quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Trabalhadores maquinistas e ferroviários da CP



A luta continua!

Publicado em 30.10.2012
(do nosso correspondente na CP)

smaq logoJá foi entregue, pelo SMAQ e outros Sindicatos do sector, novo pré-aviso de greve para todo o mês de Novembro. Os dias de maior incidência e perturbações nas circulações, serão sem dúvida o feriado de 1 de Novembro e o dia da Greve Geral Nacional, 14 de Novembro.

A determinação de mais vale quebrar que torcer, está bem patente na combatividade que todos os trabalhadores deste sector têm vindo a demonstrar.
De lembrar que os maquinistas já se encontram em greve ininterrupta desde 23 de Dezembro de 2011. As investidas que a administração da CP tem vindo a encetar, obtiveram até agora uma resposta firme e determinada da parte daqueles trabalhadores.
 
Desde o envio de e-mail para as caixas pessoais ou da empresa, ameaçando que a greve era ilegal e aos seus aderentes seriam levantados processos disciplinares, e descontada a totalidade do dia de trabalho quando o trabalhador efectua o estipulado pelo Acórdão do Tribunal Arbitral como serviços mínimos, o considerarem como falta injustificada o dia de greve total, até à intimidação física mais descarada, através dos homens de mão da administração com a ameaça de que se não forem efectuados determinados serviços, atropelando tudo o estipulado no pré-aviso de greve, a sua situação dentro da empresa será posta em causa, podendo ser um dos perto de mil que ela pretende "dispensar", leia-se, despedir.
 
O SMAQ, no seguimento do que é o sentimento generalizado de toda a carreira, já decidiu entregar pré-aviso de greve específico, para o dia 14 de Novembro, dia da Greve Geral Nacional.
 
Só falta inscrever nesta bandeira, que já leva quase um ano de luta, o derrubamento do Governo Coelho/Portas e a instauração de um governo que rejeite a dívida, aplique leis para desenvolvimento do País e a favor de quem trabalha. Esse é o Governo Democrático Patriótico que urge mais do que nunca criar as condições para que ele surja.
 
 
Retirado de:

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Trabalhadores do Metropolitano de Lisboa

Num dos mais participados plenários de sempre, reforçada a disposição de intensificar a luta!
Publicado em 26.10.2012
(do nosso correspondente no Metropolitano)




2012-10-26-plenario trabalhores metro 01Os trabalhadores do Metropolitano de Lisboa realizaram hoje entre as 10H30 e as 12H00 o mais concorrido plenário geral dos últimos tempos.

Esta assembleia democrática teve lugar na rua e à chuva, à porta da sede da empresa, por oposição provocatória da administração a que decorresse dentro das instalações, o que denota o pavor que se começa a apoderar dos lacaios do governo.
 
O plenário aprovou uma proposta subscrita por todos os sindicatos do Metro para a revisão do AE, bem como uma moção em que, por unanimidade, se decidiu, entre outros pontos, aderir e participar na greve geral do dia 14 de Novembro.
 
Ficou, assim, conferida uma total legitimidade democrática à participação na próxima greve geral, que habilita os comités de greve a fazer acatar esta decisão a todos os trabalhadores.
 
No decurso do plenário, intervieram dirigentes de todos os sindicatos e da CT, permitindo-nos destacar a intervenção calorosamente aplaudida e saudada (interrompida por duas vezes com aplausos) do Presidente do SINDEM, camarada Luís Franco, intervenção essa que, para além de denunciar as manobras terroristas do governo e do conselho de administração relativamente à fusão Metro/Carris, vincou de forma perfeitamente clara a necessidade de consignar como objectivo da greve geral e do movimento operário e popular de massas o derrube deste governo de traição nacional.
 



Excertos da intervenção do Presidente da Direcção do SINDEM


 
Este governo de traição nacional Coelho/Portas, veio à pressa aprovar o famigerado PEC, ou seja o plano terrorista para os transportes, em que os roubos dos salários e dos subsídios, os despedimentos e as rescisões travestidas de amigáveis são o aspecto central. A suspensão do regulamento de carreiras, a tentativa de rasgar o AE, é também o apanágio deste governo. Nós sempre afirmamos e continuamos a afirmar bem alto que somos contra a fusão do Metro/Carris, e desde a primeira hora, e nada temos, contra os nossos irmãos de classe, trabalhadores da Carris.
 
A Barbosa du Bocage está a ser transformada num bunker, com o 2º andar bloqueado, cheio da câmaras de vigilância, têm medo dos trabalhadores, mas para isto já há dinheiro, para os salários dos trabalhadores já não há.
 
O orçamento geral do estado/2013 - deste governo que não governa, mas apenas tem a missão a mando da tróica de aprovar o orçamento e depois, como bom aluno da Merkel - já pode ir para a cova.
 
Quanto a Cavaco, tem duas caras: com uma, finge estar contra o orçamento e demais políticas do governo e, pela outra cara, que por agora está calada, apoia o governo e vai fazendo passar os orçamentos que transformaram os portugueses em escravos e os matam à fome.


A questão central, porém agora é esta: Se Cavaco não demite o governo Coelho/Portas, que o povo odeia e já o demitiu em notáveis jornadas de luta – que irão certamente continuar, sem dúvida! – então é o próprio Cavaco, em total dessintonia com o povo e com a Constituição da República quem deve imediatamente demitir-se.
 
Greve geral a sério empurrar o governo para a rua, organizar, mobilizar, esta e outras greves gerais que virão, até atingirmos o objectivo de derrubar o governo Passos/Portas, e construirmos um Governo Democrático Patriótico!


Viva a Greve Geral!


Continuar na luta, a vitória é dos trabalhadores!


Vivam os Trabalhadores do Metro!
 
 
Retirado de:

OE 2013 – Um Orçamento para o lixo

O Conselho Económico e Social (CES) é um órgão que integra, para além do governo, representantes do patronato, dos trabalhadores, dos governos regionais e personalidades de reconhecido mérito.

No exercício das suas competências constitucionais, o CES é chamado a dar parecer sobre os anteprojectos governamentais em matéria económica e social, designadamente, sobre o Orçamento Geral do Estado.
 
Foi assim que o CES, no uso dessas atribuições, tinha já apresentado um parecer arrasador sobre as grandes opções do plano, parecer de que foi relator o Professor João Ferreira do Amaral.
 
Agora, foi a vez da proposta de Orçamento Geral do Estado ter merecido o chumbo do CES.
 
Depois deste governo de traição nacional ter perdido totalmente a sua legitimidade, no seguimento das grandes manifestações populares que contra ele se sucederam, são agora os patrões e trabalhadores representados naquela estrutura que se pronunciam abertamente contra o orçamento, instrumento que concentra a política reaccionária e terrorista de um governo que já não governa.
 
Neste momento não há, pois, ninguém, a não ser o que resta de uma cada vez mais esfrangalhada coligação, que suporta este orçamento.
 
Por isso, não é apenas o orçamento mas também o governo que o propõe que têm o caminho traçado – o lixo.
Ainda que para apressar esse objectivo, se torne necessário intensificar, redobrar e alargar a luta, designadamente, fazendo da greve geral de 14 de Novembro um êxito decisivo, e preparar a formação de um governo democrático patriótico para tomar uma medida indispensável e urgente, a suspensão imediata do pagamento da dívida pública.
 
 
Retirado de:

domingo, 28 de outubro de 2012

Para o povo poder viver, a tróica e o seu governo têm de morrer

Ainda mal tinham passado os ecos do anúncio de um dos mais brutais ataques aos trabalhadores e ao povo português, consubstanciado na proposta de Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2013, e já o governo de traição nacional Coelho/Portas, mandado pelo imperialismo alemão, anunciava formalmente um outro ataque ainda de maior dimensão e gravidade. Aconteceu nas chamadas jornadas parlamentares conjuntas do PSD e do CDS, realizadas este fim-de-semana em Lisboa.

Convocadas para garantir a fidelidade de todos os deputados da maioria parlamentar que suporta o governo na defesa incondicional da referida proposta de OGE, estas jornadas serviram também para instruir esses mesmos deputados no teor de uma recente proposta encomendada pela tróica e elaborada pelo governo para um novo corte nas despesas sociais do Estado no valor de 4 mil milhões de euros, a ser executado quase todo ele nas áreas da segurança social e da educação entre 2013 e 2014 e previsto para ser anunciado nos seus detalhes depois da aprovação do orçamento.
 
Em qualquer destas duas áreas, os cortes já efectuados, mais os que estão previstos na proposta de OGE, reduziram já, muito para além dos limites do suportável, a dimensão e a qualidade dos serviços e dos apoios sociais prestados aos cidadãos. Quando foi anunciado o enorme e criminoso aumento dos impostos contido na proposta de OGE, o qual suplanta em média o valor de um salário mensal por trabalhador, tal foi justificado pelo governo e pela tróica como uma solução extrema para “salvar o Estado social”. Agora, passadas que foram apenas duas semanas, vêm o governo e a tróica querer colocar tudo outra vez na estaca zero, como se já tivesse sido perdido o rasto aos mais de 3 mil milhões de euros do referido aumento dos impostos antes mesmo de o roubo que ele representa ter sido efectuado. Assim, sempre em nome da “salvação do Estado social”, a tróica mandou e o governo programou uma nova e brutal redução dos apoios sociais e dos gastos com a educação, o qual representa cerca de 1/5 dos gastos anuais totais nestas duas áreas.
 
A privatização rápida e maciça da educação pública e da segurança social que estas medidas significam sempre foi uma intenção da tróica germano-imperialista e dos seus serventuários internos. Mas só agora ela surge em toda a sua extensão e em letra de forma, o que levou até o chefe do governo, no discurso que proferiu nas ditas jornadas parlamentares, a falar em “refundação” do memorando assinado com a tróica, apelando para tal à colaboração do PS, dado o carácter abertamente inconstitucional do referido projecto. Fazendo-se caro, António José Seguro já veio dizer que não está disponível para “desmantelar o Estado social”, como se os cortes gigantescos já realizados na segurança social, na saúde e na educação nunca tivessem existido. É claro que aquilo que o secretário-geral do PS pretende é que Coelho e Portas avancem com os seus planos para não ser ele, Seguro, a ter de o fazer se eventualmente o poder lhe vier a cair nas mãos.
 
Depois de esmifrarem em impostos, taxas e contribuições sociais o equivalente a quase 60% do rendimento médio dos trabalhadores, a classe capitalista e os seus patrões imperialistas defendem agora que o Estado tem de se concentrar nas suas “funções essenciais”, relacionadas com a defesa e a segurança, pretendendo assim reservar uma parte cada vez maior das receitas públicas para o serviço da dívida e para reforçar o aparelho repressivo do Estado, enquanto o povo morre à fome, sem emprego, sem salário, sem reformas e por falta das mais elementares condições de saúde e de apoios sociais.
 
Contra estes planos da contra-revolução, há que desencadear uma ofensiva firme da classe operária e demais classes trabalhadoras suas aliadas, centrada no objectivo do derrube do governo PSD/CDS e subsequente constituição de um governo democrático patriótico, cujas primeiras medidas deverão ser a suspensão do pagamento da dívida, o controlo do sistema bancário, a reposição do escudo se tal for necessário e a canalização dos dinheiros públicos para atender às necessidades sociais e para promover um plano de desenvolvimento capaz de erguer a economia e colocá-la ao serviço dos trabalhadores e do povo.
 
É isto que está em jogo na greve geral de 14 de Novembro. As organizações representativas dos trabalhadores têm o dever histórico de conduzir a luta até à realização destes objectivos imediatos, sob pena de perderem o apoio dos seus associados. A hora é de luta, de unidade e de vitória. Mobilizemos todas as forças para derrotar a contra-revolução e todos os seus lacaios! Para o povo poder viver, a tróica e o seu governo têm de morrer!
 
 
Retirado de:

Uma manobra condenada ao fracasso


Logo a seguir às eleições que levaram PSD e CDS ao poder, que, no horizonte da política vil, mesquinha, hipócrita e vendida, praticada pelos partidos que assinaram o “memorando de entendimento”, se foram formando dois blocos: a “esquerda” e a “direita” da tróica germano-imperialista.

À “direita” dos partidos da tróica - por definição os que estão no governo, PSD e CDS – cabe aplicar a ferro e fogo as medidas que o imperialismo e o grande capital financeiro lhes ordenam. À “esquerda” desses partidos – por definição os que estão na oposição, actualmente o PS – compete fingir desacordo com algumas medidas pontuais do governo e da tróica, medidas essas que, se fosse governo, também aplicaria.

Na sua estratégia oportunista, o PS acusa o governo PSD/CDS de ser “mais troiquista do que a tróica”, tentando iludir o facto de ser a tróica que redige ou aprova todas as medidas que o governo adopta. Assim sendo, tudo lhe serve para tentar cavalgar o descontentamento e a luta popular, que se está a agigantar, com o propósito de o desviar do objectivo de escorraçar, sem apelo nem agravo, todos aqueles que têm apoiado e executado as medidas terroristas e fascistas ditadas por Berlim e pela chancelerina Merkel, isto é, Coelho, Portas, Cavaco, e uns tantos mais fiéis serviçais do IV Reich, e de impor a constituição de um governo democrático patriótico.

Desde Seguro a tentar aproveitar-se da justa indignação dos pequenos proprietários da restauração que fizeram ouvir bem alto os seus protestos contra o aumento do IVA, que está a levar à falência centenas de empresas do sector e ao despedimento de dezenas de milhares de trabalhadores, nas bancadas do parlamento, afirmando que “ele sempre avisou” do que estaria para acontecer, até ao inefável Pedro Marques que “avisa” sobre os milhões que estamos a pagar a mais de juros por estarem “congelados” 7,5 mil milhões de “empréstimos” da tróica, destinados a “salvar a banca”, mas de que esta diz não precisar, passando pela deputada “socialista” que hoje, num tom muito “indignado” referia que a Lei do OE 2013 teria triplicado os “cortes” nas verbas destinadas aos apoios sociais, de tudo o PS se tem utilizado para obliterar da memória do povo o facto de este partido também ter assinado o memorando com a tróica germano-imperialista e, mais do que isso, continuar a estar de acordo com a sua aplicação.

Aliás, o que esta estratégia visa, não é, como diz Seguro e Zorrinho, “aliviar” o sofrimento dos trabalhadores e do povo. Faz parte de um plano “B”, um plano de contingência, do próprio directório europeu, do BCE e do FMI, a mando dos interesses do imperialismo germânico, conscientes que estão de que os dias do governo dos traidores Coelho e Portas estão contados, bem como daqueles que sempre os apoiaram – como é o caso de Cavaco – e que, para que o poder “não caia na rua” e os seus “créditos” sejam ressarcidos, é preferível apostar, desde já, na preparação de um novo cavalo.

E porque é que é importante denunciarmos esta manobra? Porque esta tem sido uma das formas que a contra-revolução encontrou para se reorganizar e fazer face a um movimento revolucionário cada vez mais pujante, organizado e firme. O PS, tal como o PSD e o CDS, pautam a sua conduta política por considerar que os trabalhadores e o povo, que não contraíram esta dívida, nem dela beneficiaram, é que a têm de pagar. Coelho e Portas, mais trauliteiros, acham que as “vítimas” devem ser sujeitas a esta operação, sem anestesia. Já Seguro e o PS, contemporizam e dizem que pelo menos uma epidural lhes deve ser aplicada.

Ambos sabem qual a origem e a causa desta dívida e desta crise. Ambos sabem que a dívida se constituiu, por um lado, como um mecanismo para o imperialismo germânico dominar a Europa sem ter de recorrer às divisões Panzer e, por outro, para os grandes grupos financeiros e bancários alemães (que pontificam e dominam o BCE) arrecadarem lucros fabulosos. Ambos sabem que esta dívida é IMPAGÁVEL, quer seja paga, como pretende Coelho e Portas, de um golpe, quer de forma mais “suavizada”, como sugere Seguro e o PS.

Nesta encruzilhada, pertencer ao campo anti-tróica, ao campo anti-capitalista, anti-imperialista, significa assumir que só derrube deste governo, a expulsão da tróica germano-imperialista do nosso país e a constituição de um governo democrático patriótico, cuja primeira medida seja a suspensão, no mínimo, do pagamento da dívida, o controle da banca e a execução de um plano de desenvolvimento ao serviço dos trabalhadores e controlado por estes, é o único caminho a trilhar.

sábado, 27 de outubro de 2012

Prevendo eleições antecipadas


ERC prepara propostas legislativas para calar debate democrático

 
Temerosos de que o povo escorrace este governo de traição mais cedo do que esperariam, e que tal facto obrigue a uma antecipação de eleições legislativas, a ERC (Entidade Reguladora para a Comunicação Social) anunciou que está a analisar a legislação que regulamenta a cobertura noticiosa das campanhas eleitorais, sobretudo por parte dos diferentes canais de televisão – RTP, SIC e TVI – a fim de poder recomendar ao parlamento – onde, recorde-se, pontificam os partidos que assinaram o memorando com a tróica germano-imperialista (PS, PSD e CDS), com cerca de 85% dos deputados – nova legislação que altere o quadro legal existente desde 1975.

 

Esta iniciativa do departamento jurídico da ERC, como não poderia deixar de ser, deve-se ao pedido formal que os directores de informação da RTP, SIC e TVI dirigiram àquela entidade sobre a cobertura noticiosa de futuras campanhas eleitorais, “com vista à eventual recomendação de alterações legislativas”.

 

Como a Comissão Nacional de Eleições (CNE), na sequência da decisão do Tribunal de Cascais que deu provimento à queixa que o nosso camarada Garcia Pereira tinha interposto o ano passado, foi obrigada a reconhecer que houve tratamento discriminatório, à pala do argumento dos “critérios noticiosos”, em relação ao PCTP/MRPP e aos restantes partidos extra-parlamentares, e evidente benefício para os partidos do “arco parlamentar”, a ERC, numa manobra oportunista de antecipação, quer prevenir que haja, no futuro, qualquer “surpresa” que obrigue as televisões, rádios e jornais a promover debates entre todas as candidaturas.

 

Recordamos que no ano passado, precisamente à pala deste argumento dos “critérios noticiosos”, o PCTP/MRPP foi impedido de confrontar os partidos com assento parlamentar, e sobretudo os partidos que advogavam a assinatura do memorando com a tróica germano-imperialista – PS, PSD e CDS – com questões tão relevantes para os trabalhadores e para o povo português, em relação à crise e à dívida, como eram as de saber quanto devemos, a quem devemos e porque é que devemos.

 

Foi-nos, também, negada a possibilidade de confrontar esses partidos, quer o PSD e o CDS que já haviam consolidado a sua aliança para a governação, quer o PS de Sócrates que tinha conduzido o país à dramática situação que acabou por ser imposta ao povo, de qual o programa que pretendiam implementar para obrigar o povo e os trabalhadores portugueses a pagar uma dívida que não haviam contraído e da qual não haviam retirado qualquer benefício.

 

Esta reacção por parte dos directores dos diferentes canais de televisão e a pressão que estão a exercer sobre a ERC, deve-se ao facto de a CNE ter sido obrigada a remeter para o ministério público, como foi noticiado pela Lusa na passada 2ª feira, a sua deliberação de considerar o tratamento desigual dado pelas estações de televisão às diferentes candidaturas, realçando, sobretudo, que a RTP “…enquanto entidade concessionária, tem a responsabilidade acrescida no esclarecimento objectivo do eleitorado, através de uma postura que se pretende neutral e imparcial e cumpridora do princípio de igualdade de tratamento para todas as candidaturas”, o que não foi manifestamente o caso da últimas eleições, onde não foram dadas “as mesmas oportunidades” de participação em debates a todas as candidaturas concorrentes, sendo o caso dos “debates a 5” (só com os partidos do “arco parlamentar”, em nosso entender os responsáveis pela crise e pela dívida que levou à antecipação das eleições) o mais escandaloso de entre todos.

 

Se é certo que a CNE conclui “existirem indícios de violação do DL nº85-D/75, de 26 de Fevereiro” por parte de todas as estações de televisão, não devemos esquecer a posição que esta entidade, enquanto testemunha de defesa das estações de televisão, no já mencionado processo interposto pelo nosso camarada Garcia Pereira, isto é, defendendo os argumentos aduzidos por estas quanto à “impossibilidade”, por “critérios jornalísticos” de cumprir as disposições legais constantes daquele decreto.

Não menos certo é que a pressão que as diferentes estações de televisão começaram já a exercer sobre a ERC prenunciam o que pretendem que aconteça em próximas campanhas eleitorais, isto é, dar chancela legal à exclusão dos partidos extra-parlamentares, mormente o PCTP/MRPP, dos debates, já sem a máscara da desculpa dos “critérios jornalísticos”.

 

Não alimentemos, pois, qualquer tipo de ilusões. Os democratas e todos aqueles que pugnam pela liberdade de expressão, de debate e de opinião não podem calar a denúncia, nem aliviar a luta, para que este tipo de manobras fascistas se produzam e repitam em próximos actos eleitorais, devendo prosseguir a luta pelo estrito cumprimento da lei que regula o tratamento igual para todas as candidaturas e partidos que concorram a actos eleitorais, sejam eles de que natureza forem, bem como à denúncia de todos aqueles partidos que aceitem compactuar com a realização de debates que descriminem a participação de outros partidos concorrentes.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Jornadas parlamentares conjuntas revelam que:


Os amuos entre Coelho e Portas escondem sólida união no ataque ao povo!

 
Aqui há umas semanas atrás, o serventuário Coelho, numa intervenção em que elencava a "necessidade" de se aplicarem as medidas terroristas e fascistas que a sua patroa Merkel, a führer do IV Reich, lhe havia ditado, utilizou a expressão "que se lixem as eleições" como que a tentar convencer-nos que considera que os interesses do país e do povo, estão em primeiro lugar.

Os acontecimentos vêm não só desmentir essa "despreocupação", como revelar que, afinal, a possibilidade deste governo ser escorraçado e, eventualmente, ter de haver o recurso a eleições antecipadas, é cada vez mais tangível e real.

E, nem os "amuos" entre os parceiros da coligação - PSD e CDS - nem as "novelas" em torno das "contradições" existentes entre Coelho e Portas e este e Gaspar, conseguem obliterar o facto de que este seu casamento vai bem e está para durar. Isto é, durará enquanto o povo decidir mantê-lo!

Uma reunião "magna" como aquela que hoje se inicia e que, pela primeira vez na história, reúne as bancadas parlamentares destes dois partidos, obriga a uma logística e a uma preparação e maturação que necessitam de meses e não de dias para ser realizada. Não teria lugar se os “amuos” e as “contradições” não fizessem parte de uma encenação que Coelho e Portas produziram para tentar desviar a atenção do povo para os reais problemas, aqueles que derivam das medidas terroristas e fascistas que contra ele estão a ser aplicadas por este governo de traição.

Caso para se dizer, a terminar esta nota...que se lixem os vossos pretensos amuos! O que preocupa os trabalhadores e o povo português, nesta hora, é a de que tipo de organização necessitam, que tipo de unidade deve ser construída, com base em que princípios e em que programa se devem basear para combater as decisões que sairão destas vossas jornadas, escorraçar convosco do poder e constituir um governo democrático patriótico.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

A POUPANÇA!


Veio a lume, esta semana, a notícia de que, virtude de uma disposição negociada pela Irlanda, a braços com um “resgate” idêntico ao que a tróica desenhou para o nosso país – disposição que exigia que a mesma teria de ser extensível à Grécia e a Portugal –, o estado português teria “poupado” em juros qualquer coisa como 800 milhões de euros, “graças” à redução da taxa de juro que aquela medida implicava.

Não fora o facto de que, quem está a ser obrigado a pagar a “dívida” e o “serviço da dívida” (que inclui o pagamento dos ditos juros) têm sido os “suspeitos do costume”, precisamente aqueles que não a contraíram, nem dela retiraram qualquer benefício – os trabalhadores e o povo português –, a notícia até poderia ser encarada como mais um registo da profusa imaginação e do fino humor lusitanos.

Basicamente, o que se passou foi o seguinte: com a finalidade de ter uma “justificação moral” para o roubo, e assim aliviar o constrangimento a que sujeitou o povo, o governo dos traidores Coelho/Portas dá cobertura à tróica germano-imperialista que age como o ladrão comum que, depois do assalto praticado à vitima finge devolver parte do saque.

Só que este roubo, traduzido em juros sobre as tranches do “empréstimo” já libertadas, já custou aos trabalhadores e ao povo português mais de 8 mil milhões de euros em 2012 e representará, seguramente, mais de 12 mil milhões de euros em 2013. Isto é, milhões pagos à custa de mais fome, mais miséria, maior agravamento do desemprego e da precariedade, limitação ou aniquilamento do recurso à segurança social, ao subsídio de desemprego, diminuição brutal do acesso à saúde e à educação, roubo generalizado dos salários e do trabalho a quem trabalha e ao povo em geral.
Caricato é ver o PS, através do seu deputado Pedro Marques, dar, igualmente, cobertura a esta demagogia populista ao “indignar-se” com o facto de Portugal estar a perder cerca de 250 milhões ao ano em juros sobre 7,5 mil milhões de euros que foram dedicados pela tróica germano-imperialista para “salvar” a banca portuguesa. “Indignação” que não demonstrou quando assinou o memorando com o FMI, o BCE e a União Europeia, que previa um plano de “salvação” da banca nacional, a ser custeada pelos trabalhadores e pelo povo português, os tais que estiveram a "consumir acima das suas possibilidades"!
Rica poupança! Poupar, sobretudo maior sofrimento e miséria, maior perda de soberania nacional, do ponto de vista dos trabalhadores e do povo, passa por escorraçar toda esta corja de ladrões que nos rouba o porco para, depois, cínica e criminosamente, nem uma mísera salsicha nos “entregar”!

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Nem Césares…nem bonapartes de pacotilha!


Mais um “professor” de economia, desta vez da “insuspeita” universidade católica (que tem produzido das mais eminentes figuras pardas que ocuparam o cargo de ministro das finanças e da economia dos sucessivos governos PS e PSD), João César das Neves, vem afirmar, em entrevista ao jornal de Negócios, que foi o “Tribunal Constitucional que desgraçou o país” e que “…em democracia Portugal nunca conseguirá controlar a despesa”!

E como chega a personagem em questão a tão “brilhante”, quão “científica”, conclusão? Primeiro porque, diz, “ao impedir o corte de salários e pensões, que representam 70% da despesa”, o TC “…obrigou a subir impostos, o que estrangulou a economia, que é quem paga os salários”! O imbecil tenta escamotear que os salários são a moeda de troca para o pagamento da única mercadoria que os trabalhadores têm para vender ao patronato capitalista: a sua força de trabalho, braçal ou intelectual.

Tenta escamotear, ainda, que, quando a burguesia se refere à “despesa” que o aparelho de estado burguês tem de “suportar”, se refere, sobretudo, à parte da colecta de impostos que o estado burguês se vê compelido a dedicar a serviços e apoios sociais que foram conquistados, à custa de duras e prolongadas lutas, pelos trabalhadores e pelo povo, mas para as quais estes contribuem sem qualquer escapatória possível, seja através do IRS, da TSU ou do IVA.

Isto é, os serviços de educação, saúde, transportes, segurança social (onde se incluem os subsídios de doença ou de desemprego), as reformas e pensões, etc, para os quais o “professor” pretende fazer passar a ideia, como aliás o faz Gaspar Dixit e quejandos, que o acesso a estes serviços se faz por “bondade” do estado e não pelo facto de terem sido previamente pagos, através dos impostos que são obrigados a pagar, pelos trabalhadores e pelo povo que a eles tem necessidade de aceder.

Quando tenta fazer passar a ideia de que os trabalhadores e o povo o que querem é “almoços à borla”, o que César das Neves está a amplificar são as fantasias de uma classe – a burguesia capitalista – que o que pretende mesmo com as medidas terroristas e fascistas que tem vindo a aplicar, a mando da tróica germano-imperialista, é arrecadar os impostos que servem para implementar aqueles programas sociais e, conjuntamente com uma massiva transferência de activos e empresas públicas estratégicas, facilitar, ainda mais, a acumulação capitalista.

É por isso que César das Neves conclui que “…se o ministro Vítor Gaspar, no seu segundo orçamento, com maioria absoluta, vasta experiência técnica e sob ameaça da tróica, não obtém melhor do que isto”, é porque, em definitivo, “…em democracia Portugal nunca conseguirá controlar a despesa pública”!

Embora afirmando que, se Portugal reagir como o fez em 1890 (ano em que contraiu uma dívida cujo pagamento terminou em 2005!), o que espera o país é o abismo, segundo esta “eminência” o que devemos adoptar é o modelo seguido em 1978 e 1983 (anos em que decorreram outros “programas” de “resgate” do FMI), escamoteando que naquela época possuíamos um instrumento – a política cambial – ao qual estamos agora impedidos de recorrer para valorizar ou desvalorizar a moeda consoante os nossos interesses.

Ou seja, César das Neves, querendo ir mais longe do que a sua “mentora”, Manuela Ferreira Leite, que chegou a vaticinar a “suspensão da democracia” para se sair da crise, apenas conseguiu ser a versão patética da voz da dona, revelando, uma vez mais, que no que respeita a massa cinzenta, os seus neurónios entram com alguma frequência em curto-circuito.

Numa situação em que é manifesto o equilíbrio de forças entre a revolução e a contra-revolução, e perante sinais que evidenciam que, se a ruptura desse equilíbrio não se efectuar a favor da revolução, a alternativa poderá ser a de a contra-revolução se reorganizar e impor um governo do tipo bonapartista ou fascista, torna-se necessário e urgente uma ofensiva no combate político, que una todos os que puderem ser unidos em torno de um programa mínimo que passe pela suspensão imediata do pagamento da dívida, pela execução de um plano de desenvolvimento ao serviço dos trabalhadores e do povo, pela saída do euro e a reposição do escudo se tal se afigurar necessário, pelo controlo do sistema bancário.

Para que tal programa mínimo seja possível de executar há, contudo, que derrubar este governo de traição PSD/CDS, escorraçar com o Coelho e com o Portas, bem como com toda a sorte de lacaios ao serviço da tróica germano-imperialista, impondo um governo democrático patriótico que se encarregue de cumprir tal desiderato.

É precisamente isto que estará em jogo, também, na greve geral do próximo dia 14 de Novembro, e em todas as greves gerais e sectoriais que sejam necessárias para que tais objectivos sejam alcançados.

A valorosa luta dos estivadores

Os trabalhadores portuários e em particular os estivadores têm estado empenhados numa luta prolongada e exemplar contra a tentativa de o governo de traição nacional PSD/CDS, para além do roubo do trabalho e dos salários, desencadear uma vaga de despedimentos.

Desde o dia 17 de Setembro que os estivadores se levantaram em greve contra o novo regime portuário que vem pôr em causa os seus postos de trabalho – desde aquela data, os sucessivos períodos de greve totalizaram já oito semanas, tendo entrado hoje numa nova fase com uma paralisação parcial nos turnos entre a meia noite e as 17H00, incluindo feriados e fins de semana, nos portos de Lisboa, Setúbal e Figueira da Foz.


Numa fúria e desespero nunca vistos, governo e capitalistas têm-se atirado ferozmente, mas sem êxito, contra estes trabalhadores, usando de ignóbeis provocações e das mais baixas insinuações para isolá-los do resto dos trabalhadores e do povo.
 
Esbarrando numa inabalável firmeza da parte dos estivadores que têm paralisado os portos e impedido as cragas e descargas, o governo PSD/CDS e os seus homens de mão nas empresas, como é o caso de Pires de Lima do CDS, chegaram mesmo ao ponto de, confundindo a sua política terrorista de exploração desenfreada e roubo do trabalho com a defesa da economia nacional, proporem a imediata requisição civil no sector, mesmo com a observância de serviços mímimos, o que se traduziria no ensaio para porem fim ao direito de greve, em nome da política de ajustamento imposto pela Tróica.
 
 
A luta dos estivadores portugueses, que mereceu já manifestações de solidariedade efectiva dos estivadores de vários portos europeus, é um importante exemplo daquilo que deve constituir o combate a travar pelo movimento operário pelo derrube deste governo, desde logo, na próxima greve geral de 14 de Novembro. Isto é, uma greve firme, a sério, sem medo e sem hesitações nem cedências aos traidores da UGT que assinaram o acordo com o governo, e uma greve que paralise o país.
 
E, para isso, não só os trabalhadores portugueses devem aprender com a tenacidade dos seus irmãos de classe dos portos, como os estivadores, haja o que houver, têm de estar na primeira linha da paralisação do país na greve geral de 14 de Novembro e em todas as que forem necessárias realizar até ao derrube do governo de traição nacional PSD/CDS.
 
O nosso Partido, ao mesmo tempo que manifesta a sua inteira solidariedade com os estivadores em luta, exorta-os a não ceder à chantagem e ameaça da requisição civil e às provocações de um governo que tem os dias contados, mas que é necessário pôr a andar rapidamente.
 
Como se lê no manifesto que estes trabalhadores difundiram, pelos objectivos miseráveis que pretendem atingir bem como pela forma violenta e desumana como delinearam lá chegar, os estivadores consideram que este governo está no topo da lista de organizações terroristas!
 
 
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terça-feira, 23 de outubro de 2012

Cavaco: Ou Demite ou Demite-se!

Na classe política parlamentar e burguesa é agora comum a ideia de que o presidente da república não só não tem nada a ver com a presente crise, como deve mesmo ser deixado fora dela, para poder intervir com eficácia em caso de necessidade.
 
E é assim que justificam que Cavaco só tenha falado três vezes, uma das quais por facebook, desde o dia 7 de Setembro de 2012 até hoje, quando vai passado mais de mês e meio sobre aquela inesquecível charla do primeiro-ministro sobre a taxa social única, proferida entre um jogo da selecção nacional de futebol e o depois do adeus, espectáculo musical do cinema Tivoli.
 
Nesse mês e meio, de norte a sul e de lés a lés, o país inteiro ergueu-se como um só homem – ou uma só mulher! – contra o governo de traição nacional Coelho/Portas, de tal forma que verdadeiramente Portugal não tem hoje em dia governo senão para tentar aprovar à força e com sangue o orçamento da Tróica.
 
Nesse intervalo, Cavaco falou três vezes: a primeira, em Évora, para aí declarar, umas horas antes da reunião do Conselho de Estado, que tinha sido expressamente convocado para analisar a crise política, que não havia crise política nenhuma, deitando assim a mão ao governo naufragado; a segunda, no facebook da presidência, para aproveitar-se das mais recentes opiniões de Cristine Lagarde, presidente do Fundo Monetário Internacional, consignando, em defesa do governo de traição nacional Coelho/Portas, que “nestas circunstâncias – e seguindo Lagarde – não é correcto exigir a um país sujeito a um processo de ajustamento que cumpra a todo o custo um objectivo de défice público” (o mau português é do algarvio de Belém...); e a terceira, no dia da República, a 5 de Outubro, onde nem uma única vez se referiu à actual crise política, à miséria dos portugueses, ao roubo dos salários pelos patrões e ao genocídio fiscal cometido pelo governo.
 
Quem estiver lembrado da conduta de Cavaco face ao governo de Sócrates, sempre larga e longamente fustigado todas as vezes que Aníbal abria a boca, não pode deixar de compreender a atitude actual do presidente-sócio da Sociedade Lusa de Negócios : Sócrates não era o governo de Cavaco e também não era um governo do Povo, mas Coelho/Portas é o governo de Cavaco, ainda que também não seja governo desse mesmo Povo.
 
O silêncio de Cavaco tem um claro significado, perante um governo que está completamente falido: Cavaco apoia o seu governo, o governo de traição nacional Coelho/Portas, porque este é, efectivamente, o governo de Cavaco e só com o apoio de Cavaco se vai mantendo.
 
É precisamente este silêncio ruidoso de Cavaco, em mais de mês e meio de profunda crise política, que obrigou todos os ex-presidentes da república (Soares, Sampaio e Eanes) a virem a terreiro apresentar as suas propostas para a saída da crise, acabando, muito embora por caminhos diferentes, por dar a Cavaco uma ajuda preciosa, porque também eles, apesar de reconhecerem a aguda crise política que o país vive, acharam todos que a pior solução seria a da convocação de novas eleições legislativas.
 
Nesta altura de gravíssima crise política, em que o governo de traição nacional Coelho/Portas foi destituído por um poderoso movimento popular de massas ainda em curso, e em que 85,5% dos inquiridos, na mais recente das sondagens, desaprova a forma como o governo está a governar, Cavaco encolhe o rabo, mete-o entre as pernas e faz de ventríloquo, insinuando que fala pela boca de outros: pela boca de Ferreira Leite, de Pacheco Pereira ou até pela boca do próprio Portas...
 
Cavaco tem assim, como sempre teve, duas caras: com uma das caras e por interpostas pessoas, finge estar contra o orçamento e demais políticas governamentais e, pela outra cara, que por agora está calada, apoia o governo e vai fazendo passar os orçamentos que transformam os portugueses em escravos e os matam literalmente à fome.
 
A questão central, porém, agora é esta: se Cavaco não demite o governo Coelho/Portas, que o povo odeia e já demitiu em notáveis jornadas de luta – que irão continuar, sem dúvida! - – e então é o próprio Cavaco, em total dessintonia com o povo e com a Constituição da República, quem deve imediatamente demitir-se.
 
A atitude cobarde de Cavaco impõe ao actual movimento de massas não apenas a tarefa do derrubamento imediato do governo de traição nacional Coelho/Portas, mas também a tarefa do imediato derrube do actual presidente da república.
 
À palavra de ordem governo para a rua! tem de somar-se a palavra de ordem Cavaco para a rua! É que, na verdade, estamos perante uma só e mesma cambada política.
 
 
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segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Um governo em cacos e a urgência de o derrubar

O último episódio do “folhetim CDS” na coligação de poder deste partido com o PSD é bem demonstrativo do que é hoje o governo em funções, do seu profundo isolamento perante as massas e da urgência de o derrubar.

No final da semana, Paulo Portas, presidente do CDS e ministro da Defesa, veio declarar solenemente que o seu partido vai votar a favor de uma proposta de Orçamento Geral do Estado (OGE) que o seu governo apresentou na Assembleia da República. Oportunista como é, Portas quer fazer passar a ideia de que está contra a proposta de OGE e que vota a favor da mesma para não abrir uma crise política que supostamente inviabilizaria a continuação do “programa de ajustamento” acordado com a tróica, com base no qual foi produzida a referida proposta. Isto é, Portas e o CDS votam contrariados na proposta de OGE porque defendem convictamente o acordo com a tróica, mas não explicam em que é que a dita proposta entra em contradição com o mencionado acordo. E não explicam porque essa contradição não existe. A própria tróica já veio dizer que aquele é o seu OGE.
 
Assustado com a inevitável hecatombe do seu partido em próximas eleições, anunciada já com a clamorosa derrota averbada pelo CDS nas últimas eleições regionais dos Açores, Portas parece uma barata tonta, sem saber o que fazer. “Partido dos agricultores”, o CDS vê a sua ministra levar com ovos onde quer que se apresente sem escolta. “Partido dos reformados”, também o ministro do CDS da segurança social não consegue sair à rua de há vários meses a esta parte. Restava ao CDS o auto-título de “partido dos contribuintes”, que o próprio Paulo Portas voltou a reivindicar recentemente quando jurou que não viabilizaria qualquer novo aumento dos impostos – também esse foi de rojo com a proposta do OGE.
 
Portas quer sair do governo antes que o CDS desapareça, mas não sabe como fazê-lo. Afirmando sacrificar-se em nome da estabilidade governativa, Portas começa já a apostar no cavalo Seguro. Não há hoje nenhuma diferença entre o que diz um e o que diz o outro, entre o que finge um e o que finge o outro. Ambos são homens da tróica e ambos querem fazer-se passar por críticos das medidas que estão contidas no “programa de ajustamento” da tróica. Seguro quer que o governo lhe caia nas mãos sem precisar de apresentar alternativas que não tem; Portas espera ser repescado num hipotético governo do PS.
 
O que tudo isto demonstra é que o governo está feito em cacos. Em boa verdade, o governo resume-se hoje a um funcionário da tróica chamado Vítor Gaspar, cuja tarefa é convencer os outros membros do executivo, incluindo o primeiro-ministro, a assinarem de cruz o que a tróica manda e a fazerem de conta que o governo existe. Numa situação de equilíbrio de forças entre a revolução e a contra-revolução, como é a actual, é crucial romper esse equilíbrio através de uma aliança de classes que derrube de imediato o governo PSD/CDS e imponha a formação de um governo de unidade, democrático patriótico. Se isto não for feito, o equilíbrio pode romper-se através da imposição de um governo de tipo bonapartista ou fascista.
 
É preciso tomar decididamente a ofensiva no combate político e unir tudo o que possa ser unido no que diz respeito aos objectivos imediatos, democráticos e patrióticos, desse combate. Há que escorraçar o Coelho, o Portas e todos os lacaios da tróica germano-imperialista. Há que suspender o pagamento da dívida, sair do euro e repor o escudo se tal for necessário, controlar o sistema bancário e pôr em execução um plano de desenvolvimento ao serviço dos trabalhadores e do povo. É isto que está em jogo na próxima greve geral de 14 de Novembro e em todas as greves gerais que for preciso realizar até que aqueles objectivos sejam alcançados.
 
 
 
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sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Eanes e a Crise Política Actual

Nesta última semana, em que todos os presidentes falaram à Nação, Eanes também foi convidado pela televisão do Estado a expressar o seu ponto de vista sobre a crise política actual.
 
Eanes tem sobre a crise uma atitude moral, e todos nós sabemos bem como o reformoralismo é uma política cheia de alçapões perigosos.
 
Como homem sério e patriota que indiscutivelmente é, Eanes começou por fazer umas quantas declarações pungentes sobre o futuro do País, ou como ele prefere agora dizer, depois de deixar crescer a barba de um bom pai de família, sobre o futuro dos seus filhos e dos seus netos: o futuro é negro, e Eanes não augura nada de bom aos Portugueses.
 
O desespero deste Homem chega a ser comovente, mas a verdade é que não tem razão de ser.
 
Eanes soçobra perante aquilo que para ele é o dever moral de pagar escrupulosamente a dívida pública nacional aos credores, ou seja, soçobra sobre si próprio ou sobre aquilo que é o seu próprio carácter.
 
Nem uma só vez Eanes se interroga, como lhe cumpria, sobre os reais motivos que levaram à constituição desta dívida monumental, dívida que Eanes tem obrigação de saber que, com alguma responsabilidade sua, resultou, por um lado, da liquidação da economia portuguesa pelos governos de Soares e de Cavaco, que ruinosamente negociaram a adesão de Portugal à Europa (ou seja, que organizaram o rapto de Portugal pela União Europeia), e, por outro lado, da liquidação das finanças e da independência de Portugal pelo governo de Guterres, quando abriu as portas do País à invasão e domínio do marco travestido de Euro, mediante a assinatura do Tratado de Maastricht, tudo manobras reaccionárias e anti-democráticas que o povo português nunca foi chamado a discutir e a referendar.
 
Ora, Eanes, que é um homem sério, deve uma explicação ao povo português, a saber: porque é que nunca ergueu a sua voz em defesa do referendo popular dos instrumentos diplomáticos pelos quais perdemos a nossa independência e estamos hoje crivados de dívidas impagáveis.
 
Se é em nome de uma moral, mais ou menos kantiana e ultrapassada, que Eanes entende que a dívida externa terá de ser paga, então, em nome dessa mesma moral própria, Eanes deve aquela explicação ao povo português e deve dar-lha, sem demoras.
 
Mas Eanes sabe também que mais de metade da actual dívida pública portuguesa – 120 000 milhões em 228 000 milhões de euros – resulta unicamente de juros especulativos e de juros sobre juros, cobrados pelos mercados, ou seja, no caso, cobrados sobretudo pela banca germânica.
 
Em nome de que moral é que um homem sério, para já não lembrar que aquilo de que se trata não é de um homem mas de um país sequestrado e roubado, tem o dever de pagar juros especulativos criminosos a credores que não passam de gangsteres e de ladrões?!
 
Em nome de que moral achará Eanes que devemos matar o nosso povo à fome, para honrarmos dívidas que resultam fundamentalmente do latrocínio de bancos estrangeiros? Que dirão no futuro os filhos e os netos de Eanes sobre a atitude do seu Patriarca em relação ao pagamento integral de uma dívida pública quase integralmente indevida?!
 
Acontece todavia que, agora já não em nome de uma moral insustentável, mas de uma política absolutamente errónea, Eanes entende que o governo PSD/CDS não deve demitir-se nem ser demitido, ou que, pelo menos, eleições agora seriam de todo em todo inaceitáveis e perigosas.
 
Aqui, somos nós que não vemos o que é que terá feito Eanes da sua costela democrática, pois não será preciso mandá-lo reler Tocqueville para que se lembre que as eleições são, segundo os melhores teóricos da democracia burguesa, o meio adequado à ultrapassagem democrática das crises.
 
Se as eleições antecipadas, na sequência da demissão do actual governo PSD/CDS, não são recomendáveis, então o que é que Eanes recomenda, quando há cada vez mais gente a morrer de fome em Portugal?!
 
Decerto que não irá recomendar a continuação do governo que já liquidou o futuro dos seus filhos e dos seus netos!...
 
Mas se não recomenda nem a continuação do governo nem eleições antecipadas, o que é que efectivamente recomenda, sabendo nós, de ciência certa, que não recomendará nunca nem o 18 de Brumário nem o 28 de Maio.
 
A solução dos problemas postos pela actual crise política está, como decerto já ocorreu a Eanes, na formação de uma ampla frente democrática e patriótica, suporte de um governo capaz de, no mínimo, suspender o pagamento da dívida, mesmo que para tanto tenha de abandonar o Euro e refundar o Escudo, iniciando uma etapa nova no desenvolvimento da economia nacional, contando com as nossas próprias forças, os nossos próprios meios e a amizade dos povos do mundo.
 
É muito triste que Eanes já não tenha capacidade para encontrar soluções e se deixe sair da História pela porta das contradições políticas pessoais e insolúveis.
 
 
 

 
 
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quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Sampaio e o Consenso Alargado

Se há coisa que Sampaio não consegue é estar calado, sobretudo quando toda a gente fala e, para mais, se tudo fala ao mesmo tempo, como sucede nos dias que correm. Foi jeito que lhe ficou das RIAs, reuniões inter-associações académicas dos seus tempos de estudante universitário, nos longínquos e saudosos anos sessenta.
 
Nessa época, o Cenoura, quando estava tudo à pêra numa discussão ultra-frenética, intervinha para propor um consenso alargado, com o qual consenso pretendia muitas vezes unir o Cabo da Roca ao Cabo Espichel, ou seja, a esquerda e a direita numa única plataforma de entendimento. Claro está que também nessa época Sampaio nunca teve grande sucesso.
 
Hoje, vivemos também em Portugal uma situação política explosiva, para a qual muito contribuiu o magistério do próprio Sampaio, nos dois mandatos que cumpriu numa década em Belém, como presidente da república.
 
Sábado passado, Sampaio veio à Sic-Notícias, onde lhe facultaram uma longuíssima entrevista, para que o homem conseguisse dar vazão ao seu incontrolado desejo de falar, quando todos falam e falam ao mesmo tempo, sobre o genocídio fiscal do governo PSD/CDS e a queda mais ou menos iminente desse executivo de traição nacional.
 
Diga-se, em abono da verdade, que, na primeira parte da entrevista, Sampaio fez ao governo Coelho/Portas e à política imposta pela Tróica um dos mais violentos ataques que alguém até hoje lhes fez nos órgãos de comunicação social controlados pelos capitalistas, pelo que, nessa parte, cumpre-nos tirar o chapéu.
 
Nunca ninguém no PS – nem Soares! -, fez um ataque tão violento como o que fez Sampaio à política de austeridade do governo PSD/CDS. Deixo-vos aqui, mais na esperança de que isso possa servir de exemplo a Seguro, se ele nos lesse, do que de reflexão aos meus dilectos leitores, duas das catilinárias do segundo civil que foi presidente da República Portuguesa:
 
Já toda a gente percebeu que isto não dá tempo possível, que a austeridade rebenta com o País, rebenta com os portugueses, rebenta com a sua esperança e rebenta com os direitos e pode rebentar com a própria democracia, e isso temos de evitar
 
E, continuando, disse mais o ex-Chefe do Estado.
 
O desafio actual – e digo-o com toda a veemência – é perceber que as pessoas também já perceberam que só desta maneira não se vai lá e têm de ser mobilizadas, sob pena de uma explosão social incontrolável
 
Depois de tanta justíssima indignação e de tão justificada veemência, os telespectadores ficaram todos empolgados à espera, impacientes, da solução do último dos presidentes que usou da chamada bomba atómica presidencial, demitindo o governo Santana Lopes e dissolvendo o parlamento, e de cujas subsequentes eleições legislativas resultou o primeiro governo de Sócrates, o governo que está na base de toda a crise actual.
 
Que teria Sampaio para nos dizer, a todos nós portugueses?
 
Depois destas jaculatórias de esquerda, aparece, a preencher toda a pantalha da Sic-Notícias, não Sampaio, não o penúltimo presidente da república no activo, mas o velho Cenoura dos anos sessenta, o tal que se especializou na impossível tarefa de unir o Cabo da Roca e o Cabo Espichel, a propor-nos – o quê? adivinhem lá!, exactamente isso... – um Consenso Alargado.
 
E um consenso alargado, entre quem? Não obviamente entre a esquerda e a direita – o Cenoura progrediu alguma coisa, entretanto!... – não um consenso de esquerda, não um consenso democrático e patriótico, mas um consenso alargado só entre todos os partidos da direita portuguesa ou, vá lá, do centro direita, se se quiser: o PS, o PSD e o CDS.
 
Sampaio entende – conforme afirmou na televisão naquela noite tão longa – que, se continuar assim, o governo Coelho/Portas poderia vir a cair: “o executivo pode vir a cair se continuarmos assim; é inevitável”.
E então, para que a tragédia da queda do governo PSD/CDS não aconteça, o velho Cenoura explica como faria, se estivesse hoje sentado em Belém, no lugar do incompetente Cavaco:
 
Chamava um de cada vez e, depois, os três ao mesmo tempo, - note-se bem estas subtilezas! – - os representantes do PS, do PSD e do CDS, uma vez que infelizmente já se percebeu que o BE e o PCP estão fora deste esquema, e dizia-lhes: ‘meus senhores, ordem nisto, isto não é possível fazer assim”.
 
E então o velho Cenoura, saído da noite dos tempos, imporia a formação de um governo de consenso alargado: o governo PS/PSD/CDS, ou por eles apoiado.
 
Isto é, um governo tanto ou mais à direita do que o governo que já está em vias de ser deitado abaixo pelo poderoso movimento popular de massas... Um governo contra o Povo e contra o País. Um governo contra a esquerda. Um governo servo do Fuhrer Ângela Merkl. Um governo de consenso alargado para pagar disciplinadamente a dívida pública aos bancos germânicos.
 
Porque não te calas, Cenoura?!
 





Retirado de:
http://www.lutapopularonline.org/index.php/pais/104-politica-geral/431-sampaio-e-o-consenso-alargado

Orçamento de Estado para 2013:


Um roubo levado a cabo…com “esmerada” educação!

Apesar da “esmerada” e dispendiosa “educação” que Gaspar Dixit afirma ter recebido no seu país, a qual se sente na obrigação de pagar, através do “serviço” que presta como ministro das finanças deste governo de traição, o que a apresentação da proposta de Lei de Orçamento para 2013 não conseguiu iludir é que, afinal, a “formação” a que se refere se reduz à qualificação da sua pessoa para integrar, como braço direito, um bando de ladrões, facínoras traidores e traiçoeiros, ao serviço de uma tróica germano-imperialista.

Também não consegue iludir que, apesar de não o revelar para já, uma das próximas medidas que o governo e a tróica procurarão tomar é a de pôr termo ao carácter gratuito da escolaridade obrigatória e colocar os trabalhadores e o povo a pagar uma parte significativa dos custos dessa escolaridade, se quiserem que se os seus filhos tenham acesso à educação a que deviam ter direito, à semelhança do que já acontece na saúde. Quando o Gaspar diz que está a retribuir a educação que recebeu gratuitamente e acrescenta que ela foi muito cara, o objectivo só pode ser, apenas e tão só, o de começar a preparar o terreno para uma patifaria desse calibre.

Se a violência das medidas anunciadas a 07 de Setembro passado – e que levaram mais de um milhão de trabalhadores e elementos do povo às ruas de várias cidades do nosso país – já evidenciavam a vontade de praticar um assalto com grande violência aos trabalhadores e ao povo, a proposta de OE para 2013 agora apresentada, com a bonomia patética que caracteriza Gaspar Dixit, revela uma “engenharia financeira” que só enganará os mais tolos, aqueles que vêm solícitos integrar os muitos “painéis de especialistas” que assaltam os differentes canais televisivos, as rádios e os jornais – toda uma “comunicação social” ao serviço e dominada pelos grandes grupos financeiros – a “explicar”, de forma mais contida ou mais “indignada”, porque é que, em vez da total e rápida “sangria” a que este governo de traição quer sujeitar os trabalhadores e o povo, seria melhor optar por um programa mais “suave”, assente no princípio de pagar mais, mas por mais tempo!

Lembrar-se-ão, certamente, de que sempre nos opusemos ao que a “esquerda parlamentar” – PCP e BE, mas também o PS – defende no que concerne à dívida, isto é, que ela deveria ser “reestruturada” ou “renegociada”, de que o BCE deveria poder, inclusive, proceder a empréstimos directos aos países com problemas de “endividamento” ou emitir “eurobonds” mais favoráveis em termos de juros, chegando ao cúmulo de considerarem que a solução política para tratar das “crises do deficit” deveria ser encontrada no Parlamento europeu, escamoteando que, quer esta estrutura, quer a Comissão europeia, onde “pontifica” Durão Barroso, estão completamente dominados pelos interesses do imperialismo germânico e não passam de amplificadores da voz do dono, a chancelerina Merkel.

Esta visão oportunista, hesitante e poltrona é no que dá. Agora, toda um legião de politólogos, ex-presidentes da república, ex-ministros das finanças – quer de governos liderados pelo PS, quer do PSD –, face ao descabelado ataque terrorista e fascista aos trabalhadores e ao povo português que representam as medidas contidas no OE para 2013, e à mais do que certa oposição e revolta popular à aplicação das mesmas, vêem defender, precisamente, a “reestruturação” e a “renegociação” da dívida. Bom senso? Racionalidade? Será que Manuela Ferreira Leite, Bagão Félix ou Ulrich, o banqueiro, se transformaram, agora, em perigosos “esquerdistas”?

Mas, não só! Desde Ramalho Eanes a Jorge Sampaio, passando por Mário Soares e o traidor João Proença, é toda uma cáfila de “sábios” a apelar a Cavaco que intervenha, quer solicitando ao Tribunal Constitucional a avaliação prévia de “inconstitucionalidade” das normas contidas na proposta de Lei do Orçamento de estado para 2013, quer promovendo, primeiro a sós e, depois, em conjunto, reuniões com os partidos que subscreveram o memorando com a tróica germano-imperialista – PS, PSD e CDS – com vista à demissão do actual governo e à constituição de um novo governo, de iniciativa presidencial, uma espécie de governo de “salvação nacional” que mais não fizesse do que dourar a pílula da exploração e da miséria que, todos eles, querem que os trabalhadores e o povo engulam, ao mesmo tempo que servisse de “travão” à revolta popular.

Entendamo-nos de uma vez por todas! As medidas agora anunciadas vão, seguramente, agigantar a revolta e a mobilização para a luta não só de trabalhadores como de desempregados e precários, reformados e pensionistas, pequenos e médios empresários levados à falência e obrigados a proletarizarem-se, até à juventude estudantil e aos intelectuais. E, nestas circunstâncias, a contra-revolução procura organizar e reagrupar todas as suas forças para fazer face ao imenso caudal de lutas que está e vai continuar a emergir – desde logo a Greve Geral Nacional do próximo dia 14 de Novembro –, não só para derrubar este governo de traidores, mas para impor o NÃO PAGAMENTO (ou, no mínimo, a suspensão do mesmo) de uma dívida que está a empobrecer o nosso povo, a exaurir o nosso país dos seus recursos e a fazer-nos perder a nossa independência nacional.

Um governo de “salvação nacional” o que representa é isso mesmo. É ter toda a sorte de partidos que apoiaram e subscreveram o memorando da traição com a tróica germano-imperialista de braço dado com aqueles que defendem a “reestruturação” e a “renegociação” da dívida, todos eles com um único propósito: fazer o povo pagar uma dívida que não contraiu e da qual não beneficiou. Todos eles temerosos que o poder “caia na rua”, isto é, caia nas mãos do povo!

Tal como o derrube deste governo de traição e a constituição de um governo democrático patriótico representa, para os trabalhadores, para as diferentes camadas populares, a única saída possível para a recusa de uma dívida ilegal, ilegítima e odiosa, a única saída para um novo paradigma de economia que passe pela reabilitação do tecido produtivo destruído pelos que agora clamam por um governo de “salvação nacional”, uma economia ao serviço dos trabalhadores e controlada por estes.