segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

A vitória do povo grego representará a vitória dos povos da Europa!

Sucedem-se por todo o mundo em geral, e particularmente em países europeus, as manifestações de apoio dos povos desses países ao povo grego e contra a chantagem e pressão que o recente eleito governo daquele país está a ser sujeito por parte da União Europeia e do imperialismo germânico que a tutela e comanda. Apesar de alguma fragilidade ideológica, o governo grego, liderado pelo Syriza, está mandatado pelo povo que o elegeu a levar a cabo uma política contra a austeridade e os ditames da tróica germano-imperialista.

Desenganem-se aqueles que acreditam que o mal está na oposição do actual governo helénico às medidas políticas que configuram um autêntico genocídio fiscal, económico e financeiro e comprometem a dignidade e qualidade de vida do povo grego,  que a Comissão Europeia, a tróica e o imperialismo germânico tinham logrado impôr ao anterior governo de Samaras, um pau mandado da dimensão e natureza do traidor Passos Coelho, do seu saltapocinhas Portas e do tutor de ambos, Cavaco!

É que, com o grau de consciência e mobilização que o povo grego já demonstrou, e continua a demonstrar, com dezenas de milhar de elementos do povo, em permanência, a marcarem presença na Praça Sintagma, em Atenas, a apoiar o governo cujo programa elegeram, qualquer cedência, recuo ou traição redundará, certamente, num exponenciar das contradições entre aqueles que defendem ser subjugados aos interesses do imperialismo germânico e aqueles que optaram por ser livres, viverem em democracia e verem respeitados o seu direito à soberania, à independência nacional e ao progresso.

Já num artigo anterior referia que, baseado no Artigo 7 da Directriz da Área Económica Europeia, que determina não haver qualquer obrigação por parte de um estado e suas autoridades em assegurarem a compensação se um esquema de garantia de depósitos é incapaz de cumprir as suas obrigações na eventualidade de uma crise sistémica, o Tribunal da Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA) deliberou, há algum tempo, ser improcedente a queixa apresentada pelos governos da Grã-Bretanha e da Holanda contra a Islândia por este país ter, alegadamente, violado leis internacionais ao não atender à reclamação de cerca de 340 mil depositantes britânicos e holandeses do Icesave, uma delegação online do banco privado islandês Landsbanki, decretado falido em 2008.
Recorde-se que, aquando da chamada crise do sub-prime, dezenas de bancos, a nível mundial, foram à falência (alguns dos quais com uma dimensão considerada imune a esse destino), originando no seio da própria burguesia divisões quanto ao caminho a seguir face ao colapso do sistema financeiro e bancário capitalista a nível mundial.

De um lado, os fervorosos adeptos da escola de Chicago (os Chicago boys) e do compromisso de Washington (sendo o FMI a sua principal plataforma para impôr o seu programa ideológico e económico), que advogam que o sistema bancário e financeiro deve ser salvo a todo o custo (na versão do serventuário Coelho, custe o que custar), pois ele é o sustentáculo de toda a economia capitalista e único capaz de, através do negócio das dívidas soberanas, assegurar a continuidade e crescimento da acumulação capitalista. Os adeptos desta facção defendem, ainda, que o custo da salvação do sistema bancário e financeiro, segundo o princípio de dinheiros públicos subsidiarem vícios privados, deve ser imputado aos trabalhadores e aos povos, particularmente daqueles que foram bafejados pela intervenção do FMI ou, no caso europeu, da tróica germano-imperialista.

Do outro lado, uma corrente minoritária, representando os interesses de uma camada das burguesias nacionais, democráticas e patrióticas, que se opõem, como aconteceu na Islândia, e tinha sucedido e está a suceder noutros países – europeus, asiáticos e da América Latina -, a aplicar uma receita que implica uma transferência massiva de recursos e empresas públicas para o capital financeiro e bancário, sob a justificação de que, tendo os povos estado a viver acima das suas possibilidades teriam de ser sacrificados no altar das dívidas soberanas, à custa de um inaudito empobrecimento, à custa da pilhagem generalizada e de se tornarem protectorados ou colónias, mormente da potência imperialista alemã e da sua fuhrer Angela Merkel, à custa da depreciação dramática do seu acesso à saúde, à educação e às chamadas prestações sociais.

Apesar desta corrente, nomeadamente na Islândia, ter conseguido congregar o apoio dos trabalhadores e do povo em torno de um programa que lutava pelo não pagamento de uma dívida que não fora o povo que a contraíra, nem dela havia beneficiado, a consistência e coerência na luta por esse princípio sofreram alguns revezes, isto apesar de o povo se ter manifestado claramente, através de dois referendos,que não estava disposto a qualquer acordo de pagamento dessa dívida. É que, ainda assim, cerca de 3.421 milhões de euros foram reembolsados aos governos britânico e holandês, consequência do accionar de garantias de depósitos que existiam, através do banco Landsbanki.

Se é certo que o resultado das eleições gregas são uma expressão da derrota política da alta finança e do imperialismo germânico, mais evidente ainda é que ele se traduziu numa retumbante vitória do povo grego e de outros povo oprimidos da Europa.

Ora, apesar da aparente unanimidade em torno desta vitória – cuja excepção vem de traidores como Passos, Portas e Cavaco –, estes resultados anunciam a estreia, no teatro da guerra de classes em curso, de novas tácticas de manipulação e chantagem por parte do imperialismo germânico e seus agentes, entre os quais os opinadores, os comentadores e os especialistas do costume a quem são generosamente proporcionados profusos espaços de antena e nos jornais para vomitarem as suas opiniões e pareceres técnicos, claro está que contra toda e qualquer veleidade daqueles que se prestam a não se conformar ou aceitar essa chantagem e pressão!

Na Grécia, como em Portugal ou noutros países, sobretudo europeus, vencerá quem conseguir conquistar a chamada classe média. Uma classe atemorizada com a iminência da sua proletarização ou da sua destruição. Este é um momento decisivo, em que estas classes, ou bem que se aliam aos operários e aos trabalhadores em geral, ou continuam a deixar-se iludir pelos milagres económicos anunciados pela alta finança, pela burguesia e por toda a sorte de lacaios ao serviço da imperial Alemanha e sua chancelerina Merkel.

No nosso país, primeiro através do governo de má memória liderado por Sócrates e pelo PS, e agora pelos PSD/CDS, sob tutela de Cavaco, a receita tem sido a de salvar a banca privada, fazendo os trabalhadores e o povo pagarem os buracos e as fraudes do BES e do BPN, a recapitalização do BCP, do BPI, do BANIF, entre outros bancos privados que se entretiveram a distribuir dividendos, relativos aos fabulosos lucros que ensacaram e continuam a ensacar, entre os seus accionistas, para agora, em vez de terem contemplado um plano de capitalização dessas entidades bancárias privadas, estarem a fazê-lo à custa do sangue, do suor e das lágrimas do povo que se vê obrigado a pagar esses vícios privados e a proporcionar aos grupos financeiros e bancários que estão por detrás desses bancos, lucros fabulosos à custa dos juros faraónicos que cobram.

Se é certo que existem sectores da pequena e da média burguesia não comprometida com as políticas imperialistas e com o grande capital financeiro e bancário que podem e devem ser integrados numa ampla frente contra o FMI, a tróica germano-imperialista e os tiques imperiais da nova fuhrer Angela Merkel, e o governo dos traidores Coelho e Portas que se prestam a ser seus serventuários, não menos certo é que essa luta deve ser encabeçada pelos operários e pelos trabalhadores, únicos garantes de uma luta coerente, empenhada e sem tréguas, luta que tem de levar ao derrube deste governo e de quem o apoia e à constituição de um governo de unidade democrática e patriótica que expulse do nosso país todos aquele que o querem subjugar e dominar, prepare a saída imediata de Portugal do euro e recuse o pagamento da dívida, iniciando um novo ciclo económico, ao serviço do povo e de quem trabalha.


Esta será a melhor forma de o povo português demonstrar a sua solidariedade para com o povo grego e para com todos os povos da Europa que sofrem os efeitos das políticas de domínio e colonização levadas a cabo pelo imperialismo germânico e seus agentes. Esta será a única saída que assegurará que o povo grego vencerá e que, com ele, sairão vencedores todos os povos da Europa e do mundo!



2 comentários:

  1. Estando quase todo o povo do mundo contra as medidas do imperialismo Alemão aplicado por Sr Markel e seus seguidores nada mais resta que todos unidos em torno de uma politica democrática e patriótica a seguir,assim para que as varias facções leia-se pessoas dos também vários quadrantes políticos se unam em volta de um objectivo através de um programa eleitoral que vise claramente o derrube deste governo fantoche Passos/Portas já nas próximas eleições à imagem do Siriza sem nenhum dos partidos perderem a sua identidade!!!Saudações,

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  2. Esta tudo dito! Precisamos é de criar condições para derrubar este governo de traição-nacional de passos e Portas , com a tutela de Cavaco!

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