quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

A propósito de contos para crianças:

É tão inevitável sair do euro como é impagável a dívida soberana!

É cada vez mais óbvio para um cada vez mais alargado número de sectores da classe operária e elementos do povo que o  euro foi desenhado, desde a sua génese, como o novo marco ou o marco travestido de euro!

Como a única entidade com capacidade e autoridade para emitir esta moeda e controlar os seus fluxos é o BCE, um banco privado onde os principais accionistas são bancos e grandes grupos financeiros germânicos, melhor se entenderá a teia que a Alemanha teceu para vir a manietar e dominar os restantes países europeus.

Muito antes de sugerir o euro, o imperialismo germânico foi impondo a destruição da capacidade produtiva e do tecido produtivo, sobretudo industrial, da esmagadora maioria dos países europeus, sobretudo aqueles que são considerados os elos fracos da cadeia capitalista, salvaguardando essa capacidade para a Alemanha, onde esta não só foi mantida como cresceu e se fortaleceu.

A adesão ao euro implica para aqueles países que, como Portugal, a esta moeda decidiram aderir, a perda de autonomia e independência cambial, parte importante para a soberania de um país – seja qual for o regime político e económico - , escamoteando aos respectivos povos que tal implicaria uma real perda de soberania.

Num quadro de desenvolvimento progressivo e superavitário da sua indústria e finança, ou seja, da economia em geral,  à Alemanha não convém que haja inflação, impondo – através do Tratado de Lisboa – que todos os países da zona euro passem a estar sujeitos a um Tratado Orçamental que lhes retire autonomia de decisão para elaborar os seus próprios Orçamentos de Estado que, antes de serem aprovados pelos respectivos parlamentos nacionais – a título de pró-forma – têm de ser chancelados por um directório europeu cada vez mais capturado pelos interesses e objectivos estratégicos do imperialismo alemão.

Registando importantes superavits, a Alemanha consegue dominar em termos de capacidade industrial e financeira todos os outros países que, entretanto, aderiram ao euro, por virtude de terem passado a depender daquilo que importam para poder fazer funcionar as suas economias, levando-os a graus de endividamento nunca antes atingidos.

Os factores combinados das crises orçamentais com a crise do sub-prime americano, criaram as condições ideais para que uma entidade como o BCE, cujo capital social é inteiramente privado, e em que os grupos financeiros e bancários alemães, como já havíamos referido, predominam, mercê da taxa de participação de cada país em função do seu PIB, se transformasse no principal instrumento da dominação germano-imperialista.

Desde logo porque foi imposto que os Estados não poderiam recorrer directamente ao crédito disponibilizado por essa instituição, a um juro quase residual, mas tão só os bancos que, depois, o emprestam aos estados a taxas de juro perfeitamente agiotas! Uma clara medida para salvar uma banca falida, devido às aventuras especulativas em que se envolveu.


As dívidas soberanas passam a ser, por um lado, um excelente negócio, pois proporcionam taxas de juro faraónicas e, por outro, um factor poderosíssimo de chantagem sobre governos e governantes vende-pátria que ficam satisfeitos com as migalhas que a chefe do IV Reich lhes reserva a troco de submeterem os seus povos à miséria, à fome, ao desemprego e precariedade e os seus países ao esbulho dos seus activos e empresas estratégicas por parte do imperialismo germânico. Isto é, traidores que se vendem por trinta moedas a troco de submeter os povos e países europeus à condição de colónia ou protectorado da poderosa Alemanha!

Num contexto em que o euro se tornou o principal instrumento do imperialismo germânico e do capital financeiro para reduzir a condição de Portugal a colónia, destruindo a sua estrutura produtiva e roubando o trabalho, os salários e todos os direitos sociais e laborais ao povo e aos trabalhadores, sair do euro constitui um objectivo imediato fundamental da luta dos operários e demais trabalhadores, bem como de todas as forças democráticas e patrióticas.

Qualquer solução que passe pelo euro e pelo BCE é, pois, para não lhe chamar oportunismo e traição, um autêntico…conto de crianças!




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