Conselheiros Acácios há muitos e o
povo tem de
os expulsar a todos!
E a montanha pariu um rato! Foi o que de facto aconteceu no
termino de uma longa reunião do Conselho de Estado onde estiveram presentes
todos os “conselheiros” e ainda um “convidado especial”, o Gaspar Dixit que,
utilizando as novas tecnologias, mas a velha fórmula de fazer o povo pagar uma
dívida que não contraiu, nem dela beneficiou, se entreteve a “demonstrar” aos
basbaques presentes, em “power point”, a versão governamental da estratégia do
governo de traição do seu patrão Passos e do seu cúmplice Portas ao tema "Resposta
europeia à crise da Zona Euro e a situação portuguesa".
Gente sem escrúpulos estes “conselheiros”. Então eles não sabem,
nem sonham, parafraseando o poeta e a canção, que na mesa estavam sentados os
responsáveis – Mário Soares e Cavaco, o “rei do betão”- pela submissão do nosso país a uma estratégia
sagazmente montada pelo imperialismo germânico de destruição do tecido
produtivo – já à época frágil -, em nome de uma “solidariedade” europeia que
visava, de facto tornar os “elos mais fracos do sistema” europeu – aqueles
países que hoje se debatem com a chamada “crise da dívida” – absolutamente
dependentes dos superavits industriais da Alemanha, docilizados à custa da
chantagem da dívida e do euro – o marco travestido de euro, diga-se – e
transformados em reserva – à mão de semear – de mão de obra intensiva, pouco
qualificada e baratinha (uma espécie de “Malásia da Europa”)?
Estes “conselheiros” de pacotilha sabem perfeitamente que,
por acção ou omissão, são o responsáveis por se ter criado um clima de que o
povo português “viveu acima das suas possibilidades” e que, agora, nada mais
lhe resta do que alencar, albardar, com a “responsabilidade” de pagar a factura
de uma dívida que de forma insidiosa e mentirosa escamoteiam, todos os dias, a
sua verdadeira natureza – e por isso escondem habilmente qual o seu montante, a
quem realmente se deve e porque é que se deve – e, sobretudo, que ela é
IMPGÁVEL, porque, tratando-se de um negócio, os seus titulares, os grandes
grupos financeiros e bancários, sobretudo alemães, desejam que ela se perpetue
para que os seus cofres se encham dos lucros obtidos à custa da fome, da
miséria, da morte, do desemprego e da precariedade de milhões de trabalhadores
e de elementos do povo.
Bem que pode este Conselho de Miguéis de Vasconcelos
debruçar-se “ sobre as medidas já tomadas pelas instituições europeias visando
combater a crise da Zona Euro e a suas implicações para Portugal”, manifestando
“o desejo de que a criação da União Bancária Europeia, a disponibilidade do BCE
para intervir no mercado secundário da dívida soberana de países sujeitos a
estrita condicionalidade e as políticas europeias para o crescimento e o
emprego sejam concretizadas tão rapidamente quanto possível”, que os
trabalhadores e o povo, aqueles mesmo que se manifestaram a 15 de Setembro e os
milhares que ontem, à porta do Palácio de Belém, enquanto decorria mais um
Conselho da traição, se manifestavam, já ganharam consciência da necessidade da
criação de uma ampla frente popular que derrube este governo e todos os
“conselheiros” Acácios que o formam, expulse o FMI e restante tróica
germano-imperialista do nosso país e, quanto à dívida diga a essas instituições
com que os “conselheiros” tão bem se dão e servem: NÃO PAGAMOS!
A reunião do Conselho de Estado revelou, ainda, que apesar
de algumas divergências, todos os conselheiros – e é bom lembrar que entre
eles, para além de Passos e Portas, estava Seguro, o líder do PS, o tal que nos
brindou com a famosa tirada táctica de que faria uma “oposição violenta…mas
construtiva” – estão de acordo quanto ao essencial, o de que é crucial o
“diálogo político e social” e a “…procura de consensos de modo a encontrar
soluções que, tendo em conta a necessidade de cumprir os compromissos assumidos
perante as instâncias internacionais” se conjuguem num sentido único: o de que,
com maior ou menor “equidade” sejam os trabalhadores e o povo a pagar essa dívida
de que todos eles foram responsáveis, e que foi contraída de forma ilícita e
ilegal, tendo-se transformado em odiosa, pois, para a pagar, propõem-se
entregar os parcos rendimentos de quem trabalha – através do sistemático roubo
que efectuam aos salários e ao trabalho – e a vender, a preços de saldo, as
empresas e sectores estratégicos que podem assegurar um novo paradigma e uma
nova estratégia para a economia, virada para a satisfação das necessidades do
povo e controlada pelos trabalhadores.
Os trabalhadores e o povo já não possuem ilusões quanto aos
esforços que os “conselheiros” consideram “positivos” e que estão a ser
envidados por este governo de traição, no sentido de “preservar a credibilidade
externa do País e garantir avaliações positivas do esforço de ajustamento
visando a correcção dos desequilíbrios económicos e financeiros”. Bem pelo
contrário, sentindo na carne que o que tem representado este “esforço” de
proceder ao “saneamento das finanças públicas e a transformação estrutural da
economia” é o desmesurado aumento do desemprego, da fome e da miséria, a par do
agravamento incontrolável da dívida e do deficit, reconhecem rapidamente o
embuste que é os “conselheiros” virem afirmar no comunicado que bolsaram no
final da sua reunião que a intenção é a de que estas medidas “melhorem as
condições para a criação de emprego e preservem a coesão nacional”.
Desenganem-se os “conselheiros”, desengane-se Cavaco e os
traidores Passos e Portas, se julgam que a sua “disponibilidade para, no quadro
da concertação social…estudar alternativas à alteração da Taxa Social Única
(TSU) ”, irá aplacar a mobilização e a disponibilidade para a luta que os
trabalhadores e o povo português estão a demonstrar. Se julgam que “foram
ultrapassadas as dificuldades que poderiam afectar a solidez da coligação
partidária que apoia o governo”, é porque não vieram à janela do Palácio de
Belém medir o pulso à contestação e à revolta popular que se agiganta.
E que Arménio Carlos não se atreva em fazer depender do que
o governo vai decidir quanto à TSU, para levar a direcção da CGTP a convocar
uma Greve Geral Nacional, a sério. O mandato popular é cada vez mais claro. Uma
Greve Geral Nacional deve ser imediatamente convocada e ter inscrita no seu
programa de luta o derrube deste governo de traição, do presidente que acolhe
todas as medidas terroristas e fascistas que ele submete à sua aprovação e a
expulsão da tróica germano-imperialista que dita a Passos e a Portas que
medidas quer ver aplicadas. Esta é, portanto, uma jornada de luta que não
depende de uma medida isolada, terrorista e fascista, como seja o caso da Taxa
Social Única.
E da frente de todas as camadas populares, da qual emanou
esse mandato popular, sairá o governo democrático patriótico que, para além de
REPUDIAR a dívida, levará a cabo um programa de recuperação do tecido produtivo
destruído por sucessivos governos de traição do PS e do PSD, com o beneplácito
do CDS, procederá à imediata nacionalização da banca e de todos os sectores e
empresas estratégicas para a prossecução de uma economia ao serviço do povo e
controlada pelos trabalhadores e implementará um plano de investimentos
criteriosos que assegure o aproveitamento da posição geoestratégica única de
Portugal no contexto do continente europeu.
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