quinta-feira, 4 de abril de 2013

Crónicas de uma dívida impagável:


Quando subtrair é aumentar!



Quando o país parece estar suspenso de uma decisão do Palácio Raton, onde uns juízes néscios e diletantes demoram a determinar a inconstitucionalidade de normas que o governo de traição nacional PSD/CDS insistiu em incorporar na Lei Geral do Orçamento de Estado;

Quando o trabalhador e o elemento do povo comum assiste ao atropelo constitucional por parte de um órgão que era suposto ser o guardião da constituição e que, apesar de em 2012 ter considerado inconstitucionais as mesmíssimas normas que é chamado este ano a fiscalizar, em nome da teoria do facto consumado deixou que as mesmas produzissem os seus nefastos efeitos;

Quando, na expectativa cada vez mais provável da queda do governo dos traidores Coelho/Portas, se prepara afincadamente uma solução típica do bloco central, a mesma que tem governado, alternadamente, nas últimas décadas com os resultados desastrosos e catastróficos que o povo tão bem conhece e tem sofrido na carne, fazendo crer que só um governo de salvação nacional composto pelo mais do que certo derrotado PSD e pelo provável minoritário vencedor PS, vale a pena trazer a lume alguns números:

1.       Com 13% do seu PIB originado na Indústria, 2% no Sector Primário e os restantes 85% nos Serviços, Portugal assim não vai seguramente longe, sobretudo se continuar no euro; bem pelo contrário, manter-se-á a sua crescente dependência do exterior (importamos mais de 80% daquilo que necessitamos para comer e para gerar economia) e o agravamento do endividamento;

2.       A dívida pública aumentou 1.000 Milhões de euros em 13 dias, no mês de Março !

3.       Em Março o rácio de endividamento bruto subiu de 123% do PIB (203,4 mil milhões de euros) para 123,6% do PIB (204,5 mil milhões de euros), ou seja, cerca de 1.100 M € !

4.       O défice em 2012 foi afinal de 6,4%, não obstante a brutalidade das medidas de austeridade e toda a sorte de artimanhas contabilísticas para o procurar disfarçar.

5.       Desde o início do Programa da Tróica  as medidas de austeridade, que foram no valor total de 23,8 mil milhões de euros sacados dos bolsos dos portugueses, só reduziram o défice em 6 mil milhões de euros (1/4). Quem se encheu então com os restantes 3/4 daquele astronómico valor ??!!

6.       Em 2011 e 2012 64% do corte total da Economia resultou do corte da massa salarial dos funcionários Públicos.

Nesse período de tempo (2011 e 2012) verificaram-se os seguintes cortes:

·         Corte de salários na Função Pública – 16,1%
·         Corte de salários no Sector Privado – 4,8%
·         Redução do investimento público – 3,4 mil milhões de euros
·         Redução do investimento privado – 3,1 mil milhões de euros

E, para rematar, os técnicos independentes da UTAO (uma unidade que assessora os deputados), numa nota enviada à Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública indicam que , de acordo com as suas contas, “…o aumento de um ponto percentual equivalerá a cerca de 1.500 milhões de euros de défice acima do previsto no OE 2013 (passando de 7.184 para cerca de 8.700 milhões de euros)"!

Ou seja, apesar de PS, PSD e CDS terem garantido a pés juntos que, tendo os trabalhadores e o povo português estado a viver acima das suas possibilidades, a crise do deficit e da dívida deveriam ser supostamente resolvidos com a assinatura do Memorando da traição que todos eles assinaram com a tróica germano-imperialista, conforme se pode inferir do que acima é meridianamente denunciado, esta, afinal, sofreu um dramático agravamento!

Caso para se concluir que, se os partidos da burguesia persistem em subtrair os salários e o trabalho, em subtrair as prestações sociais, para aumentar os lucros dos grandes grupos financeiros e bancários que a tróica germano-imperialista representa, os trabalhadores e o povo português devem aumentar a pressão da sua luta contra todos aqueles que compactuaram com o memorando da traição que aferrolha a nossa independência nacional e compromete a possibilidade de uma vida condigna para quem nada mais possui do que a sua força de trabalho, única saída matemática que permitirá subtrair ao PS, ao PSD e ao CDS a possibilidade de voltarem a ser poder.

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