domingo, 16 de dezembro de 2012

A teoria da “Re-industrialização” da Europa


Gato Gordo de fora com o rabo escondido…

Dados recentemente libertados pelo Eurostat revelam uma quebra do emprego na Europa, em particular naqueles países que alinharam na estratégia do imperialismo germânico, isto é, na destruição dos seus tecidos produtivos, em nome da “solidariedade” europeia e a “ subsidiaridade” das economias.

No referido relatório, no entanto, alguns países ostentam uma tendência de crescimento do emprego. A análise deste fenómeno permite-nos concluir que, nos países que apostaram na estratégia da mão de obra pouco qualificada, intensiva e baratinha, cuja base industrial é frágil, sobretudo dedicada ao sector têxtil – como é o caso da Letónia ou da Estónia – ou nos países que, tendo induzido outros a destruir os seus tecidos produtivos, não tomaram o veneno que lhes deram a beber, o emprego cresceu.

Torna-se cada vez mais claro que a “germanização” da Europa está – não haja oposição firme por parte de todos os democratas e patriotas, em Portugal e noutros países – cada vez mais próxima da sua conclusão.
Depois de ter, sagazmente, levado à destruição dos tecidos produtivos de vários países europeus, e ao desmantelar da sua indústria pesada e ligeira – recordamos que em Portugal essa destruição estendeu-se à Siderurgia, à Metalomecânica/ Metalurgia, à Indústria Naval, entre outras -, a Alemanha emerge como a grande potência industrial da Europa, como a grande potência financeira que controla o deficit e a dívida de todos os outros países que, tendo destruído o seu tecido produtivo, dependem, agora, da importação dos bens de equipamento e industriais, mormente os oriundos daquele país, agravando, claro está, o seu endividamento.

O euro foi, neste quadro, o fechar do cerco do imperialismo germânico. A tenaz da “moeda única” mais não representa do que a possibilidade de, através dela, da política cambial que domina, bem como da política de crédito que controla, assim como da taxa de juros que manipula, em função dos seus interesses próprios, a Alemanha, esta potência com tiques imperiais, se prepare para, no quadro da luta e das contradições que se geram entre as várias potências mundiais – EUA, China e Rússia -, a sós, ou alinhada com uma dessas potências, vir a desempenhar e a ter um papel de preponderância no teatro mundial.

Quando hoje os ventos que sopram sobre a Europa indicam que existe uma forte corrente entre a burguesia, sobretudo a das potências mais industrializadas,  a defender a “re-industrialização” do continente, porque chegaram à conclusão que, tendo destruído grande parte do seu potencial industrial o continente ficou mais fragilizado em relação às economias emergentes e a outras grandes potências mundiais, começa-se a perceber que o próximo passo será impôr, através da chantagem da dívida, do roubo generalizado dos salários e do trabalho, de uma cada vez maior precariedade, que uma parte da Europa seja a “bolsa” de mão de obra barata, tipo asiática, que permita a essas grandes potências reduzirem os “custos de contexto” (leia-se, salários) e, assim, serem mais competitivas.

Nem o facto de se ter atribuído o prémio Nobel da paz à União Europeia por, numa manobra que classificamos de branqueamento e manipulação da história, esta ter assegurado a “pacificação” do continente, contrariará os ventos de guerra que já se anunciam no horizonte. É que, não só os povos e as nações aceitarão, alguma vez, ser colonizados, humilhados e pilhados como estão a ser, como é certo que o imperialismo – e as contradições que entre as nações imperiais se gera – só conduzirá à guerra.

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