Professores, pais e alunos do Conservatório Nacional, têm
demonstrado que não se deixam iludir com promessas. E, apesar do compromisso que conquistaram e impuseram
com a sua luta à DGESTE, uma estrutura tutelada pelo Ministério de Educação,
para disponibilizar as verbas necessárias às obras de intervenção para que
possa ser levado à prática um ensino com dignidade e segurança, a sua luta não
esmorece e continua.
Professores, pais e alunos têm a plena consciência de que
não são apenas obras de cosmética que o Conservatório Nacional urgentemente
necessita. Está em causa a exigência de uma remodelação de fundo, já que desde
1947 (!!!) esta instituição centenária não sabe o que são obras de restauro,
manutenção ou ampliação.
Não fora a disponibilidade e a bondade dos membros da Associação de Amigos da ESCOLA DE MÚSICA DO CONSERVATÓRIO NACIONAL em se prestarem à recolha permanente de fundos junto da população e de empresas, e nem as obras de recuperação do Salão Nobre teriam sido realizadas. Recorde-se que esta é uma das salas de concerto mais emblemáticas da capital e, até, do país.
Depois de dois dias e duas noites de vigília para tornarem visível os objectivos junto dos habitantes de Lisboa e do povo de todo o país a quem o Conservatório também pertence e visa servir, professores, pais e alunos da Escola de Música decidiram vir para a rua dar aulas.
O mote é mesmo vir para a rua antes que os ponham na rua! Se
não for pelo estrangulamento financeiro que há cerca de 70 anos impede obras de
restauro e manutenção, poderá ocorrer pela manifesta degradação das salas que impede que
sejam dadas aulas, já para não falar na dignidade que se exige, pelo menos com
a segurança que se impõe.
Como se afirmava num artigo anterior, há que unir os vários
sectores do Conservatório Nacional e estes ao povo português em geral e aos
habitantes e visitantes de Lisboa em particular. A denúncia de que os sucessivos
governos do chamado Bloco Central – PS,
PSD e CDS – têm levado a cabo uma política sistemática de destruição da cultura
deve ser intensificada de modo a que seja eficazmente isolada e erradicada.
Sem cultura, e em particular sem cultura musical, um povo não tem identidade e um país torna-se presa fácil de todo o tipo de colonização.
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