Catarina Martins, coordenadora do Bloco dito de Esquerda,
congratulou-se, este fim de semana, com o facto de ter sido o seu partido a impor que medidas que permitissem o
retorno aos rendimentos dos mais
desfavorecidos ocorressem, virtude da inclusão de várias medidas
preconizadas pelo BE nas Leis do Orçamento de Estado até agora aprovados por
aquilo a que se convencionou chamar geringonça.
E é mesmo uma geringonça
porque, tal como ela, aparenta desarticulação, imbecilidade mascarada de
ingenuidade, parecendo contrariar as dinâmicas lógicas da ciência social e política.
Mas, desenganem-se! A geringonça
surgiu, tal como todas as medidas concretas
do BE, para escamotear, desviar o foco, manipular, a consciência de operários e
trabalhadores, transmitindo-lhes a idéia de que, já que não podem comer o bolo
da riqueza produzida pelo seu trabalho ... que aceitem as migalhas que o
sistema capitalista está disposto a ceder-lhes, em troca da paz social!
Quando Catarina se congratula – e tem mesmo a desfaçatez e a
arrogância de considerar que não ficaria mal ao seu parceiro Costa, do PS, agradecer-lhe por esse facto – por ter sido a acção do BE no
parlamento e fora dele a impor ao PS que introduzisse medidas que
proporcionassem melhor distribuição da riqueza, está a falsear as questões
principais.
Desde logo que o brutal desnível da distribuição da riqueza,
entre o trabalho e o capital, se deveu ao facto de os partidos do chamado arco parlamentar terem acolhido como
justa a idéia de que as dívidas privadas deveriam ser tornadas públicas e,
assim, haver uma justificação para
que o seu pagamento fosse imposto aos trabalhadores, quer de uma vez só – como pretendiam
a direita e a extrema direita - , quer às suaves
prestações, como advogam os arautos da esquerda formal – PS, PCP, BE e
Verdes .
Quem não se lembrará de a nomenclatura política do BE defender que, quanto à dívida pública,
havia que acautelar os interesses dos pequenos aforradores que haviam adquirido
títulos dessa dívida para poderem aforrar e fazer crescer os seus rendimentos?
Quem não se lembra de, confrontados com a possibilidade de
revogarem a lei fascista dos despejos imposta pela Cristas e o governo de coligação da
direita com a extrema-direita – tutelado pelo palermóide de Boliqueime -, essa
mesma nomenclatura ter defendido
que, havia que acautelar os interesses dos ... senhorios pobres ?!!!
Se estivessem efectivamente contra a lei dos despejos e a favor da sua revogação imediata tinham, conjuntamente com PCP e PS, conseguido as 25 assinaturas de deputados, indispensáveis para poderem suscitar a inconstitucionalidade da lei junto do Tribuna Constitucional.
Se estivessem efectivamente contra a lei dos despejos e a favor da sua revogação imediata tinham, conjuntamente com PCP e PS, conseguido as 25 assinaturas de deputados, indispensáveis para poderem suscitar a inconstitucionalidade da lei junto do Tribuna Constitucional.
Com esta manobra, desarticularam – acreditamos que
temporariamente - a luta dos inquilinos pobres contra a Lei dos Despejos e...o
resultado está àvista! Nunca como agora se verificam tantos despejos nas
grandes cidades, nunca como agora se compromete, de forma perigosamente
irreversível, o carácter e as idiossincrasias dos bairros populares, sobretudo
de cidades como Lisboa e o Porto.
Pois é! À mulher de César não lhe basta ser séria! Tem de
parecê-lo! As prebendas devidas pelo apoio à política de Costa e do PS – na prática,
aos ditames da tróica germano-imperialista – começam a ser reveladas ao povo. O
véu que agora começou a ser destapado, quando for totalmente retirado, mostrará
o que se esconde por detrás da máscara que o BE afivelou de defesa dos interesses concretos do povo, tendo em
conta as situações concretas em que
nos encontramos! A face da mais nauseabunda política do capital!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarPoe estas e por outras é que a esquerda na Europa se está a afundar......................
ResponderEliminarHá uma falsa esquerda, em Portugal e no mundo, que se está a afundar. Ainda bem, assim, as águas ficam menos turvas...!
EliminarEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarJá estávamos a precisar de ler os teus textos… Continua terás sempre o meu apoio. Força!
EliminarA iluminação do texto, foi porque observei um erro de português, por vezes acontece, as minhas desculpas...
ResponderEliminarTrabalhar quatro dias por semana “é um objetivo do século XXI”
ResponderEliminarA semana de quatro dias de trabalho é um objetivo que deve ser alcançado até ao fim do século XXI, defende a federação sindical britânica.
No discurso que assinala os 150 anos da Federação de Sindicatos do Reino Unido, a secretária-geral defende que a semana de quatro dias de trabalho é um objetivo realista que deve se alcançado no século XXI.
Frances O’ Grady acredita que os avanços tecnológicos permitem que este objetivo seja cumprido. “No século XIX, os sindicatos lutaram por uma semana de trabalho de oito horas. No século XX, ganhámos o direito a um fim-de-semana de dois dias e a férias pagas”, começa por explicar.
“Por isso, no século XXI, vamos ambicionar mais. Acredito que neste século poderemos ganhar a semana de quatro dias, com pagamentos decentes para todos. É tempo de partilhar a riqueza gerada pelas novas tecnologias, e não de permitir que só os que se encontram no topo se aproveitem dela”, afirma, citada pela revista Sábado.