terça-feira, 17 de abril de 2018

A parte de leão na distribuição do rendimento continua a ir para o capital!




Segundo dados revelados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), entre 2010 e 2015, a repartição do rendimento entre trabalho e capital, agravou-se durante a crise.

Os efeitos da austeridade imposta pelo governo de coligação entre os partidos de extrema-direita – PSD e CDS-PP -, tutelados por Cavaco e instruídos pela tróica germano-imperialista – que o classificou de “bom aluno” -, estão bem expressos nas conclusões retiradas pelo INE àcerca do supracitado período de 2010 a 2015:

·         “... a parte dos salários e ordenados (trabalho) no PIB (Produto Interno Bruto)...” diminuiu de 36,8% para 34,1%, enquanto “... a parte do excedente bruto de exploração (isto é, a parte que se destina ao capital, aos patrões/empregadores)... “, subiu de 41,3% para 43%.
·         Apesar de se ter registado uma ligeiríssima inversão destas tendências, no decurso de 2016 – e tudo indica que 2017 não será diferente -, em que a “... parte de salários e ordenados no PIB ...” subiu de 34,1% para 34,2% e a “...parte de excedente bruto de exploração no PIB...” desceu de 43% para 42,8%”,

O que é certo é que a tão propalada “nova política” de distribuição mais justa da riqueza criada anualmente em Portugal, não só não sofreu qualquer alteração de fundo, como a promessa mais parece a história da montanha que pariu um rato!

Esta constatação estatística é a demonstração de que, do ponto de vista qualitativo, nenhuma alteração favorável aos trabalhadores e à percentagem do PIB que lhes tem vindo a ser reservada, emergiu de dois anos de governo de António Costa e do PS, suportado pelas muletas  do PCP, BE, Verdes e PAN.

Eis como reclamações do tipo “mudanças de políticas” tão do agrado destas muletas e pretensos “ataques” às políticas de direita levadas a cabo pelo governo de Passos e Portas, não constituiem mais do que palavras que o vento as leva, “manifestações de intenção” ou “estados de alma”, desprovidas de qualquer consequência política séria e prática para os interesses e expectativas de quem trabalha.

Muito se ufanam BE, PCP e Verdes de serem uma “esquerda” que atende aos “problemas concretos” dos trabalhadores e do povo, para encontrar “soluções concretas”.

Pois é! Perante “soluções” que mantêm o quadro de desigualdade da distribuição do rendimento entre o trabalho e o capital – com larga vantagem para este último -, caso para perguntar que “solução” é esta que mantém tudo na mesma...concretamente?!!!

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