sábado, 1 de setembro de 2012

Universidades de Verão do PS e do PSD

A escola que prepara carreiristas e seguidistas da política do “bloco central”

Há vários anos que PS e PSD lançam uma iniciativa a que, pomposamente, dão o nome de “universidade de verão”. E, se é certo que os “socialistas” interromperam tal prática durante algum tempo, este ano voltaram, com o PSD, a retomar a “tradição”. O que visa esta iniciativa?

Desenvolve-se na sociedade portuguesa, de há mais de três décadas a esta parte, um “caldo” a que se chama BLOCO CENTRAL, que se tornou uma verdadeira escola de formação de criminosos. Ora, os quadros que alimentam esta escola pelos vistos estão a tornar-se escassos e é necessário todo o tipo de iniciativas para repor o “stock” de carreiristas e seguidistas que assegurem que a escola não fecha.
É porque, senão, PS e PSD, correm o risco de não terem ninguém, ou serem insuficientes aqueles que controlam, que esteja disposto a alimentar o processo que está na base da famigerada política do “bloco central”. Para assegurar a continuação da liquidação do nosso tecido produtivo e a fazer passar a ideia de que, em troca vamos todos para o paraíso da abundância do “leite e do mel”, são precisos muitos demagogos, vende pátrias encartados e vendilhões do templo. E, para isso, há que não descuidar na sua formação e reprodução.
Torna-se necessário, quer para o PS, quer para o PSD, através das suas “universidades de verão”, que recomece a fluir todo um exército de “especialistas”, “políticos de carreira”, “consultores” jurídicos e financeiros, a arrogar-se detentores da VERDADE sobre quais as políticas a implementar para levar o povo a pagar uma dívida que não contraiu, nem dela retirou qualquer benefício.
É necessário engrossar as fileiras dos quadros políticos de “carreira”, nacional-seguidistas e nacional-situacionistas, um exército de “consultores” jurídicos e financeiros que continuem a “brindar” o povo português e quem trabalha com as artimanhas jurídico-políticas em que assentam as PPP’s, onde, quando existem lucros, eles são distribuídos pelos capitalistas, mas quando existem prejuízos – o que, “surpreendentemente” é o que tem sempre acontecido – eles são para serem pagos à custa dos impostos que são sacados, de forma terrorista e fascista, aos trabalhadores e ao povo português.
Há que continuar a alimentar uma teia de promiscuidades formando e formatando mais alguns advogados e outros jurídicos para, no futuro, saberem como repartir as suas funções de possíveis deputados com as de consultadoria aos grupos parlamentares dos partidos onde militam, estando os grandes gabinetes de advocacia já de olho naqueles candidatos que maiores e melhores garantias darão de que o edifício jurídico vai continuar a ser montado à medida dos interesses do saqueio dos fundos, das PPP’s, das privatizações, etc., que PS e PSD, há mais de três décadas, vêm praticando.

Há pois, através destas “universidades de verão”, que assegurar a formação dos futuros quadros políticos que darão continuidade à mistificação de que o estado, na versão “bloco central”, é “pessoa de bem” e não foi minado por toda a sorte de bandidos sem escrúpulos, e o dinheiro que teria para supostamente pagar a “dívida” esvaiu-se em contas na Suíça ou em “offshores” espalhadas por esse mundo fora.
Renovação de quadros que, depois de os seus mentores se terem entretido a destruir o tecido produtivo do nosso país, assegurem que a “garantia” ou “moeda de troca” para pagar a “dívida” que os abutres do FMI, do directório europeu, a mando do imperialismo germânico, agora reclamam será o de “embaratecer” os “custos salariais”, empobrecer o povo, destruir todo o tipo de “políticas sociais” – desde o acesso à saúde até ao acesso à educação, passando pelas mais variadas prestações sociais – para tornar Portugal a “Malásia” da Europa, com mão-de-obra intensiva, não especializada e baratinha, além de dar continuidade à venda, a preços de saldo, de todos os activos e empresas estratégicas para qualquer economia que se deseje independente e ao serviço dos trabalhadores e do povo.
Imbuídos do espírito da “grande esquerda” que os move – e imitando os seus mentores do partido de Seguro -, sempre atentos às necessidades da classe e do sistema que servem, também a ala “esquerdista” do PS – esse movimento/bloco que dá pelo nome de Bloco de Esquerda – organizou a sua “universidade de verão”, mais para demonstrar que, quando a burguesia e o seu sistema capitalista precisarem de uma “alternativa folclórica” para “suavizar” a exploração a que sujeitam os trabalhadores e o povo e dar uma chancela de “rosto humano” ao capitalismo, podem sempre contar com eles, pois será um tonitruante “presente!” que ouvirão da sua parte.
Um aparte “humorístico” emerge destas “universidades de verão”. Na extensa bibliografia que os mentores e “sábios” do PS sugeriram aos ”jovens turcos” do seu partido, e que se dispuseram a participar nesta iniciativa, ressalta a obra de Marx e Engels “Manifesto do Partido Comunista”. Ainda bem! Assim, os “formandos” e candidatos a carreiristas e seguidistas terão um vislumbre de como a classe operária, os trabalhadores, as diferentes camadas populares se organizarão e, de forma decidia e firme derrubarão o sistema capitalista que começam agora, de forma empenhada, a defender.

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