quinta-feira, 20 de setembro de 2012

O mandato popular de 15 de Setembro exige:


O derrube do governo e não “mudanças de política”!

 

Para os que tinham dúvidas de que o que neste momento se passa é o agudizar da luta de classes, da luta entre os trabalhadores e o povo português contra o sistema capitalista e o governo de traição Passos/Portas que defende os interesses dos grandes grupos financeiros e bancários, os interesses da tróica germano-imperialista, está aí a grandiosa manifestação do passado dia 15 de Setembro para o demonstrar.

Esta é uma luta prolongada, que tem registado avanços e recuos, uma luta em que a relação de forças nem sempre tem sido favorável à classe operária, aos trabalhadores e às diferentes camadas populares, muito por virtude da política de conciliação e de capitulação das direcções de muitos dos sindicatos, centrais sindicais e, sobretudo, dos chamados partidos da “esquerda parlamentar”.

Mas, mesmo tendo de manter um combate em duas frentes:

 ·         A frente de luta contra o capitalismo que impõe, através do governo PSD/CDS, medidas terroristas e fascistas que promovem o roubo dos salários e do trabalho e lançam para a fome e o limiar da fome, a miséria, o desemprego e a precariedade, mais de 3 milhões de trabalhadores e elementos do povo;

·         E a frente de luta contra o oportunismo que, no seio do movimento operário e popular, lança constantes apelos à conciliação e à capitulação, como as que se traduzem pelas propostas de “saídas” como “renegociação” ou “reestruturação” da dívida e para que Cavaco lidere a “exigência” ao governo de “mudanças de políticas”,


O que é certo é que o dia 15 de Setembro reflecte, ainda assim, uma significativa viragem na relação de forças a favor do mundo do trabalho e uma vitória retumbante para todas as camadas populares.

E, como não poderia deixar de ser, se a relação de forças é mais poderosa para quem trabalha e para o povo, torna-se cada vez mais fragilizada para quem explora. O primeiro efeito do rombo na nau da exploração capitalista traduz-se nas contradições que começam a implodir no seio da coligação da traição aos interesses nacionais, com Portas, a ratazana-mor, a querer retirar dividendos da crise que ele julga, mal, ter sido despoletada pelo “dossier” TSU desolidarizando-se com o até agora “parceiro para a vida e para a morte” Passos Coelho!

Agora que a nau ameaça afundar-se é ver as ratazanas a correr pelas suas amuradas procurando salvar o coiro do naufrágio eminente. Mas, esse naufrágio só se concretizará se uma frente de todas as camadas populares, de forma firme e decidida, não se deixar iludir, tanto mais que agora a relação de forças lhe é favorável, pelas ilusões espalhadas por aqueles que insistem em “exigir” a Cavaco que obrigue o governo que ele cauciona a “mudar de políticas”!

Ora, não cabe aos trabalhadores e ao povo salvar as ratazanas do afogamento eminente nem a nau do capitalismo do naufrágio. Não! Existe um programa mínimo, com um mandato popular claramente dado no passado dia 15 de Setembro por mais de 1 milhão de trabalhadores e elementos do povo, que consideraram ser urgente e necessário, para a defesa dos seus interesses, levar à prática o seguinte:

·         Derrube do governo dos traidores Passos e Portas
·         Expulsão do FMI e restante tróica de Portugal
·         Repúdio de uma dívida que não foi contraída pelo povo, nem foi contraída para seu benefício
·         Nacionalização da banca e de todas as empresas e sectores com importância estratégica para o desenvolvimento de uma economia ao serviço do povo e de quem trabalha e controlada pelos trabalhadores e suas organizações de classe
·         Desenvolvimento económico gerador de emprego, baseado num criterioso plano de investimentos e que aproveite a posição geoestratégica única do nosso país, como porta de entrada e saída do essencial das mercadorias na Europa.

E não há tempo a perder! As manifestações de sábado passado foram sem dúvida um acontecimento marcante pelo que representam de ampla mobilização popular contra a tróica e contra o governo. No entanto, o verdadeiro teste ao estado de mobilização e de consciência política das massas trabalhadoras e dos seus dirigentes ainda está por vir e diz respeito ao movimento organizado, de classe, dos operários, dos trabalhadores e do povo, à sua capacidade de apontar com clareza o alvo fundamental da sua luta, de se fazer ouvir de uma forma autónoma e revolucionária e ainda de mobilizar os sectores democráticos e pequeno-burgueses que é preciso trazer para a luta pelo derrubamento do governo PSD/CDS e pela constituição de um governo democrático patriótico.

Esse teste terá um marco decisivo na próxima greve geral nacional. Torna-se fundamental exigir e forçar a sua convocatória imediata, apontando como objectivos políticos para a sua realização, não só o derrube deste governo de serventuários da tróica germano-imperialista, mas todos os restantes pontos do programa mínimo que acima se assinalam.

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