domingo, 8 de julho de 2018

Só a luta pela reposição das 35 horas semanais pode salvar o SNS!




Durante o governo de coligação entre a direita e a extrema direita foi decidido – em nome do pagamento de uma dívida que não foi contraída pelos operários, pelos trabalhadores e pelo povo em geral -, entre outras medidas fascistas, aumentar o horário de trabalho na área da saúde das 35 horas semanais então praticadas, para as 40!!!

O efeito devastador foi imediato. E foi o pretendido por Passos e Portas, com a cumplicidade e tutela de Cavaco. Por um lado, a redução do número de trabalhadores, já que com o mesmo número se podiam assegurar mais horas, mais turnos, e menos “despesa”, traduzida na redução de horas extraordinárias!
 
Ou seja, bastava aumentar a carga horária para assegurar, com a “prata da casa”, o tão almejado “aumento de produtividade”.

Para além disso, este roubo do trabalho e do salário, a par da destruição sistemática do SNS, assegurava melhores dias para os sistemas privados de saúde, incluindo o negócio cada vez mais florescente dos seguros de saúde.

Se já era notória a necessidade de contratação de novos médicos, enfermeiros e demais profissionais da saúde, com a retoma, no passado dia 1 de Julho de 2018, da semana das 35 horas, essa necessidade exponenciou!

Exige-se a contratação de milhares de enfermeiros, de médicos, de trabalhadores para as áreas de diagnóstico e terpêutica, etc., para que o SNS assegure, no mínimo, a resposta de cuidados de saúde que prestava antes do aumento da carga horária imposta pelo governo PSD/CDS-PP, a mando da tróica germano-imperialista.

Agora que, encurralado pela luta de médicos, enfermeiros e restantes profissionais do sector da saúde, o governo de António Costa – que resistiu enquanto pode – foi obrigado a aceitar a retoma das 35 horas, há que levar mais longe esta luta.

É que, revelando o seu oportunismo reaccionário, António Costa e as suas muletas do PCP/BE e Verdes, enquanto parecem congratular-se com a reposição da semana das 35 horas semanais no sector da saúde, prosseguem, no entanto, a sua política de priviligiar o pagamento de uma dívida da qual o povo não retirou qualquer benefício, nem dela foi responsável,  como se pode comprovar pela Lei do Orçamento para 2018 – política que certamente será prosseguida em 2019!
Para pagar os 9 mil milhões de euros anuais, somente do “serviço da dívida” – isto é, fundamentalmente juros -, Centeno assegura haver sempre dinheiro disponível. Isto é, para pagar os calotes da banca e à banca, fruto do compadrio e corrupção dominantes, o governo de António Costa e suas muletas abrem os cordões à bolsa!

Para assegurar uma prestação de cuidados de saúde eficaz, digna e gratuita para o povo, Centeno vale-se do truque oportunista e reaccionário das “cativações” orçamentais! Fazendo-se eco das vozes que vão, à boca cheia e às claras, afirmando que só é possível reduzir o horário das 40 para as 35 horas se os profissionais da saúde aceitarem a redução dos seus salários e a precariedade do seu trabalho.
Para fazer face, quer à necessidade de consolidar a conquista que representa a retoma da semana das 35 horas, quer aos contra-ataques que se começam a desenhar contra este seu direito, os diferentes sectores de profissionais da área da saúde devem unir-se e impor uma GREVE GERAL do sector, com objectivos bem definidos:

1.       Rejeição das horas extrordinárias obrigatórias que o governo PS deseja implementar;
2.       Contratação imediata dos milhares de Médicos, Enfermeiros, Auxiliares e Técnicos de Diagnóstico e de Terapêutica, bem como de outros profissionais da área da saúde;
3.       Fim imediato da precariedade;
4.       Negociação imediata de novas tabelas salariais;
5.       Bem como da progressão das carreiras;
6.       Defesa da Contratação Colectiva.

Capacitem-se! Os únicos interessados na manutenção e consolidação do SNS são os profissionais de saúde, em unidade com aqueles que aos seus serviços recorrem, isto é, os operários, os trabalhadores, o povo em geral!