sábado, 8 de setembro de 2012

Mãos ao ar…isto é um assalto!




O ROUBO DO SÉCULO!


Mãos ao ar! Isto é um assalto! Foi o que Passos veio ontem anunciar aos trabalhadores e ao povo português.

E um assalto com violência! Pois, já se sabe, que se os trabalhadores se opuserem, justamente, a este assalto, as armas de fogo, a repressão incontida por parte das polícias, do exército e das forças de repressão que estão ao serviço desta quadrilha de ladrões, farão cair sobre os despojados todo o poder de fogo que possuem.

O guião do assalto, escrito pelos juízes do Tribunal Constitucional, ao contrário do que algumas vozes afirmam, além de não ter sido adulterado, foi seguido à risca pelos assaltantes.

Assalte-se todos os trabalhadores, não se deixe nenhum de fora! Foi a consigna deste assalto anunciado. Os trabalhadores da função pública, que até agora viram roubados os subsídios de férias e vão ver o de natal de 2012 surripiado, passarão a ter os dois subsídios roubados na mesma em 2013, mas com uma “engenharia financeira” que só enganará os muito tolos: um dos subsídios é roubado directamente, o outro em “prestações suaves” (isto é, via aumento de 7% x 14 = 98% do imposto que os trabalhadores têm de pagar para a segurança social) ao longo do ano, acrescido do facto, muito relevante, de o subsídio supostamente “conservado” ser pago em 12 prestações ao longo do ano, o que, em economia capitalista, permite acumular mais uns tantos euros ao roubo, a título de juros de capital.

Os restantes trabalhadores serão confrontados com o confisco de um subsídio, mas o roubo será “suavizado” em 14 prestações, isto é, o tal agravamento de 7% mensal sobre os impostos – brutais – que paga para a segurança social. Só para se ter uma ideia de comparação, enquanto os trabalhadores portugueses passarão a ser confrontados com uma taxa para a Segurança Social de 18%, os espanhóis pagam 4,7% (para uma coisas temos de alinhar pela média europeia, para outras é melhor fechar os olhos).

Numa versão invertida da história do Robin dos Bosques, os assaltantes reservam parte do saque para a burguesia mais facilmente e depressa implementar o processo de acumulação capitalista. Ou seja, além de não serem chamados a pagar uma dívida que, a existir, deriva do paradigma de economia e de política que persiste em salvar o sistema financeiro das aventuras especulativas em que se envolveu, a burguesia é premiada com um acréscimo de cerca de 5% aos seus lucros, em nome de uma redução dos “custos de contexto”, leia-se dos salários, em nome de uma maior competitividade.

Mas, o que o assalto ontem anunciado vem demonstrar é que, razão têm aqueles que defendem que esta dívida não foi contraída pelo povo, que dela nada beneficiou, e que as medidas terroristas e fascistas que têm sido aplicadas por este governo ao serviço dos interesses da tróica germano-imperialista, não resolverão coisíssima nenhuma, antes pelo contrário, promoverão mais fome, mais miséria, mais desemprego e precariedade, maior dependência, ao mesmo tempo que facilitarão a acumulação capitalista e a transformação do nosso país numa reserva de mão-de-obra intensiva, não qualificada e baratinha para servir os interesses das grandes potências industriais, mormente a Alemanha, e reforçar a condição de colónia ou protectorado a que o nosso país, hoje, já está sujeito.

Repudiar a dívida, expulsar a tróica germano-imperialista e sair do euro é a única saída que resta aos trabalhadores e ao povo português. Para que tal ocorra é necessário ousar lutar, mobilizar, organizar e dirigir uma ampla frente de camadas populares, de esquerda, que derrube este governo de traição, estes salteadores de pacotilha, e instaure um governo democrático patriótico que, para além daquelas medidas, nacionalize a banca e todos os sectores e activos estratégicos para o desenvolvimento de uma economia independente, ao serviço dos trabalhadores e controlada por estes.

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