domingo, 12 de agosto de 2012

Paulo Macedo: O ministro público da saúde privada!

Nota publicada a 04/04/12 e "refrescada" a 12/08/12

É necessário que se compreenda que a dívida que o governo vende pátrias Passos/Portas, a mando da tróica germano-imperialista, insiste que sejam os trabalhadores e o povo a pagar, sem que tenham sido eles a contrai-la e, muito menos, a dela beneficiar, foi propositadamente desenhada pelos grupos financeiros e bancários, sobretudo alemães, para ser IMPAGÁVEL! E porquê?

  • Primeiro, porque servirá como instrumento para perpetuar o domínio do directório europeu e do imperialismo germânico que o controla sobre os chamados países “devedores”, os tais que viveram acima das suas possibilidades;

  • Segundo, porque perpetuará um negócio de acumulação de riqueza sem precedentes, consubstanciado nos juros e nos lucros usurários que instituições como o FMI, o BCE (que, recorde-se, é uma entidade privada) e os grandes grupos financeiros e bancários, sobretudo alemães, praticam sobre os empréstimos e os programas de resgate que impõem aos países cujas economias estão mais fragilizadas, fruto de terem alinhado na estratégia de desindustrialização e liquidação da agricultura imposta pelo eixo Berlim/Paris;

  • Não menos relevante, a dívida é propositadamente IMPAGÁVEL porque, enquanto subsistir, permite a política de chantagem que leva à transferência de activos e empresas públicas estratégicas para as mãos de grupos privados.


O caso mais paradigmático de que este processo decorre exactamente da forma como atrás ficou exposto, é o que sucede no sector da saúde.

Com um olho no ouro e outro no bandido, o actual ministro da saúde, Paulo Macedo, que já foi – ou se calhar ainda é – membro da direcção de um companhia de seguros de saúde privada – a MEDIS – está a levar a cabo um programa que mais não visa do que criar as condições ideais para a privatização deste sector.

Começou, desde logo, por impor o aumento das taxas moderadoras, anular a comparticipação do estado nas custas dos tratamentos e medicamentos de doenças crónicas ou de elevado grau de mortalidade, baixar o valor da comparticipação do estado na aquisição de medicamentos e meios complementares de diagnóstico, encerrar centros de saúde, maternidades e urgências hospitalares, propondo, finalmente, a “reorganização” das urgências hospitalares que resistiram a essa hecatombe, nomeadamente reduzindo o número de valências no período nocturno.

Mais recentemente, numa manobra digna do manual de Goebels sobre manipulação da informação e condicionamento das consciências, lança a famigerada "factura virtual" que, para além de indicar custos de actos médicos baseados em critérios duvidosos, para não dizer falaciosos, visa criar a idéia de que os trabalhadores e o povo português "vivem acima das suas possibilidades".

Quando, o que realmente se passa é que para pagar os juros de uma dívida ilegítima, ilegal e odiosa, quem anda a viver acima das nossas possibilidades são os grandes grupos financeiros e bancários que têm na tróica germano-imperialista, e nos seus serventuários em Portugal - aqueles que com esta assinaram um Memorando de entendimento, isto é, PS, PSD e CDS - os lídimos defensores dos seus interesses.

Ora, tal programa só pode ter por objectivo facilitar a privatização do sector da saúde, na lógica da transferência de um activo público, essencial para os trabalhadores e o povo português, para as mãos de grupos financeiros privados, à pala de reduzir custos para fazer face ao pagamento de uma dívida que, já percebemos, o governo de traição PSD/CDS, acolitado por Cavaco e pelo PS de Seguro, e a mando da tróica germano-imperialista, deseja PERPETUAR e tornar IMPAGÁVEL! Porque, enquanto assim fôr, mais dinheiro entra para os cofres daqueles que mais não têm feito do que explorar o povo e quem trabalha para assegurar a sua sacrossanta acumulação capitalista.

Quem não perceber - ou finge não perceber - isto, o que pretende é escamotear as razões que levam a que, hoje, e apesar do programa que todos os traidores assinaram com a tróica visar, segundo eles, a "redução do déficit" e da chamada "dívida pública"... ela ter aumentado! É escamotear que esta estratégia visa "justidicar" não só a transferência para as mãos de privados de um activo público como é o sector da Saúde, mas criar as bases para liquidar o que resta do nosso tecido produtivo e das nossas empresas e sectores estratégicos públicos. 

Sem comentários:

Enviar um comentário