Só com luta dura e
prolongada os estudantes, pais e professores vencerão!

Apesar de o projecto inicial, que seguia o modelo
parisiense, ter sido proposto em Junho de 1834, só quase um ano depois, por
decreto de Junho de 1835, o Conservatório de Música, então como anexo à Casa
Pia, foi concretizado, sendo atribuída a sua direcção ao próprio João Domingos
Bomtempo.
Uma luta dura e prolongada contra os velhos do Restelo que naquela época, como hoje, vêm na cultura uma
ameaça e um alvo a abater, pois contribui para elevar a consciência daqueles
que a ela têm acesso.
Tanto o actual governo PSD/CDS, como o anterior, liderado
por Sócrates e pelo PS, seguiram nesta matéria – isto é, na frente cultural – a
mesma política que Goebels, antigo ministro de Hitler. Quem se atrevesse a
falar de cultura ao pé de si era liminarmente abatido a tiro.

A Escola de Música do Conservatório Nacional (EMCN), que
representa uma parte significativa e significante da actividade desta
instituição de ensino secular ocupa cerca de 50 salas. Na sequência de uma
vistoria levada a cabo, e por iniciativa da Câmara Municipal de Lisboa, esta
tomou a decisão de mandar encerrar e selar 10 dessas salas, isto é, um quinto
do espaço disponível para as suas actividades.
Hoje, segundo dia da concentração frente ao Conservatório
Nacional para impôr o financiamento e realização de obras imediatas, este vigoroso processo de luta obrigou a que
a DGESTE (Direcção-Geral dos Estabelecimentos de Ensino, organismo tutelado
pelo Ministério da Educação) se sentasse esta manhã com uma Comissão composta
por representantes de professores, alunos e pais da EMCN.

Como actualmente têm de contar com a generosidade de outras instituições de ensino vizinhas – como é o
caso do Passos Manuel – que cedem salas para poderem leccionar as matérias
curriculares ou , pura e simplesmente, praticar e ensaiar, professores, alunos
e pais estão preocupados com a possibilidade de poderem surgir comportamentos
de desânimo e abandono escolar, decorrentes do desconforto e insegurança que a
situação que vimos a descrever provoca.


A consciência da necessidade de unir todas as forças e
sectores do Conservatório Nacional – mesmo aqueles que, alegadamente, acreditam
não estar a ser afectados pela presente situação – esteve bem patente no cordão
humano que hoje envolveu todo o quarteirão onde se situa o edifício do
Conservatório Nacional.
Para que professores, alunos e pais da Escola de Música do
Conservatório Nacional possam vencer esta luta, essa unidade tem de ser
aprofundada, alargada e cultivada todos os dias. Para ousar vencer, há que
ousar lutar, há que ousar unir!
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