Não sei se poderão ser classificadas de ingenuidade política as afirmações feitas por Ricardo Robles– o
vereador que o BE fez eleger em Lisboa, nas recentes eleições autárquicas - em
recente entrevista que deu à RTP 1, a propósito das acusações de cambalhota política que Assunção Cristas
fez ao seu partido movimento.
Segundo aquela dirigente da extrema direita, o BE estaria a
comportar-se como uma autêntica tábua de salvação do PS e do presidente da
Câmara Municipal de Lisboa, agora que Fernando Medina foi confrontado com a
decisão do Tribunal Constitucional de considerar inconstitucional a taxa de
protecção cívil que havia lançado há mais de uma ano.
Ao propor o aumento para 2 euros – o dobro da actual – da taxa
turística, segundo Cristas, o BE estaria a compensar
a perda de receita da
inconstitucional taxa de protecção cívil.
Reagindo a esta acusação, Ricardo Robles, com um ar
absolutamente seráfico, de menino do coro, revelou que a proposta de taxa
turística que o CDS agora apresentou seria, ipsis
verbis (palavras suas), a mesma que o seu partido/movimento havia
apresentado um mês antes, tendo o CDS decidido abster-se quando a mesma foi
apresentada pelo seu partido.
A verdadeira cambalhota
política, neste caso, é persistir na classificação de partido de extrema esquerda para o BE quando é cada
vez mais evidente o pendor reaccionário e a praxis
social-democrata deste partido!
Em política, o que parece...é! Neste, como em outros casos,
quando são os próprios protagonistas a admitir não haver qualquer diferenciação
de políticas entre ambos, não há como contrariar as evidências! Ficamos todos a
perceber que CDS e BE, para casos
concretos e soluções concretas –
que envolvam, claro está, o ataque aos interesses do povo – estão empenhados
numa santa e democrática aliança.
Sem comentários:
Enviar um comentário