Já se percebeu que Carlos Costa é o governador dessa sucursal do Banco Central Europeu que dá pelo nome de Banco de Portugal (BdP).
Já se percebeu, também, que Carlos Costa obedece caninamente aos ditames do BCE e do directório europeu que representa os interesses da Srª Merkel e do imperialismo germânico.
E fá-lo alinhando com a falácia propalada pelos seus patrões de que, porque esteve a viver acima das suas possibilidades, deve ser o povo e quem trabalha a pagar dívidas que não contraiu e das quais não beneficiou.
Também já se percebeu o que motivou Carlos Costa a, solicitamente, resolver - nova forma linguística para definir golpada - situações de bancos falidos como o BES e o Banif.
Hoje, no contexto de perguntas colocadas por alegados jornalistas ao serviço de uma comunicação social vendida aos interesses do grande capital financeiro e bancário, sobre quem pagaria a factura desses processos de resolução, Carlos Costa ensaiou, num tom tão humorado que até faria chorar as pedras da mais empedernida das calçadas, uma resposta.
"Dêem-me um endereço na Lua que eu envio para lá a factura", terá dito! Pois bem, posso desde já e aqui anunciar que estou em condições de disponibilizar um endereço, não na Lua, mas em Marte, para onde o governador do Banco de Portugal poderá enviar a dita factura.
A única exigência, porém, é a de que seja o próprio a fazer a viagem, sem retorno, para proceder à entrega da mesma.
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016
Não há pai para ninguém!
No contexto da defesa de mais uma das suas causas fracturantes - a descriminação na lei da adopção -, e acreditando que está a retomar a verve criativa que há uns anos julgava que os seus cartazes de propaganda possuíam, o Bloco de Esquerda publicou por estes dias um cartaz com a imagem de Cristo e a legenda Jesus também tinha 2 pais!!!
A primeira conclusão a retirar deste cartaz é a de que o BE se deixou inebriar pelo ópio do povo que é a religião e já admite a existência de deus e do seu alegado filho!
Qual é a surpresa?! Quando o PS tem duas mães e um pai que sustentam a sua Lei do Orçamento de Estado, uma lei pró-germânica, um orçamento restritivo?! A nova roupagem com que se veste a mesma política de austeridade que os traidores Passos e Portas, a mando da tróica germano-imperialista, prosseguiram durante os últimos quatro anos.
Vá lá...um pouco mais de imaginação! Causa fracturante,
mesmo, é Portugal continuar a estar submetido ao euro e à União Europeia e a
classe operária e o povo português sujeitos ao pagamento de uma dívida que não
contraíram e da qual não beneficiaram, sujeitos a um continuado roubo dos seus
salários e do seu trabalho, da sua dignidade e do seu direito de acesso à saúde
e à educação, enfim, da sua soberania e independência nacional.
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016
Não TAP os olhos à mentira e ao logro!
Antes da clamorosa derrota sofrida nas urnas pela coligação
PÀF, o governo de traição nacional protagonizado por Coelho e Portas e tutelado
por Cavaco, decidiu à última hora de vida do exercício do seu poder executivo
liquidar definitivamente com a TAP, vendendo esta companhia de bandeira a
retalho e comprometendo uma estratégia que assegurasse, por um lado, a ligação
entre Portugal e a sua diáspora e, por outro, a defesa de expansão de negócios
entre o país e a comunidade dos PALOP’S e outras nações.
A estratégia do anterior governo, que comprometia seriamente
a possibilidade de transformar Lisboa numa das principais plataformas
giratórias na Europa para a entrada e saída de passageiros e mercadorias, num
aeroporto regional, subsidiário da Espanha, e abortava a possibilidade do
aeroporto do Porto se constituir como a principal base aeroportuária do norte da
Península Ibérica, mereceu, então, críticas de vários sectores, incluindo os da
esquerda formal, a esquerda representada actualmente no parlamento, a esquerda
que apoia o actual governo de Costa e do PS.
Mas, confirma-se agora, que o apoio então anunciado à não
privatização da TAP e, mais recentemente, à reversão do negócio da sua
pirateada venda, não passou de um logro! Isto porque, ao contrário do que então
defendia António Costa e o PS, no seu programa de governo, não só aceitaram que
a dita reversão fosse de apenas 50%
como, pasme-se, aceitaram que a administração e o plano estratégico fossem
conduzidos pelo parceiro privado que detém, mercê de um acordo efectuado no
maior dos sigilos entre Centeno, o Ministério das Finanças e os capitalistas privados, apenas 45% do capital da companhia.
O leitor não se deverá deixar levar pela ilusão criada de
que não haveria outra solução que pudesse satisfazer a toda poderosa e colonial
Comissão Europeia. Nada disso! É preciso conhecer a história do azeiteiro Humberto Pedroso – administrador e sócio
preponderante do Grupo Barraqueiro – e David
Neeleman, dono da companhia aérea brasileira Azul.
O primeiro, um conhecido e muito utilizado fura-greves, por TODOS os governos nas últimas décadas, fossem eles maioritários
do PS ou do PSD, ou em coligação com o CDS, que sempre se prestou a ser um fiel cão
de trela do poder, para desarticular as lutas dos trabalhadores dos transportes
urbanos (ver artigo mais completo sobre este personagem em http://queosilenciodosjustosnaomateinocentes.blogspot.pt/search?q=barraqueiro) O outro, um aldrabão internacional que vê no negócio TAP um meio de fazer
escapar a sua empresa brasileira de
aviação – a AZUL – da falência já anunciada e vender a sucata – isto é, algumas
dezenas de aeronaves antiquadas e a precisar de reforma, a uns saloios que
estão dispostos a cair num bem arquitectado conto do vigário.
Torna-se cada vez mais claro que, tal como afirmava Arnaldo
Matos num artigo que escreveu a 25 de Novembro de 2015 sobre a TAP e publicada
no Órgão Central do PCTP/MRPP, o Luta Popular Online – “... A TAP foi
privatizada a favor de um consórcio constituído à pressa – o Atlantic Gateway – que não dispõe nem de capitais
próprios, nem de crédito bancário em parte nenhuma do mundo. O consórcio
comprador tem uma estratégia bem definida, que sempre denunciámos mas ninguém
parecia querer acreditar: entrar na TAP, vender os aviões, vender as rotas,
vender os prédios e os terrenos, e deixar as dívidas nos bancos para o Estado
português pagar” ( ver artigo completo em http://www.lutapopularonline.org/index.php/pais/104-politica-geral/1826-tap ).
Como se torna
evidente, também, que “...o
consórcio Atlantic Gateway é uma sociedade parasita e
parasitária: veio para liquidar a TAP, vendendo o património da companhia aérea
portuguesa, embolsando o produto da venda, deixando os trabalhadores sem
emprego e encarregando o Estado, quer dizer, o erário público, isto é, os
contribuintes, de pagar as dívidas”.
A solução agora imposta pelo governo PS e por António Costa, não altera a
natureza criminosa que representa o negócio da privatização da TAP, nem o dolo que se prefigura nas intenções que lhe estão por detrás. Tal como afirmava
Arnaldo Matos no supracitado artigo, “...o
privado vende o activo e fica com o dinheiro; os trabalhadores da TAP ficam
desempregados; o povo português paga a dívida. A TAP desaparece.”
O que levará Costa e o seu governo de unidade de esquerda – mesmo que formal – a apostar, então, neste
modelo?! Mesmo tendo em conta o recente parecer da ANAC (Autoridade Nacional da
Aviação Cívil) que, por não ver asseguradas as determinações europeias que
impõem que numa privatização desta natureza o capital maioritário deve ser
representado por uma entidade ou personalidade portuguesa ou europeia,
determinou que a actual administração, e durante os próximos três meses, só
pudesse praticar actos de gestão corrente?! Só pode ser uma
contrapartida aos serviços prestados como diligente fura-greves por Pedrosa no passado recente, às comissões
que o negócio envolve e ao capitular em toda a linha em relação às imposições
arrogantes e coloniais da Comissão Europeia.
É contra estes gangsteres, contra estes fura-greves
encartados que, ainda citando o meu camarada Arnaldo Matos no artigo a que
venho fazendo referência, “... os
trabalhadores da TAP devem erguer-se, com todas as formas de luta ao seu
alcance, contra este latrocínio e contra esta ladroagem...”, impondo a Costa e
ao seu governo a reversão total da privatização da TAP e seu regresso à
condição de empresa nacionalizada.
“E terão, sem
dúvida, o apoio de todo o povo português”.
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016
A Hipocrisia de quem nada faz para salvaguardar o SNS
Durante o debate da Lei do Orçamento de Estado para 2016,
lei ontem aprovada na generalidade por PS, BE, PCP e Os Verdes na Assembleia da
República, vários dos oradores dos diversos partidos da coligação da esquerda
formal que dá sustentabilidade ao actual governo do PS no parlamento, teceram
considerações várias àcerca da necessidade e da urgência de se restabelecer o
Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Alguns desses oradores utilizaram, mesmo, uma oratória musculada, aparentemente denunciando a
destruição a que o SNS esteve sujeito durante a governação dos traidores à
pátria Coelho e Portas que foram, como se sabe, tutelados por Cavaco.
Todos eles, no entanto, escamotearam o facto de que,
prosseguindo os ditames dos acordos europeus,
mormente os que se referem ao tratado orçamental e à imposição da tróica
germano-imperialista de se resolverem falências
bancárias à custa do roubo dos salários e do trabalho e de uma carga fiscal
sufocante para os trabalhadores e o povo, não será possível vislumbrar outra situação
que não a prossecução da sua destruição, mesmo que com maior lentidão.
Isto porque, só os juros da dívida ascendem este ano fiscal
de 2016 a cerca de 9 mil milhões de euros, verba significativamente superior
àquela que a Lei do Orçamento de Estado ora aprovada dedica ao SNS!
O que é certo é que a degradação do SNS prossegue. Desde
logo, no seu patamar de cuidados primários. As falhas de cobertura de médicos
de família, quer a nível nacional, quer a nível distrital, estão aí para o
sublinhar e desmascarar todos aqueles que persistem em ajoelhar perante o euro,
a União Europeia e negam que a única saída para o povo português é a do repúdio
da dívida e a da saída de Portugal daquelas estruturas de natureza colonial.
Vejamos! Hoje mesmo foi notícia que ficaram por contratar,
na Zona Norte do país, médicos de família que assegurariam a cobertura a mais
de 50 mil utentes. Isto porque, em vez das 102 vagas necessárias de preencher
para assegurar uma cobertura adequada, foram apenas abertas 74. Mas, este
quadro é replicado no centro do país, no sul e nas regiões autónomas.
Aliás, muitos dos médicos que não foram agora colocados já
referiram que outras alternativas lhes não restam do que concorrer à medicina
privada ou a solicitar certificados que os habilitem a emigrar.
O quadro que se vive nas urgências, também não é o melhor! O
próprio bastonário dos médicos veio denunciar esta semana que a demora na
assistência aos doentes que deram entrada, nas últimas semanas do ano, nas
urgências dos hospitais do SNS, poderão ter provocado mais mortes do que
aquelas que o Ministério da Saúde e os serviços revelaram.
Responsabilizando o Ministério da Saúde, quer por essas
mortes, quer pela degradação dos cuidados e práticas efectuadas nos serviços de
urgência em todo o país, o bastonário denuncia que “só não são noticiadas mais mortes, resultantes da assistência indevida,
porque as famílias, provavelmente, não se aperceberam”!!! Isto é, se mais
casos de óbito não foram divulgados pelos meios de comunicação social, tal ficou a dever-se ao facto de alguns dos
familiares e acompanhantes dos doentes falecidos não ter associado a morte dos
mesmos a uma falha no sistema, mas ao desfecho
natural da condição que levou aqueles doentes a procurarem assistência nas
urgências hospitalares.
Entretanto, o governo de António Costa persiste no jogo
viciado de entregar o processo de inquérito destas mortes e anomalias nas
urgências hospitalares ou nas falhas de cobertura de médicos de família, de enfermeiros e pessoal auxiliar, a
entidades dependentes do Ministério da Saúde. Claro está que, não sendo dada
autonomia aos hospitais e centros de saúde para contratarem médicos, quem
continuará a gerir os hospitais e centros de saúde será o governo e o seu
ministério da saúde, replicando, ad aeternum, as condições de degradação que hoje se assinalam e denunciam.
E fá-lo-á acomodando –
como agora é moda dizer-se – as necessidades de financiamento do SNS aos
limites orçamentais impostos por um directório europeu ao serviço dos interesses
da imperialista Alemanha e do pagamento de uma dívida que foi provocada pelos
bancos e não foi contraída pelo povo, nem o povo dela retirou qualquer
benefício.
Um directório que tudo faz e fará para que os lucros com as dívidas soberanas- sobretudo os de
bancos alemães – sejam assegurados e a falência de um monstro do sector financeiro e bancário como é o Deutsche Bank seja travada ou, pelo menos, adiada!
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016
Orçamento ou telenovela?
António Costa e o PS levaram toda a campanha eleitoral a
bramir argumentos contra a austeridade. E, se é certo que o povo português,
chamado a ir às urnas, e apesar de uma brutal taxa de abstenção, exprimiu um
vigoroso repúdio pelas políticas de traição nacional prosseguidas pelo governo
de Coelho e Portas, tutelado por Cavaco,
Não menos certo é que também manifestou uma profunda
desconfiança relativamente a um partido que nunca se dignou a fazer um
verdadeiro balanço das políticas prosseguidas por Sócrates e seu governo – no qual
se destacaram alguns ministros que agora fazem parte do actual executivo -,
precursor da entrada da tróica germano-imperialista no nosso país, animador do
Tratado de Lisboa onde foi consagrado o Tratado Orçamental que representa o
domínio colonial germânico sobre Portugal e outros países que fez com que o
José produzisse um sonante porreiro pá
ao seu cúmplice de traição, o famigerado Durão Barroso.
Derrotada a coligação PAF, uma aliança entre a direita e a
extrema-direita, e apoiado em duas muletas salvíficas – PCP/Verdes e BE –
ganhou forma e sustentabilidade, no parlamento, uma aliança que permitiu que
Costa visse consagrada a sua proposta de um novo
ciclo político, segundo o próprio tão
importante ou mais do que a queda do muro de Berlim, consubstanciada num
governo assente numa ampla plataforma ou
maioria de esquerda, catarse dos maus
momentos experenciados durante a fase do PREC.
Pura semântica! O que se pretendia escamotear era exactamente
o mesmo que levou a que, primeiro durante a campanha para as legislativas e,
mais recentemente, durante a campanha eleitoral presidencial fosse proibido de
ser analisado,discutido e denunciado pelo povo português, as questões
essenciais:
·
Qual a natureza da dívida, isto é, se ela
decorre – como PS, PSD e CDS sempre quiseram impor - do facto de o povo
português ter vivido acima das suas
possibilidades ou se, bem pelo contrário, ela está a servir para fazer o
povo pagar uma dívida privada, uma dívida sobretudo gerada pela banca –
nacional e internacional.
·
Quem deve pagar esta dívida? E como a vai pagar?
À custa do roubo dos salários, do trabalho, da degradação do SNS, da escola
pública e da segurança social, à custa da miséria e do desemprego, da perda de
qualidade de vida, da perda de dignidade e da perda de soberania nacional como
impõe o Memorando de Entendimento que PS, PSD e CDS assinaram com a tróica?
Apesar de Costa afirmar que a aliança que estabeleceu com
PCP, Verdes e BE representa um novo ciclo
na política em Portugal, mais importante do que o derrube do muro de Berlim e o
implodir do medo de uma maioria de
esquerda herdado dos idos do PREC, o que é certo é que a recente Lei do
Orçamento Geral do Estado para 2016 vem comprovar quem manda nisto tudo e neles todos!
É precisamente para escamotear esse facto que Costa decide produzir
uma autêntica televonela, mais rasca do que a mais pirosa das telenovelas
mexicanas, em episódios de minuto e meio, protagonizada pelo próprio e enviando
para o terreno, desdobrando-se em múltiplas sessões
de esclarecimento, alguns dos seus
ministros e secretários de estado. Uma telenovela com argumento do dramaturgo imperial, Schauble, e música
de Wagner, para explicar ao povo que
o orçamento que propõe, ao contrário da austeridade
má praticada pelo executivo de traição nacional protagonizado por Coelho,
Portas e Cavaco, contém uma austeridade
boa, geradora de emprego e crescimento.
Esperando não ter de ser confrontado com o facto de que todo
e qualquer orçamento, aprovado por este ou qualquer outro executivo, porque sujeito
às ordens e directizes de Berlim, nunca servirá os interesses da classe
operária, dos trabalhadores e do povo português. O simples facto de Portugal
ter sido forçado, por toda uma cambada de traidores, a aceitar o tratado
colonial que representa o Tratado Orçamental, dá para perceber que é uma charada
fingir-se que o governo actual, como o anterior, tem autonomia e independência
para implementar e impor uma lei de orçamento geral que sirva o povo e quem
trabalha.
O não repúdio da dívida, a permanência de Portugal no euro e na União Europeia, constituem as âncoras da nossa condição de protectorado ou colónia.
O não repúdio da dívida, a permanência de Portugal no euro e na União Europeia, constituem as âncoras da nossa condição de protectorado ou colónia.
sábado, 6 de fevereiro de 2016
Costa : A evolução na continuidade!
No princípio, quando se dirimiam argumentos sobre quem teria
sido o responsável por chamar a tróica para resgatar
a dívida portuguesa e salvar Portugal
da bancarrota, era o chorrilho propositadamente caótico de acusações entre os
diferentes sectores da burguesia que, à vez, sozinhos ou coligados,
protagonizando sempre a política de bloco
central, tinham conduzido o país à massiva destruição do seu tecido produtivo
e transformado a pátria amada com que
todos enchem a boca para a condição de protectorado.
Esgotado a lama e seco o lamaçal, viraram-se, então, para
outro capítulo: o de que, apesar de todos eles – PS, PSD e CDS – terem estado
de acordo em chamar a tróica germano-imperialista, existiriam antagonismos inconciliáveis entre os que,
como o PS, defenderiam uma política de
esquerda para a aplicação do Memorando da traição assinado por todos eles,
e os que, como PSD e CDS, defendiam e defendem uma visão de direita.
Tudo têm feito os subscritores daquele memorando da traição
com a tróica germano-imperialista para escamotear a origem do buraco orçamental e justificar o princípio de que a austeridade
era inevitável para um povo que teria
vivido acima das suas possibilidades. Para justificar a inevitabilidade
de chamar os credores para arrumar a casa!
Precisamente aqueles que tinham, através dos vendidos,
traidores e vende pátrias, que com eles haviam acordado em destruir a nossa
indústria, a nossa agricultura, as nossas pescas, entre muitos outros sectores
de produção, criado as condições para a cada vez maior dependência do país ao
exterior, a cada vez maior fragilização da sua já débil economia e um
endividamento progressivo, imparável e, sobretudo...IMPAGÁVEL!
E foi o que se viu. Durante o mandato dos traidores Passos e
Portas – patrocinados pelo palerma de Boliqueime – foi a destruição do que
restava do nosso tecido produtivo, a venda a pataco dos activos estratégicos
que ainda não tinham sido vendidos – EDP, REN, TLP, TAP, GALP, ANA, etc, etc,
etc. - , o roubo dos salários e do trabalho, com a imposição de mais horas de
trabalho, por menor salário, com a destruição massiva de postos de trabalho, o
roubo das pensões e reformas.
Foi a destruição sistemática do SNS, da Escola Pública, uma
miserável ataque à Contratação Colectiva, a política de despejos protagonizada
pela NRAU, ou Lei dos Despejos, a humilhação a que se sujeitaram os
desempregados, a fome e a miséria exponenciados, a drástica diminuição para o
orçamento da saúde, da educação e da solidariedade social, a expulsão de
centenas de milhar de portugueses do seu país – sobretudo jovens e qualificados
– à procura, lá fora, de um projecto de vida que lhes assegurasse a sua sobrevivência
e a da família.
E o PS, o lídimo representante da tal suposta ala esquerda dos adeptos da vinda da
tróica germano-imperialista para Portugal, sempre a defender uma oposição firme e violenta ao então
governo dos traidores nacionais Passos e Portas e seu patrono Cavaco, chegado ao
poder o que faz? Beneficiando da disponibilidade para serem suas muletas por
parte de PCP, Verdes e BE, eis António Costa e seus comparsas a apresentarem um
primeiro esboço de orçamento que mais
parecia um queijo gruyère, típico
pelos seus inúmeros buracos.
Buracos que se alargaram quando viemos a perceber, quer
durante as discussões preliminares, quer durante a apresentação da versão final – aprovada, com sérias reprimendas e dúvidas, pela
autoridade colonial que representa, nestes dias, a Comissão Europeia – que tal
lei do orçamento assenta, afinal, num
chorrilho de mentiras.
Desde logo, o rasgar de uma bandeira eminentemente
patriótica, como era o da reconquista da maioria do capital da TAP, vendida por
tuta e meia e às pressas, pelos traidores Passos e Portas, ao fura greves da
Barraqueiro e a um cowboy americano falido e mentiroso. Depois, o adiar – sabe-se lá para quando ou
se para sempre – da retoma da semana das 35 horas para os funcionários
públicos, o jogo de cintura em torno da redução da taxa do IVA, que já só
descerá de 23% para 13% na restauração, para os produtos alimentares e a cegada
em torno da eliminação da sobretaxa
do IRS. E ainda a procissão vai no adro!
É por isso que, não fosse este orçamento, que reflecte a
política de um dos vários sectores da burguesia
que representa os interesses do imperialismo germânico, replicar mais do
mesmo no que concerne exploração, miséria e perda de soberania para a classe
operária, os trabalhadores e o povo português em geral, um drama, até
esboçaríamos um sorriso quando, os seus defensores nos vêm afirmar que, se é
certo que ele contém alguma
austeridade, ela distingue-se, no entanto, pela positiva, quando comparada com a austeridade imposta por Passos,
Portas e Cavaco.
Ou seja, para estes patifórios, tal como existiriam troicanos de esquerda e troicanos de direita, também agora
existirá uma austeridade boa, em
contraponto a uma austeridade má! A
esquerda, mesmo que formal, será responsável por iludir a questão de fundo. Que
o presente orçamento foi ditado por Berlim, com a chancela do seu instrumento político
operacional que é a Comissão Europeia.
Essa esquerda, mesmo que formal, em Portugal já é responsável pelo facto de ter alimentado a ilusão junto da classe operária, dos trabalhadores e do povo, de que, sem um firme repúdio do pagamento da dívida e uma corajosa ruptura com o euro, sem promover a saída de Portugal da União Europeia e da NATO, Portugal nunca será um país livre, democrático e próspero, nunca será uma nação soberana.
Ou arrepia caminho ou a história remete-los-á para a mesma
galeria de traidores onde figuram já Passos, Portas e Cavaco.
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