segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Derrota em toda a linha ou “vitória” de Pirro?!

Se é certo que ainda só estão apurados pouco mais de 99% dos votos expressos, faltando apurar os resultados da emigração, não menos certo é que o grande derrotado da noite foi a coligação PÀF (PSD/CDS-PP), liderada pelos traidores nacionais Passos e Portas e pelo patrono de ambos, Cavaco Silva.
Apesar do branqueamento que foi feito esta noite por António Costa, na sua declaração de derrota, na sede da candidatura do PS, sitiada no Hotel Altis, em Lisboa, a coligação PÀF, em relação aos resultados de 2011, perdeu 25 deputados e mais de 700 mil eleitores!

E isto sem ter em conta que, apesar de ter expulsado cerca de 500 mil portugueses do seu país, forçando-os à emigração e roubando, assim, esses votos que, potencialmente, se manifestariam contra as políticas que criaram as condições para tal, a PÀF não conseguiu vencer estas eleições legislativas, como agora quer fazer crer.

A coligação PÀF está inebriada com os resultados e pretende com essa atitude de vã vaidade escamotear que perdeu em todas as frentes que quisermos considerar. Esperem até ver como se "sub-dividem" os deputados eleitos quando, no parlamento agora eleito, surgirem os "grupos parlamentares" de PSD e CDS separados, como sempre, no hemiciclo.

Uma simples operação aritmética, tendo em conta o somatório dos resultados que aqueles partidos - PSD e CDS - tiveram em 2011 e a percentagem de cada um em relação a essa soma, traduzir-se-ia (quando ainda faltam apurar os votos da "emigração") numa projecção para 2015 em 86 deputados para o PSD e 18 para o CDS!
Aí sim, é que se terá a verdadeira dimensão do rombo eleitoral que sofreram e se verá a lata que o palerma de Boliqueime terá em solicitar à coligação "vencedora" que forme governo!

Só terá, pois, “legitimidade” para governar se o PS de António Costa – que já afirmou não se demitir – lhe der cobertura, em nome de uma imbecil e oportunista definição de “responsabilidade” em viabilizar uma “solução governativa”, mesmo quando, como é o caso, o povo e quem trabalha a tenha rejeitado maioritariamente.

Podem ter conseguido impor que eram tabu temas como a dívida – ou o que têm a propor quanto a quem e como a paga. Podem ter silenciado outro tema, a saída do euro, uma moeda que funciona como garrote para a nossa economia e independência, assim como a emergência da saída de Portugal de uma “União” Europeia que tem imposto a venda a desbarato de todos os activos estratégicos que o país possui – e se prepara, ao abrigo da filosofia de um “mar europeu” ou mar azul, para açambarcar todos os recursos e dominar a nossa Zona Territorial Exclusiva.

Podem ainda silenciar os que exigem discutir temáticas como o Tratado Orçamental , que nos retira a soberania para realizar e apresentar  leis gerais do orçamento que não sejam previamente escritos e aprovados por Bruxelas, isto é, por Berlim e pela chancelerina Merkel.

Podem ter imposto como tabu que não se tenha discutido, durante a campanha eleitoral, temas como a perda de soberania cambial, monetária e financeira, que a pertença ao euro e à UE implicaram.

Mas, de uma coisa podem estar certos. Apesar de dura e prolongada, a luta vai continuar. E com tanto mais força quando as políticas de austeridade que levaram a um dramático empobrecimento do povo e a uma mais pronunciada perda da soberania nacional, ficaram, como fica demonstrado pelos resultados eleitorais expressos, cada vez mais isoladas.

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