quinta-feira, 18 de abril de 2013

Pequenos e médios agricultores manifestam-se em Lisboa


Fora com o governo que nos mata à fome!


2013-04-17-manifestacao agricultores 01
“Cristas só sabes depenar-nos” foi um dos milhentos gritos ouvidos hoje nas ruas de Lisboa, saídos das gargantas secas mas revoltadas de milhares de pequenos e médios agricultores que vieram à capital manifestar-se contras as medidas anti-povo, anti-agricultura, manifestação promovida pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA).

Ao nosso jornal chegavam testemunhos pungentes de agricultores que se sentem asfixiados, cada vez com menos apoios, “sabem que eles (governo) querem-nos obrigar a passar factura se quisermos vender um ramo de salsa, um quilo de batatas ou alguns ovos?” , interroga-nos um velho agricultor de Soutosa, da região do Douro vitícola, tendo já a resposta engatilhada, “eles são uns gatunos, isso sim”. Este agricultor referia-se às imposições do governo em relação à obrigatoriedade de os pequenos e médios agricultores se colectarem nas Finanças para serem tributados, ou seja, ainda mais roubados.

"Este programa de desastre nacional do Governo e das tróicas, que  está a ser aplicado a ferro e fogo ao nosso país e também à grande maioria  dos agricultores portugueses, está a agravar tudo até ao insuportável",  sustentou João Dinis, dirigente da CNA, considerando que "o Governo corta em tudo o que é apoio público  e em tudo o que os agricultores mais precisam para trabalhar e viver". 

Outra das queixas denunciada por este dirigente dos agricultores refere-se ao "corte de 150 milhões de euros,  em 2012 e 2013" no Programa de Desenvolvimento Rural (Proder), consequência  da redução da comparticipação nacional naquele programa. Mais adiante, no seu discurso, afirma que "com estes atrasos estão a levar à falência as organizações de produtores  pecuários, correndo o risco de, em caso de doença, dar cabo da produção  e do comércio nacional de carnes", e assim "a sanidade animal  e a própria saúde pública estão em risco porque os serviços de controlo  da sanidade animal não estão garantidos". 

“Queremos uma nova PAC” afirmava , alto e bom som, um jovem agricultor do distrito de Braga, mostrando assim a sua revolta contra a política imposta pela UE que fez com que milhares de agricultores fossem á falência durante estes mais de 20 anos, política essa que favoreceu os grandes agricultores do centro e norte da Europa. As políticas impostas pela então CEE e depois pela União Europeia, seguidas pelos diversos governos que passaram pelo poder, fizeram com que o nosso país importe mais de 80% daquilo que precisamos para nos alimentar, o que gera um ciclo imparável, e impagável, de endividamento e destruição da agricultura.

“Isto não pode continuar! Queremos outro governo!”, palavra de ordem muita ouvida nesta manifestação,  demonstrativa de que os pequenos e médios agricultores e suas associações e organizações estão bem cientes de que este governo de traição nacional tem de ser derrubado sem perda de tempo, para que “a vespa Velutina não nos continue a roubar”,  diz-nos um pequeno agricultor,  vestido a rigor como apicultor, referindo-se à ministra Cristas.

Derrubar este governo e impor um governo democrático patriótico em seu lugar, terá de ser a saída para a revolta mais que justa destes milhares de agricultores, que em conjunto com a maioria do povo terão de impor, sem mais hesitações, “que este governo nos deixe de sugar”.

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