...Ou a única indústria que progride em Portugal!
Contrariando de forma insofismável o
anúncio da chegada à terra do leite e do mel anunciada ao povo português, todos
os dias, com pompa e circunstância, pelo governo de António Costa e do PS,
fomos confrontados, este primeiro fim se semana de Novembro, com mais uma
Campanha do Banco Alimentar Contra a Fome.
Números que reflectem a miséria e pobreza crescentes a que o povo português está a ser sujeito, fruto da persistência numa política de submissão ao euro e à dívida que este, como o anterior governo de coligação entre a direita e a extrema direita, impuseram!
Segundo a organização de mais este
evento promovido pelo Banco Alimentar, estiveram
envolvidos mais de 40 mil voluntários que desde a passada 6ª feira, dia 1 de Dezembro, até
ao final deste domingo recolheram, em
mais de 2 mil
estabelecimentos comerciais – hiper
e supermercados -, mais de 2.220 toneladas de alimentos , que serão entregues, como donativos, a
2.645
instituições que promovem a assistência a 426 mil pessoas!
Tendo em conta que a organização
considera que os valores recolhidos até à data, nas diferentes iniciativas que
levou a cabo durante o corrente ano, são idênticos aos registados em 2016, tudo
indica que no ano de 2017 o Banco Alimentar
distribuirá cerca de 30 toneladas de alimentos, num valor superior a 37 milhões de euros!
A falta de vergonha do PS e de António
Costa já não nos surpreende. Um semeador profissional de promessas nunca
cumpridas, só anunciadas com o fito de recolher o máximo número de votos que
lhe permita um cheque em branco para as
suas políticas reaccionárias e vende pátrias. E, surpreendidos, só ficarão os
incautos que acreditam que PCP, BE e Verdes, constituídos em muletas deste
governo, conseguirão amenizar os efeitos dessa política.
Os números impressionantes e dramáticos
desta Campanha, revelam que a pobreza e os pobres têm aumentado em Portugal,
contrariando a euforia da esquerda parlamentar de que
a maioria terá proporcionado a retoma de rendimentos para o povo, escamoteando que, aquilo
que António Costa tem dado com uma
mão, retira, em dobro, com a outra, sob a forma de impostos e taxas – directos
e indirectos -, verbas orçamentais cativadas que mascaram desenvergonhadamente
que as sucessivas Leis Orçamentais são aprovadas por esta maioria de esquerda com a noção de que, pelo caminho, nunca
serão cumpridas!
Euforia que, nem o facto de o Ronaldo das Finanças europeu - o sempre a rir ministro Mário Centeno - estar prestes a ser indigitado como presidente do Eurogrupo - essa quadrilha que visa impor aos outros países a política que mais convém ao imperialismo germânico e a todos os que orbitam em torno do negócio da dívida -, conseguirá contrariar o facto de a pobreza e o número de pobres se estar a agravar no nosso país, apesar das loas que cantam em torno de um salário mínimo que, nem para exercer a função de repositor de energia e assegurar da reprodução de força laboral serve!
Euforia que, nem o facto de o Ronaldo das Finanças europeu - o sempre a rir ministro Mário Centeno - estar prestes a ser indigitado como presidente do Eurogrupo - essa quadrilha que visa impor aos outros países a política que mais convém ao imperialismo germânico e a todos os que orbitam em torno do negócio da dívida -, conseguirá contrariar o facto de a pobreza e o número de pobres se estar a agravar no nosso país, apesar das loas que cantam em torno de um salário mínimo que, nem para exercer a função de repositor de energia e assegurar da reprodução de força laboral serve!
Estes números revelam, também, que
afinal o milagre económico
anunciado pelo governo é uma miragem que falseia a realidade de uma quebra nas
exportações, de uma cada vez maior dependência do exterior, num aprofundar da
precariedade, num aumento dramático dos despejos – sobretudo nos grandes
centros urbanos de Lisboa e do Porto -, no exponenciar de calamidades naturais, onde centenas de elementos do povo
encontram a morte, a destruição e o aprofundar das suas condições miseráveis de
vida, por virtude do desinvestimento em políticas de segurança e prevenção,
para se acorrer à fogueira da dívida e do déficite!
A caridadezinha burguesa em que assentam
iniciativas deste tipo, mas não só, para além de outros objectivos, visa
sobretudo adormecer e inebriar a consciência dos trabalhadores e do
povo quanto às verdadeiras causas das condições de fome e de miséria para que
foram atirados por um sistema que assenta na exploração do homem pelo homem e
no sacrossanto lucro.
Num momento em que, fruto das
consequências decorrentes das crises económicas e financeiras do capitalismo, em
que a planificação económica não se baseia nas necessidades do povo, mas tão só
nos lucros que os detentores do capital e dos meios de produção poderão obter –
nem que para tal tenham de morrer milhões de trabalhadores em todo o mundo –,
logo aparece um batalhão de piedosas almas, as Jonets, as santas casas disto e daquilo, as caritas, muito afogueadas, a organizar
peditórios para tudo e mais alguma coisa, dizem eles que para aliviar o
sofrimento dos pobres da terra.
Se é certo que milhares de voluntários
se prestam a dar a sua genuína e generosa solidariedade, participando
activamente em todos esses peditórios – desde os bancos
alimentares à recolha de vestuário, passando por fundos para tudo
e mais alguma coisa -, não menos certo é que quem se apropria da direcção
e destino do resultado dos mesmos tem uma agenda ideológica que assenta no
pressuposto de desculpabilizar o sistema que cria as condições de fome e miséria
pelas quais o povo está a passar.
Isto, para além de o controlo da esmola
ser, por si só, um instrumento de poder e dominação.
E o que dizer, então, da suprema
hipocrisia que é o facto de campanhas como as do Banco
Alimentar contra a Fome, entre outras, serem ansiosamente
aguardadas pelos Pingo Doce e Continentes do nosso descontentamento,
que vislumbram nas mesmas uma receita adicional para os seus já
abarrotados cofres e para as suas já gordas fortunas?!
Quer as grandes cadeias de supermercados
– que, logicamente, se disponibilizam de imediato para aderir a estas campanhas –, quer
o estado que defende os seus interesses arrecadam, os primeiros, fabulosos
lucros pela venda dos produtos generosamente adquiridos por quem, de facto,
quer ser solidário, e os segundos, impostos como e IVA e como o IRC. Contas
feitas, neste negócio da caridadezinha, ao destinatário da mesma, se
chegarem uns míseros 20 ou 30% do resultado das mesmas já estão com muita sorte,
enquanto o estado burguês e os grandes grupos económicos que exploram essas
grandes superfícies, abocanham mais de 80%!
Àqueles mais piedosos que,
ainda assim, poderão dizer que, então,
se não organizarmos este tipo de campanhas é que milhares ou centenas de milhar
poderiam morrer à fome, nós respondemos que não é com aspirinas que se
curam cancros. O cancro do capitalismo que, ciclicamente, provoca a destruição
massiva das forças produtivas e atira para o desemprego, a fome e a miséria,
somente em Portugal, mais de 3 milhões de elementos do povo, nunca será ultrapassado com este tipo
de paliativo!
A solidariedade operária é bem diversa
da caridadezinha burguesa. Assenta na solidariedade militante e activa
às lutas que em todo o mundo se organizam e desenrolam precisamente para
destruir um sistema que atira para a fome, a miséria e a humilhação quem
trabalha ou trabalhou toda uma vida.
A sua cura, em Portugal, passa por uma
luta sem tréguas a todos os governos que se dispuserem a ser meros obedientes
serventuários dos ditames da tróica germano-imperialista. Passa pela
constituição de um governo de unidade democrática e patriótica que nacionalize
todas as empresas e sectores de importância estratégica para um novo paradigma
de economia, ao serviço do povo e de quem trabalha, um governo que recupere o
tecido produtivo que foi destruído à custa de uma política vende-pátrias levada
a cabo por sucessivos governos do PS e do PSD, por vezes acolitados pelo CDS.
Um governo que tenha a coragem de
expulsar do nosso país a tróica germano-imperialista, que tenha a coragem de
colocar o sector bancário sob controlo do estado, um governo que imponha sem
hesitações a recusa do pagamento da dívida e dos juros dela decorrentes, um
governo que tenha o discernimento e a coragem de preparar o país para a saída
do euro e da união europeia.
A Guerra do Brasil
ResponderEliminarhttps://www.youtube.com/watch?v=db2iEZ1QwmE