Gato Gordo de fora com o rabo
escondido…
Dados recentemente libertados pelo Eurostat revelam uma
quebra do emprego na Europa, em particular naqueles países que alinharam na
estratégia do imperialismo germânico, isto é, na destruição dos seus tecidos
produtivos, em nome da “solidariedade” europeia e a “ subsidiaridade” das
economias.
No referido relatório, no entanto, alguns países ostentam
uma tendência de crescimento do emprego. A análise deste fenómeno permite-nos
concluir que, nos países que apostaram na estratégia da mão de obra pouco
qualificada, intensiva e baratinha, cuja base industrial é frágil, sobretudo
dedicada ao sector têxtil – como é o caso da Letónia ou da Estónia – ou nos
países que, tendo induzido outros a destruir os seus tecidos produtivos, não
tomaram o veneno que lhes deram a beber, o emprego cresceu.
Torna-se cada vez mais claro que a “germanização” da Europa
está – não haja oposição firme por parte de todos os democratas e patriotas, em
Portugal e noutros países – cada vez mais próxima da sua conclusão.
Depois de ter, sagazmente, levado à destruição dos tecidos
produtivos de vários países europeus, e ao desmantelar da sua indústria pesada
e ligeira – recordamos que em Portugal essa destruição estendeu-se à
Siderurgia, à Metalomecânica/ Metalurgia, à Indústria Naval, entre outras -, a
Alemanha emerge como a grande potência industrial da Europa, como a grande
potência financeira que controla o deficit e a dívida de todos os outros países
que, tendo destruído o seu tecido produtivo, dependem, agora, da importação dos
bens de equipamento e industriais, mormente os oriundos daquele país,
agravando, claro está, o seu endividamento.
O euro foi, neste quadro, o fechar do cerco do imperialismo
germânico. A tenaz da “moeda única” mais não representa do que a possibilidade
de, através dela, da política cambial que domina, bem como da política de
crédito que controla, assim como da taxa de juros que manipula, em função dos
seus interesses próprios, a Alemanha, esta potência com tiques imperiais, se
prepare para, no quadro da luta e das contradições que se geram entre as várias
potências mundiais – EUA, China e Rússia -, a sós, ou alinhada com uma dessas
potências, vir a desempenhar e a ter um papel de preponderância no teatro
mundial.
Quando hoje os ventos que sopram sobre a Europa indicam que
existe uma forte corrente entre a burguesia, sobretudo a das potências mais
industrializadas, a defender a
“re-industrialização” do continente, porque chegaram à conclusão que, tendo destruído grande parte do seu potencial industrial o continente ficou mais
fragilizado em relação às economias emergentes e a outras grandes potências
mundiais, começa-se a perceber que o próximo passo será impôr, através da
chantagem da dívida, do roubo generalizado dos salários e do trabalho, de uma
cada vez maior precariedade, que uma parte da Europa seja a “bolsa” de mão de
obra barata, tipo asiática, que permita a essas grandes potências reduzirem os
“custos de contexto” (leia-se, salários) e, assim, serem mais competitivas.
Nem o facto de se ter atribuído o prémio Nobel da paz à
União Europeia por, numa manobra que classificamos de branqueamento e
manipulação da história, esta ter assegurado a “pacificação” do continente,
contrariará os ventos de guerra que já se anunciam no horizonte. É que, não só
os povos e as nações aceitarão, alguma vez, ser colonizados, humilhados e
pilhados como estão a ser, como é certo que o imperialismo – e as contradições
que entre as nações imperiais se gera – só conduzirá à guerra.
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