Desde os tempos de Lenine que o imperialismo é caracterizado
como estadio supremo do capitalismo e fautor de guerra e morte. A burguesia, no
seu afã de rapina e dominação, subjuga e humilha povos e nações, exaure os seus
recursos e riquezas e exporta os seus excedentes industriais, obsoletos e
descontinuados.
Esta necessidade de, por um lado, subjugar mercados e assegurar o domínio dos
recursos energéticos e das matérias primas e, por outro, a nível político, as
zonas de influência imperial, levaram, no último século e meio, a três grandes
conflitos mundiais e a uma globalização sem precedentes dos conflitos regionais.

É neste novo contexto que povos e nações de todo o mundo se
vêm obrigados a empunhar armas - porque, tal como dizia Mao, o poder está na
ponta da espingarda -, e levar a cabo guerras pela sua independência
e autodeterminação contra o imperialismo americano e o social-imperialismo
soviético e outras potências coloniais.

Com a derrota das revoluções soviética e chinesa às mãos de
cliques de traidores que enveredaram por sistemas do capitalismo monopolista de
Estado e promotores de uma nova burguesia, o imperialismo tornou-se ainda mais
agressivo e, prosseguindo o princípio que sempre acalentara da independência e soberania limitadas,
passa a policiar o mundo e a intervir militarmente sempre e onde considera
estar em causa a sua influência, isto
é, sempre que os seus interesses, a sua acção de rapina, dominação e humilhação
são postos em causa.

Se as primeiras gerações de migrantes e refugiados
foram assimilados pelas nações de acolhimento, já as segunda e terceira
gerações, com um maior acesso à formação intelectual, científica e cultural e à
informação, passou a integrar aquilo a
que os governos imperialistas classificam como movimentos radicalizados. Uma classificação que serve para
escamotear que, desta vez, os radicais que se opõem ao genocídio de que os
países de origem dos seus pais são vítimas por parte de toda a sorte de
potências imperialistas são, agora, cidadãos das potências agressoras.

Trata-se, pois - e é essa a diferença qualitativa em relação
aos conflitos anteriores -, de uma guerra travada em duas frentes. A frente do
país ou nação invadida pelas potências imperialistas – americanos, alemães,
franceses, britânicos, russos, etc. – e a frente que muitos dos filhos daqueles
que foram forçados a migrar para esses países imperialistas constituíram nos
mesmos. O caso da França é paradigmático. Actualmente, 15% da população
francesa é de origem muçulmana.

Tanto mais quanto este é um dos pontos que está a dividir os
operários no movimento comunista internacional, onde as correntes oportunistas
e revisionistas defendem que os operários devem apoiar as “suas” burguesias,
isto é as classes dominantes das potências imperialistas agressoras, contra o
“terrorismo”, atacando e renegando a permissa marxista de “Proletários de Todos os Países, Povos e Nações Oprimidas do Mundo,
Uni-vos!”
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