terça-feira, 31 de março de 2015

Paulo Macedo prossegue liquidação do SNS

Denúncia na primeira pessoa

Muito tenho escrito sobre a situação de destruição criminosa e caótica a que, primeiro o governo de Sócrates, e agora o governo de Passos/Portas, tutelado por Cavaco, está a levar o Serviço Nacional de Saúde (SNS). Denúncias sempre feitas na terceira pessoa e demonstrando que a estratégia dos governos de bloco central – PS, PSD e CDS, os mesmíssimos que assinaram o memorando da traição com a tróica germano-imperialista – é de liquidar o serviço público de saúde com o propósito claro de beneficiar a saúde privada.

Hoje, a denúncia e demonstração dessa política criminosa é feita na primeira pessoa, ou seja, por experiência vivida pelo autor deste artigo, confirmando que as denúncias anteriormente feitas se basearam em factos e não em presunções como os do tão anunciado milagre económico! 

Confirmando que o plano que está a ser executado remete o SNS para o atendimento misericordioso dos indigentes, cabendo às clínicas e hospitais privados a fatia de leão do bolo do orçamento para a saúde.

Sucessivos episódios de dores lombares, muitas delas incapacitantes, levaram a que a minha médica de família me estabelecesse  a realização de vários exames clínicos que ajudassem a determinar e compreender as origens e a etiologia das mesmas.

Um desses exames – uma TAC  – veio a detectar um aneurisma aorto lombar com dimensões assinaláveis e que aconselhava uma supervisão e controle sistemáticos que culminarão  numa intervenção cirúrgica para rectificar a situação e colocação de uma prótese que normalize a função desta veia.

Na posse destes elementos, a supracitada médica accionou o protocolo que estabelece o encaminhamento de um doente com este quadro clínico para uma consulta no hospital de referência para estas situações que, no caso, é o Hospital da Santa Marta, em Lisboa, que tem um Serviço de Cirurgia Vascular de reconhecido prestígio e eficácia.

É expectável que tal intervenção cirúrgica, para além de rectificar a função da supracitada veia, me faça retomar alguma da qualidade de vida perdida e uma melhor oxigenação sanguínea a todos os níveis.

Enquanto todo o processo foi dirigido e controlado, primeiro pela médica de família e, agora, pela equipa de cirurgiãs que vai liderar a referida intervenção cirúrgica, tudo correu bem, quer quanto aos procedimentos, quer quanto aos timmings.

Mas, ontem, ao sair da consulta em que tal equipa determinou que era para avançar com a operação e quais os meios de diagnóstico necessários para agendar a data da mesma e proporcionar os dados que assegurem que tudo corra bem, tive um vislumbre de qual é a visão que o Ministério da Saúde e o ministro que o tutela, Paulo Macedo, já por todos designado por Dr. Morte, tem da prestação de cuidados de saúde: a ideia de que eles são um frete!

A supracitada intervenção cirúrgica corre o sério risco de não se realizar no tempo desejado para assegurar que o risco associado a um aneurisma aorto-lombar com as dimensões deste venha a rebentar , provocando uma hemorragia fatal, isto porque, existem instruções da administração hospitalar para suspender todas as consultas de anestesia até ao final do mês de Abril por…falta de recursos humanos!

Mas, então não era Paulo Macedo que ainda há poucos dias se congratulava pelo milagre da multiplicação, não dos pães, mas de médicos e pela excelência dos serviços e cuidados prestados pelo SNS que o seu ministério tutela? A realidade revela, no entanto, que a dimensão do problema, para além de poder ser potencialmente catastrófica, é bem outra e é caricata!

Enquanto Passos destrói SNS, inaugura hospitais privados
A título de exemplo, a médica que lidera a equipa que me vai operar, entre os vários meios de diagnóstico que solicitou, referiu uma ecocardiograma bidimensional. Mas, à cautela, foi sugerindo que eu pedisse à médica de família, no Centro de Saúde onde estou inscrito, para que passasse a credencial, pois se fosse pelo Hospital demoraria séculos!!! (sic)

 Pela sua, pela nossa saúde, capacite-se de vez que tudo terá de ser feito para derrubar este governo e assegurar que o dinheiro que é desviado para o pagamento de uma dívida ilegal, ilegítima e odiosa, e seus juros, volta a ser aplicado na saúde, na educação, na formação e emprego, no desenvolvimento independente e soberano de Portugal.

domingo, 29 de março de 2015

Aproxima-se nova edição da Feira das Ilusões!

À medida que se aproximam as eleições legislativas, cuja realização se prevê para Outubro próximo, é ver os partidos da bloco central – PS, PSD e CDS – a ensaiar, uma vez mais, como o têm feito nos últimos 40 anos em que se revezaram no poder, o argumento de que não foram as políticas e os programas que adoptaram que levaram Portugal e o povo português à situação actual, mas sim a inépcia e a incompetência daqueles que estiveram à frente dos sucessivos executivos.

Mal comparado é como dizer a alguém que fuma que não é o tabaco que o está a matar e a retirar qualidade de vida, mas o sabor dele. Isto é, fazer crer que se um cigarro tivesse aroma de banana, ananás ou morango, já não faria o mal que provoca.

Agora que se aproxima uma nova edição desta autêntica Feira das Ilusões, a pedra de toque em relação às diferentes candidaturas que se apresentarão será a atitude que adoptam em relação à dívida e à absoluta necessidade da saída de Portugal do euro.

De um lado, com um discurso mais austeritário, mais liberal ou mais de esquerda, estarão aqueles que persistem em vender a ilusão de que o problema não está em pagar uma dívida ilegítima, ilegal e odiosa, mas sim na decisão de como a pagar, a prestações e suavemente, para não comprometer o crescimento.

Por outro, os democratas e patriotas que persistem na denúncia de que é o euro que compromete a nossa soberania e independência nacional, o crescimento e o emprego, visto tratar-se de uma moeda forte de mais para uma economia frágil como a nossa, levando à liquidação do nosso tecido produtivo, ao desemprego, ao empobrecimento e à venda ao desbarato das nossas empresas estratégicas.

A dívida e a crise são resultantes do sistema capitalista. Apesar de os capitalistas tentarem fazer o povo e quem trabalha pagar as chagas inerentes ao seu sistema, esta será a outra pedra de toque entre quem defende uma saída para o povo e quem trabalha e quem , com algumas nuances é certo, persiste em que seja o povo a pagar essa dívida e essa crise.

Faz cada vez mais sentido para largos sectores do povo, dos democratas e patriotas, da juventude, da intelectualidade, a justeza da consigna NÃO PAGAMOS! e da exigência da saída de Portugal do euro. É tempo de isolar todos os vendilhões de ilusões e fechar-lhes, de vez, a Feira!

terça-feira, 24 de março de 2015

...enquanto a morte come onde me pode a vida toda...

Morreu Herberto Hélder?

a vida inteira para fundar um poema,
a pulso,
um só, arterial, com abrasadura,
que ao dizê-lo os dentes firam a língua,
que o idioma se fira na boca inábil que o diga,
só quase pressentimento fonético,
filológico,
mas que atenção, paixão, alumiação
¿e se me tocam na boca?
de noite, a mexer na seda para, desdobrando-se,
a noite extraterrestre bruxulear um pouco,
o último,
assim como que húmido, animal, intuitivo, de origem,
papel de seda que a rútila força lírica rompa,
um arrepio dentro dele,
batido, pode ser, no sombrio, como se a vara enflorasse com as faúlhas,
e assim a mão escrita se depura,
e se movem, estria atrás de estria, pontos voltaicos,
manchas ultravioletas a arder através do filme,
leve poema técnico e trémulo,
linhas e linhas,
línguas,
obra-prima do êxtase das línguas,
tudo movido virgem,
e eu que tenho a meu cargo delicadeza e inebriamento
¿tenho acaso no nome o inominável?
mão batida, curta, sem estudo, maravilhada apenas,
nada a ver com luminotecnia prática ou teórica,
mas com grandes mãos, e eu brilhei,
o meu nome brilhou entrando na frase inconsútil,
e depois o ar, e os objectos que ocorrem: onde?
fora? dentro?
no aparte,
no mais vidrado,
no avêsso,
no sistema demoroso do bicho interrompido na seda,
fibra lavrada sangrando,
uma qualquer arte intrépida por uma espécie de pilha eléctrica
como alma: plenitude,
através de um truque:
os dedos com uma, suponhamos, estrela que se entorna sobre a mesa,
poema trabalhado a energia alternativa,
a fervor e ofício,
enquanto a morte come onde me pode a vida toda

segunda-feira, 23 de março de 2015

As premonições de Natália Correia:

A Europa não é solidária com ninguém!


Natália Correia foi uma intelectual de reconhecida independência e demolidor sarcasmo crítico com a qual eu tive algumas divergências, mas muitas cumplicidades, mormente quando ambos trabalhámos, eu como jornalista e ela como directora na “Vida Mundial”, uma revista do extinto grupo “O Século”, pouco antes da morte de Sá Carneiro.

Se hoje fosse viva continuaria a ser, seguramente, uma proeminente defensora da democracia, da liberdade e, sobretudo, da independência e soberania de Portugal. Estaria, certamente, na linha da frente de uma ampla frente de democratas e patriotas que, para além de se recusarem a pagar uma dívida que não foi contraída pelo povo, nem o povo dela retirou qualquer benefício para si, apostaria na preparação de Portugal para a saída do euro e da União Europeia. E, sem margem para qualquer dúvida, mandaria às urtigas um Acordo Ortográfico que mais não é que a submissão colonial de Portugal a brasileirismos economicistas!


Adesão à CEE - 1 de Janeiro de 1986
Seria, indubitavelmente  uma defensora do derrube deste governo de serventuários, protagonizado pelos traidores nacionais Coelho e Portas, ambos tutelados por Cavaco, e posso mesmo imaginar a truculência com que apelaria à expulsão de Portugal de uma tróica que finge ter ido para fora, mas que permanece cá dentro, a tróica germano-imperialista porque, segundo ela, Portugal é a Mátria de todos nós!

Vem este longo intróito a propósito de declarações suas, na década de 80 do século XX – há mais de 30 anos – sobre a adesão de Portugal à então CEE, que então estava a ser imposta, sem direito a debate nem, muito menos, votação, por Mário Soares que introduziu o tema, à revelia do povo português, de uma opção europeia para Portugal, escamoteando as consequências que dessa adesão adviriam.

Seguramente que, se democratas e patriotas como Natália Correia saíssem hoje da letargia em que o armário os colocou, teríamos hoje a fibra de quem, em vida, nunca se calou perante a injustiça e a exploração, e mais próximo estaria o fim deste governo que se presta a vender aos grandes grupos financeiros e bancários europeus – com os germânicos à cabeça – pelos 30 dinheiros da traição, os trabalhadores, o povo português e o país!

Sem mais delongas passo, portanto, a reproduzir o que Natália Correia escreveu em O Botequim da Liberdade, de Fernando Dacosta:

"A nossa entrada (na CEE) vai provocar gravíssimos retrocessos no país, a Europa não é solidária com ninguém, explorar-nos-á miseravelmente como grande agiota que nunca deixou de ser. A sua vocação é ser colonialista".


"A sua influência (dos retornados) na sociedade portuguesa não vai sentir-se apenas agora, embora seja imensa. Vai dar-se sobretudo quando os seus filhos, hoje crianças, crescerem e tomarem o poder. Essa será uma geração bem preparada e determinada, sobretudo muito realista devido ao trauma da descolonização, que não compreendeu nem aceitou, nem esqueceu. Os genes de África estão nela para sempre, dando-lhe visões do país diferentes das nossas. Mais largas mas menos profundas. Isso levará os que desempenharem cargos de responsabilidade a cair na tentação de querer modificar-nos, por pulsões inconscientes de, sei lá, talvez vingança!"

"Portugal vai entrar num tempo de subcultura, de retrocesso cultural, como toda a Europa, todo o Ocidente".

"Mais de oitenta por cento do que fazemos não serve para nada. E ainda querem que trabalhemos mais. Para quê? Além disso, a produtividade hoje não depende já do esforço humano, mas da sofisticação tecnológica".

"Os neoliberais vão tentar destruir os sistemas sociais existentes, sobretudo os dirigidos aos idosos. Só me espanta que perante esta realidade ainda haja pessoas a pôr gente neste desgraçado mundo e votos neste reaccionário centrão".

"Há a cultura, a fé, o amor, a solidariedade. Que será, porém, de Portugal quando deixar de ter dirigentes que acreditem nestes valores?"

"As primeiras décadas do próximo milénio serão terríveis. Miséria, fome, corrupção, desemprego, violência, abater-se-ão aqui por muito tempo. A Comunidade Europeia vai ser um logro. O Serviço Nacional de Saúde, a maior conquista do 25 de Abril, e Estado Social e a independência nacional sofrerão gravíssimas rupturas. Abandonados, os idosos vão definhar, morrer, por falta de assistência e de comida. Espoliada, a classe média declinará, só haverá muito ricos e muito pobres. A indiferença que se observa ante, por exemplo, o desmoronar das cidades e o incêndio das florestas é uma antecipação disso, de outras derrocadas a vir". 

 Caso para reafirmar a coerência daqueles que afirmaram então – e continuam a demonstrá-lo – que não seria Portugal a entrar na CEE, mas esta superestrutura do imperialismo alemão que entraria pelo nosso país adentro e o transformaria – como está a transformar – num protectorado ou colónia.

Ousar Lutar é Ousar Vencer! Mas, é também demonstrar respeito pela memória de todos aqueles democratas e patriotas, da estirpe de Natália Correia, que persistiram e continuam a persistir em lutar pelos interesses do povo e se apresentaram e se apresentam  de peito aberto, mãos e cara lavadas, a todos aqueles que quiseram - e persistem nesse objectivo -  vender a soberania do país e os interesses do povo a potência externas.


quarta-feira, 18 de março de 2015

Um Coelho acossado em solo algarvio!

O chefe do governo de traição nacional Passos Coelho esteve esta 4ª feira numa sessão comemorativa dos 45 anos da Região de Turismo do Algarve, que ocorreu num hotel na zona de Vale de Lobo. À sua espera tinha uma recepção composta por várias dezenas de elementos do povo decididos a estragar-lhe a festa e o passeio turístico.


Manifestavam-se contra a decisão do governo persistir na imposição de portagens na Via do Infante e ter chancelado os despejos e demolições de habitações nas ilhas-barreira da Ria Formosa. Vieram exigir a execução das há muito prometidas obras de reparação e alargamento da EN 125 e empunhavam cartazes e gritavam palavras de ordem contra as políticas terroristas e fascistas do governo, exigindo a sua imediata demissão.
Mais preocupado em levar a cabo a pré-campanha eleitoral que salve os partidos da coligação governamental – PSD e CDS – e o seu tutor Cavaco de uma estrondosa derrota, ou que diminua o seu impacto, Coelho fugiu como o diabo da cruz de abordar os temas cuja solução os elementos do povo que se manifestavam frente ao portão da unidade hoteleira onde discursava exigiam.
De tal forma isolado está Coelho e quem com ele partilha o poder que nem se dignou, no seu discurso, em falar sobre o sector que era tema principal e nuclear da sessão comemorativa do aniversário da Região de Turismo do Algarve, isto é, o turismo, preferindo cantar loas à melhoria considerável que o sector da saúde tinha registado na região, chegando a afirmar que “nunca foram prestados tantos actos clínicos como agora”, contrariando de forma provocatória e mentirosa todas as denúncias em sentido contrário que a Ordem dos Médicos, directores clínicos de vários dos hospitais do Algarve e sindicatos têm abundantemente trazido a público.
Fugindo às reclamações e condenações, quer dos elementos do povo que se manifestavam cá fora, quer dos empresários e operadores turísticos que lá dentro se queixavam da “…  desvalorização a que a região tem sido votada ao longo de anos», bem como à falta de “investimento proporcional à importância da região”, utilizou o esburacado discurso do milagre económico e da melhoria da situação económica do país.
Fingindo não entender que mais ninguém, fora e dentro daquela sala, nenhum elemento do povo e dos trabalhadores portugueses, partilham o seu optimismo, nem em relação às perspectivas económicas futuras, nem em relação ao milagre económico em curso, Passos pode de uma coisa ter a certeza. O destino que lhe está reservado pelo povo e por quem trabalha é o mesmo que estes sempre reservaram a todos os traidores ao longo da história: o caixote do lixo! 
É hora de o povo português entender que, para além da denúncia, isolamento e demissão desta corja que governa o país, a sua luta terá de passar pela constituição de um Governo de Unidade Democrática e Patriótica. Governo esse que, para além de levar a cabo um programa de investimentos produtivos criteriosos, execute um plano que leve à saída de Portugal do euro, uma moeda forte para uma economia fraca que tem tido como consequência a total perda de soberania e independência nacional, a degradação e denegação da democracia e da liberdade.








domingo, 15 de março de 2015

TAP: Privatização, Não!

Aproveitando o facto de a transportadora aérea nacional celebrar 70 anos desde que foi fundada em 1945, o Movimento Não TAP os Olhos propôs, organizou e dirigiu uma acção de luta este sábado, 14 de Março, contra a privatização deste importante activo estratégico, à qual aderiram centenas de pessoas.

Cerca de 500 voluntários alinharam-se no relvado da Alameda D. Afonso Henriques, em Lisboa, para, empunhando folhas de papel branco, serem filmados por um drone e, no painel assim formado ser projectada uma mensagem de parabéns por mais um aniversário, o 70º, da TAP !

Para cantar os parabéns à aniversariante, além das já referidas centenas de elementos do povo, marcaram presença várias figuras do panorama cultural e sindical português, assim como dirigentes da Comissão de Trabalhadores daquela empresa.


No âmbito dos eventos que o Movimento Não TAP os Olhos está a levar a cabo por todo o país a fim de elevar a consciência do autêntico crime lesa-pátria que este governo de traição nacional pretende consumar com a venda desta companhia de bandeira,  recordo que no próximo dia 18 de Março, pelas 21 horas, realizar-se-á, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, um Concerto de Solidariedade com a participação de vários artistas portugueses que se solidarizam com esta luta, entre os quais se destacam Jorge Palma, Kátia Guerreiro, Sérgio Godinho e Orquestrada, entre muitos outros.






Dinamize o Referendo contra a privatização da TAP indo ao link abaixo:

http://lutapopularonline.org/index.php/pais/104-politica-geral/1521-pelo-referendo-sobre-a-privatizacao-da-tap

quinta-feira, 12 de março de 2015

Gripe:

De como o genocídio fiscal provoca um genocídio humano!

Todos os anos, nesta época, lá vem a Direcção-Geral da Saúde (DGS) anunciar que decreta o fim do pico gripal e divulgar os dados dele resultantes. E, este ano, não foi diferente! Até no escamotear das razões que levaram a um aumento brutal do número de mortes – mais 5 mil do que haviam previsto!

Que o capitalismo mata já a esmagadora maioria dos trabalhadores e dos elementos do povo há muito retirou essa conclusão, vivida no corpo e na pele. Para os que ainda nutrem dúvidas aí estão os números agora divulgados pela DGS e pelo INSA para os chamar à realidade.

Uma realidade brutal e demonstrativa daquilo que sempre denunciámos: que, quem está à frente do Ministério da Saúde deste governo de traição nacional é, nada mais, nada menos, do que o DR. MORTE!

Senão, vejamos! Os números agora divulgados revelam que durante a fase mais activa do vírus, isto é, durante os meses de Dezembro, Janeiro e Fevereiro morreram, tendo como consequência próxima o “período epidémico da gripe”, mas resultando, no fundo, da política assassina do governo Coelho/Portas, tutelado por Cavaco e serventuário da tróica germano-imperialista, cujo termino foi agora decretado pela DGS e pelo INSA, 35.409 elementos do povo!

Ou seja, 23% mais de mortes do que em período homólogo do ano anterior! Só um governo terrorista e assassino utiliza o postulado do milagre económico para escamotear que está a desviar recursos financeiros essenciais para assegurar a prestação de serviços de saúde essenciais – sobretudo dotando os serviços de urgência hospitalar dos meios humanos e materiais necessários – à eficácia e dignidade, para pagar uma dívida ilegítima, ilegal e odiosa e os juros faraónicos dela decorrente.


Um governo que optou por estar ao serviço da corte imperial germânica e dos grupos financeiros, bancários e industriais que ela lidera, em vez de estar ao serviço do povo português. Caso para conclamar o povo e quem trabalha a tudo fazer para demitir esta canalha…pela vossa saúde!

domingo, 8 de março de 2015

Costa, o reflexo invertido de Passos no espelho da traição ao povo!

A síntese mais paradigmática que o imperador de Lisboa e putativo candidato a vencer as eleições legislativas deste ano, António Costa, fez àcerca das justificações dadas pelo chefe do governo de traição nacional Passos Coelho, foi a de que mal ia um país onde o responsável primeiro do governo achasse normal e aceitável ter errado ao não cumprir as suas obrigações fiscais e, ainda por cima, não esclarecer as circunstâncias e o montante total em que tais factos ocorreram.

Mas, é a conclusão moral que retira do episódio que, essa sim, é reveladora de que entre Passos e Costa não existe nenhuma divergência de fundo quanto às medidas terroristas e fascistas que, segundo os interesses do grande capital financeiro, bancário e industrial - que ambos defendem -, é necessário impôr aos trabalhadores e ao povo português.

A preocupação verbalizada por Costa é a de que, com comportamentos desta natureza, Passos não tenha a credibilidade necessária para aplicar tais medidas. É um Costa em bicos dos pés a oferecer os seus préstimos a quem faz uso do negócio da dívida e da chantagem para ser o próximo executor do que resta de activos públicos estratégicos, de roubo dos salários e do trabalho, das pensões e reformas, da ruptura e liquidação do serviço nacional de saúde e do acesso ao ensino.

É por isso que, mesmo quando insistentemente questionado por uma comunicação social relapsa, vendida e preguiçosa, se apoia a exigência da demissão de Passos Coelho e do executivo governamental que este chefia que não só há muito é reclamada pelo povo e pelos trabalhadores portugueses, mas agora por vastos sectores do seu próprio partido, foge com o rabo à seringa refugiando-se no argumento de que, primeiro, se terá de aguardar pelas respostas às 9 questões que o PS colocou a Passos para, então, e face às respostas dadas - como já não se soubesse qual será o teor das mesmas - tomar uma decisão.

Como se a demissão deste governo terrorista e fascista tenha de depender de uma encenação desta natureza e não ser uma consequência política da aplicação de um programa assente no maior genocídio fiscal sobre o povo de que há memória em Portugal.

Nada de novo a oeste do paraíso do Bloco Central!

O Dia Internacional da Mulher

A 7 de Março de 1920 era publicado no suplemento do jornal comunista PRAVDA (A Verdade), mais tarde editado nas Obras Completas, Volume XXV, páginas 63-64, o texto de Lenine a propósito do Dia Internacional da Mulher cuja leitura recomendo vivamente neste dia em que a burguesia tenta transformar o dia 8 de Março em mais uma operação de marketing, esvaziando de conteúdo a história da luta das mulheres e transformando um dia de memória da sua luta sangrenta, dura e prolongada pela igualdade, num dia de consumismo  e lamechismo.

O capitalismo alia à igualdade puramente formal a desigualdade económica e, portanto, social. Essa é uma de suas características fundamentais, hipocritamente dissimuladas pelos defensores da burguesia, pelos liberais e não compreendida pelos democratas pequeno-burgueses. Dessa característica do capitalismo decorre, entre outras coisas, a necessidade, na luta decidida pela igualdade económica, de reconhecer abertamente a desigualdade capitalista e, mesmo em certas condições, de colocar esse reconhecimento explícito da desigualdade na base do Estado proletário.

Mas, mesmo no que se refere à igualdade formal (igualdade diante da lei, a «igualdade» entre o bem nutrido e o esfaimado, entre o possuidor e o espoliado), o capitalismo não pode dar prova de coerência. E uma das manifestações mais eloquentes da sua incoerência, é a desigualdade entre o homem e a mulher.

Nenhum Estado burguês, por mais progressista republicano e democrático que seja, concedeu completa igualdade de direitos ao homem e à mulher.

Ao contrário, a República da Rússia Soviética varreu para sempre, de um só golpe, sem excepção, todos os resquícios das leis que colocavam os dois sexos em condições desiguais e garantiu imediatamente à mulher a igualdade jurídica mais completa.

Já se disse que o índice mais importante do progresso de um povo é a situação jurídica da mulher. Existe nessa fórmula um grão de profunda verdade. Desse ponto de vista, apenas a ditadura do proletariado, apenas o Estado socialista, podia alcançar e alcançou o grau mais avançado do progresso.

Por isso o novo impulso, de força sem precedentes, do movimento operário feminino está ligado à criação (e à consolidação) da primeira república dos sovietes e, ao mesmo tempo, da Internacional Comunista.

Aqueles a quem o capitalismo oprimia de modo directo ou indirecto, total ou parcial, o regime dos sovietes — e apenas este regime — assegura a democracia. As condições da classe operária e dos camponeses mais pobres comprovam-no claramente. Comprovam-no claramente as condições da mulher.

Mas a regime dos sovietes é o instrumento da luta final, decisiva, pela abolição das classes, pela igualdade económica e social. Não nos basta democracia, mesmo a democracia para os oprimidos pelo capitalismo, nestes se incluindo o sexo oprimido.

O movimento operário feminino propõe-se como tarefa principal a luta por conquistar para a mulher a igualdade económica e social e não apenas igualdade formal. Fazer a mulher participar do trabalho social produtivo, arrancá-la da «escravidão doméstica», libertá-la do jugo degradante e humilhante, eterno e exclusivo do ambiente da cozinha e do quarto dos filhos: eis a principal tarefa.

Será uma luta prolongada porque exige a transformação radical da técnica social e dos costumes. Mas terminará com a vitória completa do comunismo.




sábado, 7 de março de 2015

REFLEXÕES: Dois vícios fatais!

Há muito que tento que este seja um espaço dado à proposta de temas que nos façam reflectir e debater sobre caminhos e opções. Hoje, inaugurando um novo espaço neste blogue, proponho duas reflexões de natureza idêntica, mas numa forma mais telegráfica!

1.       Diz-se que errar é humano e que deriva do facto de se tentar. Diz-se, também, que é por isso que ninguém é perfeito. E é capaz de ser verdade! Veja-se o exemplo de Passos Coelho: durante anos a fio a tentar enganar a segurança social e o fisco!

É isso que faz dele um ser imperfeito? Nem por sombras! Para quem lhe encomendou a execução do maior genocídio fiscal sobre o povo de que há memória em Portugal, este é o personagem perfeito. Mente como se não houvesse…amanhã!




2.       Numa toada mais ligeira, anuncio que se cumprem amanhã, dia 8 de Março, Dia Internacional da Mulher trabalhadora, lutadora e resistente, três anos sobre a data em que decidi deixar de fumar. Isto é, deixei de me suicidar aos bocados, lentamente e de forma agonizante, há 1.095 dias, 43.800 cigarros e 8.760€! E, ao contrário do senhor dos Passos, a saúde não mente!



Fiquem bem, organizem-se, ousem lutar contra todo o tipo de vícios que matam. O capitalismo, apesar de ser o mais mortífero, é apenas um deles!

quinta-feira, 5 de março de 2015

Conservatório Nacional: Ir para fora cá dentro!

Professores, pais e alunos do Conservatório Nacional, têm demonstrado que não se deixam iludir com promessas. E, apesar do compromisso que conquistaram e impuseram com a sua luta à DGESTE, uma estrutura tutelada pelo Ministério de Educação, para disponibilizar as verbas necessárias às obras de intervenção para que possa ser levado à prática um ensino com dignidade e segurança, a sua luta não esmorece e continua.

Professores, pais e alunos têm a plena consciência de que não são apenas obras de cosmética que o Conservatório Nacional urgentemente necessita. Está em causa a exigência de uma remodelação de fundo, já que desde 1947 (!!!) esta instituição centenária não sabe o que são obras de restauro, manutenção ou ampliação.



Não fora a disponibilidade e a bondade dos membros da Associação de Amigos da ESCOLA DE MÚSICA DO CONSERVATÓRIO NACIONAL em se prestarem à recolha permanente de fundos junto da população e de empresas, e nem as obras de recuperação do Salão Nobre teriam sido realizadas. Recorde-se que esta é uma das salas de concerto mais emblemáticas da capital e, até, do país.

Depois de dois dias e duas noites de vigília para tornarem visível os objectivos junto dos habitantes de Lisboa e do povo de todo o país a quem o Conservatório também pertence e visa servir, professores, pais e alunos da Escola de Música decidiram vir para a rua dar aulas.

O mote é mesmo vir para a rua antes que os ponham na rua! Se não for pelo estrangulamento financeiro que há cerca de 70 anos impede obras de restauro e manutenção, poderá ocorrer pela manifesta degradação das salas que impede que sejam dadas aulas, já para não falar na dignidade que se exige, pelo menos com a segurança que se impõe.

Como se afirmava num artigo anterior, há que unir os vários sectores do Conservatório Nacional e estes ao povo português em geral e aos habitantes e visitantes de Lisboa em particular. A denúncia de que os sucessivos governos do chamado Bloco Central – PS, PSD e CDS – têm levado a cabo uma política sistemática de destruição da cultura deve ser intensificada de modo a que seja eficazmente isolada e erradicada.

Sem cultura, e em particular sem cultura musical, um povo não tem identidade e um país torna-se presa fácil de todo o tipo de colonização.