É tão inevitável sair do euro como
é impagável a dívida soberana!
É cada vez
mais óbvio para um cada vez mais alargado número de sectores da classe operária
e elementos do povo que o euro foi
desenhado, desde a sua génese, como o novo marco ou o marco travestido de euro!
Como a única
entidade com capacidade e autoridade para emitir esta moeda e controlar os seus
fluxos é o BCE, um banco privado onde os principais accionistas são bancos e
grandes grupos financeiros germânicos, melhor se entenderá a teia que a
Alemanha teceu para vir a manietar e dominar os restantes países europeus.
Muito antes
de sugerir o euro, o imperialismo germânico foi impondo a destruição da
capacidade produtiva e do tecido produtivo, sobretudo industrial, da esmagadora
maioria dos países europeus, sobretudo aqueles que são considerados os elos
fracos da cadeia capitalista, salvaguardando essa capacidade para a Alemanha,
onde esta não só foi mantida como cresceu e se fortaleceu.
A adesão ao
euro implica para aqueles países que, como Portugal, a esta moeda decidiram
aderir, a perda de autonomia e independência cambial, parte importante para a
soberania de um país – seja qual for o regime político e económico - ,
escamoteando aos respectivos povos que tal implicaria uma real perda de
soberania.
Num quadro de
desenvolvimento progressivo e superavitário da sua indústria e finança, ou
seja, da economia em geral, à Alemanha
não convém que haja inflação, impondo – através do Tratado de Lisboa – que
todos os países da zona euro passem a estar sujeitos a um Tratado Orçamental que lhes retire autonomia de decisão para
elaborar os seus próprios Orçamentos de Estado que, antes de serem aprovados
pelos respectivos parlamentos nacionais – a título de pró-forma – têm de ser
chancelados por um directório europeu cada vez mais capturado pelos interesses
e objectivos estratégicos do imperialismo alemão.
Registando
importantes superavits, a Alemanha consegue dominar em termos de capacidade
industrial e financeira todos os outros países que, entretanto, aderiram ao euro,
por virtude de terem passado a depender daquilo que importam para poder fazer
funcionar as suas economias, levando-os a graus de endividamento nunca antes
atingidos.
Os factores
combinados das crises orçamentais com a crise do sub-prime americano, criaram
as condições ideais para que uma entidade como o BCE, cujo capital social é
inteiramente privado, e em que os grupos financeiros e bancários alemães, como
já havíamos referido, predominam, mercê da taxa de participação de cada país em
função do seu PIB, se transformasse no principal instrumento da dominação
germano-imperialista.
Desde logo
porque foi imposto que os Estados não poderiam recorrer directamente ao crédito
disponibilizado por essa instituição, a um juro quase residual, mas tão só os
bancos que, depois, o emprestam aos estados
a taxas de juro perfeitamente agiotas! Uma clara medida para salvar uma banca
falida, devido às aventuras especulativas em que se envolveu.
As dívidas
soberanas passam a ser, por um lado, um excelente negócio, pois proporcionam
taxas de juro faraónicas e, por outro, um factor poderosíssimo de chantagem
sobre governos e governantes vende-pátria que ficam satisfeitos com as migalhas
que a chefe do IV Reich lhes reserva a troco de submeterem os seus povos à
miséria, à fome, ao desemprego e precariedade e os seus países ao esbulho dos
seus activos e empresas estratégicas por parte do imperialismo germânico. Isto
é, traidores que se vendem por trinta moedas a troco de submeter os povos e
países europeus à condição de colónia ou protectorado da poderosa Alemanha!
Num contexto
em que o euro se tornou o principal instrumento do imperialismo germânico e do
capital financeiro para reduzir a condição de Portugal a colónia, destruindo a
sua estrutura produtiva e roubando o trabalho, os salários e todos os direitos
sociais e laborais ao povo e aos trabalhadores, sair do euro constitui um
objectivo imediato fundamental da luta dos operários e demais trabalhadores,
bem como de todas as forças democráticas e patrióticas.
Qualquer solução que passe pelo euro e pelo BCE
é, pois, para não lhe chamar oportunismo e traição, um autêntico…conto de
crianças!
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