Tratado Orçamental Europeu cauciona
colonização imperialista!
Entretidos e inebriados com a proposta de “debate” que PSD e
CDS endereçaram ao PS, para que discutissem, no remanso dos salões e dos
gabinetes, a “refundação” da constituição e as implicações que as mesmas teriam
para o tipo de “estado social” a que o povo pode almejar e não ao que
contribuiu com os seus impostos para ter o direito de desejar.
Enredados na catadupa
de notícias sobre tornados, incêndios na Austrália, baleias azul a parir em
pleno Pacífico, uma fratricida guerra civil na Síria, patrocinada pelas mesmas
potências imperialistas que estiveram envolvidas nas “revoluções árabes” que se
operaram na Líbia, no Egipto ou na “libertação” do Mali, os trabalhadores e o
povo português nem se deram conta de que, a partir de 01 de Janeiro de 2013 não
foi apenas a Lei Geral do Orçamento para 2013, que encerra o maior genocídio
fiscal de que há memória no nosso país, que entrou em vigor.
De facto, a 01
de Janeiro deste ano, entrou em vigor o “tratado orçamental europeu” que
permite ao directório europeu, manipulado e ao serviço dos interesses
imperialistas da fuhrer do IV Reich, Angela Merkel, deter todo o poder sobre os
países que, em 2009, assinaram o Tratado de Lisboa e caucionaram a aplicação do
dito Tratado, mesmo que sem para tal estivessem legitimados pelos respectivos
povos para o fazer (fugiram, aliás, da reivindicação que muitos democratas e
patriotas faziam de que se realizassem referendos nacionais para que os povos
se pudessem pronunciar sobre a perda de soberania que tal Tratado implicava).
Quando se
afirma, portanto, que Coelho e Portas são dois miseráveis traidores e
serventuários ao serviço da tróica germano-imperialista, não é de uma figura de
estilo, ou literária, que se trata. É de uma realidade insofismável. A de que,
já neste OE para 2013, quem escreveu as linhas com que ele se tece não foi o
Gaspar nem, muito menos, o Coelho.
A esses cabe,
isso sim, a tarefa de serem uma espécie de “relações públicas” e tradutores da
Comissão Europeia, dourando a pílula da exploração que implicam a “contenção
orçamental”, a “redução do deficit” , o roubo dos salários e do trabalho (que
colocam Portugal na condição da “Malásia” da Europa), a completa destruição do
nosso tecido produtivo, a transferência, a preços de saldo – via privatizações
– do que sobrou dos nossos activos e empresas estratégicas. Porque, de facto,
tudo passou a ser decidido em Berlim, anunciado em Bruxelas e executado pela
equipa de serventuários Coelho/Portas – com o incondicional apoio de Cavaco –
em Lisboa.
A colonização
do nosso país, a sua transformação em protectorado, há muito que se vinha
operando. O que o Tratado de Lisboa consumou foi, apenas e tão só, a
formalização da invasão, sem que necessário fosse disparar um único tiro, da ocupação
e subjugação do nosso povo a uma entidade – a União Europeia - que serve os interesses de uma potência
estrangeira, a Alemanha. Potência que, na qualidade de inimiga dos interesses
do nosso povo e da nossa soberania, deve concitar a unidade do povo para que o
instrumento através do qual consolida essa invasão e domínio – a tróica
germano-imperialista – seja expulsa, sem delongas ou hesitações, do nosso país.
Torna-se cada
vez mais claro que os grandes grupos financeiros e bancários que subscreveram e
comparticipam no capital social do Banco Central Europeu levaram a cabo,
através da sua fiel representante, a fuhrer Angela Merkel, uma sagaz estratégia
que se começou a evidenciar, em 1993, com o Tratado de Maastricht e mais tarde,
em 2009, com o Tratado de Lisboa, para o que contaram com os instrumentos que
laboriosamente foram criando: UE, BCE e euro (o marco travestido), com o
objectivo de proporcionar à Alemanha um domínio absoluto sobre a economia europeia
e sobre a política que mais convém a este país ser seguida nos países
entretanto ocupados e subjugados para reforçar o seu papel como potência
imperialista no teatro mundial.
Através, primeiro, da destruição dos tecidos produtivos de vários países e,
depois, do endividamento a que os sujeitou por terem de importar, em muitos
casos (como o de Portugal), mais de 80% daquilo que necessitam para alimentar
as suas populações ou gerar economia, esses grupos financeiros e bancários
passaram a servir-se das “dívidas soberanas” para uma autêntica pilhagem dos
recursos desses países (incluindo os financeiros), à pala do pagamento de juros faraónicos determinados pelo colete de força imposto aos estados membros do
“clube do euro” que os impedia de recorrer a empréstimos directos no BCE, a 0,5
ou 1% de juros, operação a que só os bancos comerciais teriam acesso, para
depois vender dinheiro ao estado, a
empresas e particulares, a 5 e 6% (isto é, com 500 e 600% de margem), ao mesmo
tempo que, através do euro, e do controlo monetário que, a partir de 2002, a
introdução desta moeda possibilitava, apertava a tenaz sobre os “elos mais fracos da
cadeia capitalista” no continente europeu e consumava aquilo que nem Hitler
tinha conseguido: a invasão, ocupação e subjugação pela Alemanha de parte
substancial da Europa (sempre com o objectivo, no entanto, de a vir a ocupar
por inteiro, vencendo algumas vozes timidamente resistentes).
O “Tratado
Orçamental Europeu”, concebido em Bruxelas, mas ditado por Berlim, a partir de
agora, não já apenas do ponto de vista formal, mas do ponto de vista real, é
que decidirá, também em Portugal, quais os cortes e respectivos montantes que
deve haver nas “prestações sociais”, qual o nível de acesso à saúde e à
educação a que os trabalhadores e o povo poderão ter direito, quais os
montantes das subvenções para a cultura ou os montantes das pensões a atribuir
a reformados e pensionistas, qual o salário mínimo, qual o esforço a que o povo
tem de ser sujeito, através da carga fiscal que lhe está a ser imposta, para
salvar um sistema bancário que durante anos se entreteve a distribuir fabulosos
lucros entre os accionistas, em vez de capitalizar a banca privada, que taxa de
aumentos serão impostas para serviços essenciais para o povo como a água, a luz,
o gás, as telecomunicações, etc.
O único
caminho a trilhar para reconquistar a nossa soberania, que sucessivos governos
do PS e do PSD, por vezes acolitados pelo CDS, e caucionados nos últimos anos
por Cavaco Silva, venderam por 30 moedas, a única saída para os trabalhadores,
os jovens, os intelectuais, os pequenos e médios empresários atirados para a
falência ou em vias disso, é o derrube deste governo de serventuários
Coelho/Portas, do seu avalista Cavaco e a expulsão da tróica
germano-imperialista.
Só este
caminho poderá levar à constituição de um Governo Democrático Patriótico que,
para além da suspensão do pagamento da dívida e de preparar o nosso país para a
eventualidade da saída do euro, leve a cabo um programa económico, com
investimentos criteriosos, ao serviço dos trabalhadores e do povo, aproveitando
a nossa posição geoestratégica única e recuperando o nosso tecido produtivo. Um
governo que leve a nossa economia a assentar no princípio de contar com as
nossas próprias forças e de levar a que as relações de Portugal com outros
países passe a basear-se no pressuposto do respeito e das vantagens mútuas e
não, como acontece no presente, a ver-se obrigado a ajoelhar perante os
invasores.