quinta-feira, 31 de maio de 2012

SERVIÇOS DE INFORMAÇÕES EM RODA LIVRE



Afinal já havia quem há muito o denunciasse, só que nessa altura (quase) ninguém quis ouvir!...

Pela actualidade e premência do respectivo teor aqui ficam excertos da comunicação que, sob o título “O 25 de Abril deixou de existir!” tive oportunidade de apresentar ao I Congresso da Democracia Portuguesa, realizado em Lisboa (Fundação Calouste Gulbenkian) em Novembro de 2004, ou seja, há sete anos e meio atrás!


“O regime democrático estabelecido com o 25 de Abril deu a alma ao criador, e o que temos hoje é a instalação crescente, que começou de forma larvar e hoje se faz de modo cada vez mais evidente e alargado, de um verdadeiro proto-fascismo, que liquidou a Democracia e a transformou numa mera fachada, cada vez mais decrépita.

A verdade, absolutamente lamentável, é que ninguém, ou quase ninguém, se apercebeu como a Justiça, de Código em Código, de reforma legislativa em reforma legislativa, foi evoluindo no sentido de ir liquidando a Democracia (como é exemplo o Processo Penal, que com as reformas, em larga medida adoptadas pelos Governos PS sob a batuta do ex-Procurador Geral da República Cunha Rodrigues, tem hoje uma lei pior que o Código do fascismo de 1929).

O sector da Justiça foi assim derivando, derivando – com excepção da reforma das leis Administrativas, da responsabilidade fundamental do Prof. Freitas do Amaral, consubstanciada no tríptico do Código do Procedimento Administrativo (que aliás hoje se quer liquidar), do Estatuto dos Tribunais Administrativos e Fiscais e o Código dos Tribunais Administrativos e, enfim, a lei sobre a responsabilidade extra-contratual do Estado (que nunca mais é publicada) – o sector da Justiça foi derivando sucessivamente, dizia, até atingirmos um ponto chave de extrema gravidade.
(…)
Violações absolutamente cirúrgicas do segredo de Justiça que só podem ser cometidas pela acusação pública (como as que se seguiram por exemplo, e à guisa de contra-ataque, ao Acórdão que ordenou a libertação de Paulo Pedroso); grupos de Jornalistas, ex-assessores, ou futuros assessores do Poder e/ou adstritos a cada uma das forças policiais (PSP, GNR e PJ), que estão hoje claramente comprados por estas forças (mesmo que a gente não os veja a passar o recibo) e ao serviço delas. Instituída, praticada e cada vez mais implementada a possibilidade de se lincharem, de forma tão irremediável quanto verdadeiramente impune, cidadãos incómodos – eis o ponto a que nós chegámos neste campo.
(…)
E – “the last but not de least !” – assistimos também a uma cada vez maior autonomia, um crescendo de poder e de arrogância, e agora à autêntica “roda livre”, das polícias e dos Serviços de Informação neste país.
(…)
Ora, se se chegou aqui foi porque, sempre em nome da “segurança”, se promoveu e se permitiu o desenvolvimento, primeiro de forma larvar e depois, de modo cada vez mais evidente, de novas polícias políticas, a actuarem, a crescerem, a cruzarem-se e a coordenarem-se entre si, a centralizarem-se e a organizarem ficheiros e bases de dados e a levarem a cabo operações secretas, sem nenhuma espécie de fiscalização, no Parlamento e fora dele.
É preciso assim dizer com todas as letras que estamos hoje perante autênticas sociedades secretas, que controlam cada vez mais, que fazem escutas, que têm contacto com os indivíduos mais ignóbeis (como o espião sul-africano Peter Groenwald, procurado em diversos países pelo assassinato a sangue frio de vários elementos do ANC e que se safou impune em Portugal por colaborar com o SIS), que no silêncio da impunidade e na escuridão da falta de controle democrático, vigiam, espiam, manejam, manipulam e assassinam civicamente, com balas (leia-se, jornais e televisões) bem mais eficazes do que aquelas que mataram John Kennedy!...

E se uns são responsáveis políticos directos (como os partidos de direita) que consciente e organizadamente puseram de pé e consolidaram estes instrumentos de poder e de repressão, outros, como o PS, ou são também directamente responsáveis (pois aprovaram de cruz todas e cada uma das medidas nessa área) ou são irremediavelmente obtusos por pensarem que a repressão é boa desde que sejam eles a controlá-la e ainda por julgarem que poderiam alguma vez controlar esta autêntica “orquestra negra” que se foi sucessivamente agrupando e montando nas nossas costas e que, após diversos ensaios mais ou menos silenciosos, iniciou já a ribombante interpretação final da marcha fúnebre da Liberdade e da Democracia!...

Com polícias e serviços de informação que são assim verdadeiras “sociedades secretas”, e, mais do que isso, verdadeiras centrais de conspiração negra, actuando em “roda livre”;

Com uma Justiça em que o princípio constitucional da presunção de inocência foi integralmente substituído pelo princípio pidesco da presunção de culpabilidade, em que os maiores e mais importantes poderes, a começar pelo Ministério Público, são incontrolados e incontroláveis, em que todas as liberdades e direitos democráticos foram pura e simplesmente liquidados e aniquilados, e que hoje constitui antes um instrumento privilegiado para operações cirúrgicas de assassinato cívico de diversos políticos;
(…)
Onde estão afinal as elites universitárias, os escritores? Onde estão os intelectuais? Perderam em definitivo a capacidade de pensar livremente e a capacidade de se indignarem? Preferiram de vez deixar-se abater pelo desânimo, pelo perorar acerca da saudade e do passado próximo ou distante? Onde está a Esquerda?

É que se ninguém faz nada, e como estamos todos no mesmo esburacado e destruído barco da Democracia, ele afundar-se-á irremediavelmente.

Meus Caros Amigos:

Não podemos assim deixar que suceda que:

“Primeiro, levaram os judeus.
Mas não falei, por não ser judeu.

Depois, perseguiram os comunistas.
Nada disse então, por não ser comunista.

Em seguida, castigaram os sindicalistas.
Decidi não falar, por não ser sindicalista.

Mais tarde, foi a vez dos católicos.
Também me calei, por ser protestante.

Então, um dia, vieram buscar-me.
Mas, por essa altura, já não restava nenhuma voz
Que, em meu nome, se fizesse ouvir.”
(Martin Niemöller)

Será então que nos vamos deixar afundar? Será que nos vamos calar? Será que vamos pôr o joelho em terra neste combate?

Por mim, respondo desde já: NÃO, NÃO VOU POR AÍ!

E até por isso mesmo, convoco-vos aqui e agora para que cada um de vós responda também a este desafio!”


António Garcia Pereira

terça-feira, 29 de maio de 2012

FMI: Com amigos destes, quem precisa de inimigos?!

As recentes declarações da chefe do FMI, Christine Lagarde, sobre a possibilidade de o programa de resgate desenhado por esta organização imperialista para os trabalhadores e o povo grego, que passa por fazê-los pagar uma dívida que não contraíram, nem dela beneficiaram, vir a sofrer um revés, colocando o país na rota de colisão com a bancarrota, além de provocatórias e arrogantes, pretendem transformar as verdadeiras vítimas das medidas terroristas e fascistas que estão a ser impostas, o povo grego, em mal-agradecidos pelas magníficas benesses que o FMI lhes tem providenciado.

Disse provocatoriamente a chefe do FMI, essa inqualificável arrivista, que nutre maior simpatia e maior preocupação, pelo situação em que se encontram as crianças de uma escola numa pequena aldeia da Nigéria que, para além de terem de repartir a sua cadeira com mais duas crianças, sofrem mais do que as crianças filhas dos trabalhadores e do povo grego, cujas mães poderiam evitar a miséria para a qual estavam a ser empurrados os seus filhos se não fugissem ao pagamento dos impostos!

Para além de escamotear que a eventual fuga aos impostos não é determinante para explicar a dívida, pois esta funciona como instrumento de chantagem e dominação por parte do FMI e dos interesses germano-imperialistas que serve, é obscena a comparação que Christine Lagarde faz com o que se passa na Nigéria, sobretudo porque tem o cuidado de branquear o sucesso da ajuda que aquela organização prestou, e ainda presta, àquele país africano.

Sujeita a sucessivos ciclos de fome e malnutrição, a Nigéria está a ser, também ela, vítima do infame Programa de Ajustamento Estrutural – não vos é familiar esta designação? -, desde 1982. Tal como acontece com a Grécia, o FMI emprestou à Nigéria dinheiro para evitar a bancarrota e pagar aos seus credores (claro que já todos adivinharam que os credores são os suspeitos do costume), exaurindo o país dos seus recursos e riquezas imensas, a título de garantia de bom pagamento da dívida e do serviço da dívida que, como sempre, assenta em juros faraónicos e especulativos que servem para fazer transitar activos e sectores estratégicos de uma nação para as mãos de grandes grupos financeiros e bancários.

No entanto, escamoteia-se qual a origem dessa dívida e a importância que teve para a sua consolidação o facto de a Nigéria ter vivido sob um regime militarista e pró-imperialista desde 1974 até 1982, ano em que começaram a entrar no país os empréstimos do FMI.

O que Christine Lagarde não menciona é que, tal como na Grécia, as políticas terroristas e fascistas que o FMI impôs na Nigéria tiveram efeitos devastadores sobre a principal actividade produtiva e económica do povo nigeriano – a agricultura - e representaram uma pilhagem sem precedentes das suas riquezas naturais, nomeadamente o petróleo e os diamantes, fazendo aumentar os montantes da dívida, ao invés de a reduzir como era prometido, fazendo disparar os índices de miséria e fome.

Mesmo depois de terem passado 10 anos sobre a decisão de cancelar a dívida da Nigéria, um relatório vindo a lume na semana passada, denuncia que os níveis de endividamento naquele país, devido à contínua aplicação das políticas e do modelo de ajuda praticadas pelo FMI, arriscam-se a alcançar, muito em breve, os que conheceu antes do perdão da supracitada dívida.

Isto é, onde quer que seja que o FMI opere, seja na Grécia ou na Nigéria ou, antes destes países, nos exemplares casos da Argentina e do Equador, para só mencionar dois daqueles que tiveram a coragem de expulsar o FMI dos seus países – e por isso estão a experimentar um aumento do seu PIB –, fica provado que as políticas impostas por esta organização ao serviço do imperialismo não servem para assistir e muito menos ajudar os países em crise, antes agravam as condições de vida dos trabalhadores e dos povos dos países onde intervêm e capturam a sua independência nacional.


Retirado de:

A propósito da solidariedade entre o povo português e o povo grego

Emendas ao Memorando ou expulsão da tróica germano-imperialista?!


Nos últimos dias assistimos a um frenesim em torno de um pungente apelo à solidariedade com a Grécia que, só para quem estiver completamente distraído, poderá parecer estranho.

O que impulsionará esta reedição da palavra de ordem “oportunistas de todos os matizes uni-vos para salvar o capital”, que leva à tomada de iniciativas tão diversas como promover uma petição pública ou a endereçar uma Carta aberta aos Presidentes do Parlamento Europeu, da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Internacional, carta assinada pelos gurus da esquerda do costume, desde os desiludidos do PS (alguns, como a Ana Benavente, que desempenharam funções no governo de Gueterrez) até aos renovadores comunistas (trânsfugas do partido revisionista PCP), passando pelas eternas segundas figuras desse partido/bloco que é o BE?

Esta solidariedade, pretensamente para com a Grécia, mas certamente não para com os trabalhadores e o povo gregos, escamoteia o facto de se traduzir, efectivamente, no apoio a uma das formações políticas que esteve envolvida no recente acto eleitoral na Grécia, tendo sido o segundo partido mais votado, partindo do pressuposto de que este partido é um dos partidos anti-tróica.

Ora, é precisamente aqui que a porca torce o rabo! Nos 5 pontos base programáticos do partido que, na área que se reclama da esquerda, mais votos arrecadou, existe um que menciona a intervenção estatal na banca, escamoteando assim que foge da questão principal de fundo que é a da necessidade de, a par de um repúdio sem hesitações da dívida, haver a absoluta necessidade de se nacionalizar a banca e todas as empresas e sectores estratégicos para a economia, por forma a garantir uma economia ao serviço e controlada pelos trabalhadores. É que, a não ser assim, essa intervenção estatal não passará de uma operação idêntica à que ocorreu em Portugal com o BPN ou em Espanha com o 4º maior banco, o Bankia, isto é, a nacionalização dos buracos, salvaguardando nas mãos dos grandes grupos financeiros e bancários a banca que promove lucros e acumulação de riqueza para os seus accionistas, sendo os prejuízos custeados pelo povo, quer à custa do aumento da carga fiscal, quer pelo puro e simples roubo do salário e do trabalho, quer desviando verbas que deveriam estar afectadas à educação, à saúde, às prestações sociais, para o pagamento desses calotes.

Outra das pérolas de oportunismo do sagaz programa de 5 pontos proposto pelo partido mais votado do campo que se reclama da esquerda na Grécia, prende-se com a moratória ao serviço da dívida e com a suspensão de qualquer pagamento enquanto decorrer uma auditoria internacional à mesma que permita identificar a parte legítima da parte ilegítima da dívida. Ou seja, existe o cuidado expresso por parte desse partido/bloco de, em circunstância alguma, afirmar que são pelo NÃO PAGAMENTO da dívida, pelo puro e simples repúdio da mesma. Nem podiam, porque o que de facto defendem é uma atitude meramente dilatória e oportunista, destinada a branquear a verdadeira natureza da dívida e da crise, a escamotear que, quer na Grécia, quer em Portugal, a dívida não só não foi contraída pelos respectivos povos - que dela nada beneficiaram - como serve de instrumento para o processo de acumulação de riqueza capitalista, através da transferência de activos e empresas públicas para as mãos de grandes grupos financeiros e bancários privados e da aplicação de juros faraónicos e do roubo dos salários e do trabalho.
A solução, na perspectiva dos interesses da classe operária, dos trabalhadores e do povo, não passa, certamente, nem por um governo de gestão burguesa nem, muito menos, pela cedência à chantagem assente na manutenção de um país na União Europeia e, sobretudo, na zona euro, à custa de aceitar que o seu povo seja sujeito a toda a sorte de medidas draconianas, terroristas e fascistas, que os programas de resgate impostos pela tróica germano-imperialista acarretam.

É que, tanto aqueles que estão a favor da renegociação ou da reestruturação da dívida, que é ilegítima, ilegal e odiosa, como defendem BE e PCP, como os que são favoráveis a emendas no Memorando, nomeadamente propondo adendas para o crescimento e o emprego aos documentos de estratégia orçamental (substitutos dos PEC enquanto durarem os chamados programas de resgate), o que de facto estão a escamotear é que, não só nenhum dos problemas que era suposto esses programas de resgate resolverem foram ultrapassados como, bem pelo contrário, desde que se iniciou a ajuda, todos eles se agravaram, desde o desemprego que cresceu, ao défice e à recessão que aumentaram exponencialmente.

O que os partidários da renegociação/reestruturação ou das emendas escamoteiam, no fim, é que a União Europeia é dominada por um directório germano-imperialista e que o euro não passa do marco travestido numa moeda supostamente destinada a tornar solidária a distribuição da riqueza e as oportunidades de crescimento e emprego, mas, de facto, o que tem é sido utilizada como instrumento de chantagem e domínio dos interesses dos grandes grupos financeiros e bancários, sobretudo alemães sobre os restantes países da Europa, sobretudo aqueles que são considerados os elos mais fracos da cadeia capitalista.

A ilusão na transição pacífica para o socialismo, agora transformada em desígnio de salvação nacional, eis no que assenta a proposta política solidariamente abraçada por bloquistas, revisionistas e sociais-democratas de todos os matizes no seu apogeu. Ilusões que a classe operária, os trabalhadores e os povos, em todo o mundo, têm pago com muito do seu sangue. O desastre- que ainda hoje a classe operária, os trabalhadores e o povo português estão a pagar caro- da Aliança Povo/MFA que, supostamente devia substituir a aliança operário-camponesa pois conduziria estas classes (nucleares à revolução), de forma pacífica, ao socialismo, transformou-se na tragédia grega das medidas terroristas e fascistas que a burguesia e a sua tróica germano-imperialista lançam sobre os povos, obrigando-os a pagar uma dívida ilegal, ilegítima e odiosa.

Razão terão sempre aqueles que face a uma dívida ilegítima, ilegal e odiosa, se recusam a pagar, renegociar ou reestruturar uma dívida que não contraíram, nem foi contraída para seu benefício e que não aceitam a chantagem que sobre eles está a ser exercida, consubstanciada na política de ou aceitam pagar ou saem do euro!


Retirado de:

http://www.lutapopularonline.org/index.php/pais/104-politica-geral/240-a-proposito-da-solidariedade-entre-o-povo-portugues-e-o-povo-grego-emendas-ao-memorando-ou-expulsao-da-troica-germano-imperialista

domingo, 27 de maio de 2012

ENTRE DUAS duras batalhas

Artigo da Secção de Relações Internacionais do Comité Central do KKE

Grécia continua atraindo a atenção dos trabalhadores de muitos países do mundo, à luz das novas eleições gerais de importância crucial que ocorrerão em 17 de junho uma vez que nenhum dos três primeiros jogos conseguiu formar um governo de coalizão. De particular interesse, a julgar pelos artigos em jornais, revistas e sites comunistas e progressistas, é o resultado das eleições recentes bem como a linha política que traçou o Partido Comunista da Grécia (KKE), que nos últimos dias tem estado na linha de fogo de vários analistas. Começarmos pelo princípio.

Sobre o resultado das eleições de 6 de maio

As eleições de 6 de maio criaram um novo cenário político já que os três partidos que governaram em conjunto, apoiando a política antipopular do capital e da União Européia (UE), tiveram uma queda nas eleições. Mais especificamente:

O PASOK social-democrata concentrou 833.529 votos e 13.2%, uma queda sem precedentes de 2.179.013 votos e -30.8%.

A ND conservadora somou 1.192.054 e 18.9%, com uma queda de 1.103.665 votos e -14.6%.

O Laos nacionalista não conseguiu alcançar o limiar de 3% para entrar no parlamento, tendo recebido 183.466 votos ou 2.9%, com uma queda de 202.739 votos ou -1,6%.

No entanto, ao mesmo tempo, a mudança do cenário político não é um derrubada porque as forças que se beneficiaram pela ira dos trabalhadores foram, sobretudo, os que apoiam a política da "via de mão única da UE". Assim, a grande maioria dos eleitores dos partidos burgueses se dispersaram principalmente em formações ideologicamente próximas. Mais especificamente:

SYRIZA, que é uma coalizão de forças oportunistas que se foram da partida de uma cisão pela direita (na cisão do partido de 1968 e 1991), e em que se somaram nos últimos anos forças do PASOK social-democrata, conseguiu 1.061.265 votos e 16.8% , um aumento de 745.600 votos ou 12.2%.


Uma cisão de SYRIZA, Esquerda Democrática, que se incorporaram ex-deputados e dirigentes do PASOK, somou 386.116 votos ou 6,1%.

Um grande número de votos foi dirigido também a partidos reaccionários e nacionalistas como os " Gregos Independentes ", que surgiram da ND e concentraram 670.596 votos ou 10.6%, e" Amanhecer Dourado ", que concentrou 440.894 votos ou 7%.

Além disso, aproximadamente 20% dos eleitores optaram por dezenas de partidos que tomaram parte nas eleições, mas não conseguiram passar o limiar de 3%.

O KKE teve um pequeno aumento nas eleições. Mais especificamente, recebeu 536.072 votos ou 8.5%, ou seja, teve um aumento de 18.823 votos ou +1%. O KKE elegeu 26 deputados (entre os 300 no parlamento), cinco mais do que anteriormente. Nos bairros operários a percentagem que conseguiu o KKE foi quase o dobro da média. Na verdade, um dos 56 distritos eleitorais (nas ilhas Samos-Ikari) o KKE foi o primeiro partido em votos com 24,7%.

O Comité Central do KKE chegou a algumas conclusões iniciais sobre o resultado eleitoral. Em seu comunicado, entre outros, "saúda a milhares de trabalhadoras e trabalhadores, desempregados, que apreciaram o espírito de luta, a coerência ea verdade clara de suas posições, o espírito de luta e abnegação das e dos comunistas, que o apoiaram nas eleições , independentemente do grau de acordo com a sua proposta política em conjunto. Grande parte dos trabalhadores, bem como uma parte dos eleitores do partido, sob a pressão do agravamento dos problemas populares, palavras de ordem enganosas em relação à renegociação do memorando[1] eo alívio imediato dos trabalhadores, não pode compreender e assumir a diferença entre o governo eo poder real. "

No entanto, como assinala o Comité Central do KKE: "A proposta política do KKE da luta pelo poder operário e popular, está no centro da atenção do povo, uma vez que se torna cada vez mais clara a diferença entre o governo eo poder popular real, bem como a proposta global sobre os problemas imediatos da sobrevivência dos povos eo poder operário popular. Desde este ponto de vista, esta atividade eleitoral política do KKE em harmonia com a sua estratégia como necessário, é um legado importante para os próximos anos. "

Sobre SYRIZA

Alguns meios de comunicação burgueses internacionais, que apresentam SYRIZA como o "vencedor" das eleições de 6 de maio, não foram para além do seu título "Coligação da esquerda radical" e concluíram em que este é um partido radical de esquerda ou até de um partido comunista. É claro que isso não tem nada a ver com a realidade. A força básica de SYRIZA é o jogo "Coalizão da Esquerda" (Synaspismos) que tem um programa social-democrata. Em 1992 votou no parlamento grego pelo Tratado de Maastricht e é um partidário da União Europeia imperialista, que considera que se pode melhorar. Na verdade, apresenta um programa de gestão do sistema capitalista. Uniu-se à campanha anticomunista contra a URSS e os demais países do socialismo que conhecemos no século XX. Synaspismos é um membro do Presidium do chamado "Partido da Esquerda Europeia" (PÉ), que é um instrumento da UE para erradicar as características comunistas dos partidos comunistas nos países da UE. Em SYRIZA, junto com Synaspismos, participam forças que se foram do PASOK social-democrata, assim como grupos de ultra-esquerda menores, trotskistas e antigos grupos maoístas mutados que jogam o papel de "especiarias" políticas no básico "menu" social-democrata e anticomunista. O objectivo principal desta formação é a diminuição da influência eleitoral, sindical e política mais geral do KKE. Assim, na última década existem numerosos exemplos que demonstram o caráter anti-KKE desta formação política. Em dezenas de sindicatos, confederações setoriais e associações de sindicatos a nível regional, as forças de SYRIZA participam e colaboram com as forças do PASOK, a fim de impedir a eleição dos delegados comunistas aos órgãos sindicais superiores. SYRIZA é um inimigo jurado da Frente Militante de Todos os Trabalhadores (PAME), que constitui um agrupamento de sindicatos com orientação de classe. SYRIZA colabora abertamente nos órgãos das confederações comprometidas dos sindicatos dos trabalhadores no setor privado (GSEE) e público (ADEDY) com as forças colaboracionistas com a patronal eo governo. Em muitos casos nas eleições locais tiveram uma atitude semelhante. Um exemplo característico foi a sua postura nas eleições municipais em 2010 na ilha Ikari. Nesta ilha, que foi um lugar de exílio dos comunistas, o KKE tem grande influência eleitoral. Nas eleições de 2010, SYRIZA colaborou com o PASOK social-democrata, a ND liberal e nacionalista Laos em fim de impedir a eleição de um prefeito comunista na ilha. Então, o candidato do KKE concentrou por si só o 49,5% dos votos ea aliança anti-KKE ganhou no município por poucas centenas de votos.

Hoje em dia, SYRIZA trata de atacar o KKE com propostas de conveniência política em relação à chamada "unidade da esquerda", em uma tentativa de fazer com que o KKE apague seções inteiras de seu programa, que abandone seus princípios e aceita a política de gestão do sistema capitalista, como propõe SYRIZA.

Com base a isto, o mínimo que podemos dizer é que a atitude de alguns partidos que saudaram imediatamente a ascensão eleitoral desta formação oportunista e anticomunista em nome do aumento eleitoral da "esquerda", sem conhecer a situação real na Grécia, foi irresponsável. Saudaram a um inimigo jurado do KKE que o presidente dos industriais gregos e propôs a sua participação em um governo de coligação dos partidários da UE.

A ilusão da "unidade da esquerda"

e a mentira do "governo de esquerda"

Muitos trabalhadores politizados, de diferentes países da Europa e de todo o mundo, suscitam a seguinte pergunta: Por que o KKE não faz algumas concessões? Por que insiste na linha política da concentração de forças sociais que querem lutar contra os monopólios, contra o capitalismo, contra as uniões imperialistas, pelo poder operário e popular e não apóia a política da "unidade da esquerda", a luta para corrigir a realidade capitalista ea UE, com uma parceria política ou governamental com outras forças de "esquerda" e social-democratas, como fazem outros partidos comunistas na Europa?

Primeiro, o KKE há muito tempo deixou claro que o significado de "esquerda" e "direita" não são termos que refletem a situação política de hoje. Hoje em dia, o termo "esquerda" pode-se usar para descrever o Secretário Geral da OTAN ou o primeiro-ministro de um país que leva a cabo uma guerra imperialista e toma medidas antiobreiras e antipopulares contra os trabalhadores de seu país. O Partido Comunista não é simplesmente um "partido de esquerda", mas o partido que luta pela derrubada do capitalismo e pela construção da nova sociedade socialista-comunista. Neste caminho, nesta direção de luta pode levar a conquistas, não o contrário. Como demonstrou a história, as reformas, a luta para corrigir o sistema capitalista, para mitigar as medidas antipopulares mais extremas, em que se concentram as forças oportunistas-social-democratas, não levaram nunca a derrubada do capitalismo em qualquer lugar. Ao contrário, muitas vezes levaram para o fortalecimento do capitalismo, através da criação de ilusões a milhões de trabalhadores, com o suposto de que o capitalismo pode ser humanizado. O que hoje em dia, supostamente, o Banco Central Europeu pode se tornar um instrumento capitalista a uma instituição de caridade e distribuir empréstimos sem juros, ou que a União Européia pode se tornar uma união que é o sistema a uma "união dos povos", como sustentam SYN / SYRIZA eo Partido da Esquerda Europeia.

É por isso que o KKE apresenta a sua proposta política de forma integral, e que nas eleições de 6 de maio a colocou no lema: "Fora da UE, com o poder popular e anulação unilateral da dívida".

Neste sentido, o KKE está firmemente orientado para o marxismo-leninismo. Segundo disse Lênin: "O proletariado luta e continuará lutando para destruir o antigo regime. Para o efeito dirigir toda a sua propaganda e agitação, todos os seus esforços para organizar e mobilizar as massas. Se você não consegue destruir o antigo regime totalmente, o proletariado saberá aproveitar também a sua destruição parcial. Mas nunca propugnará essa destruição parcial, describiraa com otimismo, chamado o povo a dar-lhe apoio. Na luta autêntica só se apoia efectivamente aquele que aspira ao máximo (e que em caso de fracassar consegue menos) e não aquele que, antes de começar a luta, cercena os objetivos da mesma de um modo oportunista "[2] .

O KKE rejeitou a idéia de criar um "governo de esquerda" que ao manter Grécia dentro da UE e da NATO e as relações capitalistas de produção intactas, supostamente poderia Soler uma gestão do sistema a favor do povo. Nosso partido luta pelo desenvolvimento da luta de classes, a consciência política dos trabalhadores, a sua libertação da influência dos partidos e as construções ideológicas burgueses e pela formação de uma aliança que não só defender os interesses dos trabalhadores, vai tentar tirar o país das intervenções imperialistas, mas também propor a questão do poder.

O objetivo é a diminuição da influência do KKE e sua assimilação no sistema.

A negação do KKE a subxugarse a formações de "esquerda" ou mesmo um governo de "esquerda" está no "ponto de mira" de inimigos e "amigos", que direta ou indiretamente chamam o KKE a "unir" com as demais forças de " esquerda ". Esta linha seguem os partidos que estão no Presidium do PIE. Além disso, houve alguns ataques grosseiros, como por exemplo, por alguns grupos trotskistas, que são mais conhecidos no exterior que na Grécia, que caracterizam o KKE como um partido sectário e dogmático.

Como é possível que o KKE com a linha da luta de classes e do conflito que promove agrupe a centenas de milhares de pessoas na Grécia, se o jogo é sectário? Como é possível por exemplo que nas fileiras da Frente Militante de Todos os Trabalhadores (PAME) se agrupem dezenas de sindicatos de base, federações sectoriais, associações de sindicatos a nível regional que representam centenas de milhares de trabalhadores?

É preciso assinalar que a PAME, que é o pólo de orientação de classe no movimento operário e sindical, reúne 8 federações sectoriais de trabalhadores, 13 associações de sindicatos regionais, centenas de sindicatos sectoriais e de base, com um total de 850.000 membros. Além disso, a PAME trabalha nos sindicatos onde as forças com orientação de classe não são a maioria. Assim por exemplo, as forças do PAME ocupam a segunda posição em uma série de federações sectoriais (como a Federação no setor turístico e de restauração ea Federação dos trabalhadores metalúrgicos) e nas duas maiores associações de sindicatos regionais do país em Atenas e Tessalônica.

Como é possível que a Frente Antimonopolista Grega de autônomos e pequenos comerciantes (PASEVE) agrupe em suas fileiras a milhares de trabalhadores autônomos que entendem a necessidade de entrar em conflito com os monopólios? Como é possível que milhares de camponeses pobres, através de associações de agricultores e seus comitês, se inspirem na luta da Frente Militante de todos os Camponeses (PASY) contra a política agrícola comum da UE? Como é possível que mulheres e milhares de estudantes que pertencem às camadas operárias e populares entram na luta sob as queixas e as iniciativas da Federação de Mulheres da Grécia (OGE) e da Frente Militante de Estudantes (MAS)? Em todas estas organizações sindicais, sociais e políticas de massas, os membros e os dirigentes do KKE têm um papel principal, sem esconder a sua identidade.

Acusam o KKE de ficar "isolado" ou até de ser "dogmático" e "sectário" devido a sua rejeição de um "governo de esquerda" ou pelo fato de que o percentual do KKE nas eleições não aumenta tão rapidamente como a formação social do SYRIZA. Estas acusações não podem afetar o KKE. É preciso lembrar que há 2 anos e meio, o outro partido social-democrata, o PASOK, concentrar 44% dos votos enquanto que nas últimas eleições somou apenas 13%. Esta queda ocorreu em condições de fluidez política, reforçou SYRIZA com o que tem a relação ideológica mais estreita. É preciso assinalar que um partido comunista revolucionário, como é o KKE, não se julga apenas pela percentagem que tem conseguido nas eleições.

Quanto à questão da política de cooperações, o nosso partido acumulou grande experiência histórica. Dirigiu a luta anti-fascista de uma grande frente armada que teve grande contribuição na luta do povo. No entanto, naquele período o Partido não conseguiu elaborar uma estratégia para a transformação da luta anti-fascista a uma luta pela derrubada do poder burguês. O KKE estabeleceu alianças "de esquerda" nas décadas de 1950 e 1980. Da sua experiência em relação à política de alianças, o KKE tirou conclusões úteis e não tem qualquer intenção de repetir os mesmos erros.

Mas como se explica o ataque contra o KKE? É claro que estão irritados pela ação internacional do KKE no sentido de reconstruir o movimento comunista internacional com base no marxismo-leninismo e do internacionalismo proletário. Além disso, os Encontros Internacionais de Partidos Comunistas e Operários e de outras iniciativas comunistas internacionais começaram em Atenas. No entanto, o mais importante é que o KKE é um partido com fortes raízes na classe operária, com uma importante experiência das lutas operárias e populares, é um partido que se nega a abandonar seus princípios, se nega a ir a reboque da social-democracia, a submeter-se a UE ea NATO. Neste ponto citamos um artigo publicado após as eleições no conhecido jornal francês Le Monde Diplomatique : "O objetivo secreto eo desejo de todos os gregos da esquerda é: dissolver o Partido Comunista para reformá-la sobre uma nova base e dar a esquerda grega a sua posição correta na sociedade ". Ou seja, desacreditar o KKE e convertê-lo, da mesma forma que outros partidos comunistas mutados na Europa, uma "álibi comunista" da social-democracia para a gestão da barbárie capitalista.

Nosso objetivo é arruinar seus planos! Preservar e fortalecer o KKE! Apesar da pressão exercida para o nosso partido há elementos encorajadores que mostram que o KKE é um "osso duro de roer". Dez dias depois das eleições de 6 de Maio, tiveram lugar na Grécia as eleições estudantis. A lista que apoia a Juventude Comunista da Grécia alcançou 16% nos Institutos de Educação Tecnológica e 14% nas universidades, marcando um aumento em relação ao ano passado. Ao contrário, a lista de SYRIZA conseguiu uma percentagem baixa, um 2,3% na tei e um 6,9% nas universidades.

Restauração do sistema burguês

O KKE há muito tempo disse ao povo grego que a classe burguesa está a preparar a restauração do cenário político, a fim de preservar o seu poder. A razão é que não pode administrar o sistema político com base na alternância no poder burguês de um partido político conservador (ND) e de um social-democrata (PASOK), como ocorreu em 1974, após a queda da ditadura militar. O sistema burguês está tentando "se livrar" dos partidos e das pessoas que estiveram expostos irremediavelmente aos olhos do povo. Nestas condições, SYRIZA, que tem um programa social-democrata, foi beneficiado nas eleições promovendo mentiras flagrantes antes e durante o período preelectoral, semeando ilusões de que pode haver um futuro melhor para os trabalhadores sem o conflito com os monopólios e as uniões imperialistas. É por isso que tem enormes responsabilidades perante o povo.

O KKE pede aos trabalhadores para dar conta de que a restauração que está sendo realizado não tem nada a ver com a satisfação das necessidades modernas do povo. Mesmo o chamado "governo de esquerda" é um "salva-vidas furo" que se arroja aos trabalhadores que estão sufocando devido às ruas sem saída do sistema capitalista.

O povo não deve atraparse em falsos dilemas

De para as eleições de 17 de junho os partidos burgueses e oportunismo estão promovendo novos dilemas enganosos que se utilizarão no próximo período para pegar o povo, reduzir a resistência das massas populares radicais diante da pressão exercida, reduzir a influência eleitoral do KKE. O KKE não oculta o fato de que esta batalha será muito difícil para os comunistas.

Para que fique claro que tipo de falsos dilemas estão promovendo, permitímonos examinar alguns deles:

1. Euro ou dracma?

Um dilema falso é a acusação da ND dirigida contra SYRIZA que sua política está levando o país fora do Euro e será catastrófica para os trabalhadores. Por outro lado, SYRIZA responde que a saída da Grécia do euro significaria um imenso custo para os demais países da zona do euro e por isso não vai acontecer nunca.

Na verdade, tendo em conta que a crise capitalista está desenvolvendo, não podemos excluir, de acordo com os cenários que estão sendo discutidos, a contração da zona do euro, através da expulsão da Grécia e de outros países ou com uma desvalorização interna do euro no nosso país. Neste sentido, a chantagem da União Europeia e do FMI é real ea resposta não pode ser a complacência que promove SYRIZA.

No entanto, é necessário assinalar que todos os outros partidos exceto o KKE, ou seja, a ND, SYRIZA, o PASOK, a DIMAR estão brigando entre si sobre quem será mais capaz de manter o país na zona euro e acúsanse um ao outro que com a sua política conduz Grécia ao dracma. O objetivo de todos eles é impor à consciência do povo o falso dilema "euro ou dracma" para esconder o fato que têm a mesma estratégia já que são partidos comprometidos com a UE. Pedem ao povo que vote e lute sob bandeiras alheias a seus interesses, na linha falsa "dentro ou fora do euro", quando todos os partidos-exceto o KKE-são a favor da UE e do euro. Os trabalhadores eo povo tanto com o euro como a dracma viverão na indigência.

O KKE pede aos trabalhadores a ignorar este dilema. Não devem aceitar a escolha da moeda em que vão medir a pobreza, as reduções nos rendimentos e as pensões, os impostos, as despesas médicas e para a educação. O dilema "euro ou dracma" é o outro lado da intimidação de uma falência não controlada, a qual é já uma realidade para a grande maioria do povo. Eles querem que o povo se agarra no falso dilema para que possam chantaxear quando querem promover leis antipopulares, dizendo-lhe sua escolha entre as medidas bárbaras eo regresso ao dracma, que o identificam com o caos ea miséria. Ao mesmo tempo, na Grécia e no estrangeiro há setores da plutocracia que querem voltar à dracma. Isso permitiria conseguir mais ganhos para eles e para a burguesia como um todo que, atualmente, em condições de assimilação do país ao euro. O povo em quebra não vai ter prosperidade nem com o euro nem com a dracma, enquanto os monopólios dirigem a produção, enquanto o país permanece na UE ea burguesia no poder. A única resposta para o dilema "euro ou dracma", do ponto de vista do interesse popular, é: a retirada da UE com o poder popular e anulação unilateral da dívida. Não é preciso dizer que naquele caso o país terá a sua própria moeda.

2. Solução grega ou européia?

Todos estão falando de uma solução europeia para a crise na Grécia e referem-se às negociações com os órgãos da UE para uma solução integral para o problema da dívida que também abarcarão Grécia. Todos os jogos gregos, exceto o KKE, saudaram a eleição de Hollande na presidência francesa que, segundo dizem, põe um fim à dupla antipopular "Merkozy". Além disso, falam das consultas com a UE sobre as medidas de desenvolvimento, através da subvenção das grandes empresas para que eles possam fazer investimentos.

Sua tática tem como objetivo esconder que o responsável pelo sofrimento do povo não é em Bruxelas mas no país. É a burguesia, os empresários que têm em suas mãos os meios de produção, as naves, os escritórios, os serviços em nosso país. A participação da Grécia na UE, com base nas decisões dos partidos da plutocracia, serve os seus interesses. É uma provocação apresentar a UE como um terreno onde se pode encontrar uma saída a favor do povo. É a União Europeia juntamente com os governos locais e do FMI que elaboraram os memorandos. É a UE que tem como estratégia a "UE 2020" eo Tratado de Maastricht, que é a fonte de todas as medidas contra os trabalhadores e os povos que se incluem ou não os memorandos. Eles estão dizendo ao povo que até o menor alívio das medidas tem a ver com as negociações no seio da UE, que trata de assegurar aos monopólios uma saída da crise à custa dos povos. Pedem para a vítima que aguarde para que o agressor lhe dê uma solução a seus problemas na União Européia, que está mergulhando cada vez mais na crise e torna-se mais reaccionária, dadas as rivalidades em seu interior, bem como o antagonismo com os demais centros imperialistas.

SYRIZA tem grande responsabilidade já que busca uma renegociação da estratégia do memorando, paralisando o movimento e deixando-o à espera, supostamente para que tenham sucesso as negociações do "governo de esquerda" que sonha junto com seus parceiros na UE. Ao mesmo tempo fala-se da "coesão social" e da "paz social" que é imposta por um "governo de esquerda", isto é amordaza as lutas operárias populares em um período em que as lutas têm de intensificar e radicalizarse em primeiro lugar contra a plutocracia nacional e os partidos que a servem ou apoiam por meio da intimidação e as ilusões.

O KKE revela ao povo a necessidade de contar com um movimento operário e popular na Grécia que lute pela ruptura ea derrubada das decisões do capital e da UE e ao mesmo tempo promover a coordenação a nível europeu, não com negociações, mas através do fortalecimento do movimento operário popular europeu contra a UE, em linha de ruptura.

3. Austeridade ou desenvolvimento?

Em uma Europa capitalista mergulhada na crise, o que tentam alcançar os governos é o "desenvolvimento", ou seja, a saída do capital da UE da crise. Na Grécia, os jogos a favor da UE acúsanse o um ao outro pela proporção das medidas de austeridade e desenvolvimento em sua fórmula de política. Assim, tentam esconder que a via do desenvolvimento capitalista implica a austeridade em condições de concorrência capitalista forte e de contradições interimperialistas aguçado. As medidas de "consolidação fiscal" que muitas vezes em países com ou sem memorandos em nome de criar um superávit no orçamento estatal para as necessidades de subsidiar o capital servem também o desenvolvimento. As "mudanças estruturais" na Grécia e em toda a UE, também em nome do desenvolvimento se referem principalmente a abolição da segurança social e dos direitos trabalhistas para que o trabalhador seja mais barato para o capital.

As privatizações ea liberalização dos mercados que oferecem novos campos de rentabilidade para a plutocracia também têm como objetivo o desenvolvimento, esmagando os pequenos comerciantes e autônomos. Assim, tudo se faz para o desenvolvimento, que apenas por sua natureza capitalista somente se serve por medidas antipopulares quer como medidas de austeridade ou "mudanças estruturais", ou como os resgates das grandes empresas. No período anterior, os governos burgueses na zona euro estavam afrouxando ou intensificando as medidas para uma ou outra direção, visando regular os antagonismos entre eles e profunda crise.

O KKE disse que a saída a favor do povo não está na gestão da crise com ferramentas expansivas ou restritivas por parte do pessoal político nos órgãos da UE. Você está na organização da luta a nível nacional, por uma diferente via de desenvolvimento que, com o poder popular, a retirada da UE e da socialização dos meios de produção, vai desenvolver todas as capacidades produtivas do país para o benefício do povo.

4. "Direita" ou "esquerda"? "Memorando" ou "anti-memorando"?

Trata-se de dilemas que vão tomar outras formas, de acordo com os acontecimentos, com uma nova forma de dois pólos, de centro-direita ea centro-esquerda. Estes dilemas, principalmente com a responsabilidade de SYRIZA, posto à margem e ocultaram as contradições verdadeiras na Grécia e na UE. O dilema artificial "memorando-anti-memorando" é utilizado pelos burgueses e oportunistas para esconder que o denominador comum é a "via de mão única da UE", ou seja, a alienação  com a estratégia do capital. Independentemente das táticas diferentes, essas forças de "esquerda" e de "direita", "memorando" ou "anti-memorando" estão enganando os operários e os setores populares quando lhes dizem que pode ter solução a favor do povo dentro da UE. A ND, o PASOK, os Gregos Independentes, SYRIZA, a DIMAR e outras forças não têm um programa que entra em conflito, ou ao menos que questione, o poder dos monopólios. Os termos que utilizam todos, ou seja, "desenvolvimento", "redistribuição da riqueza", "auditoria da dívida", "solução europeia" escondem os interesses classistas opostos que existem tanto na Grécia como na UE. Isto é que enquanto se mantém a propriedade capitalista dos meios de produção, os setores populares não vão prosperar. O memorando é a ponta do iceberg da estratégia da UE que prevê medidas antipopulares em todos os países membros. Grécia, Irlanda, Portugal, Hungria, Roménia têm contrato de empréstimo, enquanto Alemanha, França, Itália, Espanha e Dinamarca não têm, nem a Grã-Bretanha que ainda pertence à zona euro. No entanto, o ataque do capital em todos estes países é comum, e inclui cortes nos salários, relações trabalhistas flexíveis, o aumento da idade de reforma, privatizações de serviços públicos, comercialização da saúde, a educação, a cultura, os esportes, empobrecimento absoluto e relativa dos trabalhadores. Mesmo que nos desfazer do memorando na Grécia, sem entrar em conflito com o capital e seu poder, continuaríase a adopção das medidas antipopulares ainda mais intensamente, porque é isto que estabeleceram as diretrizes estratégicas da UE, assinadas ou apoiadas pelos partidos burgueses e SYN / SYRIZA.

A verdadeira questão a que o povo deve responder e que será revelada mais fortemente no próximo período é: Grécia eo povo trabalhador independentes e desvinculados dos compromissos europeus e Grécia assimilada na UE imperialista? O povo é o dono da riqueza que produz ou vai ser um escravo nas fábricas e as empresas dos capitalistas? O povo é organizado e protagonista dos acontecimentos ou o movimento fora de combate esperando o agressor que lhe resolva os problemas através de um representante? A posição do KKE é clara. O fato de que todas as suas previsões e avaliações se confirmado, é uma razão mais para que o povo confie no KKE e lute com ele.

Na próxima batalha eleitoral no ΚΚΕ precisa que se expresse a mais ampla e coerente solidariedade internacional com o nosso jogo. Os comunistas na Grécia precisam sentir a seu lado o apoio, a solidariedade proletária eo espírito camaraderil dos partidos comunistas e operários e das outras forças anti-imperialistas em vista desta batalha eleitoral dura que temos pela frente, já que o objetivo da burguesia é a diminuição da influência eleitoral do KKE. A razão é que se preocupam com a sua política revolucionária, suas posições claras em relação às organizações imperialistas, a base sólida do KKE no movimento operário e popular, nas fábricas, as empresas, os bairros populares das grandes cidades. É porque não podem submeter o KKE. As e os comunistas, os amigos do KKE, os membros e amigos da KNE dão esta batalha de modo organizado e com decisão, declarando ao povo grego e à classe operária internacional que depois das eleições vamos estar nos locais de trabalho, nas cidades e no campo junto com as famílias operárias e populares, na primeira linha da luta em relação aos problemas do povo, fiéis ao compromisso histórico do partido revolucionário e firmes na luta pelo derrube da barbárie capitalista, pelo socialismo-comunismo.



[1] Um acordo de medidas antipopulares assinado pelo Governo com a UE , o FMI eo BCE para a recepção de novos empréstimos.

[2] VI Lênin, " A luta pelo poder e a "luta" por dádivas ", volume 11, páginas 27-31