Durante o governo de coligação entre a direita e a extrema
direita foi decidido – em nome do pagamento de uma dívida que não foi contraída
pelos operários, pelos trabalhadores e pelo povo em geral -, entre outras
medidas fascistas, aumentar o horário de trabalho na área da saúde das 35 horas semanais então praticadas, para as 40!!!
O efeito devastador foi imediato. E foi o pretendido por
Passos e Portas, com a cumplicidade e tutela de Cavaco. Por um lado, a redução
do número de trabalhadores, já que com o mesmo número se podiam assegurar mais
horas, mais turnos, e menos “despesa”, traduzida na redução de horas
extraordinárias!
Ou seja, bastava aumentar a carga horária para assegurar,
com a “prata da casa”, o tão almejado “aumento de produtividade”.
Para além disso, este roubo do trabalho e do salário, a par
da destruição sistemática do SNS, assegurava melhores dias para os sistemas
privados de saúde, incluindo o negócio cada vez mais florescente dos seguros de
saúde.
Se já era notória a necessidade de contratação de novos
médicos, enfermeiros e demais profissionais da saúde, com a retoma, no passado
dia 1 de Julho de 2018, da semana das 35 horas, essa necessidade exponenciou!
Exige-se a contratação de milhares de enfermeiros, de
médicos, de trabalhadores para as áreas de diagnóstico e terpêutica, etc., para
que o SNS assegure, no mínimo, a resposta de cuidados de saúde que prestava
antes do aumento da carga horária imposta pelo governo PSD/CDS-PP, a mando da
tróica germano-imperialista.
Agora que, encurralado pela luta de médicos, enfermeiros e
restantes profissionais do sector da saúde, o governo de António Costa – que
resistiu enquanto pode – foi obrigado a aceitar a retoma das 35 horas, há que
levar mais longe esta luta.
É que, revelando o seu oportunismo reaccionário, António
Costa e as suas muletas do PCP/BE e Verdes, enquanto parecem congratular-se com
a reposição da semana das 35 horas semanais no sector da saúde, prosseguem, no
entanto, a sua política de priviligiar o pagamento de uma dívida da qual o povo
não retirou qualquer benefício, nem dela foi responsável, como se pode comprovar pela Lei do Orçamento
para 2018 – política que certamente será prosseguida em 2019!
Para pagar os 9 mil milhões de euros anuais, somente do “serviço da
dívida” – isto é, fundamentalmente juros -, Centeno assegura haver sempre
dinheiro disponível. Isto é, para pagar os calotes da banca e à banca, fruto do
compadrio e corrupção dominantes, o governo de António Costa e suas muletas
abrem os cordões à bolsa!
Para assegurar uma prestação de cuidados de saúde eficaz,
digna e gratuita para o povo, Centeno vale-se do truque oportunista e
reaccionário das “cativações” orçamentais! Fazendo-se eco das vozes que vão, à
boca cheia e às claras, afirmando que só é possível reduzir o horário das 40
para as 35 horas se os profissionais da saúde aceitarem a redução dos seus
salários e a precariedade do seu trabalho.
Para fazer face, quer à necessidade de consolidar a conquista
que representa a retoma da semana das 35 horas, quer aos contra-ataques que se
começam a desenhar contra este seu direito, os diferentes sectores de
profissionais da área da saúde devem unir-se e impor uma GREVE GERAL do sector,
com objectivos bem definidos:
1.
Rejeição das horas extrordinárias obrigatórias
que o governo PS deseja implementar;
2.
Contratação imediata dos milhares de Médicos,
Enfermeiros, Auxiliares e Técnicos de Diagnóstico e de Terapêutica, bem como de
outros profissionais da área da saúde;
3.
Fim imediato da precariedade;
4.
Negociação imediata de novas tabelas salariais;
6.
Defesa da Contratação Colectiva.
Capacitem-se! Os únicos interessados na manutenção e
consolidação do SNS são os profissionais de saúde, em unidade com aqueles que
aos seus serviços recorrem, isto é, os operários, os trabalhadores, o povo em
geral!
Trabalhar quatro dias por semana “é um objetivo do século XXI”
ResponderEliminarA semana de quatro dias de trabalho é um objetivo que deve ser alcançado até ao fim do século XXI, defende a federação sindical britânica.
No discurso que assinala os 150 anos da Federação de Sindicatos do Reino Unido, a secretária-geral defende que a semana de quatro dias de trabalho é um objetivo realista que deve se alcançado no século XXI.
Frances O’ Grady acredita que os avanços tecnológicos permitem que este objetivo seja cumprido. “No século XIX, os sindicatos lutaram por uma semana de trabalho de oito horas. No século XX, ganhámos o direito a um fim-de-semana de dois dias e a férias pagas”, começa por explicar.
“Por isso, no século XXI, vamos ambicionar mais. Acredito que neste século poderemos ganhar a semana de quatro dias, com pagamentos decentes para todos. É tempo de partilhar a riqueza gerada pelas novas tecnologias, e não de permitir que só os que se encontram no topo se aproveitem dela”, afirma, citada pela revista Sábado.