sábado, 22 de setembro de 2012

O que a reunião do Conselho de Estado revelou é que :



Conselheiros Acácios há muitos e o povo tem de
os expulsar a todos!


E a montanha pariu um rato! Foi o que de facto aconteceu no termino de uma longa reunião do Conselho de Estado onde estiveram presentes todos os “conselheiros” e ainda um “convidado especial”, o Gaspar Dixit que, utilizando as novas tecnologias, mas a velha fórmula de fazer o povo pagar uma dívida que não contraiu, nem dela beneficiou, se entreteve a “demonstrar” aos basbaques presentes, em “power point”, a versão governamental da estratégia do governo de traição do seu patrão Passos e do seu cúmplice Portas ao tema "Resposta europeia à crise da Zona Euro e a situação portuguesa".

Gente sem escrúpulos estes “conselheiros”. Então eles não sabem, nem sonham, parafraseando o poeta e a canção, que na mesa estavam sentados os responsáveis – Mário Soares e Cavaco, o “rei do betão”-  pela submissão do nosso país a uma estratégia sagazmente montada pelo imperialismo germânico de destruição do tecido produtivo – já à época frágil -, em nome de uma “solidariedade” europeia que visava, de facto tornar os “elos mais fracos do sistema” europeu – aqueles países que hoje se debatem com a chamada “crise da dívida” – absolutamente dependentes dos superavits industriais da Alemanha, docilizados à custa da chantagem da dívida e do euro – o marco travestido de euro, diga-se – e transformados em reserva – à mão de semear – de mão de obra intensiva, pouco qualificada e baratinha (uma espécie de “Malásia da Europa”)?

Estes “conselheiros” de pacotilha sabem perfeitamente que, por acção ou omissão, são o responsáveis por se ter criado um clima de que o povo português “viveu acima das suas possibilidades” e que, agora, nada mais lhe resta do que alencar, albardar, com a “responsabilidade” de pagar a factura de uma dívida que de forma insidiosa e mentirosa escamoteiam, todos os dias, a sua verdadeira natureza – e por isso escondem habilmente qual o seu montante, a quem realmente se deve e porque é que se deve – e, sobretudo, que ela é IMPGÁVEL, porque, tratando-se de um negócio, os seus titulares, os grandes grupos financeiros e bancários, sobretudo alemães, desejam que ela se perpetue para que os seus cofres se encham dos lucros obtidos à custa da fome, da miséria, da morte, do desemprego e da precariedade de milhões de trabalhadores e de elementos do povo.

Bem que pode este Conselho de Miguéis de Vasconcelos debruçar-se “ sobre as medidas já tomadas pelas instituições europeias visando combater a crise da Zona Euro e a suas implicações para Portugal”, manifestando “o desejo de que a criação da União Bancária Europeia, a disponibilidade do BCE para intervir no mercado secundário da dívida soberana de países sujeitos a estrita condicionalidade e as políticas europeias para o crescimento e o emprego sejam concretizadas tão rapidamente quanto possível”, que os trabalhadores e o povo, aqueles mesmo que se manifestaram a 15 de Setembro e os milhares que ontem, à porta do Palácio de Belém, enquanto decorria mais um Conselho da traição, se manifestavam, já ganharam consciência da necessidade da criação de uma ampla frente popular que derrube este governo e todos os “conselheiros” Acácios que o formam, expulse o FMI e restante tróica germano-imperialista do nosso país e, quanto à dívida diga a essas instituições com que os “conselheiros” tão bem se dão e servem: NÃO PAGAMOS!

A reunião do Conselho de Estado revelou, ainda, que apesar de algumas divergências, todos os conselheiros – e é bom lembrar que entre eles, para além de Passos e Portas, estava Seguro, o líder do PS, o tal que nos brindou com a famosa tirada táctica de que faria uma “oposição violenta…mas construtiva” – estão de acordo quanto ao essencial, o de que é crucial o “diálogo político e social” e a “…procura de consensos de modo a encontrar soluções que, tendo em conta a necessidade de cumprir os compromissos assumidos perante as instâncias internacionais” se conjuguem num sentido único: o de que, com maior ou menor “equidade” sejam os trabalhadores e o povo a pagar essa dívida de que todos eles foram responsáveis, e que foi contraída de forma ilícita e ilegal, tendo-se transformado em odiosa, pois, para a pagar, propõem-se entregar os parcos rendimentos de quem trabalha – através do sistemático roubo que efectuam aos salários e ao trabalho – e a vender, a preços de saldo, as empresas e sectores estratégicos que podem assegurar um novo paradigma e uma nova estratégia para a economia, virada para a satisfação das necessidades do povo e controlada pelos trabalhadores.

Os trabalhadores e o povo já não possuem ilusões quanto aos esforços que os “conselheiros” consideram “positivos” e que estão a ser envidados por este governo de traição, no sentido de “preservar a credibilidade externa do País e garantir avaliações positivas do esforço de ajustamento visando a correcção dos desequilíbrios económicos e financeiros”. Bem pelo contrário, sentindo na carne que o que tem representado este “esforço” de proceder ao “saneamento das finanças públicas e a transformação estrutural da economia” é o desmesurado aumento do desemprego, da fome e da miséria, a par do agravamento incontrolável da dívida e do deficit, reconhecem rapidamente o embuste que é os “conselheiros” virem afirmar no comunicado que bolsaram no final da sua reunião que a intenção é a de que estas medidas “melhorem as condições para a criação de emprego e preservem a coesão nacional”.

Desenganem-se os “conselheiros”, desengane-se Cavaco e os traidores Passos e Portas, se julgam que a sua “disponibilidade para, no quadro da concertação social…estudar alternativas à alteração da Taxa Social Única (TSU) ”, irá aplacar a mobilização e a disponibilidade para a luta que os trabalhadores e o povo português estão a demonstrar. Se julgam que “foram ultrapassadas as dificuldades que poderiam afectar a solidez da coligação partidária que apoia o governo”, é porque não vieram à janela do Palácio de Belém medir o pulso à contestação e à revolta popular que se agiganta.

E que Arménio Carlos não se atreva em fazer depender do que o governo vai decidir quanto à TSU, para levar a direcção da CGTP a convocar uma Greve Geral Nacional, a sério. O mandato popular é cada vez mais claro. Uma Greve Geral Nacional deve ser imediatamente convocada e ter inscrita no seu programa de luta o derrube deste governo de traição, do presidente que acolhe todas as medidas terroristas e fascistas que ele submete à sua aprovação e a expulsão da tróica germano-imperialista que dita a Passos e a Portas que medidas quer ver aplicadas. Esta é, portanto, uma jornada de luta que não depende de uma medida isolada, terrorista e fascista, como seja o caso da Taxa Social Única.

E da frente de todas as camadas populares, da qual emanou esse mandato popular, sairá o governo democrático patriótico que, para além de REPUDIAR a dívida, levará a cabo um programa de recuperação do tecido produtivo destruído por sucessivos governos de traição do PS e do PSD, com o beneplácito do CDS, procederá à imediata nacionalização da banca e de todos os sectores e empresas estratégicas para a prossecução de uma economia ao serviço do povo e controlada pelos trabalhadores e implementará um plano de investimentos criteriosos que assegure o aproveitamento da posição geoestratégica única de Portugal no contexto do continente europeu.

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