domingo, 30 de dezembro de 2012

Mentes criminosas na saúde pública!


A “inteligência” criminosa do actual ministro da saúde, Paulo Macedo, começou a revelar-se aquando da sua passagem pelo BCP/Millennium onde, como gestor, foi co-responsável pela criminosa política de “casino” especulativo em que aquela entidade bancária privada se envolveu, mormente a arriscada e desastrosa compra de “dívida pública” de outros países e a adesão a fundos de alto risco que estiveram na base do estrondoso rebentamento da famigerada “bolha imobiliária”.

Como a burguesia valoriza quem ostenta esta criminosa “inteligência” que consegue “justificar” que os “vícios privados” têm de ser pagos com dinheiros públicos, isto é, à custa do aumento de impostos, logo vislumbrou em Paulo Macedo, um excelente director geral das Finanças – leia-se, para optimizar o assalto, via impostos, a quem trabalha.

E, como em matéria de defender os interesses da burguesia, tanto faz que seja o PS, como o PSD a fazê-lo, eis Paulo Macedo – naquilo que se pode considerar a expressão de uma verdadeira “entente” do “bloco central” – a aceitar tais funções no quadro de um governo PS, mormente o que foi presidido pelo em boa hora escorraçado Sócrates.

Tantos e tão valorosos foram os préstimos de Paulo Macedo, nomeadamente em criar as condições para que vingasse a tese de que o povo esteve a “viver acima das suas possibilidades”, que quando Passos Coelho anunciou a formação deste governo de traição PSD/CDS, lá vinha o personagem indicado como Ministro da Saúde. Claro que tivemos de imediato a consciência de que a sua tarefa seria a de “tratar da saúde” aos trabalhadores e ao povo português.

E tão diligentemente o está a fazer que, seguindo os planos – e aprofundando-os, até – iniciados no governo de Sócrates, encerrou centros de saúde, maternidades, serviços de urgência, etc., aumentou para o dobro as taxas moderadoras para as consultas médicas e para os que recorrem às urgências hospitalares e caucionou um dramático aumento dos custos de transporte em ambulâncias.

Pois é, tal como no passado se gabava dos fabulosos lucros que ajudou o BCP a ensacar – e que agora os trabalhadores e o povo português estão a ser obrigados a pagar -, tal como no passado se orgulhava por ter posto na “ordem” o serviço de colecta de impostos, Paulo Macedo vem anunciar, todo ufano, que, apenas no mês de Outubro do ano que agora termina,  houve uma redução de mais de 50% do recurso a consultas médicas e aos serviços de urgência hospitalar.

Isto é, aumenta-se para o dobro o valor das taxas moderadoras, diminuem os actos médicos, quer os decorrentes das consultas médicas, quer os das urgências e internamentos hospitalares (nos quais se incluem as intervenções cirúrgicas), despedem-se centenas de enfermeiros  auxiliares e médicos, para se chegar à conclusão que, do ponto de vista “financeiro” o resultado “líquido” não só torna mais exequível o SNS, como permite gerar “poupança” para o “erário público”.

Não nos alongando nas implicações que tais medidas terroristas e fascistas têm na cada vez mais evidente transferência de recursos públicos – como é o caso da saúde – para o sector privado, cabe-nos denunciar que esta acção do governo de traição PSD/CDS vai ter um impacto criminoso cujos efeitos poderemos desde já elencar.

Maior índice de mortalidade, quebra dramática da esperança média de vida, baixa abrupta do índice de natalidade, rápido e progressivo agravamento do envelhecimento da população com as implicações que tais fenómenos sociais terão nos fundos da segurança social e na política de prestações sociais que são da responsabilidade do estado.

E bem pode o seu secretário de estado tentar transferir para os trabalhadores e para o povo a responsabilidade de “preventivamente” cuidarem de não ficar doentes! É que já muito poucos se deixarão enganar por este discurso que visa desresponsabilizar o estado dos cuidados de prevenção das doenças a que está obrigado – e por isso cobra o “couro e o cabelo” em impostos a quem trabalha - e, mais do que isso, do tratamento das mesmas quando elas ocorrem.

Não há, pois, volta a dar! Prevenir a doença, na perspectiva de quem trabalha e do povo português, passa por remover o “vírus” que representa este governo de serventuários da tróica germano-imperialista. E, parafraseando um ex-seleccionador da nossa equipa nacional de futebol, ou é o povo a matar esse “vírus” ou é morto por ele!

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Só com o governo derrubado o povo terá um ano novo e renovado!


Os provocatórios discursos de Passos Coelho, a desejar um Feliz Natal àqueles a quem se encarregou de roubar os salários e o trabalho e se prepara para sujeitar a um autêntico genocídio fiscal em 2013, mercê da Lei Geral do Orçamento que fez aprovar, com o beneplácito e cumplicidade criminosa de Cavaco Silva e o silêncio comprometido e comprometedor do Tribunal Constitucional, tornam cada vez mais urgente a tarefa de derrubar este governo de serventuários do grande capital e dos interesses dos grandes grupos financeiros e bancários, em especial os ligados aos interesses e influência da tróica germano-imperialista.

E ainda a “missa” vai no adro! O discurso de “bom” ano novo para 2013 com que Cavaco “brindará” os trabalhadores e o povo português, assentará, certamente, no mesmo tipo de tom e objectivo. Adormecer e manipular a capacidade de luta daqueles que outra saída não terão senão unir-se, organizar-se e mobilizar todas as forças para derrubar este governo, escorraçar quem o apoia e expulsar a tróica germano-imperialista do nosso país.

Se é certo que um cada vez maior número de trabalhadores e elementos do povo já compreenderam que outra alternativa não resta que não a que acima se menciona, não menos certo é que a defesa de um governo de “esquerda”, feita pelo PCP e pelo BE, só contribui para lançar a confusão acerca de como se poderá obter a unidade necessária para se atingir esse desiderato, correspondendo a uma tentativa por parte destes partidos de manipulação do movimento de massas e da sua utilização como tropa de choque para assegurar que serão os seus interesses particulares que serão servidos e obtidos.

Ora, as forças que devem ser mobilizadas para construir uma alternativa ao actual governo e à dominação imperialista que, por seu intermédio, é exercida sobre o Portugal representam um conjunto muito vasto de classes e camadas de classe que têm em comum o estarem a ser afectados pelo autêntico genocídio fiscal, pelo roubo dos salários e do trabalho, pela facilitação e embaretecimento dos despedimentos, pelo aumento dos impostos como o IVA que lança diariamente centenas e milhares de empresas na falência, a venda a pataco de activos e empresas públicas estratégicas para qualquer plano económico que se deseje independente e soberano.

Assim sendo, é um erro defender, como o faz o BE, a constituição de um “Governo de Esquerda”, assim como é errada a teoria do PCP das "maiorias" sustentadas nos partidos da "esquerda parlamentar", isto é, num arranjo puramente matemático, sempre forjado no “bas fond” da política, longe dos olhares das massas, e destinado a cavalgar, como no passado, nas suas costas.

Nada disso! A fase em que nos encontramos é a da urgência do derrube deste governo de serventuários e da constituição de um Governo Democrático Patriótico, aglutinador dessas camadas de classe, que represente os seus interesses de classe, e envolva partidos, elementos sem partido, personalidades democratas e patriotas, intelectuais, plataformas cidadãs, sindicatos, todos os que se opõem, quer ao genocídio fiscal que este governo, ao serviço da tróica germano-imperialista lhes quer impor, quer à destruição do que resta do nosso tecido produtivo. Em suma, que unam todos aqueles que pugnam pela preservação da nossa soberania nacional, pela democracia e por um novo paradigma de economia ao serviço do povo e por um país soberano, moderno e progressivo.

Só assim se concretizará a emergência do derrube do governo de traição liderado por Coelho e Portas. Só assim se conseguirá a suspensão do pagamento de uma dívida que não foi contraída pelo povo, nem dela o povo retirou qualquer benefício. Só assim se assegurará a recuperação do nosso tecido produtivo destruído e o beneficiar da nossa posição geoestratégica única na Europa. Só assim asseguraremos uma política independente que possa exigir, no quadro das relações com outras nações, o respeito pela igualdade e reciprocidade de benefícios nas relações que entre eles se estabelecem.

Só assim se poderá desejar para os trabalhadores e para o povo português, não só um bom ano de 2013, mas bons anos para o resto das suas vidas! E só assim se criarão condições para que a luta dos trabalhadores e do povo português avance para novas etapas e para a construção de uma sociedade sem exploração nem opressão.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

As perspectivas dos aldrabões em fim de ano



O primeiro-ministro dirigiu ontem ao país, como se sabe, uma mensagem natalícia e de fim de ano, em que mais uma vez fez questão de tentar iludir uma situação inultrapassável que advém do pagamento de uma dívida pública impagável e de procurar obter para ela a passividade e resignação das vítimas da sua política.
Apesar de desmascarado quanto às suas sucessivas aldrabices a respeito do chamado ano de viragem – final de 2012, durante 2013... -, Passos Coelho não só não fez obviamente qualquer referência aos contínuos desmentidos feitos por ele próprio das suas previsões, como provocatoriamente veio anunciar o que ele sempre repudiou: que 2013 vai ser ainda um ano muito difícil, mas que, em todo o caso, estamos melhor do que já estivemos.
Contudo, acrescentou mais uma estrofe à sua já estafada canção do bandido: a de que os que agora são as vítimas da sua política serão amanhã os que estarão na primeira linha das novas (?!) oportunidades que irão surgir.
Isto, depois de já ter admitido que o problema da dívida, e da política que envolve o respectivo pagamento, só estaria ultrapassado, na melhor das hipóteses, dentro de 20 a 30 anos.
No fundo, é claro o objectivo deste tipo de discurso – ganhar a colaboração da classe operária, dos trabalhadores em geral, dos reformados, da pequena e média burguesia, alvo das medidas terroristas do governo e que têm espalhado a miséria, a fome e o desemprego, para a imposição de um conjunto de reformas que, a pretexto de uma crise dita temporária, a contra-revolução pretende tornar definitivas.

Reformas essas que se traduzem, como se sabe, na liquidação de direitos elementares conquistados pelos trabalhadores e que constituem um descarado roubo do trabalho e do salário, com que se visa, não apenas pagar uma dívida que não foi o povo português que contraiu, mas cujo pagamento se destina exclusivamente aos bolsos da banca germânica, como a instituir um modelo económico e social adequado a estabilizar a brutal exploração da classe operária portuguesa pelo grande capital europeu, encabeçado pelo imperialismo germânico, à custa de salários de miséria, de desemprego e redução de prestações sociais.
O paleio de fim de ano de Passos Coelho só mostra quão urgente e indispensável se torna derrubar quanto antes e por qualquer meio este governo de traição nacional – essa será a resposta corajosa com que a coligação PSD/CDS deverá contar aos seus apelos de resignação.
Quem não assumir resoluta e claramente esta posição e não aceitar a ideia de que o governo que se torna imperioso constituir para substituir o actual terá de sair fora de qualquer arranjo parlamentar e ter a abrangência de um governo democrático patriótico, torna-se cúmplice das consequências dramáticas e do inaudito sofrimento que resultam para o povo trabalhador português da continuação deste governo no poder e a vergonhosa sujeição do país aos ditames da Tróica.

Retirado de:
http://lutapopularonline.org/index.php/pais/104-politica-geral/515-as-perspectivas-dos-aldraboes-em-fim-de-ano

Trabalhadores dos transportes prosseguem a luta contra o roubo do salário!


manif diversa 01
Os trabalhadores do sector dos transportes não desarmam nem se deixam intimidar com as ameaças do governo e com campanhas demagógicas - nos próximos dias mantêm a greve às horas extraordinárias e feriados.
Juntando-se, desde 1 de Novembro, aos maquinistas da CP, os trabalhadores de várias empresas do sector dos transportes, passaram também a paralisar como forma de luta contra o roubo do salário.
É assim que da CP, à CP Carga, à Refer, à Empresa de Manutenção de Equipamento Ferroviário (Emef) e à Rodoviária do Tejo, que vão estar em greve durante todo o próximo dia 25 de Dezembro, também os maquinistas do Metro Transportes do Sul vão cumprir quatro dias de greve de 24 horas a 24 e 25 de Dezembro e 1 e 2 de Janeiro, mantendo a greve às horas extraordinárias até 15 de Janeiro.
Os trabalhadores das empresas de transportes rodoviários do grupo Barraqueiro vão paralisar também no dia 25/12, na sequência da greve aos dias feriados, que se iniciou a 1 de Novembro. Lembre-se que também na Carris, os sindicatos entregaram um pré-aviso de greve dos trabalhadores às horas extraordinárias, aos dias de descanso semanal e aos feriados.
Esta persistente resistência contra as recentes alterações introduzidas ao código do trabalho, instituindo o roubo dos salários e o incumprimento dos ACT`s, levam este sector a colocar-se como vanguarda no combate acérrimo contra as medidas terroristas do governo.
Não tardará que o exemplo de abnegação e firmeza destes trabalhadores venha a ser seguido pela esmagadora maioria dos restantes trabalhadores e dos desempregados, tudo com vista ao derrube deste governo de traição nacional – é esta a mensagem que se pode deixar para o movimento operário no ano que em breve se iniciará.

Retirado de:
http://lutapopularonline.org/index.php/pais/92-movimento-operario-e-sindical/513-trabalhadores-dos-transportes-prosseguem-a-luta-contra-o-roubo-do-salario

domingo, 23 de dezembro de 2012

Sindem defende as suas posições autónomas em reuniões com grupos parlamentares do PS e PCP



(do nosso correspondente do Sindem)
Integrado numa delegação de vários sindicatos do sector dos transportes, o Sindem – Sindicato da Manutenção do Metropolitano - exprimiu aos representantes dos grupos parlamentares do PS e do PCP, com quem aquela delegação se reuniu recentemente, as suas posições a respeito da política terrorista do governo para este sector e a reacção que entende dever ser assumida pelos trabalhadores e pelo movimento sindical.
Assim, na reunião havida com o grupo parlamentar do PS, a direcção do Sindem começou por questionar o deputado socialista interlocutor nestes termos: 

1. O Senhor deputado sabe que um dos responsáveis pela situação em que nos encontramos é o PS, nomeadamente pelo facto de durante cerca de 10 anos – o tempo que levou a ampliação das estações do Metro – não ter havido aumentos do preço dos bilhetes, como forma de compensar os utentes, e os preços não terem assim acompanhado a inflação , obrigando as empresas a empenharem-se junto da banca a juros altíssimos, quando devia ter sido o governo a financiar o Metro? 

2. Se o governo conseguir privatizar as empresas dos transportes, os senhores, caso venham a ser governo, vão voltar atrás? 

3. Se forem governo, o que pensam fazer sobre os cortes salariais?


Finalmente, a direcção do Sindem exprimiu a sua oposição à fusão Metro/Carris, por, entre outras razões, o Metropolitano ser o único transporte com capacidade autónoma e margem de crescimento para outros concelhos, não podendo ser agora colocada na situação de ter de andar a rebocar a outra empresa, defendendo ainda a necessidade de se criar uma plataforma do Metro para a área metropolitana de Lisboa, nacionalizada ou, no mínimo, municipalizada.

Quanto às perguntas dirigidas ao deputado do PS, ficaram sem resposta, embrulhadas numa evasiva própria de quem não pensa mesmo levantar-se a sério contra a política deste governo.
Já no que respeita à reunião com o representante do grupo parlamentar do PCP, o Sindem fez questão de reafirmar de forma mais explícita a sua posição sobre o momento presente e o futuro de uma empresa como o Metropolitano:

Somos contra a fusão Metro/Carris – o Metro é o único transporte que tem capacidade autónoma, é
 uma empresa que ainda pode crescer e não podemos andar a rebocar a outra empresa. Temos potencial
para crescer, a nossa empresa é florescente. A construção do Metro tem um custo inicial maior mas o seu
 custo é rebatido no tempo, e como transporte subterrâneo não causa transtornos de tráfego.
De acordo com que se encontra já divulgado no site do Sindem, este sindicato defendeu ainda as seguintes posições relativamente às alternativas políticas que se colocam aos trabalhadores:
Com um governo de esquerda parlamentar não vamos lá. Não tem uma base de apoio forte. Não vamos discutir as palavras de ordem dos partidos, mas há uma diferença entre governo de esquerda 
democrática e um governo democrático patriótico. A base de apoio é diferente, mais ampla, para criar 
um movimento popular, com uma unidade forte, com todas as forças democráticas patrióticas, partidos,
movimentos cívicos e sociais, plataformas, na base de um programa democrático patriótico, com todos
 os que estão contra a contra-revolução.
O PS é um partido de esquerda? As bases sim e alguns dirigentes também, mas é uma questão interna
 do PS, não nos devemos intrometer no funcionamento dos partidos, nem forçá-los a mudar, não 
resulta!
Um ano e tal depois é que aceitaram a questão da palavra de ordem do derrube do governo e no dia 15
 de Setembro o povo veio para a rua e esteve quase a dar o click. Os Srs. não tinham essa palavra de
 ordem, mas os sindicatos independentes tinham.

Não pagamos uma dívida que não é nossa nem foi contraída em nosso benefício! Devemos exigir no
mínimo a suspensão imediata do pagamento da dívida!
A constituição está a ser revista na prática, paulatinamente dia após dia, já não existe segurança social,
empresas públicas, educação, saúde, etc…
Discutirmos o Metropolitano é importante e é também por isso que estamos cá, mas a questão central
 é, como já afirmámos, que a principal emergência do país será mesmo o derrube do Governo de traição
nacional PSD/CDS, e a constituição de um governo democrático patriótico.

Retirado de:
http://lutapopularonline.org/index.php/correspondencia/510-sindem-defende-as-suas-posicoes-autonomas-em-reunioes-com-grupos-parlamentares-do-ps-e-pcp

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Para os explorados e oprimidos poderem viver este governo tem de ser apeado!


governo para a ruaOs dados são do Programa Nacional para a Saúde Mental, que estima que a taxa de suicídio tenha subido 20 a 25 por cento. Dados que referem também o último Eurobarómetro sobre saúde mental, realizado em 2010, que indicou que 15 por cento dos portugueses tinham consumido antidepressivos nos 12 meses anteriores, o dobro da média europeia.
Apesar de ser já elevada a prescrição e consumo de fármacos, a taxa de suicídios continua a aumentar, o que indica que a abordagem terapêutica não está a resultar. Estes números devem pecar por defeito porquanto, com o aprofundar da crise do sistema capitalista e suas consequências para o povo e para os trabalhadores, num quadro onde impera o aumento de desemprego e a perda de remunerações sofre cortes gritantes – um autêntico roubo dos salários e do trabalho -, muitos elementos do povo entram numa espiral depressiva, aumentando o consumo de antidepressivos de forma dramática.
Como comunistas, marxistas-leninistas, sabemos que esta não é uma solução, apesar de compreendermos bem porque é que nas alturas de grande crise do sistema capitalista, muitos elementos do povo, não vislumbrando uma saída imediata para a sua condição de fome, miséria e humilhação, recorrem aos medicamentos e outros a atitudes mais drásticas, como pôr termo à sua própria vida.
De certeza de que esta palavra de ordem marxista “para os explorados e oprimidos poderem viver o capitalismo tem de morrer” estará na ordem do dia, porquanto o terrorismo de Estado, com as medidas aplicadas por este governo vende-pátrias, demonstram à saciedade a justeza dela.
Só a luta pelo derrube deste governo de traidores e serventuários dos ditames da Tróica e a imposição, em seu lugar, de um governo democrático patriótico que defenda a suspensão, no mínimo, do pagamento da dívida e do "serviço da dívida" que, para além de ninguém saber como se criou, quem a criou e quanto se deve e que está a exaurir o país de recursos e a aumentar a pobreza, um governo que restaure o tecido produtivo destruído devido aos sucessivos acordos de traição que PS e PSD, com a ajuda do CDS, estabeleceram com a UE, um governo que aproveite a situação geoestratégica única que o nosso país possui, conseguirá impedir que este sistema podre e caduco continue a assassinar quem é explorado e oprimido.


Retirado de:
http://lutapopularonline.org/index.php/pais/104-politica-geral/506-para-os-explorados-e-oprimidos-poderem-viver-este-governo-tem-de-ser-apeado

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Tropa de choque do imperialismo germânico ou países independentes?




Tropa de choque do imperialismo germânico ou reconquistar a soberania nacional e implementar um novo paradigma de economia, ao serviço dos trabalhadores e do povo? Eis as alternativas que o projecto de “refundação” europeia proposto por Merkel coloca aos povos e nações da Europa, dominados ou em vias de ser dominados, pela pata do imperialismo germânico que está a conseguir o que, nem Hitler, com todas as suas divisões Panzer e poderio bélico, conseguiu: dominar, subjugar e humilhar a Europa!

Face ao actual panorama geopolítico internacional, em que a superpotência norte-americana se torna cada vez mais  agressiva, numa desesperada tentativa de recuperar a sua influência e domínio mundiais, enfrentando um cada vez  mais ameaçador e poderoso adversário que é a China capitalista, o sub-imperialismo germânico tenta, afincadamente, posicionar-se de forma a que, no quadro deste conflito, por enquanto “surdo” e de “bastidores”, não vir a perder influência nem ver comprometidos os seus interesses de potência dominante na Europa e com peso negocial no mundo.

Os episódios que levaram à queda e assassinato de Kadafi na Líbia, a operação de isolamento da Síria, recorrendo aos mesmos grupos terroristas e mercenários que tinham sido utilizados na Líbia e o cada vez mais do que certo assalto ao Irão, comprovam que as potências imperialistas e as potências regionais, aliadas ou não daquelas, estão num grande afã a colocar os seus peões no tabuleiro do xadrez da política de dominação internacional e se preparam para a guerra, envolvendo nela os povos, as nações e os trabalhadores de todo o mundo, estando dispostos, uma vez mais, a sacrificá-los no altar do seu sacrossanto lucro.


A crise e o frenesim dos chamados mercados financeiros produziram uma desconfiança em relação a políticos que consideram cada vez mais incompetentes na defesa dos seus interesses e produziram uma casta de tecnocratas, cujo tirocínio foi efectuado nas grandes corporações financeiras e bancárias, para os substituir. E começaram já o assalto a todo o aparelho político, institucional e executivo, quer a nível dos 27 países que constituiem a União Europeia, quer a nível da própria instituição que comanda os destinos desta Europa “comunitária”.


Utilizando esta casta de tecnocratas, a fuhrer do IV Reich e seus apaniguados foram preparando autênticos golpes de estado institucionais. Começaram por nomear um Comissário e uma Comissão Europeia, sem qualquer legitimidade democrática – democracia que tanto gostam de propalar -, pois a sua eleição não foi sujeita a sufrágio.


Confrontada com a inépcia da Comissão Europeia e seu chefe, o transfuga Durão Barroso,  na defesa dos seus interesses imperiais, a chancelerina Merkel impõe, no âmbito do Tratado de Lisboa, que seja dado um papel de maior relevância ao Conselho Europeu, que passa a assumir as funções de um organismo governamental – supra europeu – que se envolve cada vez mais nas decisões políticas, sem para tal ter mandato.


Básicamente, Estrasburgo passa a ser o centro do poder germano-imperialista e Bruxelas um adorno com cada vez menor influência e poder de decisão.


Apoiando-se na chantagem das “dívidas soberanas”, Merkel  inicia o processo de aceitação por parte dos governos vende pátrias dos países ditos da “periferia” da transferência das soberanias desses países para superstruturas fora das suas fronteiras, dominadas, entretanto, pelo bloco germano-imperialista.


A refundação do projecto europeu passa, então, pela necessidade de se vir a formar  um “Governo Económico”, não eleito, encarregue de supervisionar e sancionar – através de mecanismos como o MEE – todos aqueles membros/países que não tenham observado os “limites constitucionais” para as dívidas, limites que deverão ser incorporados nas Constituições segundo os montantes que mais convenham os interesses especulativos dos grandes grupos financeiros e bancários, liderados pelos bancos alemães.


De golpe de estado em golpe de estado, o que está em marcha é um modelo que começou a ser experimentado na Grécia e em Itália, onde primeiros ministros eleitos foram substituídos por tecnocratas designados pelas grandes “casas” financeiras. E este processo alargar-se-á, tanto mais quanto o imperialismo germânico considerar que os governos vende pátrias intervencionados, apesar dos mecanismos de chantagem e pressão que os “Memorandos de Entendimento” firmados com o FMI e restante tróica constituem, não correspondem mais ao que se esperaria deles quanto à execução dos programas que lhes foram impostos e que têm como único objectivo exaurir os recursos económicos e financeiros dos países sujeitos à “intervenção” e ao “resgate”, conferindo-lhes, ao mesmo tempo, um novo papel na divisão internacional de trabalho, neste caso a  nível europeu.


Isto é, para além de fazer da “dívida soberana” um negócio que possibilita lucros fabulosos à custa dos juros faraónicos cobrados, os interesses do imperialismo germânico pretendem assaltar e controlar, a preços de saldo, os activos e as empresas estratégicas dos países sob “resgate” e criar em alguns deles bolsas de trabalho intensivo, não qualificado e barato que lhe assegure uma maior competitividade em relação à emergente super potência que é a China capitalista.


Neste contexto, não compreender que a Lei Geral do Orçamento de Estado para 2013, a venda de activos e empresas públicas, a preços de saldo, como poderá vir a acontecer com a companhia de bandeira TAP ainda esta semana, as leis facilitadoras e embaretecedoras dos despedimentos, a legislação que promove o roubo dos salários e do trabalho, a agenda ideológica que impõe o empobrecimento do povo e a dificultação do seu acesso à saúde e à educação, fazem parte dessa estratégia de colonização constitui, não sómente cegueira política, mas traição aos interesses do povo português, e de outros povos e nações sujeitos, neste preciso momento, a “programas” de “resgate” idênticos àquele que o “Memorando de Entendimento” com a tróica germano-imperialista nos impôs.


Construído em nome da paz na Europa, o projecto europeu, dominado agora pelo imperialismo germânico, é cada vez mais, no quadro da feroz competição pelo domínio mundial entre a super potência norte-americana e a crescente potência chinesa, um fautor de guerra, não havendo prémio Nobel que altere esta eminente possibilidade.


Os povos e as nações da Europa e de todo o mundo, têm de se preparar para opor a esta guerra imperialista em preparação, tal como o fizeram no passado, a guerra revolucionária e popular de libertação do domínio capitalista.


Em Portugal, os trabalhadores e o povo têm de se sublevar para derrubar um governo que tem demonstrado estar disposto a servir de peão neste jogo entre as grandes potências, nem que para isso seja necessário sacrificar no altar da fome da miséria, do desemprego e da precariedade aqueles que diz representar.


Derrubar o governo PSD/CDS, acolitado pelo P”S”, expulsar o FMI e restante tróica do nosso país e impor um Governo  Democrático Patriótico, fruto da aliança entre várias classes e reflexo da síntese dos diferentes interesses de classe, desde a classe operária, até à pequena burguesia de serviços, passando por pequenos e médios capitalistas, democratas e patriotas, com ou sem partido, é não só a única saída possível para os trabalhadores e para o povo português, mas, também, um imperativo para a paz e a independência nacional.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Estivadores não desarmam!


Greve prolongada até 7 de Janeiro 2013

Os trabalhadores estivadores decidiram prolongar a sua greve até 7 de Janeiro de 2013, mostrando mais uma vez que não se deixam atemorizar com chantagens terroristas vindas do patronato em consonância com as manobras dilatórias do governo, que fingindo “negociar” aprovaram o novo regime de trabalho portuário - regime que irá precarizar os contratos dos futuros trabalhadores a serem contratados e ao mesmo tempo imporá a “dispensa” de muitos trabalhadores que não aceitem o aumento de trabalho sem contrapartidas justas, como o trabalho extraordinário tal como se acha actualmente remunerado.
Relativamente aos anteriores pré-avisos de greve, o actual distingue-se pela recusa de qualquer serviço que tenha como origem ou destino o Porto de Leixões.
Nos termos do documento, que respeita ao período entre 31 de Dezembro e 7 de Janeiro, os trabalhadores dos portos de Lisboa, Aveiro, Figueira da Foz, Setúbal e Sines “abster-se-ão de prestar quaisquer funções ou serviços que tenham por objecto a movimentação de cargas que, por via marítima, ferroviária ou rodoviária, provenham do porto de Leixões ou que se destinem a esse porto”.
Este combate sem tréguas deve servir de exemplo para os restantes operários e trabalhadores, como também, aliás, tem sido o conjunto do sector dos transportes, em que quem aqui trabalha sabe que ceder significará uma derrota de graves consequências. Mas, acima de tudo, o que todos teremos de ficar cientes é de que sem o derrube deste governo, não será possível impedir a aplicação dos seus planos terroristas que têm por objectivo esmagar o movimento operário, submetendo-o a um grau inaudito de exploração.
Os Trabalhadores vencerão!


Retirado de:
http://lutapopularonline.org/index.php/pais/104-politica-geral/503-estivadores-nao-desarmam-greve-prolongada-ate-7-de-janeiro-2013

domingo, 16 de dezembro de 2012

A teoria da “Re-industrialização” da Europa


Gato Gordo de fora com o rabo escondido…

Dados recentemente libertados pelo Eurostat revelam uma quebra do emprego na Europa, em particular naqueles países que alinharam na estratégia do imperialismo germânico, isto é, na destruição dos seus tecidos produtivos, em nome da “solidariedade” europeia e a “ subsidiaridade” das economias.

No referido relatório, no entanto, alguns países ostentam uma tendência de crescimento do emprego. A análise deste fenómeno permite-nos concluir que, nos países que apostaram na estratégia da mão de obra pouco qualificada, intensiva e baratinha, cuja base industrial é frágil, sobretudo dedicada ao sector têxtil – como é o caso da Letónia ou da Estónia – ou nos países que, tendo induzido outros a destruir os seus tecidos produtivos, não tomaram o veneno que lhes deram a beber, o emprego cresceu.

Torna-se cada vez mais claro que a “germanização” da Europa está – não haja oposição firme por parte de todos os democratas e patriotas, em Portugal e noutros países – cada vez mais próxima da sua conclusão.
Depois de ter, sagazmente, levado à destruição dos tecidos produtivos de vários países europeus, e ao desmantelar da sua indústria pesada e ligeira – recordamos que em Portugal essa destruição estendeu-se à Siderurgia, à Metalomecânica/ Metalurgia, à Indústria Naval, entre outras -, a Alemanha emerge como a grande potência industrial da Europa, como a grande potência financeira que controla o deficit e a dívida de todos os outros países que, tendo destruído o seu tecido produtivo, dependem, agora, da importação dos bens de equipamento e industriais, mormente os oriundos daquele país, agravando, claro está, o seu endividamento.

O euro foi, neste quadro, o fechar do cerco do imperialismo germânico. A tenaz da “moeda única” mais não representa do que a possibilidade de, através dela, da política cambial que domina, bem como da política de crédito que controla, assim como da taxa de juros que manipula, em função dos seus interesses próprios, a Alemanha, esta potência com tiques imperiais, se prepare para, no quadro da luta e das contradições que se geram entre as várias potências mundiais – EUA, China e Rússia -, a sós, ou alinhada com uma dessas potências, vir a desempenhar e a ter um papel de preponderância no teatro mundial.

Quando hoje os ventos que sopram sobre a Europa indicam que existe uma forte corrente entre a burguesia, sobretudo a das potências mais industrializadas,  a defender a “re-industrialização” do continente, porque chegaram à conclusão que, tendo destruído grande parte do seu potencial industrial o continente ficou mais fragilizado em relação às economias emergentes e a outras grandes potências mundiais, começa-se a perceber que o próximo passo será impôr, através da chantagem da dívida, do roubo generalizado dos salários e do trabalho, de uma cada vez maior precariedade, que uma parte da Europa seja a “bolsa” de mão de obra barata, tipo asiática, que permita a essas grandes potências reduzirem os “custos de contexto” (leia-se, salários) e, assim, serem mais competitivas.

Nem o facto de se ter atribuído o prémio Nobel da paz à União Europeia por, numa manobra que classificamos de branqueamento e manipulação da história, esta ter assegurado a “pacificação” do continente, contrariará os ventos de guerra que já se anunciam no horizonte. É que, não só os povos e as nações aceitarão, alguma vez, ser colonizados, humilhados e pilhados como estão a ser, como é certo que o imperialismo – e as contradições que entre as nações imperiais se gera – só conduzirá à guerra.

sábado, 15 de dezembro de 2012

Inverter o ciclo de quebra de emprego passa por derrubar este governo de traição!


Segundo números divulgados pelos serviços de estatística do Eurostat, diminuiu em 4,1% o número de pessoas com emprego no terceiro trimestre deste ano, comparativamente com o período homólogo de 2011, referindo a mesma fonte que tal diminuição foi largamente superior à média que se registou na “zona euro”, que foi de 0,7%.

Na mesma “zona euro”, Espanha registou o mesmo percentual de queda e a Grécia foi o país que sofreu a maior diminuição, isto é, 8,9%.

No conjunto dos 27 estados membros da UE, essa quebra situou-se nos 0,5% mas, países como a Letónia, que registou um aumento de 3,4%, Reino Unido, com um crescimento de 1,8%, e Estónia de 1,2%, ajudaram a conter uma quebra ainda maior.

Se é certo que o emprego diminuiu em todos os sectores, foi na construção que essa queda registou a maior descida – 1,5% na “zona euro” e 1,3% na EU.

A análise deste fenómeno permite-nos concluir que, nos países que apostaram na estratégia da mão de obra pouco qualificada, intensiva e baratinha, cuja base industrial é frágil, sobretudo dedicada ao sector têxtil – como é o caso da Letónia ou da Estónia – ou nos países que, tendo induzido outros a destruir os seus tecidos produtivos, não tomaram o veneno que lhes deram a beber, o emprego cresceu.

Nos países, como Portugal, em que partidos como o PS, o PSD e o CDS aceitaram a destruição do seu tecido produtivo, estratégia que favorece claramente os interesses da potência germânica, a lógica da importação de mais de 80% daquilo que necessitamos para gerar economia, a lógica do endividamento progressivo e IMPAGÁVEL, claro está, provoca a diminuição contínua do emprego, aumentando em flecha o desemprego e a precariedade.

Só o derrube deste governo de traição e a sua substituição por um governo democrático patriótico, cuja primeira medida será a suspensão da dívida e a prossecução de um novo paradigma de economia, ao serviço do povo e de quem trabalha, poderá contrariar este ciclo que lança um cada vez maior número de trabalhadores e de elementos do povo na fome e na miséria.

A TAP não está à venda!


O povo não paga esta dívida nem se vende!

O afinco, o despudor e a arrogância com que o governo dos traidores Coelho e Portas estão a preparar a venda a retalho de vários activos e empresas públicas estratégicas, são de há muito denunciados por nós, como fazendo parte de uma estratégia que tem por objectivo favorecer os interesses dos grandes grupos financeiros e bancários que se encontram sob a protecção do “guarda-chuvas” imperial da tróica germano-imperialista.

Os trabalhadores e o povo português têm cada vez maior consciência de que a estratégia que foi montada para os fazer pagar uma dívida que não contrairam, nem dela retiraram qualquer benefício – antes pelo contrário -, para além do roubo dos seus salários e do seu trabalho, para além dos drásticos cortes nas designadas “prestações sociais”, para além da dificultação do acesso à saúde e à educação, para além da facilitação e embaretecimento dos despedimentos (com a aprovação, no dia de hoje, de legislação que passa de 30 para 12 dias o número de dias por cada ano de trabalho a entrar no cálculo da indmenização para os trabalhadores que forem lançados à força no desemprego), passa, também, pela transferência de activos como a TAP para as mãos da ganância dos privados.

Face a um ataque tão insidioso, quanto devastador, de que a transportadora aérea nacional, uma companhia de bandeira essencial para a projecção da nossa soberania nacional, está a ser alvo, não há que contemporizar! É que, face ao empenho deste governo de traição em vender a pataco a TAP, quer a “oposição” dos chamados partidos da “esquerda parlamentar”, quer algumas estruturas sindicais e representativas dos trabalhadores daquela empresa, começam a defender pontos de vista perigosos e conciliadores, tais como os que esta 4ª feira foram defendidos pelo PS no parlamento, bem como pela Comissão de Trabalhadores.

Tais pontos de vista colocam o acento tónico das suas intervenções não numa oposição firme e decidida à venda da empresa, mas apenas nos montantes e na percentagem pelos quais essa transferência está a ser negociada. Não! A luta dos trabalhadores e do povo é contra a venda de todas as empresas e activos estratégicos – incluindo a TAP -, seja por que montante ou percentagem que for!

E os trabalhadores e o povo sabem que, para evitar a venda a retalho e a preços de saldo do nosso país, têm de derrubar este governo de traição e constituir um Governo Democrático Patriótico que necessitará, para construir um novo paradigma de economia ao serviço do povo e de quem trabalha, de ter o absoluto controlo sobre todos os activos e empresas estratégicas do nosso país.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

A indústria da caridade!


Gato escondido com o rabo de fora…

A caridadezinha burguesa, para além de outros objectivos, visa sobretudo adormecer e inebriar a consciência dos trabalhadores e do povo quanto às verdadeiras causas das condições de fome e de miséria para que foram atirados por um sistema que assenta na exploração do homem pelo homem e no sacrossanto lucro.

Num momento em que, fruto das consequências decorrentes das crises económicas e financeiras do capitalismo, em que a planificação económica não se baseia nas necessidades do povo, mas tão só nos lucros que os detentores do capital e dos meios de produção poderão obter – nem que para tal tenham de morrer milhões de trabalhadores em todo o mundo –, logo aparece um batalhão de “piedosas” almas, as Jonets, as “santas” casas disto e daquilo, as “caritas”, muito afogueadas, a organizar peditórios para tudo e mais alguma coisa, dizem eles que para “aliviar” o sofrimento dos “pobres da terra”.

Se é certo que milhares de voluntários se prestam a dar a sua genuína e generosa solidariedade, participando activamente em todos esses peditórios – desde os “bancos alimentares” à recolha de vestuário, passando por fundos para tudo e mais alguma coisa -, não menos certo é que  quem se apropria da direcção e destino do resultado dos mesmos tem uma agenda ideológica que assenta no pressuposto de “desculpabilizar” o sistema que cria as condições de fome e miséria pelas quais o povo está a passar.

Isto, para além de o controlo da esmola ser por si um instrumento de poder e dominação.

E o que dizer, então, da suprema hipocrisia que é o facto de campanhas como as do “Banco Alimentar contra a Fome”, entre outras, serem ansiosamente aguardadas pelos “Pingos Doce” e “Continentes” do nosso descontentamento, que vislumbram nas mesmas uma receita adicional para os seus já abarrotados cofres e para as suas já gordas fortunas?!

Quer as grandes cadeias de supermercados – que, logicamente, se “disponibilizam” de imediato para aderir a estas campanhas – quer o estado que defende os seus interesses arrecadam, os primeiros, fabulosos lucros pela venda dos produtos generosamente adquiridos por quem, de facto, quer ser solidário, e os segundos, impostos directos como e IVA e indirectos como o IRC. Contas feitas, neste negócio da caridadezinha, ao destinatário da mesma, se chegarem uns míseros 20 ou 30% do resultado das mesmas já estão com muita “sorte”, enquanto o estado burguês e os grandes grupos económicos que exploram essas grandes superfícies, abocanham mais de 80%!

Àqueles mais “piedosos” que, ainda assim, poderão dizer que, então, se não organizarmos este tipo de campanhas é que milhares ou centenas de milhar poderiam morrer à fome, nós respondemos que não é com aspirinas que se curam cancros. O cancro do capitalismo que, ciclicamente, provoca a destruição massiva das forças produtivas e atira para o desemprego, a fome e a miséria, somente em Portugal, mais de 3 milhões de elementos do povo, nunca será ultrapassado com este tipo de paliativo!

A solidariedade operária é bem diversa da “caridadezinha” burguesa. Basta atentar no exemplo da campanha de recolha de fundos levada a cabo pelos operários mineiros britânicos para ajudarem os seus irmãos de classe das minas de carvão em Espanha, particularmente os das minas das Astúrias, que entraram em greve contra a política do governo espanhol de seguir servilmente os ditames do directório europeu em encerrar as mesmas e lançar milhares de mineiros no desemprego, sem outra alternativa que não fosse a fome e a miséria para os mesmos e as suas famílias.

A sua cura, em Portugal, passa pelo derrube de um governo de traição que se prestou a ser um serventuário obediente dos ditames da tróica germano-imperialista, passa pela constituição de um governo democrático patriótico que nacionalize todas as empresas e sectores de importância estratégica para um novo paradigma de economia, ao serviço do povo e de quem trabalha, um governo que recupere o tecido produtivo que foi destruído à custa de uma política vende-pátrias levada a cabo por sucessivos governos do PS e do PSD, por vezes acolitados pelo CDS.

Um governo que tenha a coragem de expulsar do nosso país a tróica germano-imperialista, que tenha a coragem de colocar o sector bancário sob controlo do estado, um governo que imponha sem hesitações a suspensão, no mínimo, do pagamento da dívida e dos juros dela decorrentes, um governo que tenha o discernimento e a coragem de preparar o país para a saída do euro se tal se impuser como indispensável para a defesa da nossa soberania nacional e o bem estar do povo.

Redução da indemnização por despedimento ilícito


Mais uma medida a exigir como resposta o derrube urgente do governo



Perante mais este golpe (com carácter definitivo) nos direitos adquiridos dos trabalhadores, seria bom que nos interrogássemos de uma forma mais profunda e clara sobre a forma de reagir a ela.
E a primeira pergunta que surge é necessariamente a seguinte: 
de que vale a pena negociar com o governo, na câmara corporativa da concertação social, as medidas terroristas por ele irreversivelmente tomadas em obediência à tróica?
É o caso, mais uma vez, desta decisão de reduzir ainda mais e cada vez mais a indemnização por antiguidade devida pelo despedimento ilícito.
Tal como sucedeu a respeito de todas as anteriores reformas ditadas pelas sucessivas versões do memorando, as coisas continuam a passar-se assim : Passos Coelho anuncia que, nos termos do compromisso por ele assumido na última avaliação da Tróica, o governo decidiu que a indemnização por antiguidade passará de 30 dias para 12, continuando obviamente a calcular-se apenas sobre o vencimento base e diuturnidades.
Mas, claro, o assunto ainda vai ser objecto de diálogo(?!!) com os parceiros sociais, em sede de concertação social.
Mas será que os sindicatos ainda não concluíram de uma vez por todas que a aceitação da mera discussão destas decisões, mesmo com uma posição prévia de repúdio, acaba por constituir um aval a esta mascarada e trágica palhaçada que consiste em impor-se democraticamente aos trabalhadores uma catadupa de medidas terroristas de roubo do salário e do trabalho e de liquidação das suas principais conquistas, roubo e liquidação esses levados a cabo pela contra-revolução de maneira a deixar atordoadas a classe operária e as demais vítimas dessas medidas, conferindo-lhes uma natureza definitiva se vier a vencer.
Será um erro dramático e imperdoável que os que se dizem dirigentes de esquerda, políticos e sindicais, vão atrás deste engodo, não vendo que o objectivo essencial, imediato e inadiável que tem de mobilizar a classe operária e os trabalhadores e todos os democratas e patriotas, unidos numa ampla frente, é o derrube urgente deste governo e que não se pode bloquear esse objectivo ou secundarizá-lo, defendendo previamente que o governo que o deve substituir teria de ser um governo de esquerda (PCP e BE), excluindo dele os democratas e patriotas e restantes partidos e organizações politicas não parlamentares, ou um outro só com o PS de Seguro ou em aliança com ele, no caso, em nada de essencial diferente do actual.
Não se pode unir as classes que se opõem ao governo para levar com urgência ao seu derrubamento, para logo a seguir excluir uma parte desses aliados do programa e do governo alternativo.

Retirado de:
http://lutapopularonline.org/index.php/pais/104-politica-geral/497-reducao-da-indemnizacao-por-despedimento-ilicito-mais-uma-medida-a-exigir-como-resposta-o-derrube-urgente-do-governo