A propósito das conclusões a que o Bloco dito de esquerda chegou na sua X Convenção Nacional, realizada nos passados dias 25 e 26 de Junho, no Pavilhão do Casal Vistoso, em Lisboa, não resisto a reproduzir a nota do meu camarada José Alexandre sobre o tema em apreço:
"O Bloco de Esquerda realizou em Lisboa a sua X Convenção, Catarina Martins foi escolhida como a querida líder do BE. A sua moção de estratégia conseguiu 83% dos votos. Catarina defende que caso a EU opte por sancionar Portugal: O BE irá pedir a realização de um referendo para tomar posição sobre a chantagem".
O PCP reuniu o seu Comité Central neste fim-de-semana. Uma das conclusões foram: “urgência e necessidade de Portugal se preparar para se libertar da submissão ao Euro e garantir os direitos, o emprego, a produção, a soberania e a independência nacional”.
Isto vindo de dois partidos apoiantes do governo do PS lacaio e submisso ao imperialismo alemão. perante tanta loucura, só podemos esperar destes D.Quixotes e Sanchos Pança uma batalha pela libertação dos moinhos de vento
A União Europeia é fundamentalmente um projecto de construção imperialista em torno de uma Alemanha que não pode construir o seu lebensraum (espaço vital) da forma que o fez na primeira metade do século XX. E essa construção foi feita gerando duas contradições: uma de classe e outra inter-imperialista. Num contexto de crise capitalista com dificuldades do centro do sistema para exportar a crise, como fez em épocas anteriores, as guerras inter imperialistas intensificam-se enquanto nos esmagam para cortes, etc etc. Inclusivamente a arma da dívida é usada não para cobrá-la (Grécia Portugal e outros), mas para que, ao não cobrá-la, possam conquistar sectores inteiros da economia. Está a acontecer agora e eles procuram dominar: uma forte luta entre tubarões financeiros está a florescer num horizonte próximo."
segunda-feira, 27 de junho de 2016
domingo, 26 de junho de 2016
Guerra do povo à guerra imperialista!
Desde os tempos de Lenine que o imperialismo é caracterizado
como estadio supremo do capitalismo e fautor de guerra e morte. A burguesia, no
seu afã de rapina e dominação, subjuga e humilha povos e nações, exaure os seus
recursos e riquezas e exporta os seus excedentes industriais, obsoletos e
descontinuados.
Esta necessidade de, por um lado, subjugar mercados e assegurar o domínio dos
recursos energéticos e das matérias primas e, por outro, a nível político, as
zonas de influência imperial, levaram, no último século e meio, a três grandes
conflitos mundiais e a uma globalização sem precedentes dos conflitos regionais.
Durante a I e a II Grandes Guerras Mundiais, os conflitos
decorriam numa frente única e entre as
nações envolvidas. Dada, por um lado, a
destruição maciça resultante desses conflitos em casa própria – estaremos certamente bem informados sobre a morte de
milhões de elementos do povo e a destruição de centenas de cidades e milhares
de fabricas por essa Europa e pelo mundo
fora -, e a vitória da concepção marxista-leninista-maoista de transformar as
guerras imperialistas em guerras revolucionárias, populares –como o comprovam
as Revoluções Russa de 1917 e a Revolução Chinesa de 1949 – a lição que a
burguesia e toda a sorte de potências imperialistas aprendeu então, foi a de que, de futuro, deveria transferir esses
sangrentos conflitos para o quintal dos
outros.
É neste novo contexto que povos e nações de todo o mundo se
vêm obrigados a empunhar armas - porque, tal como dizia Mao, o poder está na
ponta da espingarda -, e levar a cabo guerras pela sua independência
e autodeterminação contra o imperialismo americano e o social-imperialismo
soviético e outras potências coloniais.
Contudo, tais conflitos continuavam a caracterizar-se por
ocorrerem numa só frente de combate, apesar de o imperialismo e o
social-imperialismo começarem a demonstrar, face às derrotas infligidas por
esses povos e nações, não passarem de autênticos tigres de papel.
Com a derrota das revoluções soviética e chinesa às mãos de
cliques de traidores que enveredaram por sistemas do capitalismo monopolista de
Estado e promotores de uma nova burguesia, o imperialismo tornou-se ainda mais
agressivo e, prosseguindo o princípio que sempre acalentara da independência e soberania limitadas,
passa a policiar o mundo e a intervir militarmente sempre e onde considera
estar em causa a sua influência, isto
é, sempre que os seus interesses, a sua acção de rapina, dominação e humilhação
são postos em causa.
Mas, o que diferencia a situação actual das épocas acima
descritas é um novo facto, um novo desenvolvimento. A famigerada globalização – tão cara ao imperialismo
e aos imperialistas -, ao promover, por um lado, a bascularização
da economia, promoveu, por outro, uma migração
massiva e constante de trabalhadores de nações empobrecidas pela guerra e pela
rapina, para as nações ditas dominantes e promotoras dessa rapina, guerra e
destruição.
Se as primeiras gerações de migrantes e refugiados
foram assimilados pelas nações de acolhimento, já as segunda e terceira
gerações, com um maior acesso à formação intelectual, científica e cultural e à
informação, passou a integrar aquilo a
que os governos imperialistas classificam como movimentos radicalizados. Uma classificação que serve para
escamotear que, desta vez, os radicais que se opõem ao genocídio de que os
países de origem dos seus pais são vítimas por parte de toda a sorte de
potências imperialistas são, agora, cidadãos das potências agressoras.
Uma afirmação que serve para escamotear o seu desespero e
fraqueza, demonstrativa de que o imperialismo tem pés de barro e de que é
possível aos povos e nações oprimidas derrotá-lo em toda a linha, quer na frente externa, quer na frente interna.
Trata-se, pois - e é essa a diferença qualitativa em relação
aos conflitos anteriores -, de uma guerra travada em duas frentes. A frente do
país ou nação invadida pelas potências imperialistas – americanos, alemães,
franceses, britânicos, russos, etc. – e a frente que muitos dos filhos daqueles
que foram forçados a migrar para esses países imperialistas constituíram nos
mesmos. O caso da França é paradigmático. Actualmente, 15% da população
francesa é de origem muçulmana.
Em países como a Bélgica, a França, a Grã-Bretanha, mas não
só, esta frente de conflito pode, rapidamente, resultar em guerras civis.
Neste contexto, os marxistas-leninistas-maoistas têm de saber organizar a classe
operária e os seus aliados para transformarem as guerras imperialistas e as
guerras civis que delas podem resultar, em guerras revolucionárias que imponham
democracias populares, no caminho para a conquista de sociedades socialistas,
livres da rapina, do ódio, da morte e da humilhação que caracterizam o
imperialismo, estadio supremo do capitalismo!
Tanto mais quanto este é um dos pontos que está a dividir os
operários no movimento comunista internacional, onde as correntes oportunistas
e revisionistas defendem que os operários devem apoiar as “suas” burguesias,
isto é as classes dominantes das potências imperialistas agressoras, contra o
“terrorismo”, atacando e renegando a permissa marxista de “Proletários de Todos os Países, Povos e Nações Oprimidas do Mundo,
Uni-vos!”
Convenção de um bloco dito de esquerda:
Sobe, sobe, balão sobe...
A vocação de muleta do PS foi consagrada na Convenção desse
bloco de oportunistas que dá pelo nome de Bloco de “esquerda”, como o comprovam
discursos, intenções e moções, produzidos ao longo deste último fim de semana,
na Convenção que levaram a cabo no Pavilhão do Casal Vistoso, em Lisboa.
No termino desta Convenção, uma das conclusões programáticas
apresentada, plasmada na moção de estratégia vencedora, é a de que não é tema
para o momento político actual a apresentação, discussão e votação de um
referendo sobre a saída ou permanência de Portugal na União Europeia.
Nada disso, que os tempos, tal como no passado, não estão,
para este bloco, de molde a permitir que
o povo tenha uma participação efectiva nos seus destinos e, muito menos, o
direito a discutir e aprovar as saídas que melhor se compaginem com os seus
interesses.
Está fora de questão, portanto, para o BE, que se criem as
condições para um referendo do tipo que ocorreu na passada 5ª feira na
Grã-Bretanha. Isto é o BE a afirmar que não pretende que o povo português seja
chamado a tomar decisões, livres, democráticas, informadas e conscientes sobre
a saída ou permanência de Portugal na União Europeia e no euro.
Numa atitude política que em nada se distingue de PS, PSD e
CDS, que sempre se opuseram a que fosse dada a palavra à classe operária e ao
povo português quanto à adesão de Portugal à CEE – hoje UE - e, posteriormente,
ao euro, aos diferentes tratados subscritos por sucessivos governos de traição
nacional – protagonizados por esses partidos -, sobretudo aqueles que retiraram
a Portugal a sua soberania fiscal, aduaneira, cambial, económica e financeira.
Curioso, ou talvez não, é que, no mesmo dia em que este
bloco de oportunistas toma estas decisões – contrárias aos interesses da classe
operária e do povo português - , familiares e doentes do Centro de Reabilitação
de Alcoitão denunciam o facto de esta unidade de saúde estar a comprometer a
sua reabilitação, ao enviar para casa, mais cedo do que o que seria expectável,
aqueles que aos seus serviços têm de recorrer para assegurar o seu processo de
recuperação e reabilitação.
Uma prova de que o BE, ao apoiar um governo de direita e de
traição nacional, como é o governo do PS, liderado pelo ex-imperador de Lisboa,
António Costa, apoia o princípio de que o que é de facto prioritário é pagar
dívidas privadas, sobretudo as da banca
.
Uma prova de que este bloco oportunista está a admitir que,
seja ela reestruturada ou renegociada, esta dívida, que não foi contraída pelo
povo, nem este dela retirou qualquer beneficio, deve ser paga.
Está a admitir que apesar do euro ser um fautor de miséria,
de perda de soberania cambial, fiscal, orçamental, económica e financeira, o
povo deve continuar a estar sujeito à sua tenaz. Isto apesar de uma ridícula
“ameaça” de que, mudará de atitude se a União Europeia vier a decretar sanções
a Portugal pelo facto deste e do anterior governo de traição nacional não terem
cumprido os critérios de estabilidade ditados por Berlim.
Caso para dizer, sobe, sobe, balão sobe, que tal como a pressão atmosférica o fará, a pressão revolucionária se encarregará de fazer rebentar este bloco de oportunistas que dá pelo nome de Bloco de “Esquerda”!
sexta-feira, 24 de junho de 2016
Porreiro, pá?!
O que a vitória do BREXIT vem demonstrar é que são insanáveis e não é mais possível escamotear as contradições no seio da burguesia imperialista europeia.
O que o BREXIT vem demonstrar é que essas contradições tenderão - pelo efeito dominó que certamente gerarão - a agravar-se no curto e médio prazo.
O que o BREXIT vem demonstrar é que essas contradições irão beneficiar o caminho que a revolução está a fazer no sentido de resolver a contradição entre a natureza social do trabalho e a apropriação privada da riqueza gerada por ele.
O que o BREXIT vem demonstrar é que Lenine tinha razão quando, ao combater o oportunismo no seio da II Internacional afirmava que "... do ponto de vista das condições económicas do imperialismo, isto é, da exportação de capitais e da partilha do mundo pelas potências coloniais "avançadas" e "civilizadas", os Estados Unidos da Europa, sob o capitalismo, ou são impossíveis, ou são reaccionários..."
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