Fora com o governo que nos mata à
fome!
“Cristas só sabes depenar-nos” foi um dos milhentos gritos
ouvidos hoje nas ruas de Lisboa, saídos das gargantas secas mas revoltadas de
milhares de pequenos e médios agricultores que vieram à capital manifestar-se
contras as medidas anti-povo, anti-agricultura, manifestação promovida pela
Confederação Nacional da Agricultura (CNA).
Ao nosso jornal chegavam testemunhos pungentes de
agricultores que se sentem asfixiados, cada vez com menos apoios, “sabem que
eles (governo) querem-nos obrigar a passar factura se quisermos vender um ramo
de salsa, um quilo de batatas ou alguns ovos?” , interroga-nos um velho
agricultor de Soutosa, da região do Douro vitícola, tendo já a resposta
engatilhada, “eles são uns gatunos, isso sim”. Este agricultor referia-se às
imposições do governo em relação à obrigatoriedade de os pequenos e médios agricultores
se colectarem nas Finanças para serem tributados, ou seja, ainda mais roubados.
"Este programa de desastre nacional do Governo e das
tróicas, que está a ser aplicado a ferro e fogo ao nosso país e também à
grande maioria dos agricultores portugueses, está a agravar tudo até ao
insuportável", sustentou João Dinis, dirigente da CNA, considerando
que "o Governo corta em tudo o que é apoio público e em tudo o que
os agricultores mais precisam para trabalhar e viver".
Outra das queixas denunciada por este dirigente dos
agricultores refere-se ao "corte de 150 milhões de euros, em 2012 e
2013" no Programa de Desenvolvimento Rural (Proder), consequência da
redução da comparticipação nacional naquele programa. Mais adiante, no seu
discurso, afirma que "com estes atrasos estão a levar à falência as
organizações de produtores pecuários, correndo o risco de, em caso de
doença, dar cabo da produção e do comércio nacional de carnes", e
assim "a sanidade animal e a própria saúde pública estão em risco
porque os serviços de controlo da sanidade animal não estão
garantidos".
“Queremos uma nova PAC” afirmava , alto e bom som, um jovem
agricultor do distrito de Braga, mostrando assim a sua revolta contra a
política imposta pela UE que fez com que milhares de agricultores fossem á
falência durante estes mais de 20 anos, política essa que favoreceu os grandes
agricultores do centro e norte da Europa. As políticas impostas pela então CEE
e depois pela União Europeia, seguidas pelos diversos governos que passaram
pelo poder, fizeram com que o nosso país importe mais de 80% daquilo que
precisamos para nos alimentar, o que gera um ciclo imparável, e impagável, de
endividamento e destruição da agricultura.
“Isto não pode continuar! Queremos outro governo!”, palavra
de ordem muita ouvida nesta manifestação, demonstrativa de que os pequenos e médios agricultores
e suas associações e organizações estão bem cientes de que este governo de
traição nacional tem de ser derrubado sem perda de tempo, para que “a vespa
Velutina não nos continue a roubar”,
diz-nos um pequeno agricultor,
vestido a rigor como apicultor, referindo-se à ministra Cristas.
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