segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Quais as “recomendações” do Relatório do FMI que o PS de Seguro não aceita?!


A “polémica” em torno do famigerado “relatório do FMI”, tão convenientemente “divulgado” pelo governo, através das suas “insuspeitas fontes geralmente bem informadas”, para forjar uma “fuga de informação”, muito conveniente para aqueles que insistem em prosseguir uma política de miserável traição à nossa soberania nacional e aos interesses dos trabalhadores e do povo português, tem episódios deveras paradigmáticos e caricatos de como é absolutamente ilusória e falsa a “oposição violenta…mas construtiva” do PS de Seguro, não só às medidas que o FMI e a tróica germano-imperialista que integra impõe, mas, também, à forma “criativa” como o governo dos traidores Coelho e Portas a aplicam.
A ilusória oposição socialista à Lei Geral do Orçamento de Estado para 2013, começou, recorde-se, com a adesão absolutamente oportunista e vesga ao mesmo número de artigos (3) que Cavaco Silva enviou para o Tribunal Constitucional para verificação sucessiva da inconstitucionalidade das mesmas. Como se todo o documento não estivesse eivado de inconstitucionalidade. Como se medidas como a redução do subsídio de doença e de desemprego, entre muitas outras, não fossem miseráveis ataques às conquistas e direitos dos trabalhadores consagrados na constituição!
Não contentes com esta descarada adesão – com um fingimento inaudito e hipócrita de oposição – o PS de Seguro manda a “radical” deputada do seu partido no parlamento europeu, Ana Gomes, afirmar que está de acordo com uma das “recomendações” do supracitado relatório do FMI – vá-se lá saber com quantas mais “recomendações” estarão ela e o PS de acordo -, mormente a que indica a “necessidade” imperiosa de se aumentar de 65 para 66 anos a idade para acesso à reforma dos trabalhadores.
Não fora a trágica circunstância de mais de um quarto da população activa estar no desemprego – oficial e escamoteado -, não fora a circunstância de a precariedade ser cada vez maior – dando o próprio estado o exemplo, pois é o maior empregador de trabalhadores precários na actualidade -, a afirmação da deputada europeia do PS, Ana Gomes, até daria para fazer rir o mais sisudo dos pessimistas. Mas, a realidade que esta posição e a opinião que a sustenta querem iludir é que as medidas terroristas e fascistas que estão a ser aplicadas não visam o aumento da idade para a reforma, mas sim acabar de vez com as reformas para as quais os trabalhadores descontaram ao longo da sua vida contributiva, ao mesmo tempo que agrava e aprofunda o desemprego porque, quanto mais tardia for a reforma menor será a “mobilidade” do emprego em sistema capitalista.
Não perceber isto, é não perceber o que afirmámos no artigo “O Relatório do FMI”, isto é, que “… depois deste relatório … ser conhecido, a ninguém será mais permitido que não escolha o campo a que quer pertencer. Ou se é colaboracionista com o Reich alemão, com a alta finança e os grandes capitalistas, e com os políticos corruptos e vendidos, ou se alinha com os sectores do povo trabalhador explorado mais conscientes, aqueles que já compreenderam que a tarefa de derrubar o governo Coelho/Portas, expulsar a tróica e constituir um novo governo democrático e patriótico é uma exigência imediata e que estão dispostos a lutar até às últimas consequências por estes objectivos.”

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