Sobe, sobe, balão sobe...

A vocação de muleta do PS foi consagrada na Convenção desse
bloco de oportunistas que dá pelo nome de Bloco de “esquerda”, como o comprovam
discursos, intenções e moções, produzidos ao longo deste último fim de semana,
na Convenção que levaram a cabo no Pavilhão do Casal Vistoso, em Lisboa.
No termino desta Convenção, uma das conclusões programáticas
apresentada, plasmada na moção de estratégia vencedora, é a de que não é tema
para o momento político actual a apresentação, discussão e votação de um
referendo sobre a saída ou permanência de Portugal na União Europeia.
Nada disso, que os tempos, tal como no passado, não estão,
para este bloco, de molde a permitir que
o povo tenha uma participação efectiva nos seus destinos e, muito menos, o
direito a discutir e aprovar as saídas que melhor se compaginem com os seus
interesses.
Está fora de questão, portanto, para o BE, que se criem as
condições para um referendo do tipo que ocorreu na passada 5ª feira na
Grã-Bretanha. Isto é o BE a afirmar que não pretende que o povo português seja
chamado a tomar decisões, livres, democráticas, informadas e conscientes sobre
a saída ou permanência de Portugal na União Europeia e no euro.

Numa atitude política que em nada se distingue de PS, PSD e
CDS, que sempre se opuseram a que fosse dada a palavra à classe operária e ao
povo português quanto à adesão de Portugal à CEE – hoje UE - e, posteriormente,
ao euro, aos diferentes tratados subscritos por sucessivos governos de traição
nacional – protagonizados por esses partidos -, sobretudo aqueles que retiraram
a Portugal a sua soberania fiscal, aduaneira, cambial, económica e financeira.
Curioso, ou talvez não, é que, no mesmo dia em que este
bloco de oportunistas toma estas decisões – contrárias aos interesses da classe
operária e do povo português - , familiares e doentes do Centro de Reabilitação
de Alcoitão denunciam o facto de esta unidade de saúde estar a comprometer a
sua reabilitação, ao enviar para casa, mais cedo do que o que seria expectável,
aqueles que aos seus serviços têm de recorrer para assegurar o seu processo de
recuperação e reabilitação.
Uma prova de que o BE, ao apoiar um governo de direita e de
traição nacional, como é o governo do PS, liderado pelo ex-imperador de Lisboa,
António Costa, apoia o princípio de que o que é de facto prioritário é pagar
dívidas privadas, sobretudo as da banca
.
Uma prova de que este bloco oportunista está a admitir que,
seja ela reestruturada ou renegociada, esta dívida, que não foi contraída pelo
povo, nem este dela retirou qualquer beneficio, deve ser paga.

Está a admitir que apesar do euro ser um fautor de miséria,
de perda de soberania cambial, fiscal, orçamental, económica e financeira, o
povo deve continuar a estar sujeito à sua tenaz. Isto apesar de uma ridícula
“ameaça” de que, mudará de atitude se a União Europeia vier a decretar sanções
a Portugal pelo facto deste e do anterior governo de traição nacional não terem
cumprido os critérios de estabilidade ditados por Berlim.
Caso para dizer, sobe, sobe, balão sobe, que tal como a
pressão atmosférica o fará, a pressão revolucionária se encarregará de fazer
rebentar este bloco de oportunistas que dá pelo nome de Bloco de “Esquerda”!