Quando subtrair é aumentar!
Quando o país parece estar suspenso de uma decisão do
Palácio Raton, onde uns juízes néscios e diletantes demoram a determinar a
inconstitucionalidade de normas que o governo de traição nacional PSD/CDS
insistiu em incorporar na Lei Geral do Orçamento de Estado;
Quando o trabalhador e o elemento do povo comum assiste ao
atropelo constitucional por parte de um órgão que era suposto ser o guardião da
constituição e que, apesar de em 2012 ter considerado inconstitucionais as
mesmíssimas normas que é chamado este ano a fiscalizar, em nome da teoria do facto consumado deixou que as mesmas
produzissem os seus nefastos efeitos;
Quando, na expectativa cada vez mais provável da queda do
governo dos traidores Coelho/Portas, se prepara afincadamente uma solução típica do bloco central, a mesma que tem governado, alternadamente, nas
últimas décadas com os resultados desastrosos e catastróficos que o povo tão
bem conhece e tem sofrido na carne, fazendo crer que só um governo de salvação nacional composto pelo mais do que certo
derrotado PSD e pelo provável minoritário vencedor
PS, vale a pena trazer a lume alguns números:
1.
Com 13% do seu PIB originado na Indústria, 2% no
Sector Primário e os restantes 85% nos Serviços, Portugal assim não vai
seguramente longe, sobretudo se continuar no euro; bem pelo contrário,
manter-se-á a sua crescente dependência do exterior (importamos mais de 80%
daquilo que necessitamos para comer e para gerar economia) e o agravamento do
endividamento;
2.
A dívida pública aumentou 1.000 Milhões de euros
em 13 dias, no mês de Março !
3.
Em Março o rácio de endividamento bruto subiu de
123% do PIB (203,4 mil milhões de euros) para 123,6% do PIB (204,5 mil milhões
de euros), ou seja, cerca de 1.100 M € !
4.
O défice em 2012 foi afinal de 6,4%, não
obstante a brutalidade das medidas de austeridade e toda a sorte de artimanhas
contabilísticas para o procurar disfarçar.
5.
Desde o início do Programa da Tróica as medidas
de austeridade, que foram no valor total de 23,8 mil milhões de euros sacados
dos bolsos dos portugueses, só reduziram o défice em 6 mil milhões de euros
(1/4). Quem se encheu então com os restantes 3/4 daquele astronómico valor ??!!
6.
Em 2011 e 2012 64% do corte total da
Economia resultou do corte da massa salarial dos funcionários Públicos.
Nesse período de tempo (2011 e 2012) verificaram-se os
seguintes cortes:
·
Corte de salários na Função Pública – 16,1%
·
Corte de salários no Sector Privado – 4,8%
·
Redução do investimento público – 3,4 mil milhões
de euros
·
Redução do investimento privado – 3,1 mil
milhões de euros
E, para rematar,
os técnicos independentes da UTAO (uma unidade que assessora os deputados), numa
nota enviada à Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública indicam
que , de acordo com as suas contas, “…o aumento de um ponto percentual
equivalerá a cerca de 1.500 milhões de euros de défice acima do previsto no OE
2013 (passando de 7.184 para cerca de 8.700 milhões de euros)"!
Ou seja, apesar de PS, PSD e CDS terem garantido a pés
juntos que, tendo os trabalhadores e o povo português estado a viver acima das suas possibilidades, a
crise do deficit e da dívida deveriam
ser supostamente resolvidos com a assinatura do Memorando da traição que todos
eles assinaram com a tróica germano-imperialista, conforme se pode inferir do
que acima é meridianamente denunciado, esta, afinal, sofreu um dramático
agravamento!
Caso para se concluir que, se os partidos da burguesia
persistem em subtrair os salários e o trabalho, em subtrair as prestações
sociais, para aumentar os lucros dos grandes grupos financeiros e bancários
que a tróica germano-imperialista representa, os trabalhadores e o povo
português devem aumentar a pressão da sua luta contra todos aqueles que
compactuaram com o memorando da traição que aferrolha a nossa independência
nacional e compromete a possibilidade de uma vida condigna para quem nada mais
possui do que a sua força de trabalho, única saída matemática que permitirá subtrair ao PS, ao PSD e ao CDS a
possibilidade de voltarem a ser poder.
Não Pagamos!
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