A memória dos operários da Carbonaria que foram os artífices
da Revolução Republicana ocorrida a 5 de Outubro de 1910 foi vingada.
Depois de terem, no âmbito da sua política de empobrecimento
dos trabalhadores e do povo, através do roubo dos salários e do trabalho,
decidido pela eliminação de feriados, entre os quais o que ontem comemorava o
derrube da monarquia e a implantação da república, a burguesia, para que o
exemplo revolucionário não germinasse, decidiu fazer uma cerimónia privada –
justificada com a necessidade de “contenção de custos” – longe dos olhares do
povo, e esvaziada de conteúdo.
Mas, os promotores desta miserável traição – e convém
denunciar que António Costa, presidente do município de Lisboa, com ela compactuou
– tramaram-se! A começar pelo hastear, no mastro principal do edifício da
Câmara Municipal de Lisboa, da bandeira de forma invertida, o que, em
sinalética militar, indica capitulação. Nada que não reflicta a realidade a que
este presidente e o governo cujas medidas terroristas e fascistas cauciona, não
revelassem já: a capitulação perante os ditames da tróica germano-imperialista.
Seguiu-se a
intervenção de duas cidadãs: uma, a cantar uma ária de Fernando Lopes Graça,
cuja letra assenta que nem uma luva na caracterização dos traidores que habitam
S. Bento e, outra, a denunciar as condições miseráveis de vida que a sua
reforma de miséria lhe impõe e que foi, aliás, brutalmente escorraçada pelos
jagunços de Cavaco.
Se foi ou não um prenúncio, um vislumbre do futuro ou uma
premonição, não sabemos. O que sabemos, o que é real e tangível, é que o
derrube do governo de traição Passos/Portas e de todos aqueles que, como
Cavaco, os caucionam, a expulsão da tróica germano-imperialista do nosso país,
a suspensão do pagamento da dívida e do serviço da dívida, são já uma agenda
alternativa imparável.
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