização, não só o derrube deste governo de serventuários da tróica germano-imperialista, mas todos os restantes pontos do programa mínimo que acima se assinalam.

A privatização da TAP

Cavaco participa activamente na venda a retalho do país


O governo de traição nacional actualmente no poder, uma das tarefas que abraçou mais fervorosa e caninamente em cumprimento das imposições da Tróica germano-imperialista, foi sem dúvida a da privatização da quase totalidade dos activos públicos do país, em particular das empresas e sectores estratégicos para a salvaguarda da nossa independência nacional e desenvolvimento económico.

Da EDP, ANA, TAP, sector dos transportes em geral, Águas, sector da saúde, Estaleiros navais, etc. nada escapa ao frenesim da venda do país pelo governo para, com o produto dessa delapidação, pagar os juros dos juros e dos juros de uma dívida que não pára de aumentar e que se tornou impagável.Mas de todas as privatizações a mais dolorosa e que piores consequências trará, não apenas para os trabalhadores mas para a nossa soberania e qualquer estratégia de crescimento económico, é sem dúvida a privatização da TAP.
 
Deixar de ter um transportadora aérea de bandeira, implica a renúncia ao controlo de um importantíssimo instrumento na execução de uma política de desenvolvimento ao serviço dos interesses do povo português.Mas, para o governo de traição nacional isso é totalmente secundário, já que os seus patrões representados pela Tróica só têm um fito – através da chantagem da dívida, abocanhar os sectores da economia com maior garantia de rentabilidade.
 
Apesar da oposição e denúncia de todos os sectores democráticos e patrióticos à privatização da TAP, Cavaco Silva acaba de promulgar o diploma legal que determina essa privatização, o qual como se sabe, prevê o saneamento financeiro da empresa à custa dos contribuintes, através do aumento do capital, para tornar chorudo e apetecível a venda aos capitalistas estrangeiros.
Para quem teima em alimentar ilusões ou depositar uma réstia de esperança num presidente da república já totalmente isolado e desmascarado devia ter vergonha.
 
Cavaco Silva é um reaccionário acabado, responsável pela situação a que o país foi sendo conduzido e que, como se viu, não esboça a mínima hesitação em promulgar todas as leis que se traduzam no roubo dos salários e do trabalho, no aumento incomportável da miséria e da fome para milhares de famílias trabalhadoras e no desemprego e na venda do país a retalho.
Para ele, é isto que torna o país credível aos olhos dos especuladores e dos abutres das multinacionais e da Banca internacional.
 
A única alternativa democrática na actual situação política só pode passar pelo derrube deste governo e de todos os que se perfilem a seu lado ou com ele contemporizem.
 
A actual crise política não se resolve com pedidos ao presidente da república para a formação de governos à sua semelhança ditos de salvação nacional, ou com a substituição do aumento das contribuições para a segurança social por outras medidas de austeridade semelhantes que, como toda a gente já percebeu, só podem dirigir-se aos que vendem a sua força de trabalho ou (já não) vivem do subsídio de desemprego ou da pensão de reforma.
 
A única alternativa pela qual se impõe a pena lutar é precisamente a que passa pelo derrube deste governo, por qualquer forma, e pela constituição de um governo de unidade popular democrático patriótico que exclui obviamente todos os que aceitem a canga da Tróica e que acham que o povo português, ainda assim, mesmo sem o aumento da TSU, tem de fazer sacrifícios para pagar uma dívida que ele não contraiu.
E um passo fundamental nesse sentido é o de convocar e realizar uma grande greve geral nacional!

 
 
Retirado de:

Separar as águas

Agora que o derrube do governo PSD/CDS e a constituição de um novo governo democrático patriótico se vêm afirmando como exigências claras dos trabalhadores e do povo português, começou o desfile dos próceres e abencerragens do regime em defesa de um governo presidencial. O último foi o inevitável Mário Soares. Fugindo do movimento operário e popular como o diabo foge da cruz e sendo um dos principais responsáveis pela situação do país, Soares tem a má consciência de um país destroçado e colonizado que ajudou a criar, mas é incapaz de propor qualquer saída que não seja a da continuação dos “sacrifícios necessários” dos “programas de ajustamento” que tão bem conhece e promoveu no passado. Fosse ele à manifestação de 15 de Setembro e aí alvitrasse um governo de iniciativa presidencial para substituir o de Passos Coelho, que logo veria a desanda que levava.
 
Confiar em Cavaco Silva para o que quer que seja que vá de encontro às exigências e reivindicações dos trabalhadores e do povo é como colocar o ladrão de guarda à casa. Este é hoje um dado adquirido para a grande maioria da população trabalhadora, embora o não seja para o secretário-geral da maior central sindical em Portugal e para o partido a que pertence, os quais, já depois da manifestação de 15 de Setembro continuam a apelar ao presidente da República para que vete as últimas medidas ditas de austeridade do governo.
 
A direcção da Intersindical começou já a ser confrontada abertamente pelos trabalhadores relativamente à postura oportunista que tem revelado perante a questão do governo do país e das políticas a seguir para a solução da crise actual. Reveste-se neste âmbito de uma grande importância política a carta que a direcção do Sindicato da Manutenção do Metropolitano – SINDEM enviou a Arménio Carlos, no passado dia 11 de Setembro. Nessa carta faz-se uma denúncia muito firme da atitude em que a direcção desta central sindical se vem mantendo até aqui de fuga à sua responsabilidade de convocar imediatamente, após o anúncio das últimas medidas terroristas do governo em 7 de Setembro, uma greve geral nacional com o objectivo expresso de derrube do executivo Coelho/Portas e de constituição de um governo democrático patriótico que rejeite o pagamento da dívida e a política da tróica e que aplique um plano de desenvolvimento ao serviço dos trabalhadores e do país.
 
Como se diz na carta da direcção do SINDEM, praticar uma política de centro, de querer estar bem com Deus e com o Diabo, significa perder o apoio da esquerda, dos trabalhadores e dos elementos do povo que querem lutar e lutam denodadamente por aqueles objectivos. Os tempos actuais são decisivos para a construção de uma alternativa à catástrofe actual. Uma política operária, marxista, vai-se afirmando em cada dia que passa no movimento de luta dos trabalhadores, deixando isolados e desmascarados os oportunistas que procuram puxar a luta para trás e impedir a sua vitória. Também no campo das forças democráticas em geral a demarcação se vai estabelecendo entre os que escolhem o caminho da luta firme por objectivos democráticos e patrióticos e os que preferem vergar-se aos ditames e à chantagem capitalista e imperialista da tróica e dos seus lacaios.
 
São muito importantes, neste contexto, todas as iniciativas que afirmem e clarifiquem os pontos programáticos fundamentais de uma alternativa à situação presente. Em lutas, greves e manifestações, em particular na próxima greve geral, a convocar com toda a urgência, em reuniões e assembleias nas empresas e locais de trabalho, em fóruns de debate diversos, o derrube do governo PSD/CDS e a constituição de um governo democrático patriótico, a expulsão da tróica, o repúdio da dívida, a nacionalização da banca e das grandes empresas e sectores estratégicos da economia sob controlo dos trabalhadores, são, entre outras, exigências que deverão figurar, de uma forma expressa e inequívoca, como a resposta dos trabalhadores e das forças democráticas à crise actual.
 
É em torno de um programa para um novo governo democrático patriótico que a demarcação de campos na presente luta política se terá de fazer. É preciso conquistar para esse programa o apoio da grande maioria da população trabalhadora e organizar estruturas que lhe dêem o indispensável suporte político e organizativo. É a esta tarefa urgente e decisiva que os comunistas e os trabalhadores mais avançados e conscientes terão de dedicar um esforço e um empenho redobrados, sob pena de o grande movimento de luta operária e popular que está em curso ser desviado dos seus objectivos e conduzido à derrota. Ousemos lutar, ousemos organizar e ousaremos vencer.
 
 
Retirado de:

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Trabalhadores em luta… Pela Greve Geral Nacional!

Esta semana começou, como previsto, com greves em vários sectores de actividade. Os trabalhadores, mostrando grande vontade de combater as medidas draconianas, terroristas deste governo vende-pátrias, lutam em várias frentes.

Os portos portugueses, segundo as ultimas informações veiculadas pelos diversos sindicatos e federações que convocaram uma greve a partir de hoje, dia 17, até 24 de Setembro, estão totalmente paralisados. Relembremos aqui que esta greve tem primacialmente como objectivo a luta contra a revisão do regime jurídico do trabalho portuário, o qual, a ser aprovado, conduzirá ao despedimento de metade dos trabalhadores do sector. De salientar o facto desta paralisação se ter mantido, apesar de a UGT ter subscrito, há poucos dias, um acordo de traição com o governo.
 
Também hoje, os trabalhadores do sector de energia, GALP Energia, cumprem o primeiro dos três dias de greve anunciados demonstrando grande combatividade e alcançando, segundo os sindicatos, uma adesão de mais de 90% dos trabalhadores. Os trabalhadores envolvidos nesta paralisação denunciam com grande firmeza a brutal intensificação da exploração, através do aumento da duração do tempo de trabalho, a diminuição dos salários, por via da redução do valor/hora de trabalho, bem como a redução terrorista no pagamento do trabalho extraordinário, dos feriados e outras retribuições, acompanhada da eliminação dos descansos compensatórios, de dias feriados e dias de férias e o aumento da comparticipação dos trabalhadores nos regimes do seguro de saúde.
 
Também no sector dos transportes, os trabalhadores da Rodoviária de Lisboa promovem uma greve de 24 horas, tendo efectuado um plenário onde mais uma vez se levantaram com grande firmeza contra o roubo nos seus salários e abonos e onde decidiram marcar mais um dia de greve no dia 4 de Outubro. Recorde-se que estes trabalhadores estiveram em greve nos passados dias 1 de Junho, 2 de Julho e 1 de Agosto pelos mesmos motivos.
 
Depois das grandes manifestações populares realizadas a 15 de Setembro, que mobilizaram mais de um milhão de pessoas em todo o país contra as medidas fascistas impostas pelo governo de traidores Passos/Portas, a luta terá de se intensificar porque as condições objectivas são mais que propícias para a realização de uma greve geral mais ampla e vigorosa do que qualquer das anteriores e que aponte claramente o objectivo do derrube do governo PSD/CDS e a constituição de um governo democrático patriótico. Intensificando esta luta é inevitável o derrube deste governo como inevitável é a expulsão da tróica germano-imperialista do nosso país. Por isso mesmo não há tempo a perder.


Retirado de:
http://www.lutapopularonline.org/index.php/pais/92-movimento-operario-e-sindical/382-trabalhadores-em-luta-pela-greve-geral-nacional