Sempre que eclode uma sublevação popular e a classe operária
assume uma postura e uma energia revolucionária perante as exigências que ela
reclama, a burguesia, o imperialismo, colocam-se em sentido, porque sabem que,
desta vez, as lutas são para serem levadas muito a sério por ela.
O problema tem sido sempre a canga que é colocada ao
movimento operário por sindicatos, partidos e associações que, reclamando-se de
esquerda, representam de facto os interesses da pequena burguesia.
Organizações oportunistas, revisionistas, traidoras dos
interesses, quer da classe operária, quer de outros trabalhadores, cujo papel é o de apontar saídas sem solução – traduzidas
em manifestações do tipo procissão religiosa, referendos, abaixo-assinados,
participação em eleições para órgãos do poder da burguesia, etc – que acabam
por levar ao cansaço e, pior, à frustração e desmobilização.
Quando os operários entram em cena, a pequena-burguesia aplaude e protege-se por debaixo das asas da
sua combatividade e arrojo. Porém, quando finalmente sente que a situação
passou a ser-lhe favorável e o jogo das
relações de força fazem supor que aquilo que reclamam será satisfeito pela
burguesia, traem
e abandonam os operários que os haviam protegido e dirigido.
Acontece por todo o mundo, do Chile à Bolívia, da América à
Ásia, por essa Europa fora – o Movimento dos Coletes Amarelos e a Greve Geral
que teve hoje início em França assim o demonstram . Quando a luta aperta e exige
consistência combativa, foco, coerência revolucionária, lá está a classe
operária na frente.
Mas, a classe operária tem de se capacitar, de uma vez por
todas, que o seu papel histórico é o de acabar
com a escravatura assalariada e o modo de produção capitalista e imperialista
que a anima e não o de servir de bengala e amuleto a uma pequena burguesia historicamente
cobarde e poltrona, quer do ponto de vista social, quer do ponto de vista
político.
Dizia Marx que a classe operária em Partido é o único
caminho revolucionário a seguir para que a responsabilidade histórica que cabe,
unicamente, à sua classe, tenha sucesso. Isto é, destruir o modo de produção
capitalista e, sob os seus escombros, erguer o modo de produção comunista.
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