Na política e na chuva...um abrigo comum! |
Foi sem
qualquer espanto ou admiração que ouvimos, esta 4ª e 5ª feira, da boca dos principais responsáveis
políticos de Portugal – António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa -, a assumpção
de que todas as promessas políticas que os interesses que representam propuseram ao longo de mais de 4
décadas, estão falidas e o seu conteúdo oportunista e traidor dos interesses do
povo português estão meridianamente expostos.
O Costa ao defender em Davos, na Suíça, nesse que é o forum
por excelência do imperialismo internacional, que aceita uma Europa a mais do
que uma velocidade o que contraria em toda a linha o projecto original da CEE, mais tarde União Europeia, que anunciava
a união dos países europeus como
paradigma de uma Europa inclusiva, em que as desigualdades fossem ultrapassadas
e o continente se tornasse, para todos os que a esse projecto aderissem, uma
terra de abundância, uma espécie de terra do leite e do mel de contornos
biblicos.
Nem com rezas... |
Já Lenine afirmava que, no quadro do imperialismo, estadio
supremo do capitalismo, os Estados Unidos
da Europa ou são uma impossibilidade ou um projecto eminentemente
oportunista e reaccionário. O que Costa vem agora afirmar confirma isso mesmo.
E confirma, também, que o que esta Europa a várias velocidades prenuncia é aquilo que o
imperialismo melhor tem para oferecer aos povos – da Europa ou de
outros continentes -, isto é, a guerra!
Na mesma linha, o homem dos afectos, Marcelo Rebelo de Sousa, ao dirigir-se aos diplomatas que
apresentavam no Palácio de Belém as suas credenciais, afirmou algo que os
marxistas-leninistas há muito denunciam. Que em Portugal, e desde o 25 de Abril
de 1974, se instalou uma persistente política de continuidade, assegurada por um bloco
central protagonizado por PS e PSD, às vezes coadjuvados pelas muletas de
serviço, isto é, ou CDS, ou PCP/BE/Verdes.
Cenário político que, pretende Marcelo – e aplaude Costa -, será o ideal para as potências com tiques imperialistas
investirem...em segurança! Escamoteando que essa continuidade e essa segurança
resultaram, para a classe operária e o povo português na perda de soberania, na
sujeição a uma moeda que representa uma tenaz para a economia e numa união
bancária, fiscal e aduaneira que transformaram o país numa colónia ou
protectorado do imperialismo germânico.
Um espanto... |
O que Marcelo afectuosamente
confirma é a sua concordância e o seu apoio determinado a uma política continuada
de liquidação do tecido produtivo português – que foi a moeda de troca e de
traição para que Portugal fosse aceite num clube
dominado pelo imperialismo -, da venda a pataco dos principais activos –
ANA, EDP, TAP, CTT, PT, etc.-, políticas que favoreceram o negócio da dívida que o povo português continua a ser obrigado a
pagar, apesar de não ter sido o responsável por ela, nem dela ter retirado
qualquer benefício.
Romper com o passado, não permitir a continuidade de uma política de desemprego, salários de miséria e de precariedade, colapso das políticas de saúde, educação, transportes e habitação, é uma luta que há que ousar empreender. Uma dura e prolongada luta que exige unidade na base dos princípios e na acção.
Romper com o passado, não permitir a continuidade de uma política de desemprego, salários de miséria e de precariedade, colapso das políticas de saúde, educação, transportes e habitação, é uma luta que há que ousar empreender. Uma dura e prolongada luta que exige unidade na base dos princípios e na acção.
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