Sempre que se
aproximam actos eleitorais, os defensores da abstenção aparecem a agitar as
suas bandeiras e a defender que o caminho é não votar. É interessante verificar
que, afinal, são os críticos da retórica
os maiores e mais militantes dos retóricos. Afirmam, alto e bom som, que não
votam em consciência, porque não querem
alimentar mais um sistema corrupto
e corruptor, escamoteando que esse sistema, assente em aparelhos
partidários muito bem oleados e organizados, com um sistema de correias de transmissão, de favores e
influências há muito implementados, e com reconhecida eficácia, se alimentam,
precisamente, da abstenção!
Que bom que é ter um ética e uma moral! O que fazer quando elas promovem o contrário do que anunciam? Apesar de considerar que a solução não passa por eleições e, muito menos, por um sistema podre e caduco, como o é o regime parlamentar burguês, a sugestão mais consentânea com os interesses do povo, neste momento, é que se se utilize o sistema para o combater.
Se é certo que considero, dadas as condições actuais, que a saída mais consentânea com os interesses do povo e de quem trabalha é votar no PCTP/MRPP, reconheço que, desde que não estejam comprometidos com a PRAXIS daqueles partidos que nos últimos 40 anos, à vez ou coligados uns com os outros, impuseram ao povo português a situação que actualmente se vive, outras alternativas poderão ser consideradas.
Que bom que é ter um ética e uma moral! O que fazer quando elas promovem o contrário do que anunciam? Apesar de considerar que a solução não passa por eleições e, muito menos, por um sistema podre e caduco, como o é o regime parlamentar burguês, a sugestão mais consentânea com os interesses do povo, neste momento, é que se se utilize o sistema para o combater.
Se é certo que considero, dadas as condições actuais, que a saída mais consentânea com os interesses do povo e de quem trabalha é votar no PCTP/MRPP, reconheço que, desde que não estejam comprometidos com a PRAXIS daqueles partidos que nos últimos 40 anos, à vez ou coligados uns com os outros, impuseram ao povo português a situação que actualmente se vive, outras alternativas poderão ser consideradas.
Há que romper com a
situação de total destruição do tecido produtivo, de uma crescente dependência
do exterior, do regresso a níveis de miséria vivenciados há mais de 5 décadas
e, muito particularmente da perda da soberania do país em matérias vitais como
a política financeira, cambial e fiscal, a que os partidos do chamado bloco central – por vezes com a
cumplicidade activa do CDS/PP – conduziram Portugal, amarrando o país e o povo
à armadilha do euro e da dívida.
Nunca, porém, a
abstenção que tanto apraz a Cavaco e à coligação fascista PSD/CDS, bastamente satisfeita com o facto de impedir, objectivamente, o registo nas embaixadas e
consulados a mais de 400 mil trabalhadores que nos últimos 4 anos foram
forçados a emigrar, porque foi fechando, de forma sistemática e criminosa,
aqueles espaços físicos, únicos na função de materializar a relação desses
trabalhadores e elementos do povo com o seu país.
A história ensina-nos que, sempre que se vislumbram períodos eleitorais, aparecem este tipo de arautos, lançados pelos partidos do poder para, objectivamente, lançar a confusão e promover a abstenção que, num sistema baseado no método de Hondt, favorece precisamente os partidos com maior número de clientela e cujas organizações são financiadas pelo próprio sistema que, depois, são encarregados de gerir.
A história ensina-nos que, sempre que se vislumbram períodos eleitorais, aparecem este tipo de arautos, lançados pelos partidos do poder para, objectivamente, lançar a confusão e promover a abstenção que, num sistema baseado no método de Hondt, favorece precisamente os partidos com maior número de clientela e cujas organizações são financiadas pelo próprio sistema que, depois, são encarregados de gerir.
Depois de lençóis de retórica vazia e ôca, polvilhada,
por vezes, por algumas tiradas de lucidez
transviada para que os mais incautos possam pensar que os defensores da
abstenção até sabem do que falam, fica a
grande questão por responder. Então qual é a alternativa? Entregar o ouro ao
bandido de bandeja? Sem resistência e luta? Sem aproveitar o arremedo de
democracia que o inimigo se vê obrigado, pelo menos de 4 em 4 anos, a encenar?
Não aproveitar essa encenação para ir passando novas mensagens e elevar as
consciências?
Perante a fatalidade de que as eleições servem
para que tudo fique como mais apraz aos donos
disto tudo, temos um bom exemplo: a Islândia! A comprovar que as mudanças não ocorrem por
geração espontânea, nem por acção da abstenção. Muito pelo contrário, essas
transformações ocorreram porque um conjunto importante de forças - partidárias
e não partidárias, mas democratas e patriotas – souberam interpretar
adequadamente as necessidades e anseios do povo islandês e dar-lhe expressão.
Isso faz-se com luta, organização, coerência e persistência, e não com os
habituais lamentos de que somos dominados por um bando de corruptos e
corruptores.
Se é certo que o
povo não pode contar com os partidos retrógrados que ao longo dos últimos 41
anos, à vez ou coligados, governaram o país, não menos certo é que não deverá
alimentar ilusões naquela esquerda
que aceitou o princípio da concertação
social, considerando ser possível conciliar
os interesses do lobo e do cordeiro! Agora, meter tudo no mesmo saco para justificar
a abstenção é que não! Até porque fazê-lo elimina a alternativa democrática,
elimina a possibilidade política e instrumental de derrubar os promotores da
corrupção e aqueles que lhe aparam o sistema.
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