quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Plenário de Trabalhadores da RTP/RDP

Trabalhadores devem repudiar o caminho da capitulação!

O Plenário dos trabalhadores da RTP/RDP, que mobilizou praticamente todos os trabalhadores do grupo para discutir e tomar medidas sobre o recente ataque, promovido por este governo de traição, através do seu porta-voz para a venda a retalho dos activos e empresas públicas estratégicas do nosso país, isto é o “conselheiro para a privatização”, o corsário António Borges, poderia e deveria ter sido um plenário de luta consequente por uma televisão e uma rádio ao serviço dos trabalhadores e do povo e controlada pelos trabalhadores, mas, algumas desvios emergiram que nos levam a propor alguma reflexão.
Considerar Nuno Santos – director de informação – um “trabalhador” é uma das nossas primeiras perplexidades. Um personagem que, como este, tudo tem feito para, mancomunado com a direcção da RTP/RDP, negar todo e qualquer acesso democrático ao debate e informação na “televisão pública”, considerado um trabalhador? Um personagem que faz parte da “nomenclatura” que tem prosseguido na RTP/RDP a política de “emagrecimento das gorduras” que sempre se traduziu em despedimentos, política tão cara à tróica germano-imperialista e ao governo dos serventuários e traidores Coelho/Portas que agora quer dar o golpe de “misericórdia” privatizando a RTP (e, muito provavelmente, a RDP)?

Uma Comissão de Luta que se dispõe a “salvar toda a comunicação social”, inclusive a que é detida por grandes grupos económicos privados, prenuncia, desde logo, que vamos ter uma comissão que, de “concertação” em “concertação” com a administração, com o ministério que tutela a RTP/RDP, com este governo de serventuários dos interesses da tróica germano-imperialista, vão levar os trabalhadores a mais derrotas e, eventualmente, a criar as condições objectivas e subjectivas para que, afinal, o plano do Borges seja aplicado.

Nada temos a opor à presença, a convite dos trabalhadores e das suas organizações de classe – comissão de trabalhadores e sindicatos – do traidor João Proença, em representação da UGT e de Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP. Já quanto ao conteúdo das suas intervenções elas são a confirmação do que prenunciávamos e devem ser liminarmente denunciadas e rejeitadas pelos trabalhadores da RTP/RDP.

Neste processo, tendo os sindicatos representativos dos diferentes sectores de trabalhadores – e as Centrais Sindicais nas quais se encontram afiliados – e a Comissão de Trabalhadores estado de olhos e ouvidos encerrados para o que se passava à sua volta, apesar de todos os sinais, avisos à navegação e sintomas de qual iria ser o desfecho, não se vislumbrou, por parte destas estruturas representativas dos trabalhadores, qualquer esforço para mobilizar, organizar e dirigir as lutas destes contra o que se estava a congeminar nas suas costas, contrário aos seus interesses de classe, e os discursos de ambos os dirigentes das centrais sindicais em nada altera esse facto, antes exponencia a cegueira e a surdez oportunista que têm imposto à luta dos trabalhadores em geral, e aos da RTP/RDP em particular.

A pedra de toque que distinguirá aqueles que, de facto, querem organizar e dirigir a luta dos trabalhadores contra os objectivos deste governo, dos que com ele, como de costume, compactuam, passa por levar a cabo uma luta firme e decidida contra as manobras de reforço da manipulação e controlo da RTP/RDP que PSD e PS sempre perseguiram, quer o modelo seja o da “estatização” da empresa, quer o modelo seja o da concessão a privados da sua exploração.

Caso contrário, os trabalhadores serão uma vez mais utilizados como “tropa de choque” na luta pelo controlo da “televisão pública” (e da rádio) entre as diferentes cliques burguesas. É esse, aliás, o alcance da proposta que foi feita aprovar de criar uma “Comissão de Luta” que terá, entre outras, a tarefa de “salvar” toda a comunicação social…incluindo as televisões privadas!
O único caminho a seguir tem de ser um caminho que concite o apoio dos trabalhadores de todos os sectores da empresa – nomeadamente da RDP, mas não só -, o apoio e a solidariedade de todos os trabalhadores e do povo português, que ganham cada vez maior consciência da necessidade do derrube deste governo de traição e da constituição de um governo democrático patriótico para que se possa avançar no REPÙDIO DA DÌVIDA, uma dívida que não foi contraída pelo povo, nem foi contraída para seu benefício, o mesmo caminho que assegurará que activos e empresas públicas estratégicas nunca irão parar às mãos dos grandes grupos financeiros e bancários.

O único caminho que assegurará uma televisão e uma rádio ao serviço do povo e controlada pelos trabalhadores.

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