
Alguns desses oradores utilizaram, mesmo, uma oratória musculada, aparentemente denunciando a
destruição a que o SNS esteve sujeito durante a governação dos traidores à
pátria Coelho e Portas que foram, como se sabe, tutelados por Cavaco.
Todos eles, no entanto, escamotearam o facto de que,
prosseguindo os ditames dos acordos europeus,
mormente os que se referem ao tratado orçamental e à imposição da tróica
germano-imperialista de se resolverem falências
bancárias à custa do roubo dos salários e do trabalho e de uma carga fiscal
sufocante para os trabalhadores e o povo, não será possível vislumbrar outra situação
que não a prossecução da sua destruição, mesmo que com maior lentidão.

O que é certo é que a degradação do SNS prossegue. Desde
logo, no seu patamar de cuidados primários. As falhas de cobertura de médicos
de família, quer a nível nacional, quer a nível distrital, estão aí para o
sublinhar e desmascarar todos aqueles que persistem em ajoelhar perante o euro,
a União Europeia e negam que a única saída para o povo português é a do repúdio
da dívida e a da saída de Portugal daquelas estruturas de natureza colonial.
Vejamos! Hoje mesmo foi notícia que ficaram por contratar,
na Zona Norte do país, médicos de família que assegurariam a cobertura a mais
de 50 mil utentes. Isto porque, em vez das 102 vagas necessárias de preencher
para assegurar uma cobertura adequada, foram apenas abertas 74. Mas, este
quadro é replicado no centro do país, no sul e nas regiões autónomas.

O quadro que se vive nas urgências, também não é o melhor! O
próprio bastonário dos médicos veio denunciar esta semana que a demora na
assistência aos doentes que deram entrada, nas últimas semanas do ano, nas
urgências dos hospitais do SNS, poderão ter provocado mais mortes do que
aquelas que o Ministério da Saúde e os serviços revelaram.
Responsabilizando o Ministério da Saúde, quer por essas
mortes, quer pela degradação dos cuidados e práticas efectuadas nos serviços de
urgência em todo o país, o bastonário denuncia que “só não são noticiadas mais mortes, resultantes da assistência indevida,
porque as famílias, provavelmente, não se aperceberam”!!! Isto é, se mais
casos de óbito não foram divulgados pelos meios de comunicação social, tal ficou a dever-se ao facto de alguns dos
familiares e acompanhantes dos doentes falecidos não ter associado a morte dos
mesmos a uma falha no sistema, mas ao desfecho
natural da condição que levou aqueles doentes a procurarem assistência nas
urgências hospitalares.
Entretanto, o governo de António Costa persiste no jogo
viciado de entregar o processo de inquérito destas mortes e anomalias nas
urgências hospitalares ou nas falhas de cobertura de médicos de família, de enfermeiros e pessoal auxiliar, a
entidades dependentes do Ministério da Saúde. Claro está que, não sendo dada
autonomia aos hospitais e centros de saúde para contratarem médicos, quem
continuará a gerir os hospitais e centros de saúde será o governo e o seu
ministério da saúde, replicando, ad aeternum, as condições de degradação que hoje se assinalam e denunciam.

Um directório que tudo faz e fará para que os lucros com as dívidas soberanas- sobretudo os de
bancos alemães – sejam assegurados e a falência de um monstro do sector financeiro e bancário como é o Deutsche Bank seja travada ou, pelo menos, adiada!
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