Segundo dados revelados pelo Instituto Nacional de
Estatística (INE), entre 2010 e 2015, a repartição do rendimento entre trabalho
e capital, agravou-se durante a crise.
Os efeitos da austeridade imposta pelo governo de coligação
entre os partidos de extrema-direita – PSD e CDS-PP -, tutelados por Cavaco e
instruídos pela tróica germano-imperialista – que o classificou de “bom aluno”
-, estão bem expressos nas conclusões retiradas pelo INE àcerca do supracitado
período de 2010 a 2015:
·
“... a parte dos salários e ordenados (trabalho)
no PIB (Produto Interno Bruto)...” diminuiu de 36,8% para 34,1%, enquanto
“... a parte do excedente bruto de exploração (isto é, a parte que se destina
ao capital, aos patrões/empregadores)... “, subiu de 41,3% para 43%.
·
Apesar de se ter registado uma ligeiríssima inversão
destas tendências, no decurso de 2016 – e tudo indica que 2017 não será
diferente -, em que a “... parte de salários e ordenados no PIB ...” subiu de
34,1% para 34,2% e a “...parte de excedente bruto de exploração no PIB...”
desceu de 43% para 42,8%”,
O que é certo é que a tão
propalada “nova política” de distribuição mais justa da riqueza criada
anualmente em Portugal, não só não sofreu qualquer alteração de fundo, como a
promessa mais parece a história da montanha que pariu um rato!
Esta constatação estatística é a
demonstração de que, do ponto de vista qualitativo, nenhuma alteração favorável
aos trabalhadores e à percentagem do PIB que lhes tem vindo a ser reservada,
emergiu de dois anos de governo de António Costa e do PS, suportado pelas
muletas do PCP, BE, Verdes e PAN.
Eis como reclamações do tipo “mudanças
de políticas” tão do agrado destas muletas e pretensos “ataques” às políticas
de direita levadas a cabo pelo governo de Passos e Portas, não constituiem mais
do que palavras que o vento as leva, “manifestações de intenção” ou “estados de
alma”, desprovidas de qualquer consequência política séria e prática para os
interesses e expectativas de quem trabalha.
Muito se ufanam BE, PCP e Verdes
de serem uma “esquerda” que atende aos “problemas concretos” dos trabalhadores
e do povo, para encontrar “soluções concretas”.
Pois é! Perante “soluções” que
mantêm o quadro de desigualdade da distribuição do rendimento entre o trabalho
e o capital – com larga vantagem para este último -, caso para perguntar que “solução”
é esta que mantém tudo na mesma...concretamente?!!!
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