À medida que se aproximam as eleições legislativas, cuja
realização se prevê para Outubro próximo, é ver os partidos da bloco central – PS, PSD e CDS – a ensaiar,
uma vez mais, como o têm feito nos últimos 40 anos em que se revezaram no poder,
o argumento de que não foram as políticas e os programas que adoptaram que
levaram Portugal e o povo português à situação actual, mas sim a inépcia e a incompetência daqueles que estiveram à frente dos sucessivos
executivos.
Mal comparado é como dizer a alguém que fuma que não é o
tabaco que o está a matar e a retirar qualidade de vida, mas o sabor dele. Isto
é, fazer crer que se um cigarro tivesse aroma de banana, ananás ou morango, já
não faria o mal que provoca.
Agora que se aproxima uma nova edição desta autêntica Feira
das Ilusões, a pedra de toque em relação às diferentes candidaturas que
se apresentarão será a atitude que adoptam em relação à dívida e à absoluta
necessidade da saída de Portugal do euro.
De um lado, com um discurso mais austeritário, mais liberal
ou mais de esquerda, estarão aqueles que persistem em vender a ilusão de que o
problema não está em pagar uma dívida ilegítima, ilegal e odiosa, mas sim na
decisão de como a pagar, a prestações e suavemente,
para não comprometer o crescimento.
Por outro, os democratas e patriotas que persistem na
denúncia de que é o euro que compromete a nossa soberania e independência
nacional, o crescimento e o emprego, visto tratar-se de uma moeda forte de mais
para uma economia frágil como a nossa, levando à liquidação do nosso tecido
produtivo, ao desemprego, ao empobrecimento e à venda ao desbarato das nossas
empresas estratégicas.
A dívida e a crise são resultantes do sistema capitalista.
Apesar de os capitalistas tentarem fazer o povo e quem trabalha pagar as chagas inerentes ao seu sistema, esta
será a outra pedra de toque entre quem defende uma saída para o povo e quem
trabalha e quem , com algumas nuances
é certo, persiste em que seja o povo a pagar essa dívida e essa crise.
Faz cada vez mais sentido para largos sectores do povo, dos
democratas e patriotas, da juventude, da intelectualidade, a justeza da
consigna NÃO PAGAMOS! e da exigência da saída de Portugal do euro. É tempo de
isolar todos os vendilhões de ilusões e fechar-lhes, de vez, a Feira!
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